domingo, 27 de dezembro de 2015

Singularidade & Fuga

Título: Astronauta: Singularidade
Continuação de: Astronauta: Magnetar
Autor: Danilo Beyruth  --  Editora: Panini
Com personagens de: Maurício de Sousa
Coleção: Graphic MSP (nº 6)
Páginas: 80  --  Ano: 2014
ISBN: 978-85-8368-087-1  --  Tamanho: +/- uma folha A4.
Em versões capa dura e mole. Páginas coloridas.

Pô, entre a última postagem que fiz de uma Graphic MSP e essa, eu li o Lições, e as revistas do Penadinho e do Piteco. [e lembrei que li o Louco outro dia, mas vou aproveitar e tentar falar dele também ao final]. O primeiro é muito bom, o segundo é legal e o terceiro foi um passatempo ok - mesmo porque, não sabia absolutamente nada dos personagens pré-históricos do Maurício, só sabia que existia um casal de gordinhos da época das cavernas, e só.

Mas então, resolvi que ia terminar de ler todos esse ano ainda. São tão finos, que só não li ainda por falta de vergonha na cara. Não quer dizer que vou fazer postagens de todos [é só olhar pra barra lateral que vocês verão que o site tá, assim... como direi... meio parado], mas já que falei do 1º Astronauta, me senti na obrigação de falar do 2º.

E duas coisas que falei na época parece que se confirmaram. Na época, quando estavam saindo as primeiras MSPs, eu achei que cada personagem teria só UMA revista a pronto. Isso tornaria a revista especial. Ou sei lá, não tinha pensado então, mas se fosse o caso ter outra com o mesmo personagem, que fosse outro escritor e desenhista, e sem continuidade. Bem, eu falei lá que aquilo parecia uma "edição nº0", algo para introduzir uma nova revista. E cá estamos, essa é a nº 2 do personagem nesta versão ultimate dele e já sei que vai sair a nº 3. Putz, isso desmerece a coleção na minha cabeça. De novo, se fossem 3 revistas, que fossem com 3 autores e 3 desenhistas e que não fossem seqüênciais.

Outra coisa, realmente, não são quadrinhos para adultos. Claro, "Pavor Espaciar" do Chico Bento não passa nem perto disso, mas nem deveria mesmo. Mas as do Astronauta tentam dar esse ar, sei lá, mas não cola. Confirmando, o Astronauta deste coleção é uma versão dele para pré-adolescentes. A história desse Singularidade eu achei muito fraquinha, sem nada demais para qualquer pessoa que já passou por algumas dezenas de filmes ou livros. [o que eu espero que já ter sido feito por pessoas dos 16 em diante]

A história: o Astronauta está passando por uma avaliação psicológica (devido ao que aconteceu na primeira revista) e a psicóloga está achando que o cara está beirando o colapso. Mas devido a necessidade do enredo o sujeito precisa decolar numa missão conjunta com um americano (o óbvio vilão) e a psicóloga a tiracolo (a óbvia futuro interesse romântico). Aí lá o vilão "descobre" que onde eles foram (pesquisar outra coisa, a tal singularidade do título) tinha uma nave abandonada que ele "por coincidência" resolve ficar estudando. E claro, sendo o vilão [e burro, num nível não esperado para um astronauta treinado - mas a história só tinha 80 páginas para terminar], resolve usar para o mal, com direito à uma armadura meio Doutor Octopus no processo. E depois de uma luta e um beijo, tudo termina bem.

Não é (muito) ruim, mas... Se você não está comprando a coleção inteira por algum tipo de TOC literário [culpado], pode comprar a primeira (que é cheia de clichês, mas bem legal) e pular esta (meramente passável, com clichês no mal sentido). Eles até tentam se redimir com o "discurso" final da doutora, mas meia dúzia de frases a mais não salvam a revista. Depois vou até reouvir o MRG sobre o assunto, que lembro ter ouvido na época, mas não lembro a opinião deles. [ouvi enquanto revisava o texto, eles gostaram.]

Não vou nem colocar links para resenhas externas. São fáceis de achar. O legal é que abri as primeiras 5 ou 6 que o Google me deu e só 1 deles gostou, dando nota máxima. Nas outras, uma diz que a qualidade da revista termina na arte, e outra diz que o que funcionou em Magnetar falhou miseravelmente nesta. Bem, leiam aí, e vejam o que vocês acham, mas achei que foi o ponto fraco de todas as MSPs até o momento. Não li ainda Caminho, Muralha e Lições, mas sei que estarão acima.


Título: Louco: Fuga
Autor: Rogério Coelho  --  Editora: Panini
Com personagens de: Maurício de Sousa
Páginas: 80  --  Ano: 2015  --  Graphic MSP nº 10
ISBN: 978-85-4260-289-0
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Essa agora... Geralmente quando faço uma postagem falando bem pouco de algo no final, é que o algo é ruim. Desta vez a razão é outra. Fuga é muito bom. Mas eu sou incapaz de discorrer sobre ela. Está acima do meu nível. A história, como é explicada na introdução do Maurício, não é para ser muito bem explicada mesmo, e eles (felizmente) conseguiram. É algo simples, mas bem artístico e fofinho, cheio de metáforas e metalinguagem. Você sente todo um carinho com o personagem que você não sente (mesmo que tenha tido) na revista acima. Se tiverem que comprar apenas uma dessas duas, não pensem duas vezes e comprem Louco: Fuga em dobro.

A história: o sujeito, que circula entre o mundo "real" (do personagens da Turma da Mônica, eu quero dizer) e o mundo da fantasia (vamos dizer assim), precisa libertar um passarinho porque... bem, porque sim. [infelizmente, não estou com a revista por perto agora, mas acho que realmente não é explicado] O pássaro foi preso pelos Guardiões do Silêncio, que são algum tipo de inimigos da imaginação, criados por um autor qualquer anterior. No processo de fugir dos guardiões, saltando entre mundos imaginados, ele encontra a turminha e ainda presta homenagem a algumas outras versões. Isso tudo em meio a uma história que, quando não é composta apenas pelas belíssimas imagens, é basicamente um monólogo.

É uma história meio maluca (louca, se preferirem), mas combinou perfeitamente. Aquele tipo de coisa que você não precisa entender tudo, mas gosta de tudo que leu e termina feliz por tê-lo feito. A arte está maravilhosa e o enredo é de uma graça e delicadeza que, enquanto não lançarem uma MSP do Horácio (que eu torço que tenha algum dia e terei gigantescas expectativas caso aconteça), talvez seja o ponto alto da série.

[ATUALIZAÇÃO em 1/Jan/16]: Pronto! Li todas. Laços, Lições e Louco são as melhores realmente (ordem alfabética). E a Singularidade é mesmo a mais fraca. Com boa margem.