sábado, 13 de agosto de 2011

A Árvore da Vida

Esse filme precisa ser visto no cinema!
[momento de silêncio para punchline]
Porque se você tentar vê-lo em casa você desiste! Ok, tem gente que gosta. E eu talvez sinta até uma certa admiração por elas. Mas eu sou apenas parcialmente o público alvo de um filmes destes. Não digo que não sou porque afinal... fui ver e nem saí no meio. Mas se você tem o mesmo gosto que eu... Até explico melhor a minha primeira frase, lá eu só defino a forma como ele deve que ser visto... Não que ele tenha que sê-lo. Algumas vezes não saber nada do filme antes de assisti-lo... é uma coisa ruim. Agora que já vi, não me arrependo. É interessante. De uma forma meio bizarra, mas é... E putz... parece que foi anteontem que eu fiz um post dizendo que, nestes tempos de falta de tempo, vir escrever sobre o filme no blog, logo após a sessão, era um bom sinal. Sei lá, não sei... Não será todo mundo dizendo que é uma obra-prima que vai me fazer gostar.

Com todo o oba-oba que fizeram sobre o filme, a verdade é que ao sair do cinema o considerei a maior pegadinha do Mallandro da história. São 2 horas e meia até o HÁ!

Nome original: The Tree of Life
Duração: 2h18min (e já falam numa versão de 6 horas!)  --  Trailer legendado
De: Terrence Malick (de Além da Linha Vermelha)  --  Ano: 2011 
Com: Hunter McCracken, Brad Pitt, Jessica Chastain e pontas de Sean Penn.

O início do filme é espetacular. Perdi um pouco de tempo me localizando, mas quando vi a divisão celular logo após e cena do poço de lama fervente [sei que não era lama, estou com preguiça de pensar no termo correto] entendi o que estava acompanhando. Espetacular.
Foi até uma injustiça cerebral minha o fato de que toda hora eu cantarolava em silêncio Umba! Ontchi... bumba! Ontchi... bumba! (entenda a referência aqui). A cena do dinossauro aquático sangrando em terra, prenunciando a etapa seguinte da evolução... Lindo. [era um elasmossauro, a quem interessar]

Por falar em coisa bonita, a trilha sonora é fantástica. Excelente. MAS... como sempre... as músicas boas NÃO estão na trilha sonora do filme. A trilha sonora do filme tem só as musiquinhas de elevador que tocam nos momentos não-importantes. Coisas como a versão de Má Vlast, Vltava que toca no começo do trailer e no filme, a Lacrimosa, ou a marcha fúnebre... Nada disso está na trilha. Então não comprem. Só de birra. Até eles aprenderem a colocar nos discos das trilhas sonoras *todas* as músicas que tocam nos filmes - e também as dos trailers. Que seja um album triplo. Eu pago. Mas não vou pagar para ter só as músicas que não fariam falta. [e aí, nós procuramos as músicas boas na Internet, e *nós* é que somos os piratas malignos]
Mas a internet é cheia de gente legal, então seguem 2 links para vocês:
Criterion Corner: The Real Tree of Life soundtrack (não tem todas, mas as principais)
The Playlist: All 37 Songs Featured In The Tree Of Life

Voltemos ao filme... Após mostrar a evolução da vida na Terra, o filme mostra a infância do protagonista em curtos saltos de tempo. Neste começo achei que o filme estava indo muito bem. Achei que ele seria meio doido, não se prendendo a história nenhuma, e seguiria a vida do cara em saltos até o momento em que ele estava no começo do filme (velho) e passaria daquilo. E aí voltaríamos para mais 20 minutos de planetário, talvez mostrando o fim da vida na Terra. E voilá, início, meio e fim. É o que sempre se espera de uma história. E eu teria gostado! É sério.

Mas as vezes, do nada, vinha a voz da mãe, como se estivesse conversando com Deus. [acho que era isso mesmo] E quando chegamos na adolescência do protagonista, param os saltos. Acompanhamos a vida complicada dele e dos irmãos num intervalo de poucos meses ou anos, com um pai amoroso do jeito ruim dele e rígido ao extremo. E a mãe doce e divertida com as crianças - quando o marido escroto não está por perto. Uma espécie de Desperate Housewives com Conta Comigo, mas sem o humor, sem o sexo, e com muitos problemas psicológicos na bagagem.

Quem quiser uma sinopse decente, sugiro a do Cinema com Rapadura.

Devo ter pescado algumas das mensagens do diretor, aqueles clichês da busca da criança interior, de fazer as pazes com os fantasmas do passado e estas coisas [e devo ter perdido outras menos óbvias], mas ainda assim, saí do cinema rindo. Aquela coisa de "pqp! pq eu vi isso?" Mas eu levei na esportiva. Como eu disse, sou parcialmente público alvo destas tranqueiras.
O filme serviu para "animar" a noite de muita gente, vi muitos rindo pela mesma razão e outros rindo de comentários de terceiros sobre "2h e meia perdidas para sempre", "que b*", esse tipo de coisa. Até as mocinhas que ficam na porta ao término da sessão estavam rindo, porque sabiam o que estava acontecendo. :-D

Leitura recomendada: resenhas do ScreenRant: sobre o trailer e sobre o filme.

ATUALIZAÇÃO: Ok, tudo isso acima eu escrevi ao chegar em casa, no "calor do momento". Não retiro nada. Mas o cérebro humano é safado e é só começar a passar um pouco de tempo que ele começa a esquecer as partes ruins de qualquer coisa. Hoje de manhã já acordei com uma impressão melhor do filme. Agora de noite já começo a quase achar bom. Dê-me uma semana e o estarei recomendando [humm... acho que não.] Mas façam o seguinte então, se forem ver não se desesperem durante a sessão, e esperem 2 dias. Aí vejam o que sobrou na memória.

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