domingo, 30 de dezembro de 2012

Astronauta: Magnetar

Autor: Danilo Beyruth  --  Editora: Panini
Com personagem de: Maurício de Sousa
Páginas: 80  --  Ano: 2012
ISBN: 978-85-65484-41-1  --  Tamanho: +/- uma folha A4.
Em versões capa dura e mole. Páginas coloridas.

Eu devo ter sido uma criança estranha. Ouço por aí toda a adoração que galera um pouco mais nova, da minha idade, ou um pouco acima tem pelos quadrinhos da Turma da Mônica... E eles, na verdade, nunca me disseram nada. Sei lá, Turma da Mônica, Luluzinha, Riquinho, Pateta ou Tom & Jerry eram quadrinhos que eu lia se caísse na minha frente, mas mera falta do que fazer... Ou lia nas tirinhas de jornal. Nesse caso, Horácio bem mais que os da turminha em si.

Astronauta
então... Sabia quem era, mas acho que nunca lera antes alguma história dele. [bem, e de certa forma continuei sem ler] [a propósito, só para comentar, o que eu mais lia eram Recruta Zero e Tio Patinhas]

De cara então... sobre o personagem original mesmo... um choque! Ele é adulto! Ou isso ou a distorção temporal dele viajando no espaço fez com que ele ficasse ainda criança enquanto seus conhecidos cresceram. Digo isso porque a Ritinha, que era namorada dele na Terra... Casou! Putz! Não sabia nada mesmo sobre o personagem. A Ritinha é essa aqui (tem bom gosto esse rapaz). É adulta a garota! Eu a estava confundindo com alguma outra personagem pelo jeito. Achei que só tinha adulto nas histórias do Rolo.

Tem algo mal contado nisso... Ou o cara então é bem baixinho.

Mas falemos sobre o quadrinho sendo resenhado e não de minhas burrices.

A história: o Astronauta, numa versão adulta [apesar de ter descoberto agora que ele sempre foi adulto], está sozinho em sua nave, como ele gosta, indo pesquisar um magnetar (resumindo absurdamente, é um tipo de estrela ferrada, bem complicada de conseguir estudar). No caminho ele fica pensando na vida, lembrando dos bons tempos. Aí sai para instalar uns equipamentos, não recebe a tempo o alerta da nave de que algo estava errado, tudo explode, estraga a nave, e aí o cara fica preso lá, sem poder sair e sem poder pedir socorro. E aí ele continua pensando na vida, agora de forma mais deprê.

Opinião: No final da revista é mostrado rapidamente um pouco do processo criativo, desenhos e idéias não aproveitadas, e então é mostrada a tirinha original. A 1ª aparição do personagem, que apresentou o Astronauta aos leitores. Uma única folha, com uma micro historinha em quadrinhos dizendo "Esse sujeito estudou e virou astronauta. E aí a namorada casou. E uns ETs deram uma roupa para ele. E agora vamos acompanhá-lo em incríveis aventuras". Bem, lá não está escrito assim, mas a idéia é essa.

E esse é o problema dessa revista. Ela é ótima. Mas muito curta. Terminei com aquela sensação de que faltou uma página anunciando "Você gostou desta edição nº 0? Então em março, nas bancas, não deixe de acompanhar a nova revista mensal de etc, etc, onde nosso personagen os levará à todos os cantos da galáxias, etc, etc." Essa revista ficou com muita cara de uma Edição 00. Aquela coisa de 8 páginas que geralmente sai em outra revista só para você ter aquele gostinho inicial e uma introdução ao herói.

Muitos dos clichês do gênero estão lá. Há o tédio do cara sozinho. A perda da sanidade. A recordação dos que ficaram (e achei bem legal nessa parte a Ritinha não ter rosto). A alucinação/fantasma dando lição de moral. Tudo muito bem amarrado em pouco páginas...

Mas deviam ter sido mais. Olhei agora a quantidade de páginas do último quadrinho parecido que eu li (o Independência ou Mortos) e do Lúcifer (na minha estante, no aguardo). E ambos têm 160 páginas.
Pronto. Definido então, o Astronauta: Magnetar tinha que ter tido do dobro de páginas.

O problema de dobrar a quantidade de páginas, é que teria que dobrar a quantidade de texto. Vejam bem, o problema mesmo nem é a quantidade de páginas, é que a história em si você lê muito rápido. Mesmo parando para apreciar as imagens (bonitas!), você atravessa a revista tão rápido que termina com a sensação de "Porra! Já acabou?" [melhor isto do que "Porra... isso não acaba nunca...", mas vocês entenderam!]

De tanto que ouvi falar, comparando a revista até ao filme Lunar, esperava reflexões bem mais profundas, sei lá, algo até meio depressivo, com bastante texto. Uma graphic novel ADULTA. E aí talvez seja a razão da revista não ser longa... O que temos não é uma revista adulta de fato, é uma "graphic novel para adolescentes". (ou pré-adolescentes... sei lá, uns 14 anos é o quê?) Avançaram a faixa etária do leitor do Astronauta, mas não tanto quanto imaginei. [ou me levaram a imaginar] Nada da complicação, política, ou implicações secundárias de antigas graphic novels do Batman ou X-Men, nada da depressão ou a arte de uma graphic novel do Demolidor ou Monstro do Pântano. É uma boa história, só não traz nada de novo para quem já passou dos 17.

Olhei algumas resenhas por aí, e essa aqui diz que Mônica é para as crianças, a Turma da Mônica Jovem para os adolescentes e a Graphic MSP para os adultos. Desculpe discordar... Mas a Mônica é para crianças, a Turma Jovem para débeis (ok, para PRÉ-adolescentes talvez), e a MSP é para adolescentes. Quando eu era era criança (ou pré-adolescente, ou tween, ou qualquer nome idiota da moda) eu via desenhos japoneses muito mais depressivos, com morte e drama. E lia tranquilamente graphic novels de primos mais velhos. E eu não era anormal [nerd? sim! ok] Pessoal agora tem a mania de tratar qualquer um abaixo de 15 como um idiota completo. A garotada de hoje até "amadurece" mais cedo para algumas coisas (como sexualidade ou tecnologia), mas de resto, os pais estão ficando tão assustados, que exageram na direção oposta, e acham que eles não podem ter contato com nada mais complicado antes dos 20. Porra, pais! Galera de 13 já pode ver desenho com morte e ler Batman com violência.

Mas voltando, eu falei antes que a revista não era assim tão artística. Aproveitem para dar um pulo nesse último link que lá tem algumas boas amostras das páginas. Elas são bonitas. Mas... Talvez por eu ter esperado algo mais adulto, esperava algo mais rabiscado e sujo. Uma pintura mais "fora das linhas". Não consigo pensar em nenhum exemplo explicativo. Não precisava parecer um Marvels, mas imaginara algo puxado para Hellboy ou mesmo Sandman (que é bem colorido). [se bem que eu gosto das histórias, mas nem tanto assim dos desenhos do Sandman]

Arrependo-me ou desrecomendo a compra? Claro que não. É uma excelente história. Uma boa iniciativa. Desenhos muito bem feitos. E foram só 20 ou 30 minutos lendo... Mas foram bons 20 ou 30 minutos. Só não valeu foi toda a preparação de "não vou ler agora não... vou deixar para ler com calma, com tempo, numa cadeira confortável, etc". E vou comprar as demais revistas da linha Graphic MSP. Mesmo nunca tendo grande afinidade com a Turma da Mônica (e Chico Bento menos ainda, e Piteco menos ainda que o Chico Bento), como eu disse, a iniciativa é bem interessante.
E são revistas isoladas (one-shots), então você lê e pronto. Não tem aquela coisa de ter que continuar lendo depois. Essa primeira edição teve mesmo a sensação de uma revista introdutória, mas pode ser só comigo. Sei lá. Uma outra forma de analisar é só entender como um final aberto otimista "Puxa, consegui escapar! Mas não vejo a hora de voltar ao batente outra vez."

Bem, já falei demais. Recomendação final: uma boa compra para uma criança de 13 ou 14 (esqueça esse papo de revista "adulta"), boa compra para os nostálgicos que gostavam do personagem quando criança (isso eu falo com base em tudo que li por aí, já que eu mesmo não lia) e bem legal para quem só quer ler algo nacional diferente do comum (agora sim, meu caso).

E se ainda estiverem na dúvida, tomem algumas resenhas de outros:
RPGista  --  Universo HQ  --  Melhores do Mundo  --  UOL Entretenimento

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Crepúsculo 5

Nome orig.: The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 2
Nacional: Amanhecer - Parte 2, O Final
Duração: 1h55min  --  Ano: 2012  --  Trailer
De: Bill Condon (de Candyman 2 - A Vingança)
Com personagens de: Stephenie Meyer
Com: as mesmas pessoas que listei na postagem anterior.

Fim do martírio. Segunda e última postagem sobre a "saga" e nunca mais quero olhar para isso. Agora é esperar alguns anos e começar a me divertir com as pessoas dizendo "Putz... Eu revi aquele filme... Menina, eu amava aquilo! Onde é que eu estava com a cabeça?"

Deixem eu já reclamar da conclusão do filme. Qualquer pessoa que já jogou um jogo de tiro em 1ª pessoa (FPS) já passou pela seguinte situação: esta lá você caminhando, aí abre a porta, surge um monstro, tu leva um susto e antes de reagir ele te mata.
Aí a fase recomeça, tu já abre a porta já de bazuca na mão... E mata o monstro. E aí você entra e descobre que atrás do monstrão, tinham 5 monstrinhos. Você tenta correr, trocar de arma. Eles te matam.
Aí lá vai você de novo, entra de bazuca na mão, mata o monstro, e antes de aparecerem os monstrinhos, já tá soltando o dedo na metralhadora. E aí você passa.

Clássico.

Pois bem... Temos o filme. Temos um vilão que JÁ não queria mesmo fazer as coisas pelas regras, ele só queria matar todos ali [e alguém me explica como ele convenceria a vidente a ficar amiga dele depois que ele matasse toda a família dela], e mostram para ele a cara de cada membro do "exército" oponente, assim como cada golpe especial e arma secreta.

Convenhamos... 30 segundos depois daquele cena o cara deveria virar para o seu vice-vampirão e dizer "Agora que sabemos quem são e o poder de cada um dali, quero o nome e endereço de todos, e quero-os mortos em 1 semana. Leve tantos quantos necessários. No 8º dia estamos aqui de volta."

Ok, a bonitinha poderia ter uma visão disso tudo. Mas cacete! Se ele resolvesse reunir 500 ao invés de 30, ela só ia poder sentar e chorar. Qual a base do poder (governamental, quero dizer) dele? A Dakota Faning, alguns membros da Família Hanson, o figurante do Harry Potter e um cara que parecia o vampirão-chefe do Anjos da Noite? Só porque eles matam de forma diferente? Nada que munição explosiva na cabeça não resolvesse. Para o cara ficar no poder ele deve ter muito mais vassalos do que aquilo. Mal explicado, muito mal explicado.

Por falar nisso, qual a utilidade do vampiro-loiro-anti-social? Ficou lá na casa dos mocinhos, dando uma de "sou o fodão eremita", ficou olhando do alto da árvore, depois saiu do filme sem nenhuma utilidade.

Dica para quem fizer a refilmagem no futuro: esse tipo de coisa você pode cortar! Tem gente que vai ver o filme sem ter lido o livro, essas pessoas não fazem questão de que apareça na tela cada personagem, só para constar que apareceu.

Estava passando Homem-de-Ferro na TV agora... Começo do filme. Deixei ligado por alguns instantes só para rever a explosão da montanha. Aí o Stark entra no carro... Tem uma explosão... E ele está na caverna! Notaram a falta de algo? Cortaram toda a conversa dentro do carro com o figurante batendo foto e depois da explosão cortaram toda a parte dos figurantes morrendo em batalha.
É isso que se faz quando você tem algo para contar e não tem tempo. Você corta os figurantes! [ok, nesse caso foi só porque a Globo queria acabar o filme logo. Mas a idéia é a mesma]

Imagina se cada filme adaptado fosse colocar cada pessoinha do livro em tela... Watchmen, por exemplo,  MUDOU O FINAL da história, e fez isso tão bem feito, que fico na dúvida se não foi uma solução melhor que a do quadrinho até. Humm... Melhor não. Não sei. Mas certamente mais redonda.

Mas divago...

Pensando bem, voltemos a divagação, porque acabei de lembrar das duas....eeerr... digamos... como direi?.... BRASILEIRAS do filme! Que porra era aquela?
Pareciam figurantes de algum filme pornô asteca! Podia ser pior, mas nem indígena elas pareciam. A do final, que foi levar o filho mestiço até podia enganar muito vagamente, mas as duas principais não. Vejam o filme (ou rapidamente a foto aqui), voltem e cliquem neste link, neste, neste ou neste vídeo. Essas são mulheres ticunas.
Ok, a Zafrina [deu um baita trabalho agora descobrir o nome da personagem] era gata [ela na verdade é inglesa com sangue africano e espanhol], mas CACETE!, de indígena brasileiro não tinha nada ali! Só faltou o poder dela ser a lambada ["A Dança Proibida"]. A outra você nem percebe que existe, mas de índia também não tinha nada.

Mas a propósito, gente de Hollywood, quando resolverem rebootar os filmes do X-Men, a Judith Shekoni daria uma excelente Ororo. Teria que checar como ela fica de cabelo branco... Mas sabe de uma coisa? Mutante ou não, num eventual futuro filme, tinham que sumir com isso. A Lola/Yuki/Nova do Patrulha Estelar não era loira na versão com humanos e foi uma decisão correta. Ficaria bizarro uma japonesa loira no meio da história e ainda tentar levar o filme a sério.

Ah, outra coisa... Baita batalha... E aí no meio dela... O Grito Wilhelm!!
Putz! Foi pedir para sair do clima. Mesmo que isso não seja conhecido pelas garotas que leem Crepúsculo, ficou um gritinho... me perdoem a incorreção política... mas ficou um gritinho "afeminado" no meio da ação! Não combinou.

Mas é isso! Notaram que vocês leram até aqui e ainda mal falei do filme? Pois é... Filmaço, hein! Supimpa! Ô! Eu não tenho palavras... é Oscar na certa!