segunda-feira, 15 de setembro de 2014

The Last Rites of Ransom Pride

Duração: 1h22min  --  Ano: 2010  --   Trailer / outro trailer
De: Tiller Russell (de nada interessante)
Com: Peter Dinklage. Isso mesmo, o Peter Dinklage! Eu disse PETER DINKLAGE! [Estou zuando o tom, claro, ele só faz uma ponta; mas acho que a única maneira de fazer alguém se interessar por este filme é falar que o Tyrion de Guerra dos Tronos está nele.] Falando sério agora...

Com: Lizzy Caplan (de Cloverfield - O Monstro e Hot Tub Time Machine), Dwight Yoakam (de Os Três Enterros de Melquiades Estrada, Bandidas e Adrenalina 2), Jon Foster (só filme ruim), Cote de Pablo (do seriado NCIS), Scott Speedman (o mocinho da trilogia Anjos da Noite), Kris Kristofferson (da trilogia Blade e... [eu estava olhando a lista de filmes deste cara, tentando lembrar onde eu o conheci e porque ele é famoso - porque a lista tinha muita porcaria - e aí o Wikipedia me ajudou: esse cara é um compositor de música country!, ser ator deve ser só um passatempo, então era daí que eu o conhecia!] [mas filme... continuo não lembrando qual o 1º onde o vi]), Peter Dinklage (de Vira-Lata, o Super Cão) e Blu Mankuma (de Mundos Opostos e do seriado Forever Knight [adorava essa série! e o texto do link está +/- errado, porque eu vi essa série foi é na TV aberta mesmo]).

A história: matam o pai da menina e a menina mata o cara que matou o pai. Anos depois, já adulta, o namorado da menina morre e ela promete a ele enterrá-lo na terra da família. Mas... o cara matou o irmão de outra sujeita (uma bruxa (?) mexicana) que não quer devolver o corpo. E temos a sujeita querendo se vingar da menina e vice-versa. O pai do namorado (que já foi matador e agora é pastor) querendo se vingar dela por ter descaminhado o filho. Um amigo do pai ajudando. E um anão no meio da história que também está se vingando de alguma coisa pelo jeito. E um militar aposentando. E gêmeos siameses moribundos.

Opinião: Esse filme estava na minha lista para ver a anos. Eu não lembro porque. Algo me fez ficar curioso na época. talvez tenha sido só a estética amalucada. Não sei. Provavelmente os mini-trailers de 20 segundos que saíram na época.

O filme é uma mistureba de paisagens legais e enquadramentos bonitos (apesar de eu não gostar da tonalidade usada) com a impressão que ter sido feito como um trabalho em grupo pra faculdade - mas tinha gente demais do departamente de arte e gente de menos na parte de redação.

E provavelmente alguém bem chato da parte de montagem, que não devia ter muito que fazer e insistiu em cortes abruptos que as vezes servem como flashbacks relâmpagos, e outras vezes só estão lá porque, pelo jeito, o cara precisava fazer alguma coisa para justificar o salário. Irrita depois de 10 minutos. Os tais cortes as vezes estão resumindo a cena que acabou de acontecer e que ainda lembramos com perfeição. Para que eu precisava de um resumo dela?

Sinceramente, se não fosse a atriz bonitinha [enquanto eu via ela me lembrou a que fez a Pekkala] eu talvez não tivesse suportado tanto tempo. Lá no começão, quando o filme ainda era só uma idéia, saiu um teaser com atores completamente diferentes e uma loirinha genérica como protagonista (mais um ponto a favor da minha teoria dele ser um tipo de projeto, e não algo perfeitamente planejado). Nada contra loiras que parecem ter saído de Coyote Ugly buscando vingança no México de 1911, mas... aquele trailer não inspirava nenhuma confiança. Os seguintes (tanto os longos como os de 20 segundos) foram mais divertidos e os atores pareciam finalmente terem sido escolhidos "direito".

Mas ainda é muita canastrice (exceto pelo Kristoferson, mas que aparece bem pouco), numa história bem rala, que é uma desculpa para vários tiroteios e a mocinha principal fazer cara de eu sou foda o tempo todo. Apesar da última cena dela ser uma luta de facas usando uma camisola das antigas, então a última aparição dela em cena nem é memorável. Mas o chapéu de maquinista dela é tao legal, dando um ar steampunk ao visual, que 10 minutos depois do filme você provavelmente só se lembrará dela desta forma. E no dia seguinte você nem mais lembrará do filme.

Bom para uma tarde modorrenta. Mas nem tanto, que se der sono, a preguiça falará mais alto e você preferirá tirar um cochilo. [foi exatamente o que aconteceu comigo, e eu optei pela soneca de meia hora. e só resolvi terminar o filme depois só porque eu realmente estava sem nada melhor para fazer - e se deixasse para ver outro dia corria o risco de nunca terminar].

E para ninguém falar que eu estou sendo mal com o coitado... Algumas opiniões de outros sites. [e eu juro que não induzi o Google, peguei as primeiras páginas que vieram colocando o nome do filme + "review"]

"A boring, one-dimensional film with an uninteresting plot" (Blog Critics), "falls well short of the mark" (Screen Daily), "what can go wrong? As it turns out; everything." (Cinema Blend) e, resumindo, "Well, it's a big pile of shit." (Den of Geek).

O pior é que a produtora desse filme começou com ambição (vide The Hollywood Reporter e Film School Rejects) [ah, a ironia...] como se fosse ser alguma revolução. Bem... Para cada história de sucesso há muitas de fracasso. Mais uma para pilha.

domingo, 14 de setembro de 2014

Atualizações fora de ordem

Minhas postagens não são colocadas no ar na ordem que eu as faço. Eu posso ler um livro em janeiro, por ex., rascunhar o texto sobre ele (ou não) e terminar apenas meses depois. E aí, quando eu o colocar no ar... Eu o coloco em janeiro!, não no mês atual. [mas claro, não é sempre que isso acontece]

Eu prefiro assim; que além de lembrar quando li ou vi algo, não fica estranho uma postagem dizendo "acabei de sair no cinema" para um filme que saiu de cartaz no ano anterior. E quem achar a postagem pelo Google, não faz diferença.

Mas para alguém que acompanhe o site [descobri que existe!], ferrou! Essa pessoa teria que ficar passeando pelo site o tempo todo procurando o que surgiu depois numa data anterior. Pois então... Eu já havia pensado na possibilidade, mas não em como resolvê-la. Mas agora que sei que existe alguém [talvez o primeiro de muitos? nunca se sabe], sempre que fizer isso vou largar uma postagem como esta. [e mesmo se o Anônimo for meu único seguidor, tudo bem, fazer essas postagens não levará nem 5 minutos quando precisar - e eu preciso tratar bem os clientes.]

Mas vamos lá. Atualizações em ordem maluca de hoje:

The Chessmen of Mars (quinto livro da série iniciada com o Um Princesa de Marte), postado em abril/2014.
Godzilla (2014) & Gojira (o filme atual e o de 1954), postado em junho/2014.


PS: fui testar se aquele link no fundo "Assinar: Postagens (Atom)" serviria para cadastrar um email e ser avisado de novas postagens. [três ou quatro anos de blog, e eu nunca parei para olhar aquilo lá direito.] Bem, acabei de descobrir que não dá para cadastrar um email, mas lá as postagens são listadas nas datas reais em que foram ao ar (ou alteradas, caso eu tenha mexido alguma coisa - geralmente corrigir um erro de gramática que eu não vira antes). Muito bonito, mas... Isso deu certo no Internet Explorer. O tal link não funcionou no meu Chrome e no Firefox mostrou as postagens na ordem que eu coloquei, não na ordem que foram postadas. Resumindo: não é a coisa mais confiável ou fácil de entender do mundo.

Então a idéia de fazer esta postagem não é de todo o mal. Vou mantê-la.

sábado, 9 de agosto de 2014

Estantes para livros x Brasil

Preciso comprar estantes para livros. Chega uma hora que não adianta mais colocar livros em 3 "camadas" (isto é: livros na frente de livros que já estavam na frente de livros), nem ocupar todas as prateleira da casa [enfeitinhos e fotos, foram todos para caixas de sapato], a parte de cima da torre do computador, a tábua de passar roupa, e a mesa da sala (mesmo porque, nesses últimos casos os livros ficam deitados, e eu não gosto disso, deforma).

Já faz algum tempo que estava pesquisando e não achava nada. NADA! Nem cara existe por aí. Estantes para MUITOS livros, eu quero dizer. Para poucos tem os modelos bobinhos de sempre [de quem tem 5 livros na estante, só leu 1, e não joga todos fora porque fica legal esteticamente]. Pelo jeito só mandando fazer. Ou se contentar em comprar várias padronizadas (e caras, mesmo sendo vagabundas e não ajustáveis) e ir colocando lado a lado. Ou comprar de metal ou aquelas coloridas de biblioteca pública.

Esbarrei com este texto agora, de 2012:
Triste realidade brasileira: não há estantes de livros à venda - porque as pessoas não têm livros em casa.

Pois é. Não tem. E aí eu resolvi fazer o teste que o cara fez e fui na IKEA. E estava lá, na primeira página, entre os primeiros resultados, uma estante lisa, alta, de madeira e com prateleiras ajustáveis. Simples e eficiente. Do tipo que qualquer dono de livro pensaria como o modelo óbvio. Se eu morasse nos EUA, teria comprado agora, na mesma hora, 2 ou 3 delas (provavelmente duas + prateleiras adicionais, e mais umas duas sem esquina, para colocar ao lado).

Se alguém quiser trazer na bagagem, de presente, é essa abaixo. Ou pelo menos fica a recomendação. Estante Billy (cód. 290.204.70) [putz, aqui é impossível achar uma boa estante para comprar, já lá é algo tão desdenhoso, que a estante se chama BILLY!, como se fosse um molequinho remelento...]


Tem horas que é chato ser do terceiro-mundo... [e nem somos thundercats nem nada...]. Porra IKEA! Site nacional!! [chequei, e não seria impossível comprar lá para entregar aqui... a Ikea não faz, mas teria como... O problema é que eu já sinto um aperto no peito quanto preciso pagar mais de $20 dólares de envio de livros que custam $5... Pagar $415 na estante + $660 no envio... x3! Estou sentindo o miocárdio fechar só de digitar isso. Não vai acontecer. Terei que comprar algum modelo vagabundo e criar novos buracos nela eu mesmo...]

Bem, essa postagem é 90% inútil, mas eu precisava desabafar.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Transformers 4: A Era da Extinção

Eu nem ia fazer essa postagem. O filme não merece. Mas parece que ultimamente só tenho feito postagens longas e quando eu gosto de algo. Hora de voltar a fazer valer a parte ranzinza do título dessa bagaça.

E porra, que filme merda! [desculpem os termos, mas é a forma mais rápida de resumir toda a situação] Eu tinha esperanças. Achei que iam deixar de lado a parte mais infantilóide e dar um rumo decente. Não ia virar um drama oscarizável, claro, mas não ser vergonha alheia, do tipo que pré-adolescentes, depois de ver, renegariam, para não ficar mal entre os amiguinhos (mas todos teriam visto, claro) que foi esse.

Fiquei feliz só de pensar que os carros caipiras do 2º ou 3º filme estariam mortos nesse. E aí me colocam um robô usando saias! Outro samurai, com mais expressões faciais que os atores humanos! E o robô vilão tinha a cara do Esqueleto (vilão do He-Man)!

Tem horas que eu fico feliz em ver um filme sem história e muitas explosões. Mas precisa ser bem feito. Eu até me diverti com a porradaria do Líder Optimus no 3º filme. Ele puxando uma espada. Ele usando uma escopeta! Mas tudo tem limite... e esse filme não teve. Foi criado por uma criança sem noções de bom cinema. E eu não sabia que o filme tinha TRÊS HORAS!!

Bem, foi melhor que o segundo filme e sei que verei o quinto quando sair. Mas foi muito ruim. É até bom estar postando alguns dias depois de ter visto - no calor do momento eu teria muito mais reclamações, mas agora já estou de bom humor. [mas ficar relembrando o filme não está ajudando] Por falar nisso, cacete!, quer fazer a droga do robô vazar óleo para parecer sangue, OK!!!, mas não me faça a droga do ROBÔ tossir e babar!

Se der na telha depois eu coloco o cartaz na postagem, para manter a tradição. Talvez. Mas esse filme não merece nem uma postagem bem feita.

Um link para o Rapadura pelo menos, que também não gostou, mas sabe explicar que o filme é um fiasco com argumentos e boa educação: Tiro, porrada, bomba e tédio.

domingo, 20 de julho de 2014

Recomendações

Títulos alternativos: "Mid-Season Nerd" ou "I want to lie, shipwrecked and comatose..."

Pois é, o site está meio parado mas, na verdade, tem é um monte de postagens que ficaram no "agora só falta revisar" [a parte divertida é escrever besteira; revisar e formatar nem tanto] [e o bizarro é que em breve surgirão várias postagens ANTES desta]. E não entremos em detalhes, mas foi um mês complicado em que só estava com tempo (e ânimo) de ficar vendo TV [até minhas leituras estão devagar]. Mas...

O que diabos ver na TV entre o fim das temporadas americanas e a volta de Doctor Who? Um nerd precisa se virar!

Tenho que voltar a assistir aos episódios de Capitão Harlock por falar nisso (saiu até filme faz pouco tempo). Mas então, fora Falling Skies (que já era uma merda e agora piorou um pouco - mas eu assisto) [mas não falemos dela, é meu segredo sujo], eu acabei começando a ver duas coisas. [e que virou quatro, porque essa postagem também travou no rascunho]


Gravity Falls! (trailer / abertura)
Subtítulo nacional: Um Verão de Mistérios
Criado por: Alex Hirsch  --  Canal: Disney  --  Ano: 2012 em diante
Episódios: 20 até o momento + 17 curtas de 2 min.

Eu não tenho problema em ver desenho animado e assumir. Eu vejo Phineas & Pherb sempre que noto que é um episódio que eu não vi, o mesmo para Kung-Fu Panda e Os Pingüins de Madagascar, estou esperando a nova temporada de A Lenda de Korra (que parece que voltará um pouco ao estilo da primeira série, com viagens pelo globo - trailer), e não tenho nenhum problema em dizer que assistia Guerreiras Mágicas de Rayearth e Meninas Super-Poderosas quando já não era mais o público alvo disso (se é que fui algum dia). Isso posto... Assisto Gravity Falls. E é muito bom.

A história: dois irmão vão passar as férias com o tio-avô mutreteiro no interior, que tem um lojinha para vender tranqueira para turista. A menina é maluquete, cada episódio veste um casaco diferente e arranja um porco (num episódio muito bom, com viagens no tempo). Já ele usa sempre a mesma roupa, é mais interessado nos mistérios do local, que tenta desvendar com um livro doido que ele encontra no primeiro episódio, e é a fim da ruiva que trabalha para o tio. E o próprio tio, quando ninguém está olhando, é um cara misterioso. Bem, isso vai servir como sinopse.

Algo divertido no desenho é que todos os episódios tem alguma coisa em código para os fãs desvendarem, ou descaradamente (créditos finais) ou em cenas rápidas de páginas do livro (e aí, só pausando a imagem). E tem mais um monte de dicas malucas, referências escondidas e o diabo. A internet está cheia de teorias a respeito (eu na verdade não notei nada, esbarrei nisso por acaso no meio da temporada e perdi algumas boas horas naquele dia lendo a respeito). As teorias vão das completamente malucas (o famoso "esse personagem é o Diabo") até coisas envolvendo o resgate de um irmão perdido em outra dimensão (o pior é que essa faz muito sentido).

Claro, podem ser tudo só detalhes malucos para divertir ou erros de produção. Talvez a placa do carro pareça ser de Stanley (o mítico irmão) e não Stanford (o nome do tio-avô) porque o personagem pode ter mudado de nome durante a produção. Há uma cena em que o porco está vestido de médico numa cena e na cena seguinte a roupa dele sumiu. Seriam dois porcos, um deles sendo um doppelgänger místico do futuro? Mais provável é só que tenham esquecido de desenhar a roupa mesmo. E essa pode ser a explicação para muita coisa. Mas... Eu, de minha parte, quero saber quem é a lhama.

E todos os episódios, por mais isolados que sejam, têm uma história maior por trás a ponto do último da temporada ter terminado num baita gancho. Gravity Falls é o verdadeiro sucessor de Lost.

Volta agora em agosto, junto de Doctor Who.

Agosto será um bom mês.


De algo recente para uma velharia, comecei a ver, meio que por acidente (confundi com Blake's 7) a Red Dwarf! (não achei trailer, fiquem com a musiquinha). É um treco bem... ruim. Mas de repente é o sotaque britânico, não sei, tu assiste a piada tosca mas acha que na verdade ela tem um quê de Monty Python, mesmo que, lá no fundo, saiba que está mais para Chaves (que detesto).

Com: Craig Charles (putz, ele fez uma ponta em Lexx), Chris Barrie (o mordomo da Angelina Jolie em Tomb Raider 1 e 2), Danny John-Jules (fez uma ponta em Blade II), Norman Lovett, Robert Llewellyn e Hattie Hayridge  --  Criada por: Rob Grant e Doug Naylor
Canais: BBC 2 (até 1999) e Dave (2009 em diante).
Episódios até o momento: 61 (10 temporadas, a 11ª estréia em 2015)

Ok, ok... Não é assim, TOTALMENTE ruim. É ótimo para ver com sono e neurônios desligados. E revisando a história da Blake's 7, acho que no final era a Red Dwarf que eu pretendia ver mesmo. Eu sabia que uma das séries (ou a Blake's 7 ou a Red Dwarf) tinha uma premissa de gente que foi congelada por alguns milhões de anos na nave e, durante todo esse tempo, um dos gatos de estimação acabava ficando solto e dando origem a uma nova raça inteligente, que evoluiu no local ao longo deste tempo. Comecei a ver Red Dwarf sem saber direito qual era ela (na minha cabeça, as duas séries eram de comédia).

Mas resumindo a "história" rapidamente: temos dois técnicos da nave, do mais baixo escalão possível, um completamente desleixado, sujo e bagunceiro (Lister, o boa praça da dupla) e outro, todo metido a certinho e puxa-saco, mas igualmente incompetente (Arn, o babaca). Daí que o bagunceiro é punido e resolvem congelá-lo sem salário até chegarem na Terra. No meio tempo há um vazamento radioativo na nave e... todos morrem menos ele. O computador (Holly) resolve então esperar a radiação dissipar antes de acordá-lo. Isso leva 3 milhões de anos. Ao acordar, Lister descobre que as únicas companhias que ele têm são um homem-gato (chamado Cat), o antigo companheiro de quarto, agora revivido em forma de holograma, e o próprio Holly, o computador da nave, que aparece nas telas na forma de um cinquentão. E por algum motivo voltar para a Terra de forma rápida não é uma opção.

Sobre o gato, eu esperava alguém maquiado estilo uma peça de Cats com baixo orçamento. O que me surgiu foi uma versão magra do James Brown, com aqueles paletós coloridos, usando dentes de vampiro! E todos os trejeitos amalucados e exageradamente estereotipados da inspiração. Apavorem-se! Se o seriado fosse atual (ou americano), provavelmente chamariam de racista e seria cortado. Se bem que se o personagem continuar exatamente igual pelos 10 anos da série, talvez encha o saco. Todavia, cada temporada só teve 6 episódios. Se não fossem tão poucos, talvez nem começasse a ver.

E ficamos assim, 4 personagens sozinhos numa nave vivendo situações ridículas com efeitos especiais bem sofríveis.

Eu falei que a série é ruim, mas estou vendo... Porque isso? Estava pensando em como descrever a situação e ao mesmo tempo não parecer que ela é uma droga e eu sou masoquista. Cheguei numa boa solução: ela é hipnoticamente ruim! Bem, as duas primeiras temporadas pelo menos.

Na terceira temporada eles mudaram muita coisa. Começou aquele papo de monstro da semana, um personagem da 2ª temporada voltou como regular, mas com uma personalidade diferente (e meio irritante), e começaram aqueles famosos episódios "estamos sem grana, inventa uma desculpa e vamos filmar na Terra" (vide também toda a última temporada de Lexx). Aí eu comecei a temer que ela ficasse apenas ruim. Mas cheguei já no quarto episódio e ainda está no mesmo nível de diversão suficientemente aceitável. Estou evitando esbarrar com spoilers dos episódios futuros, mas pelo que li, só a oitava temporada é que é universalmente considerada ruim.

E eles arranjaram uma solução criativa (isto é: muito pilantra) para resolver os ganchos e alterações da segunda temporada para a terceira: eles colocaram um texto rolando, estilo Guerra nas Estrelas, em que eles explicam tudo o que aconteceu e como se resolveu depois e pronto!, aí eles podem continuar como se nada tivesse acontecido. E o letreiro passa tão rápido que eu tive que ir parando a imagem para ler. Muito safados.


Mas então... ficam as duas recomendações completamente opostas. Um seriado antigo perfeitamente aturável [principalmente para quem já passou por Lexx]. E um desenho moderno com zuações nerds e (talvez) mistérios mais elaborados que Lost (mas lembrando sempre que nerd é foda... bola teoria com qualquer coisa e vê detalhe onde nem o autor estava pensando nisso...).

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

E aproveitando o tempo que essa postagem ficou esperando revisão, mais algumas recomendações:

The Last Ship (trailer) foi uma ruim boa surpresa. Pior que eu só não passei reto pela chamada porque vi que o Eric Bana estava no elenco, só já assistindo o episódio é que notei que eu li errado (era Eric Dane). A surpresa foi boa porque a série passa o tempo sem você se arrepender realmente. Os personagens são caricatos, mas os episódios são bem feitinhos. Dá para levar numa boa. Mas é ruim porque cada episódio são como pequenos filmes do Steven Seagal de 45 min. E não dá para chamar algo que seja descrito assim de "bom". Mas eu não esperava nada demais realmente, posso viver com isso. Tem até o Jayne, de Firefly, no elenco!

A história: navio fica no pólo por 4 meses, incomunicável, praticando exercícios militares. Ao mesmo tempo dão carona para uma cientista (a verdadeira razão deles estarem lá, mas eles não sabiam) que foi estudar uns passarinhos. Quando a missão finalmente termina eles são atacados por russos que querem a pesquisa - e descobrem que a Terra está sendo devastada por um vírus mortal. A cientista sabia disso, a pesquisa dela é justamente pela cura. Agora eles precisam se virar sozinhos, boiando por aí, evitando serem contaminados e fugindo dos russos, até terem uma vacina e salvarem o mundo.

O ruim é que mal cheguei no terceiro episódio (dos 4 ou 5 que existem por enquanto) e já fiquei sabendo que a série foi renovada para mais uma temporada. Ou seja, a cientista super-foda, que tem certeza que faz e acontece e mapeia DNAs em 15 minutos... vai ficar enrolando pelo menos 2 anos para descobrir uma cura. Os canais de TV deviam realmente voltar a pensar em fazer minisséries com início, meio e fim, em 1 ou 2 anos e pronto! Se ficar bom, OK, deixa saudades, mas pelo menos não ficam enrolando, enrolando, enrolando e aí cancelam sem conclusão. Pelo menos as temporadas serão curtas, de +/- 12 episódios. Bom seriado para hora do jantar, mas nada que você precise apresentar para a namorada ou discutir episódios com amigos.

[ATUALIZAÇÃO 25/AGOSTO: ok, minha previsão foi errada. Leve spoiler a seguir: a cura foi encontrada. Agora é esperar pelo 2ª temporada, que deve ser bem mais urbana...]

E no tempo que levou até eu revisar esta postagem, Korra voltou! [na verdade, não conferi a data, mas acho que já tinha voltado e eu que não notara]

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Mudando um pouco de assunto, quadrinhos rapidamente. Agora que as coisa acalmaram eu estou lendo um tal de Enigma (de Peter Milligan e Duncan Fegredo). Esbarrei numa dessas listas de "10 QUADRINHOS QUE MUDARAM O UNIVERSO!" e esse tipo de exagero, e junto do tradicional (Sandman e Y, The Last Man, por ex., apesar de eu ter achado Y só legalzinho), tinha esse lá, único da lista que eu nunca nem ouvira falar. Resolvi conferir. Ainda estou na segunda edição (de 8), mas prendeu a atenção. Outro que eu comecei faz tempo e parei no meio, mas quero voltar nele ainda é o Blue Estate (12 edições). Conheci esbarrando numa imagem de uma dançarina de cabelo chanel e fui pesquisar se aquele desenho era de algo ou algum devianart aleatório. E era a capa de um dos encadernados desta revista. Foi o que me bastou [eu realmente não sou exigente na hora de ficar curioso com algo]. Estava legal até onde parei, fica a recomendação também. E acabei de descobrir que virou até jogo: trailer da história / trailer de ação / resenha (mas aí eu não recomendo nem nada, não joguei).

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

E terminando a postagem, procurando um trailer para Gravity Falls acabei perdendo um bom tempo no Youtube, ouvindo versões alternativas do tema de abertura (um dos mais legais dos últimos tempos). Seguem as melhores:

Piano  --  Rock  --  RAP  --  Rock outra vez  --  Dramático  --  Orquestra

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Office 2010 Portable x StackHash_0a9e

Lá na minha postagem sobre o Walla eu comentei com alguém que a próxima maluquice bizarra que desse no meu computador - e que eu conseguisse resolver - eu voltava para ensinar também (vai que mais gente passa depois pela mesma coisa...).

Esse rolo deve ser muito menos comum, mas depois de sofrer para resolver... Vamos lá:

Contexto: Windows 7 x64 x Microsoft Office 2010 Portable.

Estava eu alegremente usando o Office (foi o Powerpoint na hora) e aí deu um erro. Ok, não era nada urgente, fui fazer outra coisa e desliguei o micro. Na volta... Cadê que funcionava? Não só ele, o Office inteiro. Nada entrava. Nem o Excel, meu braço direito.

O problema: Quando não era StackHash_0a9e era RelaunchUsingCreateProcess
(o primeiro aparecia no detalhe, ao tentar rodar do HD, o outro do DVD backup). Os programas nem abriam. Erro de cara. Modo de segurança não adiantava. E não havia o que reinstalar (?), porque era a versão portátil.

Site e mais sites e reinícios depois, após testar ajustes no DEP (desnecessários ao final), modos de compatibilidade, fazer o Windows travar derrubando manualmente alguns processos... Acabei achando a solução meio que por acaso neste endereço (que repetia algo que eu já tinha lido, sobre arquivos template corrompidos [que provavelmente foi o caso], mas eu dei mole e não os achei na hora. acontece...).

A solução: simplesmente apagar a pasta abaixo:

C:\Users\SeuUsuário\AppData\Roaming\Thinstall

Foi lindo. Resolveu na hora. Sem reiniciar e nem estragar nada (como eu fiz com algumas coisas no processo).

Perdi algumas configurações do Excel e, se não estivesse já tão puto na hora, talvez devesse ter apagado os arquivos aos poucos, até excluir exatamente o culpado. Mas não foi nada que 10 minutos de reajustes não resolvesse. Na dúvida, apaga tudo mesmo.

E é isso. Dessa vez a explicação foi rápida. Abraços!

sábado, 14 de junho de 2014

Godzilla (2014) & Gojira

Nome original: Godzilla
Duração:
2h03min  --  Ano: 2014  --  Teaser / Trailer
[citação legendada do Oppenheimer aqui]
De: Gareth Edwards (de Monstros)
Com: Aaron Taylor-Johnson (o Kick-Ass), Ken Watanabe (de Cartas de Iwo Jima e O Último Samurai) [totalmente sub-aproveitado neste filme], Bryan Cranston (de Malcolm in the Middle, Breaking Bad, e Sabrina, a Aprendiz de Feiticeira), Elizabeth Olsen (de Três é Demais [fico feliz de nunca ter assistido isso] e Os Vingadores 2) e uma rápida participação de Juliette Binoche (A Liberdade É Azul).


Uma porrada de postagem por aí falando sobre Godzilla...Por mais que eu faça um monte de postagem sobre coisa pop também (vide Malévola e Homem Aranha logo abaixo), eu sempre fico naquela de que não vou ter nada a adicionar [e geralmente não tenho mesmo]. Então pensei em algo... Eu estou devendo a mim mesmo ver o Godzilla original faz muito tempo (vi alguns aqui e ali, mas nunca o primeirão). Vou dar só uma palhinha sobre o novo, e vou falar do velho!

Vamos lá... O novo... Vou separar o filme em dois: o lado humano e o lado monstro.

O lado humano. Eu, sinceramente, acreditei quando falaram lá atrás que no filme teríamos o drama humano durante uma ataque de monstro. Beleza, o monstro está atacando. Mas o que isso significa para as pessoas que estão desviando dos destroços? Seria uma espécie de Marvels kaiju? E eu vi o outro filme do cara, o Monstros (já resenhado) onde, realmente, os monstros eram secundários. E eu adorei aquele filme. Por falar nisso, já saiu o trailer longo da continuação.

Aí veio o "lado humano" desse, na forma do pai do Malcolm in the Middle com aquele drama clichê de "Foi um alien/vampiro/monstro/fantasma/dingo/pé-grande/bruxa que <verbo> a <pessoa>!! Porque ninguém acredita em mim???" Mas ok, o cara é um bom ator, todos gostamos dele. E aí ele morre no começo. E o foco passa a ser o filho militar sem graça e a esposa mais ainda. Porém... Na verdade, acho que o cara (o pai) não teria mesmo muita utilidade dali em diante da forma com que o filme foi feito, então dane-se. Parece que tivemos essa amostra grátis de drama "e agora voltemos à nossa programação normal!". Mas pô... Foi promessa não cumprida. Até Cloverfield focou mais no lado humano. Mas eu não liguei muito para as pessoas. Nem o filme me fez ligar para elas. Podia falar várias páginas sobre a irrelevância deles. Falemos da parte boa.

O lado monstro. Mas para andar logo, só tenho 3 coisas para dizer.

1) Cacete!? Ninguém aprendeu nada em Transformers 2? NINGUÉM quer ver órgãos reprodutores gigantes. Mesmo que seja só algo que pareça um saco de água cheio de girinos. Aquela imagem mudou o clima da cena de monstrão bizarro "realista" para "Go, go, go, Power Rangeeeeeeeeeerrrss!"

Peraí até, aproveitando que estamos falando de anatomia, como assim o monstro fêmea cresceu numa base militar, naquela salinha, até aquele tamanho?? E apesar da referência óbvia dos nomes MUTO x Mothra, o bicho voador estava muito mais para o... [momento de ir no Google, porque fora o Mothra, Rodan e Guidora eu nunca sei o nome deles...] Megaguirus!, até mesmo pelos bracinhos de louva-deus na frente. Então a referência podia muito bem não ter sido feita (e ainda vai tirar o peso se depois realmente usarem a Mothra). E lendo mais sobre eles agora, aquela cabeça chata pode ter sido inspirada num tal de Gyaos (esse eu não conhecia).

2) O Godzilla desviando do navio... Pô... Ok, ele tinha que ser o herói e amigo da criançada, mas algo legal sobre o Godzilla é que, originalmente pelo menos, ele está pouco se ferrando para as pessoas. [originalmente MESMO ele está contra elas, mas falaremos sobre isso mais abaixo.] Eu aceito o Godzilla lutar contra os monstros no filme e nos salvar no processo, mas isso seria um mero acaso. Ele tinha que estar pouco se lixando para aquelas baratinhas humanas em volta dele. Ou se a idéia era essa, que tivesse ficado bem claro.

Eu até gostei da motivação que deram para ele nesta nova versão (onde nós somos irrelevantes). E provavelmente centenas de milhares de pessoas morreram enquanto ele lutava contra os carrapatões, mas no filme inteiro, à mostra, acho que não há nenhuma morte causada (indiretamente ou não) pelo Gojira Amigo-da-vizinhaça. [não lembro mas, se bobear, nem havia sangue no filme] E na única cena em que ele teria dado uma mera ombrada no navio, em linha reta, ele desvia! No Godzilla 2000 (+/- resenhado aqui), ele vai lá na cidade, luta contra o monstro da vez e, no final, só de sacanagem, começa a destruir tudo no caminho de volta. Se ele falasse, poderia muito bem ter dito "I saved your tiny asses! Your asses ARE MINE! HAHAHA! Vuuuuuuuuuuuuuushh! Onde está seu deus agora!?." [obs: "vuush" foi a primeira coisa que eu consegui pensar como sonoplastia do bafo atômico]. Eu preferia que o Godzilla atual, no mínimo, tivesse sido completamente indiferente às baratinhas correndo pelo chão.

Passeando pelo Wikizilla, eu esbarrei numa frase que eu gostei: "(...) Godzilla (...) in the Heisei series of films is depicted as a force of nature, neither good nor evil (...)" E é assim que tem que ser.

[cacete, eu não sei ser sucinto...]

3) BAFO ATÔMICO! Ha! Eu passei o filme todo imaginando "será que vai ter?". Muito maneiro. Eu sei que um filme tem que ser muito mais do que isso, e etc, e etc. Mas dane-se! Eu queria ver um Godzilla bem feito (por falar nisso, adorei o novo tamanho absurdo dele). Eu queria ver briga de monstro (que nem foi tanta, mas acho que foi na medida para você sair do cinema querendo ter visto mais - ao invés de reclamando do excesso). E queria um Godzilla que soltasse raios! MUITO BOM! E depois ainda faz de novo, num fatality que provavelmente levará anos até ser superado. "Tu aí, monstro! Eu... cansei... desta PORRA! KAVUUUUUUUUSSSSHHHHHHH!!!" Lindo!

E só terminando, espero que aproveitem na continuação aqueles buracões que estavam usando nos virais do filme. Seria interessante ver algo saindo de lá, eles são legais. Há outros virais envolvendo outros buracos também. Acabei de lembrar até, podiam sair deles o bicho do 1º trailer, que era a versão inicial do monstro vilão e que acabou não sendo aproveitada.

Agora deixa eu ver o filme antigo (acabou de sair em blu-ray) e depois eu volto.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -


Nome original: ゴジラ (Gojira)
Duração: 1h36min  --  Ano: 1954  --  Trailer  --  País: Japão
De: Ishiro Honda  --  Com: Takashi Shimura, Akira Takarada, Momoko Kochi, Akihiko Hirata e Haruo Nakajima.
◄ clique para ampliar.

De cara, uma surpresa interessante... Filme antigo costuma dar uma enrolada e ter cortes lentos. Todo aquele esquema de mostrar 'todo o caminho do personagem' ao invés de apenas mostrá-lo logo 'lá'. Aparentemente, o cinema japonês não recebeu esse memorando. São cortes bem rápidos, sem enrolação, correndo para contar a história.

Na verdade, o filme soa tão "atual" em seu estilo, que eu tive que ser trazido de volta à realidade quando uma personagem de uns 20 anos comenta sobre Nagasaki com a mesma naturalidade e proximidade com que americanos falam hoje em dia sobre o 11/9. É até uma boa lição de história, porque nos faz lembrar que duas cidades foram destruídas, mas todo o resto do país ainda estava intacto e funcionando. E fazendo filmes.

Algo que o contexto histórico deve ter influenciado é a cena da primeira perseguição. A trilha sonora na cena é legal [eu gosto de marchas militares, hinos e essas coisas], mas é completamente contrária ao que se esperaria da cena. Talvez aquilo seja alguma marcha real dos militares da época.

Todo o resto da trilha sonora de ação é meio bizarra também. Soa como um anime dos anos 70 [ou, novamente, uma marchinha militar animada]. Mas quando eles soltam o drama, fica muito bom. O coral das meninas perto do fim é espetacular (e tem uma lá que é a cara da Lucy Liu) e o tema final também é de deixar qualquer fã de raio atômico triste.

Por falar nisso, eles fizeram efeito especial para a "crina" [espigões ósseos? eu não sei como chamar aqueles trecos nas costas] do Godzilla acender, mas o raio em si... parecia gás saindo de um extintor com problema. Eu esperava algo um pouco mais mal feito, porém brilhante e espalhafatoso (tipo o que está no cartaz, por ex.).

A história: barcos começam a ser atacados e o único sobrevivente faz um relato estranho. Depois um velho pescador surge com uma lenda sobre um monstro marinho chamado Gojira. E o tal lagartão resolve dar as caras pouco após, em plena luz do dia. Mas só para dar um "oi". A destruição mesmo ele deixou para depois, em Tóquio. Antes disso um cientista explica que ele provavelmente vivia em uma caverna submarina desde tempos pré-históricos; e testes com bombas atômicas perturbaram o ecossistema do bicho. E aí temos este cientista, o casal de mocinhos e um "cientista maluco" (mas do bem também) tentando salvar o dia; enquanto repórteres, militares e passantes vão descobrindo se existe vida após a morte.

Depois da animação inicial e correria para chegarmos logo no monstro, o filme parece um pouco mais devagar. Mas ainda foi bem animadinho em comparação com outros filmes antigos que eu me lembre. Americanos pelo menos. Acho que esse foi o primeiro filme oriental em P&B que eu vi. [o que me faz lembrar que também estou me devendo assistir Os Sete Samurais.]

Alguns comentários soltos:

- o trio jovem do filme... Não são bons atores. A garota principalmente. Mas nada que perturbe. Perturba mais é o tapa olho do cientista jovem. E todo o drama exagerado em tudo que ele fala.

- A primeira aparição do Godzilla foi bizarra. No mal sentido mesmo. Parecia um boneco de meia. Com direito a olhos que pareciam bolotas de isopor e tudo. Não sei porque ficou tão ruim (vejam!). As demais aparições dele até que foram bem legais. Ah, mas o rugido! Muito bom! E não é ironia.

- Por falar nisso... Maquetes sendo pisoteadas! Senti saudades! Desde os anos 80 que não via uma.

Bem, mas aí depois de muito grito e maquete posta abaixo, eles fazem amizade com o monstro. Não acredita? Clica aqui. Tá, ok, não fazem. Na verdade o Godzilla morre. Eu até pesquisei depois e ao longo dos demais filmes acho que ele morre mais uma ou duas vezes. Uma delas acho que até foi salvando a vida do Godzuki. Ok, não era ele, mas tinha um Godzilla bebê (chamado Minizilla, é sério) que surgiu depois e foi crescendo ao longo dos filmes até virar o Godzilla principal.

E para quem ainda não tivesse entendido toda a indireta anti-horror atômico do filme, ele termina com o pai da mocinha dizendo: Eu não acredito que Gojira seja o último de sua espécie. Se os testes nucleares continuarem... Então, algum dia, em algum outro lugar do mundo, outro Godzilla pode aparecer.

Eu gostei bastante. Apesar de estar bem fora de época, foi um bom filme. Deu até saudades dos tempos toscos de ver Gorgo na TV e gostar! [é por isso que nem reclamo da criançada vendo Sharknado hoje em dia... Toda geração tem a sua tranqueira.]

E segue outra resenha interessante, que fala também um pouco sobre a história por trás do filme: Bad Movie Planet: Gojira. Apesar do nome do site, eles gostaram. A nota do filme foi "1 cerveja", ou seja, dá para ver sóbrio - e nesse site, isso é a nota máxima!

Mas é isso. Excelente sessão dupla (mesmo não tendo sido no mesmo dia). E apesar dos pesares, recomendo que vejam ambos.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Malévola

Nome original: Maleficent
Duração:
1h37min  --  Ano: 2014  --  Trailer
De: Robert Stromberg (primeiro filme que ele dirige)
Baseado em: A Bela Adormecida, da Disney
Com personagens +/- de: Charles Perrault e Irmãos Grimm.
Com: Isobelle Molloy [muito fofinha], Angelina Jolie (de Hackers - Piratas de Computador, O Colecionador de Ossos [é o filme que notei a existência dela], Tomb Raider e Sr. & Sra. Smith), Elle Fanning (de Compramos Um Zoológico e The Lost Room) [minissérie bem legal], Sharlto Copley (de Distrito 9, Esquadrão Classe A e Europa Report) e Sam Riley (de Na Estrada).

Eu sei que estou virando um velho sentimental e babão [mesmo continuando ranzinza], mas não aceito discussões neste caso: esse filme é uma das coisas mais fofas (se não for a mais) dos últimos tempos. E quem falar o contrário está errado. Sem papo que é tudo uma questão de opinião. Errado e ponto.

Não quero nem imaginar a quantidade de maquiagem ou efeitos especiais para deixar a Angelina com aquela cara lisinha e sem rugas, mas ela está fofíssima também. Até a Aurora, que é meio mongolzinha, não compromete em nada. É fofa. É tudo fofo! E eu sou o tipo do cara desalmado que não gostou nem de Goonies, nem daquele filme da Jennifer Connelly que tem gnomos e um cantor, e nem daquele filme que o garoto voa num cachorro com corpo de dragão chinês. Precisei ir no IMDb e jogar "dragon dog movie" no Google - os filmes são Labirinto e A História Sem Fim.

Eu só mudaria uma coisa... Que era para deixar a história um pouco mais paralela à "versão oficial dos fatos". E agora vem spoiler. Pule o bloco a seguir se não viu o filme.


SPOILERS COMEÇAM AQUI:

Eu teria matado a Angelina. Não a faria virar má de repente (até pensei que o filme faria isso) [e quem acompanha o blog, se é que existe, deve lembrar de meu trauma com a verdadeira mocinha do Oz], mas depois de tudo que aconteceu, se acontecesse algo um pouco mais dramático ali, ainda teria encaixado. Eu teria feito tudo igual, até a luta final. Aí criaria alguma situação para ela não só matar o rei, mas morrer salvando a princesa. O famoso "sacrifício final", "a maior prova de amor" e essas coisas. Claro, com um sorriso nos lábios de quem morre sabendo que fez um bom serviço.
E depois disso teríamos todas as cenas seguintes, com a narração, a coroação no mato, o príncipe, tudo igual, mas ao final, ao invés de termos a Angelina voando, veríamos (talvez imensa, digna de uma rainha, e no meio da floresta mágica) a lápide!

Trágico, mas de uma forma fofa. Mas ok, eu sei que minha mente é um pouco mais negra que o normal. Agora voltemos a nossa programação sem spoilers.

Ah, e claro, do meu jeito, um eventual bardo que ouvisse a história de terceiros, poderia perfeitamente criar a versão em que a bruxa má foi morta pelos valentes soldados que protegiam o rei e salvaram a princesa, sem precisar mentir descaradamente. E do ponto de vista de um soldado raso, teria sido exatamente o que aconteceu.

SPOILERS TERMINAM AQUI.


Outra coisa que eu talvez mudasse, e que não é spoiler, foi a tradução do nome do personagem Diaval. Se você não sabe inglês [ok, ok, hoje em dia "todo mundo" sabe, mas mesmo assim...] você pode deixar passar o trocadilho com a palavra devil (demônio),  que por sua vez é uma adaptação do "nome original" (isto é: o nome Disney) do personagem, que era, "sutilmente", Diablo. Sei lá, em português o caminho diabo, diabal, Diaval não pareceu linear o suficiente. [estou agora curioso em saber como é o nome dele na dublagem] O trocadilho em si não faz falta, o que eu achei legal foi a referência ao original.

E o filme é cheio destas rápidas referências, como a terceira fada que não concede nada à garota, por exemplo. O filme ficou um revisionismo histórico bem legal. Só que a "bela adormecida" dormiu tão pouco no filme, que duvido que ela ficaria famosa por este motivo lá no reino.

ATUALIZAÇÃO: pouco depois de terminar a postagem descobri porque fica tão destacada a cena da fadinha não ter dado o 3º dom para a menina. O plano inicial do filme era mesmo ter seguido o enredo da Disney, de ser o presente dela que não faria a Aurora morrer ao espetar o dedo. Então, por mais que no filme tenha ficado estranho a fada verde não ter dado nada (que eu achei que era só uma piadinha à toa, ao invés de ter sido uma cena cortada), sinceramente, gostei mais da solução do filme.
Porque (um último spoiler antes de continuarmos) esse papo de "amor à primeira vista" ser amor verdadeiro é complicado. No desenho animado original era ainda mais bizarro, porque o cara só via a mulher dormindo. Gostei do beijo do príncipe não ter dado em nada e ele mesmo ter dito pras fadas "Mas, cacete, eu só vi a sujeita UMA única vez!". Se bem que, como a postagem acima diz, explicaria melhor a questão da... vamos dizer... "hora em que tem uma luta entre chamas verdes e amarelas" não ter dado em nada.

Bem... E é isso.

Ah, tá, a história.... Humm... Fadinha boazinha [e alguém me explica, porque diabos os PAIS da menina a batizariam de Malévola?? A Fada-Mãe morreu no parto e a Fada-Pai ficou com raiva da recém-nascida? Bem... pelo menos não darem explicação alguma foi melhor do que ela começar o filme se chamando Benévola e depois termos uma cena do tipo "A partir de agora... Meu nome é MALÉVOLA. HAHAHAHAH"] Mas voltando ao assunto... Fadinha boazinha [relendo a postagem, acho que a minha descrição é spoiler também, então vou esconder quase tudo. Veja o trailer no alto, escolhido propositalmente por ser o único que não estraga cenas do filme, e seja feliz] namora garoto pobre. E como todo garoto pobre medieval, ele quer ser um cavaleiro, um nobre... Rei então? Putz! Já é! E aí  ele apronta feio com a Fadinha (agora já um mulherão).  Ela fica puta e amaldiçoa a filha dele. E aí...

E aí é a graça do filme. Então eu paro de contar. Na verdade, o filme já estava bem legal desde o começo. Eu disse: é um filme todo fofo. Não sou fã de seres mágicos com cara de brinquedo, mas eles aparecem menos de 2 minutos em cena e estavam legais. Por falar nisso, adorei os bichos perto do final, que pareciam um misto de beija-flores gigantes e tatus (!?). Também não fiquei grande fã das 3 fadas madrinhas, mas elas não comprometem em nada. O príncipe então, teve sorte de ter falas no filme. Mas também ficou fofo. E o reis malignos (que não eram fofos) pouco aparecem, então só sobrou cena fofa, fofices e afins. São duas horas de fofura non-stop. Podem ver. [ok, tem 30 segundos de uma cena triste, mas é rápido e, logo depois, a Angelina é tão charmosa que até com raiva ela é uma graça]

E como eu sempre gosto de colocar opiniões contrárias (o que foi fácil de achar para Malévola, muita gente não gostou) [nem o Screen Rant, com quem eu costumo empatar], vamos lá. Achei duas, de um mesmo site, que achei interessantes. Fiquemos com elas:

Badass Digest (1): Maleficent will test the patience of all but the most stultified moviegoer. (esculhamba o filme de todas as formas, mas tem bons argumentos)

Badass Digest (2): (...) a good Maleficent movie would let Maleficent be wicked.
(que relembra algo que, durante o filme, eu também fiquei curioso: o que a Malévola fez para passar o tempo nos 16 anos entre a maldição e a espetada de dedo? Teria sido legal vê-la malevolizando por aí) [mas isso estragaria toda a missão da Disney de nos fazer gostar da personagem] [e na verdade, fora vestir preto, ter um trono, e a maldição em si, não a vemos sendo malévola]

PS: mas o Omelete (nem tanto) e o Rapadura gostaram. Acho que nós brasileiros somos um povo mais... fofo.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

All You Need Is Kill & No Limite do Amanhã

Filme do Tom Cruise chegando... E um bom tempo atrás eu já lera que era baseado num livro japonês. Pesquisei, achei interessante e ficou na minha cabeça de pensar melhor no assunto algum dia. Geralmente é sempre melhor ler o livro antes. Se é para um estragar as surpresas do outro, que seja o melhor estragando as do pior. [ou, pelo menos, mais longo, já que um livro demora mais que 2 horas] [esse talvez não, caso você leia rápido]

Se bem que eu não esperava grandes surpresas. Feitiço do Tempo + Tropas Estelares é como 90% da internet descreve o livro.

"Veja, um alien! Vamos pegá-lo!"

Mas sei lá, de repente haveria alguma reviravolta... [até tinha, mas o filme mudou isso, então não teria estragado] e com a data do filme já bem perto, resolvi decidir logo de uma vez por todas se leria ou não.

Fui no Skoob ver se tinha alguma opinião [além do Google, agora peguei esse hábito] e estava lá um cara dizendo que se você gostou de Tropas Estelares, Scalzi e Guerra Eterna, esse livro era para você. Só livro que gostei! Foi o suficiente. Comecei a ler o dito cujo 15 minutos depois.

Foi o tempo de comprar o livro [sim, eu COMPREI o livro em papel na mesma hora - eu REALMENTE gosto de ter os livros que eu leio na estante] e achar um epub dele para começar a leitura. [só acho um absurdo pagar duas vezes para ser dono de uma coisa, então não entrarei em detalhes sobre a origem da versão digital.] [que li em inglês, para não precisar confiar em tradução de fã brasileiro. As vezes é boa, as vezes... não.]


Título: All You Need Is Kill
Título original: オール ユー ニード イズ キル
Autor: Hiroshi Sakurazaka
Editora: Haikasoru  --  Ano livro / história: 2014 / 2004
Tradução para o inglês: Joseph Reeder e Alexander Smith
Páginas: 202  --  ISBN: 978-1-4215-2761-1

A história: moleque entre exército para lutar contra alienígenas que estão dominando a Terra, mais como uma praga do que como uma força invasora; mas eles têm lá alguma inteligência. E aí morre na primeira batalha. E acorda deste sonho super-realista que teve. Fica com uma baita sensação de déjà-vu ao longo do dia, vai para uma batalha igualzinha, e morre. E de novo. E aí ele começa a ficar bolado.

Cedo ou tarde ele percebe em que merda se meteu (mas não como) e, eventualmente, uma outra militar percebe que está acontecendo com esse sujeito o que já acontecera com ela antes, e o ajuda a entender e, também, a planejar como ele pode tirar proveito disso na batalha (assim como ela fez, na vez dela).

Opinião: realmente, um excelente livro rasteiro. Ação e humor (várias passagens divertidas), personagens legais (até os de apoio, que não têm tanto espaço) e, ao mesmo tempo, todo um enredo militar e do treinamento do cara, que ficou legal.

Ah, e caso você não conheça [eu nunca ouvira falar] umeboshi é esse treco aqui. É um tipo de ameixa do capeta de sabor bem ácido. Perto do final do livro tem uma cena em que voce ficará curioso sobre o assunto. Dá para entender o contexto perfeitamente, mas saber o que é o treco é sempre melhor.

E a "viagem no tempo" até tem uma explicação questionável, mas que tem sua lógica. Dá sentido para o cara ficar entrando nesse loop. Isso leva depois à uma reviravolta no final da história que achei meio confusa, mas serviu para não acabar num mero "e viveram felizes para sempre, matando alienígenas ao pôr-do-sol" [mas eu até que estava torcendo exatamente para isso...]

Ótimo livro. Leiam sem medo se gostam de FC militar e com uma pegada mais leve. A opinião sobre o livro está curta, mas ele também é bem fino [li num final de semana], não dá para falar muito.

Agora falemos do filme também.


Título: No Limite do Amanhã
Título original: Edge of Tomorrow
Duração: 1h53min  --  Ano: 2014  --   Trailer [com legendas de Portugal, porque "Procure-me quando acordares" é muito mais foda que "Me procure quando acordar" (sim, eu tenho uma queda por português correto mesmo em situações em que isso não ocorreria. rs!)]
De: Doug Liman (de Sr. e Sra. Smith, Jumper e episódios de Eu Só Quero Minhas Calças de Volta)
Com: Tom Cruise  (que tu já conhece), Emily Blunt (de Os Agentes do Destino, Looper e Os Muppets), Brendan Gleeson (de Tróia e de 3 dos filmes Harry Potter) e Bill Paxton (de U-571 e Aliens, O Resgate) [ele é o cara do "Game over, man! Game over!"] [e por falar nisso, faz tempo que não sai um bom filme de submarino].

Então... Simplificação, seu nome é Hollywood! Mas... eu gostei. Menos papo e mais porrada. Até um pouco de humor também no meio. Tem uma mudança absurda no final. Duas na verdade. Isso ignorando o fato de que não tem um olho puxado sequer o filme inteiro. Mas estou ok com tudo, a gente releva. E para quem leu o livro, até foi legal ver esse "universo alternativo" do cinema, em que você tem um final fofinho e feliz. [mas não vou entregar como acaba o livro]

A história: é a mesma do livro. Mais ou menos. Eles estão na Inglaterra, não no Japão, a garota é loira ao invés de ruiva, praticamente não temos personagens secundários (tem, mas sem desenvolvimento algum), o herói é um quarentão covarde ao invés de um moleque voluntário, e o extra-terrestre que precisam matar para interromper os ciclos não é só um 'líder de pelotão' aleatório, é um super cérebro responsável, aparentemente, pela coordenação de *todos* os bichos no planeta. [backup que é bom, nada!]

E aí um monte de cena de batalha, troca de olhares, algumas piadas, alguns furos [porque fazer uma baita perseguição policial para espetar o treco na perna? espetava ali mesmo, no sofá do escritório!!! Depois dava um tiro na cabeça e contava para a mulher no ''dia seguinte'': "Opa! Eles estão na França."] Mas esse não foi um filme feito pra ser complexo, foi para ser divertido, então tudo bem. Foi.

Leitura recomendada: a resenha do Omelete [mesmo que eu não tenha visto nada de toda a crítica social à guerra que o cara percebeu...]

Quanto ao livro versus filme... Bem, mudou tanta coisa que o livro virou só uma inspiração. Dá nem para começar a comparar. Tem um monte de site por aí com listas tão grandes, que é mais fácil ler logo o livro. Eu não me incomodo com as adaptações de forma tão raivosa. Eu só teria feito a roupa da garota ser bem mais vermelha, ao invés de só um pedacinho. Pô, ela não venceu só uma batalha e ficou famosa, ela virou uma lutadora realmente absurda depois daquilo [Verdun! gostei!], então a roupa arrogantemente chamativa faria sentido. Se bem que no começo do filme ela morreu de bobeira, fazendo pose pra câmera. Vai entender...

E o filme tinha que dar jeito de ter, ainda que poucas, as explicações para o que estava acontecendo, para poder abrir caminho para a solução. O que estava no livro daria trabalho para colocar rapidamente em cena. Explicar a "reviravolta" do livro então, de forma corrida não ia dar certo (já ficou meio corrido no livro até).Então aceito de boa a quantidade absurda de adaptações e simplificações.

O filme até consegue dar boas soluções visuais para deixar o andamento corrido (como é no livro) e com várias "explicações" subentendidas. No livro, por ex., você precisa que alguém te diga que a Rita faz parte de um pelotão de elite. No filme: o pelotão tem caveiras desenhadas na roupa. Pronto. Em 1 décimo de segundo está perfeitamente explicado.

E o livro ainda tem todo um capítulo sobre a moça, para nos fazer gostar mais dela e deixar o final do livro mais interessante. No filme... Sem ter a luta final = sem infância da Rita menina indo comprar café.

Mas falando do final, eu só não teria dado uma solução tão simplista. Ou, se fosse para ser, que não fosse TÃO simplista.

Não vou dar spoiler abaixo, mas pode ficar meio estranho. Se preferir nem ter dica de como acaba o filme (como se num filme americano a fôssemos ter alguma dúvida), pule o parágrafo seguinte.

No filme, no final, do nada, pela primeira e única vez, algo é afetado fisicamente quando eles voltam no tempo (no filme, pelo que parece, eles realmente voltam no tempo). Pô, qual foi a lógica da almôndega gigante (o tal "Ômega") ter pifado no passado? Ok, o cara ter voltado ainda mais no tempo porque tinha muito mais sangue azul nele... Ou porque ganhou o "poder" *de novo*, mas num horário mais cedo... Solução safada, mas não foi ruim (deixaria sem explicação do porque a almôndega, que tem MUITO mais sangue não conseguir voltar então meses ou anos, mas não importa), o que eu teria achado melhor, já que ele não precisaria fazer todo aquele rolo de escapar do sargento e ainda seria um major respeitado, seria ele chegar para Rita, naquela última cena (com a guerra *ainda* rolando) e ao invés de só sorrir, mandar um: "Primeiro, eu gostaria de agradecer toda a sua ajuda e convidá-la para um café, com 3 cubos, assim que terminarmos essa guerra. Segundo, vem comigo. Estamos indo para Paris. Temos uma guerra para terminar." Minha idéia é CLICHÊ FEITO O CARALHO! [inspirada numa cena do Jet Li em The One, por falar nisso] (*) mas seria fofinha sem a almôndega ter misteriosamente pifado sem ter sido atacada (e ninguém vai saber que o cara que fez aquilo, ele continuará com a fama de babaca covarde). O final como foi, foi um final legal e divertido para um filme completamente descompromissado. Mas parafraseando as sábias palavras de Doc Brown, "Eles não estavam pensando quadridimensionalmente!"

(*) [essa postagem ficou em rascunho tanto tempo (hoje é 27/julho/2015), que fiquei com vontade de rever o The One só para relembrar de que cena estou falando... eu não lembro mais.]

E... safadeza final: minha cena permitiria continuações! :-D  [nesse aspecto, é legal ter acabado como acabou, fica um filme chupeta ali, isolado, sem ser estragado com caça-níqueis posteriores] [mas que podem ser feitos... basta cair outro asteróide almôndegado. Ou... quem disse que já não caíram vários?]

No final, recomendo o filme também. Bem divertido, com alguns momentinhos chatos no meio, mas nada demais. E bem hollywoodiano, feito para entreter com explosões, romance e final feliz. Tem o Tom Cruise e uma loira no cartaz, usando armaduras. Ninguém esperava nada diferente mesmo.

Resenhas alternativas do livro:
Prose and Postulations: "Any story that includes oodles of killing, funny one-liners, giant alien frogs, and names like: Full Metal Bitch, will hold my attention any day."
[curta e divertida, e achei legal que também colocaram uma imagem do Bill Murray na mesma cena que eu usei. É uma boa cena.]
SF Signal:  "I couldn’t put this fast-paced story down."
E essa aqui, que o cara deu nota 7 pro livro, mas achei divertida também:
The Crusades of a Critic: "It is far better written than you would imagine for a war novel about Mole Man aliens." [e gostei deste site, acabei de ler uma longa resenha deles sobre o Fallout 3 e já marquei aqui para voltar lá outras vezes]

E resenhas do filme são fáceis de achar, vou deixar vocês procurarem e ficar só com duas, dos meus sites-padrão: [e depois de mais de um ano em rascunho, quero terminar esta postagem logo. rs!]
Screen Rant: "In the end, Edge of Tomorrow is impressive enough for what it is, with trace hints that it could’ve been something a little bit greater."
Cinema com Rapadura: "outro exemplar digno do gênero, embora entregue um final covarde e artificial que não faz justiça ao restante da projeção"

E pronto! Levou só 15 meses, mas a postagem está no ar! :-D

sexta-feira, 9 de maio de 2014

O Espetacular Homem-Aranha 2

Nome original: The Amazing Spider-Man 2
Subtítulo nacional retardado: A Ameaça de Electro
Duração:
2h22min  --  Ano: 2014  --  Trailer 1 e 2. (recomendo não verem nenhum deles, mas se virem, saibam que várias cenas e tramas acabaram não sendo aproveitadas)
De: Marc Webb (de (500) Dias com Ela)
Com: Andrew Garfield (de Doctor Who) [pode checar!], Emma Stone (de Zumbilândia), Sally Field, o Django, mais algumas pessoas e o Paul Giamatti, que só está sendo mencionado porque... é o Paul Giamatti.

OBS: postagem sem spoilers descarados, mas tem.

A história: o Peter Parker não sabe se termina ou não com a namorada e tenta descobrir o que aconteceu com os pais. Um bilionário que parece o DiCaprio descobre que tem uma doença. E um sujeito mal amado ganha superpoderes. [mas como ia pegar mal dizer que nerds mal amados automaticamente viram vilões, esse cara não só parece sofrer de alguma demência, como ainda fica maligno meio que por acaso]

Resumo do filme: 1º ato: Vaio Vaio Vaio! Vaio? Vaio. Vaio, Vaio e Vaio! E como Vaio! [ok, claro que se os personagens  usam notebooks, eles terão marcas! E pode ser que seja um Sony Vaio, mas no mundo real todos terem a mesma marca, cacete!? O merchandising deslavado ficou ridículo e tirando a atenção.] Ah, e um cara vira um homem elétrico depois de .... Ok, aranhas radioativas também não dão câncer dentro da Marvel, então que se dane a Biologia.

2º ato: "Sem o DNA de minha LINHAGEM essa experiência não pode seguir em frente. Então vou fugir e me esconder. Mas... vou deixar o meu FILHO (sabe, aquela criança indefesa que tem parte do meu DNA, já que é da minha LINHAGEM) na casa desses dois idosos, que são parentes meus, então não é nenhum segredo nem um bom esconderijo, a vista de todos. Ok?" Ok, é um ótimo plano!

3º ato: aconteceu aquilo que todo mundo (que sabe um pouco da história do Aranha) esperava desde o 1º filme. E também, graças à um trailer merda [um dos dois no alto, não vou dizer qual], é possível deduzir, com perfeita exatidão, a última cena do filme e o exato ponto em que a imagem apagará. Ah, e surge o vilão nº 2.

Falando nisso... Pessoal dos trailers perdeu a linha. Teria sido muito mais divertido saber que o filme teria 2 personagens clássicos e na hora surgir um 3º; do que sabermos o tempo todo que eram 3, ver o filme notando que o 3º ainda não apareceu (e você VIU a cena dele no trailer), e aí """adivinhar""" (com muitas aspas) qual será a última cena do filme. Para quê fazer questão de anunciar que são 3 vilões?! Como se isso tivesse dado muito certo no 3º filme... E ainda estragou a cena final.

Opinião: tem altos e baixos, e se eu fosse um cara mais técnico, estaria reclamando. Mas... não sou. Sou um nerd no sentido menos profissional do termo, e ainda por cima nunca fui marvete, então sei só o básico deles. E, sendo assim, eu gostei muito! A história é meio mal amarrada, mas não chega a ser ruim. Seria ruim se não fosse um filme de quadrinho. Mas como era, foi um bom gibi em movimento. Uma história aceitável, intercalada com muita ação e algumas cenas feitas propositalmente para serem belos quadros. Eu lembro que disse isso sobre o Homem-de-Ferro 3 até: o filme foi uma desculpa para, de tempos em tempos, o Tony fazer uma nova pose, ou surgir uma cena num ângulo legal que teria dado um ótimo quadradinho numa graphic novel.

Esse Aranha 2 fez isso também. E ainda colocou estas cenas em câmera lenta, permitindo fazer no cinema o que você varia com a revista: dar aquela parada na história para olhar melhor a arte de um quadrinho em específico. Perfeito! Talvez o filme como um todo não seja. Talvez até esteja longe disso. E ainda detesto a sub-trama dos pais dele [e o "ainda" significa que eu reclamei disso numa postagem sobre o primeiro filme que está em rascunho até hoje...], mas foi um ótimo passatempo. [e resumindo a postagem que nunca foi ao ar: além de reclamar dos pais, achei que o personagem já era muito malandro e bem resolvido desde antes de virar super-herói, mas gostei muito do 1º também]

Fechando: que venha o terceiro. Que terá que ser MUITO bom para suprir uma certa lacuna, mas a gente torce. Por enquanto está valendo o ingresso.

PS: tem uma cena em que o Aranha diz "eu detesto esta música". Ela soou familiar, mas não a reconheci na hora. Para pegarem a piada, a música é a The Itsy Bitsy Spider (A Dona Aranha).

quinta-feira, 1 de maio de 2014

The Undiscovered

Rápida recomendação de conto para vocês lerem:
The Undiscovered
, por William Sanders (ou site oficial).

Estava de bobeira, assistindo uma maratona de Suburgatory [não sabia que já tinha a 3ª temporada e não vira ainda os 2 últimos episódios da anterior], quando resolvi fazer algo diferente. Só ficar no sofá vendo TV em pleno feriado era muita molenguice. E, por fazer algo diferente, meu cérebro entendeu: ler ficção científica! [pois é... mas não entremos no mérito do meu cérebro]

Mas queria ler algo curto, puxei o The Best of the Best: 20 Years of the Year's Best Science Fiction da estante e dei uma rápida folheada vendo os títulos. E aí fiquei curioso com o que é que não tinha sido descoberto. [na verdade, no final, não entendi o título] Na hora pensei em alienígenas em alguma cidade do interior, e quando li a introdução da história, falando sobre o autor, imaginei que seria alguma coisa estilo além da imaginação, e no final descobriríamos que os "homens brancos" na verdade eram aliens cabeçudos. Não. Eram europeus mesmo. E os índios eram mesmo índios. E você fica sabendo isso logo de cara, então não estou estragando nada.

A história: um dia normal na tribo, até que um grupo volta com alguns prisioneiros. Três de uma outra tribo e um homem branco (pele como a da barriga de um peixe e assustadores olhos como um céu sem nuvens), um náufrago que vivia com eles. E como ninguém conseguia falar com o homem branco, ele é posto sob os cuidados de Camundongo, um outro índio com facilidade de aprender idiomas. Eles se "apresentam" e ficamos sabendo que o "nome de guerra" do homem branco é Balança Lança. [pense neste nome... em inglês!]

E daí em diante temos uma curta (18 páginas) e divertida história de como foi a vida do Spearshaker vivendo numa tribo cherokee, e depois tentando adaptar uma de suas mais famosas obras para o universo indígena, com direito a ensaios e tudo. Tudo contado pelo ponto de vista do Camundongo. [uma diversão adicional é tentar entender os nomes e expressões inglesas que o índio não conseguiu traduzir, ou entender quem é Amaledi]

E, como sempre, enrolei demais numa postagem que deveria ter tido umas 5 linhas.
Vão atrás, que a história ficou muito legal.

O conto pode ser encontrado em algum destes livros ou, digamos, no Google [sem querer incentivar a pirataria, claro, mas eu fui lá testar agora e... achei! Sem precisar instalar nenhum programa, nem esperar 30 segundos, nem nada.] [na verdade, de zona, testei de novo, e o próprio Google Books deixou-me ler o conto inteiro!]

domingo, 20 de abril de 2014

The Chessmen of Mars

Autor: Edgar Rice Burroughs
Arte da capa: Michael Whelan
Editora: Del Rey Books
Ano livro / história: 1987 / 1921
Páginas: 220  --  ISBN: 0-345-35038-3  --  Tamanho: de bolso
Tradução para o português: não existe [poxa, Aleph...]

◄ Clique na capa para arte maior e completa.

Yes!! Menos um livro para a meta de ler todos os 11. Vamos lá!
Feriadão, ótimo para pôr a leitura em dia. Mas o plano de ler todos até final de 2014 eu posso considerar furado. O último, antes deste, eu li em jan/2013. Faz mais de um ano! Eu ia escrever que a minha desculpa é que, de lá para cá, eu li 2 dos livros de Guerra dos Tronos e dois da Torre Negra: ou seja, 4 tijolos e, pelo mero volume trambolhal dos dito cujos, isso segurou minhas outras leituras... Mas seria mentira. Porque depois de começar a escrever isso eu olhei melhor (*) e vi que os li em 2012, não em 2013.

[(*), sim, eu tenho uma planilha. Eu gosto de lembrar quando eu li o quê e ajuda a localizar autores e contos quando preciso, além de evitar comprar livros repetidos.]

Em 2013 eu apenas mantive minhas leituras bem variadas mesmo. Pegando para ler vários livros fora do meu padrão de FC antiga e, com exceção dos 3 primeiros livros da Haruhi, não li nenhum que fosse da mesma série que outro. Foi um ano divertido e bem variado, e acho que não li nada de Barsoom por mero acaso. Acontece.

Como esses livrinhos são bons, vou colocar o 6º da série na minha lista mental para breve. Quero ver se começo a ler os livros do Hugh Howey finalmente, então lá vem mais um tijolo. Mas tentarei ler o nº 6 até o meio de ano. E algo que me deixou um pouco curioso com eles: logo no começo do livro o Carter recebe cartas sobre outras coisas acontecendo no país dele. Seriam essas coisas as tramas dos próximos livros?

Mas agora... paremos de encher lingüiça falando sobre planos que foram para o brejo [bem, vou tentar ler todos até o final de 2016 então], e falemos do livro.

Já perdi a conta, mas acho que, até o momento, já temos uns 8 seqüestros ou aprisionamentos de princesas:

Livro 1: a Dejah
Livro 2: a Dejah de novo e, no meio do caminho, o Carter encontra outra princesa (Thuvia) prisioneira, que havia sido seqüestrada antes.
Livro 3: a Dejah é re-seqüestrada.
Livro 4: a Thuvia é seqüestrada 3 vezes na mesma história.
Livro 5: e cá estamos, a Tara (filha do Carter) sai pra passear, perde-se, e é feita prisioneira. Aí vem o sujeito salvá-la e, durante a fuga... Ela é feita prisioneira na cidade seguinte. A foge e... pegam ela de novo. E apesar de não aparecer diretamente na história, ficamos sabendo que a esposa de um cara desta cidade era uma princesa na cidade do mocinho principal - antes, claro, de ter sido seqüestrada.

Acho que estou notando uma certa preferência temática pelo autor. Mas pode ser só impressão minha. Que tolice.

Mas até fui bondoso na minha contagem. Reencontrei um site que visitei faz muito tempo, com resenhas de todos os livros e... a contagem de seqüestros/resgates caso a caso. E de acordo com eles, até o 5º livro temos 19! E acho que eles nem contam os seqüestros que aconteceram antes de cada livro começar, como eu fiz com 2 dos acima.

Por falar nisso, para quem gosta de FC e Fantasia, em livros ou filmes, o tal site (Black Gate - Adventures in Fantasy Literature) merece uma visita bem demorada.

Agora, falemos sério, porque dizendo assim parece que eu não gostei do livro. E eu gostei! Claro, eu não consigo ter um olhar muito crítico, não sou professor de literatura nem nada, então o que me importa é que, ao ler o livro, ele me divirta. Eu falei isso lá na resenha da Trilogia Thraw: os livros eram cheios de forçadas e coincidências exageradas, mas... eu teria adorado ver tudo aquilo numa Sessão da Tarde. E o "As Peças de Xadrez de Marte" é isso, assim como os livros anteriores. É uma aventura meio-velho-oeste / meio capa-e-espada que, praticamente, só é ficção científica porque está em Marte.

Trocando alguns termos, daria para fazer a história se passar todo no mundo de Aladim, por exemplo. Seria num deserto. A pouca tecnologia apresentada poderia ser mágica (ou alquimia). Os seres sem cabeça poderiam ser zumbis. E as naves voadores poderiam ser tapetes. Putz, eu consigo facilmente imaginar a Jasmine nos livros do Burroughs.

Por falar nisso, eu imaginei a Tara como a Amanda Seyfried (de O Preço do Amanhã), mas de cabelos longos e escuros - e pele vermelha, claro. Sei lá. Combinou.

Mas paremos de viajar de novo [eu juro, eu não faço essas postagens nem mamado nem fumado], e falemos da história.

A história: menina gosta de menino. Menino diz que gosta da menina. Menino é visto apenas conversando com outra menina. E a menina original fica chateada. Para piorar, o pai dela resolve apresentá-la a um moço de outra cidade, rapaz de futuro, com carreira. O que a deixa ainda mais fula da vida. E o fato do sujeito ser todo garboso e engomadinho a irrita ainda mais profundamente. E aí ele apaixona-se a primeira vista por ela, e pronto, a garota fica puta de vez.

Qualquer um que assistiu novela nos últimos 30 anos: você já sabe como isso termina.

Mas, incrivelmente, vindo do Burroughs, eu tive uma surpresa. Eu tinha certeza de que o amigo de infância (o cara que conversa com outra moça) iria acabar se redimindo com a menina e o sujeito garboso (líder de outra cidade marciana) iria acabar sequestrando-a.

Na verdade, ele era mesmo um bom moço, e ficamos sabendo disso logo nas primeiras páginas. Isso atiçou minha curiosidade. Aparentemente a história não teria nenhuma princesa sequestrada desta vez. Ser feita prisioneira 3 ou 4 vezes na mesma história? Sim. Mas não foi sequestrada!

Voltemos. Tudo acima aconteceu numa festa no palácio, logo no começo da história. A garota se retira e, no dia seguinte logo cedo, resolve passear sozinha em sua pequena nave. [eu nunca consigo imaginar direito o que o Burroughs tinha em mente com essas naves dele. No começo parece ser um tipo de jet-ski aéreo, mas depois dá a impressão de ter o tamanho de uma lancha, mas sem cadeiras, e grandes tanques embaixo.]

Está lá ela, passeando no céu, fazendo algumas coisas mais arriscadas, típicas de adolescente... E ela é pega numa tempestade. Não uma qualquer, mas a mais assustadora já vista em muitos anos. Chega a derrubar uma das duas torres de Helium (a cidade capital) - o que é um detalhe importante vindo do autor, já que ele sempre menciona a cidade como tendo duas torres. Bem... agora só tem uma.

Ela não chega a ser arrastada como uma vaca num tufão [ou como tubarões num tornado] [onde esse mundo vai parar?], mas a nave dela não tem potência suficiente para vencer as correntes de ar e só sobra acompanhar a tempestade. De forma relativamente segura, mas ainda assim ela vai parar bem longe. E depois do sufoco de dois dias sem comer e dormir, controlando a navezinha, ela avista algo que parece um vinhedo com alguns silos em volta, e resolve descer; para descansar e talvez encontrar água e comida.

Como se ela não tivesse crescido ouvindo histórias horríveis, contadas pelos pais, sobre povos estranhos e violentos por toda a parte, que adoravam sequestrar a mãe dela. Adolescentes...

Se bem que em Marte não existe bússola nem GPS... Então descer e procurar ajuda talvez fosse mesmo a única opção. [mas cacete! Na Terra, mesmo antes de inventarem os dois, você não podia sair navegando ou pilotando sem aprender a se localizar pelas estrelas ou qualquer coisa! E aí, o "rei" de Marte deixa a neta aprender a pilotar sem saber isso?] [e putz... acabei de lembrar que 1 ou 2 livros atrás o irmão da garota inventou o piloto automático! Já era hora de todas as naves terem isso. Ainda mais a droga da nave da PRINCESA!!!, mas vou parar de divagar sobre isso... no dia que eu for rei de outro planeta eu penso em formas melhores de proteger a família real.]

Obviamente, descer num lugar desconhecido nunca dá certo em Marte.

Corta de volta para o palácio. Algumas horas depois da princesa ter saído para passear no céu e a tempestade ter mostrado que não era bolinho, fica óbvio para todos o que ela fez e o problema que ela deve ter arranjado. Mas nas ruas a situação é pior, o governo precisa de toda força de trabalho para ajudar a população no meio de uma calamidade, e também mal dá para decolar com naves para busca.

Mas eis que o líder da outra cidade, cuja nave ainda estava lá estacionada, resolve partir atrás da mulher amada (que ele conheceu por apenas uns 30 minutos). Todavia, a nave é boa mas não é mágica. E depois deles viajarem por algum tempo, ao salvar um outro tripulante de cair da nave, cai ele. E descrevi as primeiras 15 páginas do livro.

Na primeira cidade (a dos "vinhedos") a garota encontra uns seres sem cabeça (se entendi corretamente, no topo do pescoço descabeçado há um buraco, por onde eles se alimentam e, provavelmente, respiram). Ela fica assustada, espera anoitecer, bebe água, come umas frutinhas e aí... Fica presa no lugar, porque tem leões famintos vagando por ali. No dia seguinte, seres com cabeça a encontram e, claro, não eram pessoas de bem. A garota tenta fugir e, por acaso, "arranca" a cabeça de um deles. E aí descobre que a cabeça tem perninhas e que são seres em separado. Basicamente: tem as mulas de carga (que são os corpos sem cabeça, usados para serviços braçais, proteção e como alimento) e você tem seres que são basicamente... a cabeça. Um antigo povo que de tanto buscar o intelecto, evoluiu até quase só sobrar o cérebro. Claro... Porque não?

História vai, história vem. O sujeito que tinha ido atrás dela (Gahan) a encontra, salva e ainda fazem um amigo (Ghek) entre o "povo-cabeça" (kaldanes). Aí eles pegam a navinha dela que estava escondida e seguem sem rumo. Porque não só a droga da princesa não aprendeu nada sobre navegação, mas a porcaria do líder de outro povo e capitão da própria nave também não sabe se localizar. E a porcaria do sujeito que deveria ser puro intelecto passou a vida inteira só tomando conta de seres sem cabeça colhendo amoras! Cacete! O Burroughs também tá de sacanagem, né?

Ah, e a Tara não reconhece o sujeito, já que ela só a viu, a contragosto, por pouco tempo e com ele todo emperequetado, e neste ponto da história ele está usando um roupa qualquer e maltrapilho. E ele, para tentar conquistá-la sem ela já desdenhar logo de partida, entra na onda, inventa outro nome e não conta quem é.

E encontram uma nova cidade. Resumindo, porque a postagem está gigante, todo mundo é feito prisioneiro. O líder maligno da cidade acha a Tara linda e resolve casar com ela, ela o esculhamba de todas as formas, e ele decide matá-la. E depois decide casar com ela de novo. O Gahan vai parar num jogo de xadrez que é jogado com pessoas, que lutam até a morte para tomar cada casa. Detalhe divertido: o Burroughs escreveu as regras deste "xadrez marciano" e elas estão no final do livro.

E claro, como acontece todas as vezes em todos os livros, eles fazem um amigo na cidade inimiga. E o Ghek dá uma ajuda aqui e ali. E tem um velhinho que empalha os desafetos do vilão. E uma outra cidade. E algumas reviravoltas. E fantasmas. [não exatamente] E ratos gigantes. [ok, do tamanho de gatos]

E boa parte do final da história envolve corredores escuros, porque além de não terem inventado a bússola, nenhuma droga de marciano pensa em pegar um pedaço de madeira e fazer uma tocha nessas horas. [Putz... eu me empolgo nessas postagens... Falo, falo, falo... Se deixar rolar eu resumo a história inteira] [e não durmo].

Mas então, apesar do Burroughs repetir à exaustão seus temas preferidos, parece que ele sempre fica pensando numa nova forma de repetir a história, então até que não cansa. Eu achei o livro bem divertido, mesmo sendo bem episódico (que é como foi originalmente lançado). Dos livros da série até o momento, esse é o que melhor viraria um seriado para TV. De X em X páginas algo acontece de errado, como se porque você NÃO pode deixar o mocinho e a mocinha viverem felizes para sempre em 3 episódios. Tem que parecer que vai dar certo, e aí dá problema. E repita. São quase dois livros em 1 porque depois que eles fogem da primeira cidade, se não fosse pelo Ghek você até esqueceria que eles passaram por lá.


Por falar no Ghek, ele é responsável por uma das passagens mais divertidas, em que ele tira um baita sarro do guarda que estava cuidando do cativeiro dele, "mentindo" descaradamente, mas sem dizer nenhuma mentira. Achei engraçada. Podem me culpar. Outra coisa legal é o estilo das falas (lembrando que o livro é de 1921, está quase fazendo 100 anos!): as conversas são sempre totalmente educadas, corretas e arcaicas [lembrou-me os primeiros livros do Guerra dos Tronos, antes de perceberem que na verdade era 'erro' de tradução - mas eu gostei muito mais da tradução do Candeias como estava, de repente até mesmo por isso].

Acaba que o livro não termina da forma abrupta como eu pensei que aconteceria [possivelmente trauma do livro anterior], mas rolou um certo "problema de continuidade": como foi que acharam Helium tão fácil - e rápido - no final da história, se antes eles mal conseguiam se achar? E se é tudo tão perto, como foi que essa cidade ficou desconhecida tanto tempo?

No final, a história do livro passa-se em 1 ano. Eu não tinha imaginado tudo isso não, fiquei com a impressão de uns 4, talvez 6 meses. Mas, como eu já disse sobre outro livro, tudo para o Burroughs leva muito tempo. Acho que se ele descrevesse alguém escolhendo o jantar na geladeira, a frase seria "E tendo contemplando todas suas opções, três dias depois ele optou por apenas uma banana."

E lá atrás, numa das postagens anteriores, eu coloquei dois links para a arte das capas. Pois acabei de achar outro (Dana Mad) com as imagens em uma resolução ainda maior. Putz, sensacional. E vale muito a pena passear pelo resto do site, vendo outros artistas colecionados lá.

Ainda no tema, um passatempo: encontrar em todas as capas marcianas a assinatura do artista (é um círculo com um M e um W sobrepostos, é o logotipo no topo do site, no link lá no alto) [e alguém conseguiu achar a assinatura justamente na capa do Chessmen?]

Mas é isso. Essa postagem ficou em rascunho por 5 meses. Li o livro em abril e estou colocando isso no ar em setembro. [e para constar, ainda não li nenhum outro livro da série... e ainda estou devendo postagem sobre uns 3 ou 4 que li depois desse... já falei isso antes, mas... essa vida agitada de blogueiro ainda acaba comigo. rs!]


Para resenhas dos demais livros da série, clique no marcador John Carter abaixo: