quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Ditador

Nome original: The Dictator
Duração: 1h23min  --  Ano: 2012  --  Trailer 1 e Trailer 2
De: Larry Charles e Sacha Baron Cohen  --  Site oficial
Com: Sacha Baron Cohen (o/de Borat), Anna Faris (de Perguntas Frequentes Sobre Viagens no Tempo e Minha Super Ex-Namorada), Ben Kingsley (de Gandhi, a Lista de Schindler e Hugo) e Jason Mantzoukas (de nada que eu conheça).

Resumo relâmpago da história: veja o trailer 2 acima.
Resenha à jato: as tentativas do filme de fazer críticas a sociedade... não sei se funcionaram, mas não foram tantas. O discurso final foi legal, mas pareceu até meio forçado. Mas fora isso, no final das contas o filme foi uma comédia romântica divertida. Imprópria para menores (ainda mais que novamente o cara resolve mostrar o pênis em tela), mas apesar de algumas piadas ruins (ou explicadas demais, odeio quando "explicam" a piada) um passatempo bem aceitável. Eu cortaria algumas cenas, e focaria em algumas partes ao invés de outras, mas o filme é plenamente recomendável, bem longe do estilo de filme do Borat (mas ainda com o mesmo tipo de humor negro do estrangeiro racista e machista que faz tudo diferente) e, aparentemente (não vi), bem distante do Brüno.

E como sempre, para não privá-los de boas resenhas, links de outros sites:
Cinema com Rapadura  --  G1 Cinema (não é bem uma resenha)  --  E Pipoca Gigante, que eu não conhecia, mas foi de onde roubei o arquivo do cartaz. E concordo com eles, a Anna Faris é sempre uma graça. (mesmo estando meio irritante neste filme)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Nerds ranzinzas também descansam

Dicas e comentários de viagens de alguém sem nenhuma experiência no ramo (fazia tempo que não viajava):

■ Não desdenhem do verão europeu dizendo "Ah, mas o verão deles não é como o nosso...". É sim. E sei lá, deve ter algo no ar deles... de repente é mais puro, com mais oxigênio, porque a desgraça parece que queima mais que o nosso. E não estou falando de bronzeamento [deus me livre], estou falando de sensação ao andar na rua mesmo. Pode ter sido também a falta de brisa, quase não ventava.

■ Em compensação, está explicado o hábito deles usarem pouca roupa. Aquilo de "Ah, eles estão acostumados com o frio" ou a versão inversa de "Lá é tão frio que qualquer solzinho eles morrem de calor"... tudo balela. O fato é que eles não sabem usar o ar-condicionado.
Vôo de ida: calor dos infernos. Hotel: na posição de frio máximo, o lugar ficava morno. [ok, sejamos sinceros, fiquei em 4 hotéis, e isso era ruim em 2] Restaurantes: quentes. Aeroporto: sauna. Bebidas: quase quentes. Ou seja, o pessoal não anda com pouca roupa porque está acostumado, é que é um alívio tão grande ir para rua, e sentir o vendo gélido (ou qualquer brisa morna mesmo), que até eu ficava com vontade de ter meu momento Hulk e rasgar minhas roupas ali mesmo.
Pessoal deve ser tão traumatizado com a época fria, que deixa tudo sempre quente. Gente doida. Nunca imaginei ter que dormir sem camisa, com ar-condicionado no máximo!, em pleno miolo da Europa. [eu podia ter tentado reclamar com a recepção, mas todo bom brasileiro sabe deixar de frescura e dormir em pleno verão durante um apagão. o que matava mesmo era não ter um ventilador]

Ruivas! Muitas ruivas! Era tanta ruiva, que eles se davam ao luxo de até terem ruivas feias. Mas estava adorando aquilo.

Nova Zembla (filme holandês) é um bom filme, apesar de toda a crítica ruim e erros históricos (trailer legendado em inglês, com alguns erros, mas é melhor que tentar entender holandês). E Anjos da Lei (vi no avião) é bem e melhor do que eu esperava, mas ainda não é isso tudo. E sabia que teria participação especial do Johnny Depp, mas não do Peter DeLuise (o Doug). Gostei. Só não gostei deles morrerem no filme. Sim, é spoiler, mas dane-se, o filme já até saiu de cartaz.

■ Lembre sempre de checar antes o valor da taxa de saque internacional do seu banco. [eu não fiz. rs!!!] Tem horas que não tem solução, você precisa de dinheiro vivo (cash, como é dito pelas crianças iletradas) e essa é a forma mais prática de ter moeda local (tem lugar que não usa o Euro), mas se esse não for o caso, pode acontecer que pagar os 6% de impostos no cartão ser muito melhor do que tirar dinheiro do banco.

■ Se passarem por Berlim, cuidado com a loja Dussmann das KulturKaufhaus. É MUITO CD! Você fica com vontade de comprar metade do lugar. Ok, exagero... no meu caso, a vontade foi só comprar um dos andares. São 4: um de música clássica, outro normal, o último eu não vi do que eram e o terceiro (que deu vontade de ficar o dia inteiro olhando) era só de músicas internacionais... país por país, tanto os pops locais, como músicas tradicionais, folclóricas, militares ou o que mais coubesse ali. Muita coisa.
Livro tem muito também, mas como a maioria é em alemão, a tentação nem foi grande. Depois descobri onde era a sessão de livros em inglês deles (uma segunda livraria inteira em separado nos fundos), mas felizmente a sessão de FC e Fantasia deles era de respeito, mas não muito grande, então comprei só 3.

■ Nunca vi tanta pizzaria na minha vida. Em todo lugar que eu ia a comida tradicional era porco de um jeito ou outro, mas a cada 2 passos era uma pizzaria e a cada 3 uma "kebaberia". [ou ambos no mesmo lugar] O bom disso é que nome de pizza é igual em todo o planeta. Eles podem não ter pepperoni (isso é invenção americana), mas você reconhecerá mais da metade delas, e arranjar uma que goste. Fatias grandes e baratas.
A propósito, para pedir café, basta pedir um "espresso", que todos entendem também. [iêi! idioma italiano reconquistando o mundo!] E você não corre o risco de beber o café deles, que é sempre ruim. O melhor café que bebi na Europa foi num posto de gasolina na Áustria. Mas se entendi corretamente a placa, era grão brasileiro - isso explicaria.

Por falar em posto de gasolina, se quiser comprar balinha e não souber qual escolher, Ricola é boa. Achei em todos os países e lembra a nossa Vita-C. Eles também têm Halls, mas vi muito menos.

■ Vá com o tênis mais confortável que tiver, daqueles de malhação se possível. Para passear durante o dia inteiro fará grande diferença. E se for mulher, compre um preto, para poder usar com seus vestidinhos a noite. Pode não ficar chique, mas é muito paralelepípedo. Nem tente usar salto alto (agulha menos ainda) em Praga.

É sério? Eu reparei isso lá, mas achei que era só para dar mais sobriedade à logomarca chamativa. O McDonald's realmente acha que as pessoas o acharão mais ecológico só porque o logo está com a cor verde no fundo? Eu sei que a humanidade é composta principalmente de gente burra, mas isso é querer demais.

■ Dica: KLM (volta) teve um serviço (opção de filmes, comida e temperatura do ar-condicionado) bem melhor que a Air France (ida). Como as duas são +/- a mesma empresa já faz algum tempo, esperava serviços parecidos. Será que foi porque daqui-para-lá eles assumem que é mais brasileiro do que estrangeiro no avião, e assim podem tratar pior, e no sentido de-lá-para-cá eles imaginam o inverso e tratam bem? Ou de repente a KLM é só melhor mesmo. Sempre confio um pouco mais em algo com "Real" no nome. A monarquia sempre é mais paparicada.

■ Se sua mala não estiver muito pesada, leve um ferro-de-passar-roupa. Já vi vários hotéis no Brasil com uma ferro e tábua no quarto, mas lá não vi isso em nenhum. Para não torrar fortunas com estética, eu fazia duas coisas: deixava a roupa no banheiro durante o banho (para o vapor dar uma desamassada) e deixava de frescura (ficava amassado mesmo!). [ou vista-se de lã, que não amarrota]

■ Ah, se você coleciona moedas, prepare-se para "gastar dinheiro" com isso. Eu guardei uma de cada valor de cada país que estive (mas limitado ao que aparecia em trocos, não corri atrás de ter realmente uma de cada valor). Guardei várias de países fora do Euro (e até algumas notas) mas o Euro, mesmo sendo a moeda mais usada, muda a traseira conforme o país e nada impede de você receber num país moedas cunhadas em outro... E aí você começa a guardar 1 de cada desenho diferente... No final das contas, a minha coleção, praticamente parada desde o colégio, aumentou em umas 50 moedas num golpe só. O que reconvertendo em R$ daria cerca de R$ 100. Ok, perto de uma passagem de avião, gastar mais R$ 100 é até pouco... Mas pô... 100 é 100... dá pena.

Garrafinhas de água: tampa rosa é água sem gás, tampas azuis são com gás. Não vi nenhum lugar que não seguisse essa "regra". Não sei se foi coincidência ou se é alguma norma européia, mas tá valendo.

■ Acorde cedo. Talvez também por trauma dos invernos, que ninguém deve gostar de sair a noite, tem lugar que o comércio/bares/etc fecha na hora que carioca está pensando em sair. E aceite que você irá para a noitada com sol na cara ainda, demora para ele se pôr no verão (o que eu acho excelente, é como um horário-de-verão mega plus extended!).

■ Máquina fotográfica: se for um dia claro, faça fotos em ISO 100 sem flash. Ficam melhores. Flash só quando realmente necessário e ISOs menores granulam menos (a imagem fica com menos pontinhos). Eu bati mais de 1000 fotos, sendo a maioria no esquema ninja de "ih, legal aquilo" seguido de tirar do bolso, ligar, meio que mirar, clicar, guardar. E a maioria ficou muito boa. E é uma dessas Sony de bolso, antiga já. Nada muito moderno. [DSC-W70] Até a noite as vezes, se o lugar for iluminado, é melhor ter uma foto com a pessoa um pouco mais escura, mas com todo o fundo aparecendo, do que a pessoa bem iluminada (pelo flash) e o fundo quase negro. Mas nesse caso você precisa manter a mão bem mais firme e o pessoal parado - a dica é não dizer para eles que você bateu a foto. Ajuda desligar os sonzinhos da máquina.

E é isso, se eu pensar em mais alguma sandice para comentar, volto aqui.

Voltei. Última coisa. ■ Tampas de bueiro: é a minha sugestão para se você quiser registrar em foto a cidade onde você estava. Fotografar uma placa com o nome do lugar é sempre melhor, claro, mas se você quiser algo diferente e não tiver nenhuma placa a mão... Coincidência ou não, todos os bueiros que vi eram bem específicos, isso quando não davam logo o nome do lugar ou alto-relevo de algum ponto turístico local.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O Vingador do Futuro (2012)

Nome original: Total Recall
Duração: 1h58min  --  Ano: 2012  --  Trailer (há outro trailer, mas estraga mais cenas do que esse, que já entrega demais) [e não tinha visto trailer nenhum até agora. putz, que chamada mal feita: "O que é real... O que é Recall..." Claro, faz muito sentido para quem não fala inglês! Pelo menos tivessem colocado com K, para fazer sentido com o nome da empresa fictícia, mencionada antes no próprio trailer!]
De: Len Wiseman (de Anjos da Noite)
Com: Colin Farrell (de Demolidor e Miami Vice), Kate Beckinsale (de Anjos da Noite, Van Helsing e Click) [essa moça precisa variar mais os papéis, ela fez até a Alice uma vez e coisas como isso, mas ficou famosa fazendo beicinho e metendo a porrada, e não parou mais], Jessica Biel (de Blade: TrinityAmeça Invisível e O Ilusionista) e vários outros atores, com personagens completamente irrelevantes.
Baseado no conto: Podemos Recordar Para Você Por um Preço Razoável (We Can Remember It for You Wholesale), de Philip K. Dick.

OBS: conto já publicado pela Record quando lançaram o Minority Report (livro de mesmo nome), e novamente agora no livro Realidades Adaptadas. Mas note que se você já tem livros anteriores do PKD em português, este é meio desnecessário. De novo, só as traduções do Adjustment Team e do The Golden Man (veja a relação dos contos aqui). Caso não, é uma introdução interessante, pois são todos contos que viraram filmes - o mal nisso é que de repente você não terá grandes surpresas (uma ou outra, em contos como o deste filme, muito diferente da versão filmada, mas o final em si, você já saberá).

Voltando ao filme, tenho feito tão poucas postagens, que não quero desperdiçar uma longa com essa coisa. Numa palavra: chato.

Não sei se serviu para atualizar a história para aqueles que não conheciam o filme original. E tanto esse e o do Schwarzenegger fugiram tanto do conto, que de repente você pode ver os dois sem se sentir vendo uma refilmagem - o que na verdade este não é, só bebeu da mesma fonte e fez algumas rápidas homenagens ao outro filme. Diga-se de passagem, a melhor parte foi quando apareceu a gordinha na cena da alfândega. Todos que viram o original devem ter pensado "ih, a gordinha cuja cabeça explode" e ficaram na expectativa. [mas duvido que alguém tenha usado a palavra "cuja"] Ah, e por falar no filme original, sim, há uma mulher de 3 peitos nesse também.

É um bom filme de ação, visuais impressionantes, e achei interessante a disputa Terra-Marte ter virado algo Norte-Sul [não se preocupem, sem relação com a Guerra da Secessão], até o absurdo modo de transporte teve lá sua graça, pela "coragem" de mostrar algo tão ridículo em tela. Mas o filme deu sono algumas vezes. Fazer barulho (literalmente) não é o que me mantêm acordado.

Ah, e 2 comentários meio spoiler: porra, o cara precisava de espaço vital... mas achei a região dele extremamente espaçosa. Havia um metrô inteiro podendo abrigar gente para começo de conversa. Espaços abertos e arborizados... Tinha que ter mostrado as duas cidades sem espaço algum. Só quem parecia não ter espaço era a galera do sul, da tal Colônia, e não da Federação. A propósito... Colônia do quê?

Outra coisa irritante, para um mundo precisando de espaço... a zona contaminada, onde ninguém pode viver... me pareceu bem inofensiva. Qualquer prédio velho ou uma máscara meia-boca que nem tapa a pele resolve. Logo: espaço de sobra para abrigar a humanidade! É só fechar direito a janela e só sair pra soltar pião no carpete do vizinho, porque não terá pracinha (bem, pode ter, desde que seja coberta).

Ah, outra coisa que irritou, o cara que fez esse script é o mesmo que fez o do Eu, Robô? Veja bem, porque diabos você gravaria um holograma para você mesmo, para te contar o que você precisa saber, e o diabo só te fala o que você perguntar, e ainda repetindo uma frase quase igual ao do outro filme "Esse holograma tem uma programação limitada, refaça a pergunta". Lá, no Eu, Robô, ainda tinha toda a jogada do "ESSA é a pergunta certa!" do velhinho... Aqui não. O cara correu um sério risco de ter cometido "suicídio" por não ter feito uma gravação simples e direta, do tipo "aperte play e ouça". (porque vai que o 'outro eu' dele não fizesse a pergunta certa...)

Última coisa, no original, a sensação de "Isso está acontecendo mesmo ou é tudo imaginação?" ficou muito mais bem feita. Até hoje ainda seria uma discussão válida. Neste... em momento algum achei que ele poderia acordar ou ter esse tipo de reviravolta. Tentaram empurrar isso numa cena bem forçada, mas não colou.

Última coisa mesmo agora, para não dizerem que só reclamo: gostei da cena de porrada entre a vampira e o Bull's Eye. Foi divertida, lembrou-me Sr. e Sra. Smith (ótimo filme).

E três resenhas dos outros, só para não ficar sem:
Omelete, que concorda comigo de forma mais sucinta e bem escrita.
O ScreenRant até que elogia bem, mas concorda que é um filme raso.
E o Daily Mail joga a pá de cal.

E pronto. Escrevi demais.

PS: demorei tanto com isso no rascunho, que saiu um podcast do MRG e outro do Cinema com Rapadura sobre o tema. Bem divertidos.

sábado, 4 de agosto de 2012

Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Nome original: The Dark Knight Rises
Duração: 2h44min  --  Ano: 2012
Trailer 1 (hospital),  trailer 2 (estádio) e trailer 3.
De: Christopher Nolan
Com: Christian Bale (o garotinho de O Império do Sol), Gary Oldman (o Dr. Smith do filme de 98), Tom Hardy (o cara que não termina com a Witherspoon em Guerra é Guerra!), Joseph Gordon-Levitt (500 dias com ela e o garoto de 3rd Rock from the Sun), Anne Hathaway (Diários de Princesa), Marion Cotillard (a garota que o loiro conhece nos anos 20 em Meia-noite em Paris) [eu sabia que a conhecia de algum lugar!!], Morgan Freeman (de Tempos de Glória e Deus), Michael Caine (de Minhas Idéias Assassinas) [achei que esse filme fosse mais antigo], Christopher Judge (o Teal'c, numa participação mínima) e Juno Temple [outra que eu conhecia de algum lugar] (a rainha da França no último Os Três Mosqueteiros).
[cacete, essa deve ter sido a maior relação de atores que já coloquei no site, muita gente famosa de uma vez só - e mais 2 que eu mencionei porque quis]

OBS: dou spoilers a vontade no meio do texto. Dessa vez nem direi "pule o parágrafo seguinte", se você não viu e não quer saber de nada, clique aqui para passar o tempo.

Ok, vamos lá...

Eu estou ficando velho. Não tenho mais tempo de ficar bolando teorias ou imaginando o que vai acontecer. Acho que as continuações de Matrix me escaldaram. Eu nem ficava bolando muita teoria, mas gostava de ler as dos outros. E tinha tanta coisa tão boa... E no final quase tudo ficou tão diferente e pior... que meu neurônios boladores de teoria entraram em greve, desistiram, e trocaram de emprego.
Digo isso porque quase tudo no filme me pegou de surpresa. Fui com um amigo que já sabia do Robin. Outra amiga adivinhou sobre a vilã porque achou que a criança tinha cara de menina. Já eu, achei mesmo que iam matar o Batman para o policial assumir o manto. O filme inteiro me pegou de surpresa.
Ok, quase, quando o Bane matou o vilão-engravatado, eu pensei na hora "Ou seja, existe um plano B! Momento reviravolta: é a moça ecológica!". E só cheguei nessa conclusão, porque não tinham outros personagens para assumir o papel. Mas em momento algum em pensei que ela fosse seria a Talia al Ghul.

A idade tem suas vantagens: o filme ficou bem mais divertido comigo tendo surpresas como uma criança da era pré-internet.

O filme é cheio de buraco e cretinices? Cheio eu não sei, mas vários, sim. E se até eu notei, está feia a coisa. Mas, sinceramente, não ligo muito, porém... algo me incomodou: que porra de plano ridículo foi aquele?

"Oi, eu sou Talia, depois de trazer de volta à ativa a minha super organização criminosa, vou viver 5 meses como refugiada e depois cometer suicídio coletivo só para irritar um sujeito que eu nunca conheci e que teve uma parcela de culpa, por legítima defesa, na morte do meu pai genocida."
"Oi, eu sou Bane. Depois de fazer de tudo para salvar a vida de uma garotinha, virar um mercenário espetacular, aliciar órfãos, viver no esgoto e o diabo, vou cometer suicídio coletivo junto à ela, quando na verdade deveria estar convencendo-a a 'deixa disso, eu tive o maior trabalho para te manter viva' ".

Ah, outro plano cretino: "Oi, eu sou Gordon, sou o mais inteligente policial da cidade e, secretamente e fora de tela, fiz um acordo com todos os criminosos de uma ilha inteira para eles não assaltarem, matarem nem nada, porque só assim explica eu colocar todos os policiais de uma vez só em 1 único lugar, sem ninguém tomar conta de todo o resto."
[é, ficar escrevendo falas é má influência do Movie Plot Holes, site bem divertido. mas vou parar com isso]

Outra coisa que incomodou: na cidade inteira só devem existir 2 órfãos maiores de idade: o Bruce e o policial. Ou de alguma forma o policial pesquisou todos os órfãos da cidade e sabe que nenhum deles consegue disfarçar um sorriso. Porque a grande dedução do policial para Bruce=Batman foi "ele também é órfão e sorri amarelo."  Ah, não. Não colou. Ok, ficou uma conversa de efeito legal, com frases dramáticas, mas tudo muito fácil.

O teletransporte. [que convenhamos, não foi. o cara levou dias para voltar] A Selina saber dirigir uma moto diferente de todas as que existem no planeta. O avião imenso chegar perto do menorzinho DA CIA! e eles não notarem, e o cacete... Isso tudo eu relevo como efeito dramático. Foi como eu já comentei em outras postagens [mas não lembro quais, para linkar] eu aceito premissas loucas sem as quais um filme não pode existir. Eu aceito zumbis ou o Homem-Aranha andar pelas paredes ao invés de morrer de câncer por contaminação genética e radioativa, por exemplo, mas tem coisa que incomoda porque não são premissas absurdas necessárias, são só ofensas a minha inteligência mesmo, colocadas lá por preguiça do roteirista. Não estou conseguindo pensar em nenhum bom exemplo agora, mas sei que já reclamei disso antes, podem procurar.

A propósito, depois de escalar a porcaria da parede até a primeira parte, era só gritar para baixo: "agora amarrem uma tábua na corda, que vou subir com ela, apoiar aqui, e ANDAR até a outra parte".

Não me entendam mal. O filme foi foda! Por todas as surpresas que fui tendo, saí do cinema (mentalmente) saltitando feio uma criancinha demente [por fora ninguém nem diria que eu gostei do filme], mas que é todo esburacado. Isso é. Rolou muita preguiça para efeito dramático. Mas estamos falando de um cara fantasiado que combate o crime, se eu deixo passar isso, deixo o resto.
Não dá para ficar elogiando partes específicas, porque, analisando isoladamente, começa-se a ver  todas as falhas, mas no todo, entrando no clima (e fazendo muita vista grossa), filmaço. Pelo menos para fãs não xiitas de quadrinhos (ou seja, ajuda muito ser fã dos quadrinhos, mas também ajuda não ser do tipo que reclama de tudo e fica comparando as histórias).

Ah, e a Hathaway até que enganou bem como Mulher-Gato, tinha minhas dúvidas, mas na hora nada ali comprometeu. Ela no final com o Bruce achei meio forçado, entendo a confiança, mas o romance foi meio repentino [mas ok, não sei o que aconteceu entre a morte e as férias na Europa] e não teria como Bill Gates fingir sua morte e depois ficar andando por aí, com cara de Bill Gates dizendo "uai! não sô! só só parecido com ele".

Mas é isso, esse é um daqueles casos em que o filme é tão famoso, com tanto site já falando de tudo, que não me sobra nada de interessante realmente para comentar. Vou nem linkar resenhas e podcasts abaixo. Vou usar o tempo para desrascunhar outras postagens menos pop.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

13 Assassinos

E Godzilla 2000 também.

Nome original: 十三人の刺客 / Jusan-nin no Shikaku
Duração: 2h6min (ou 2h21min, não sei qual versão eu vi)
País: Japão/Inglaterra  --  Ano: 2010  --  Trailer
De: Takashi Miike  --  Com: Koji Yakusho, Takayuki Yamada, Yusuke Iseya, Masachika Ichimura e Goro Inagaki.

Esse é um daqueles filmes que eu queria conseguir descrever direito ou falar demoradamente. Parece que meu cérebro é mais pop do que eu gostaria. Bem, na falta da capacidade de fazer referências e alusões à grandes clássicos de samurais em P&B, contexto histórico e etc... falemos rapidamente.

Importante: o filme começa devagar e de forma meio confusa. Até você se acostumar com quem é quem, e do que eles estão falando... eu levei algum tempo. E não ajuda todos terem o mesmo penteado e usarem roupas iguais na mesma cor. Mas eu também não me esforcei muito, sabia que o filme tinha mais de 2 horas e que talvez (talvez!) se eu deixasse passar algo logo nas primeiras conversas do filme, provavelmente não faria falta ou eu pegaria depois. Foi arriscado, mas deu certo. Mas evite ir ao cinema com sono (eu fui). Depois de 40 minutos o olho começou a pesar. Nem foi culpa do filme, mas ficar numa sala escura, com ar-condicionado, e com um filme ainda meio devagar, não ajudou. Só para saberem.

Mas se vocês não forem com sono nem se chatearem de não entender logo de cara as conversas, fiquem tranqüilos: tudo vai dar certo. Eu vi esse filme sem nem ter visto o trailer. Nem sabia que existia, aí li a vaga resenha do Bonequinho do O Globo e pensei "Ih, samurais. Legal! Vou ver." [meu cérebro é bem prático]

A história: o irmão do xogum (Lorde Naritsugu) anda por aí matando, estuprando e mutilando quando dá na telha. Sabe como é... tá um tédio... vamos amarrar e flechar algumas pessoas para passar o tempo. Sem conseguir uma solução dentro da lei e dos bons costumes, só sobra ao governante local (Doi Toshitsura) pedir a um amigo, samurai aposentado, que uma solução "paralela" seja tomada - simplificando: matar o filha-da-puta. Mas não é só de raivinha, eles sabem que se o sujeito algum dia chegar ao poder, ou simplesmente continuar agindo do jeito que age, em algum momento isso dará em guerra. O samurai (Shinzaemon) então pede ajuda a outros amigos, clãs, e subordinados, para formarem um grupo pequeno e elimarem o dondoco o quanto antes. No final, fica um grupo de... adivinhem quantos?! Ahá, erraram. De 12.
O 13º aparece depois, meio que por acaso, e se une ao grupo.

O filme leva cerca de 1 hora ambientando e na preparação, uns 30 minutos de "chegou a hora", e depois 40 minutos de luta sem parar. Parece muito, mas é muita gente para matar. Na hora você nem sente. É nessa parte do filme que alguns personagens meio mudos arranjam algo para falar até. E até a parte da preparação, por mais que pareça longo 1 hora e meia de planos e convites, passa rápido. O diretor desse filme é daqueles que fazem filmes sem parar, uns 3 ou 4 por ano (tenho que ver mais filmes dele por falar nisso), então o cara já deve ter a manha de como não te cansar.

E é isso, seguem resenhas dos outros, que sabem escrever melhor do que eu:
Café e Conversa - Crítica Daquele Filme - Adoro Cinema - PlayTV - Cinema na Rede

E uma entrevista rápida mas interessante com o diretor:
Eastern Kicks - Takashi Miike interview for 13 Assassins


E aproveitando a postagem sobre filme oriental, numa nota quase totalmente descorrelata, vi Godzilla 2000 no dia seguinte. Estava procurando uma cena de um filme no Youtube e, não achando, lembrei de um site anunciado no Jovem Nerd: o Crackle. Até vi depois que eles agora têm comercial na TV, mas na hora tive que ir no Google para lembrar o nome. Então, comentários rápidos sobre ambos:

- o site:
achei legal, não tem muitos filmes ainda, mas é extremamente prático de usar, sem nenhum tipo de cadastro ou anúncios. [como este site ganha dinheiro!?] É clicar e começar a ver. E vi o filme inteiro sem tremeliques na imagem nem paradas para carregamento fora de hora (o site tem algumas paradas programadas, mas foram tão rápidas que nem faziam diferença), e vi o filme assim não numa conexão absurda de 10 ou 20 megas [com S!!! o substituto segue a regra dos substituídos!] mas sim numa de 1 MB e, para piorar, numa conexão sem fio a 20 metros do transmissor capenga. Ainda não substitui uma TV a cabo, locadora ou cinema, mas é uma opção de passatempo.

- o filme:
sinceramente, é ruim. Pode ver você para checar. Comecei a ver achando que era o filme em que o Godzila japonês enfia a porrada no Godzila americano, mas logo no começo parei para pesquisar e esse seria o Godzilla Final Wars (e a tal cena nem é grande coisa, vejam aqui). Mas mesmo sendo ruim... sei lá... é o Godzila! Fazia tempo que não via um filme dele. Vi tranquilamente até o final sem sentir que estava fazendo um esforço. E a dublagem americana deu um certo humor ao filme também (geralmente involuntário, mas duvido que no original o editor do jornal tenha exclamando "Great Caesar's ghost!"). A história é a seguinte: tem um cientista que quer matar o Godzila e outro quer estudá-lo; mas, em paralelo, eles acham um antigo meteoro no fundo do mar que descobrem ser uma nave espacial. A nave obviamente é maligna e acaba gerando um monstro. E quem poderá nos salvar?! Espectr... Godzila!! (o fato dele, depois de salvar o mundo, destruir meia Tóquio só para mostrar "Eu sou O Cara!", é irrelevante)

Para quem se interessar, achei uma análise detalhada do filme aqui:
Toho Kingdom - Godzilla 2000: Millennium