domingo, 24 de julho de 2011

Filosoraptor comenta o ateísmo

Não sou crente. Mas não sou ateu. E finalmente achei alguém que me entende. rs!!!!



Tradução: « Como a ciência pode apenas descrever o universo empiricamente observável, "Não há deus" é necessariamente uma expressão de fé. »

Eu achei uma réplica a este argumento num fórum de filosofia; mas, ainda assim, não convence: « Se o deus em questão pode causar mudanças no "universo empiricamente observável" e estas mudanças não são "empiricamente observadas", então é razoável inferir que o deus em questão não exista. Se o deus em questão não causa estas mudanças observáveis, então sua existência é indistinguível da não-existência de outros deuses imaginários. »

Todavia, nosso filosofante amigo abstrai o fato de que a indistinguibilidade da não-existência não é prova da mesma, logo, afirmações não podem ser feitas. Na parede da minha casa, dentro do cimento, há uma moeda de R$ 1. Eu sei disso porque eu a enfiei lá. [achei que seria interessante algum futuro morador, numa futura reforma, encontrá-la e ficar bolado - nunca imaginei que a usaria numa argumentação metafísica] Sua presença lá é indistinguivel de sua não-presença... Mas ela está lá. E ainda que o deus em questão não faça mudanças observáveis, ele pode ter sido apenas malandro o suficiente para fazê-las de forma não mágica e perfeitamente compreensíveis. Quem via (ou vê a reprise) de Dead Like Me, lembra que todas as mortes acidentais eram causadas por gremlins do além (?), mas todas perfeitamente explicáveis no nosso universo natural.

Respeito a de todos. Tanto as posivitivas (há algo), as negativas (não há) [sim, ateus, vocês são todos "homens de fé"!], e as mistas (aquela coisa meio jedi). Agora respeitem os neutros (ou os sem-fé, se preferirem).

Leitura recomendada:
Desciclopédia: http://desciclo.pedia.ws/wiki/Agnosticismo
Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agnosticismo
Know Your Meme: http://knowyourmeme.com/memes/philosoraptor

Atualização 26/05/2012: achei, por mero acaso, um texto rápido e interessante chamado Atheism is not Faith. Os argumentos são válidos, mas não me convenceu do contrário. A racionalidade de uma decisão não a torna correta. E assumir a correção de um dado sem evidência... vou chamar de até o fim dos tempos.
Mas os textos do cara são interessantes. Vale passear pelo site, que é meio confuso, da Era Geocitiezóica.
A página inicial é essa aqui e eu esbarrei no site por essa aqui: Biblical Problems, que não consegui achar indo pela tela inicial.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Loup - Uma amizade para sempre

Nome original: Loup (tradução: só "Lobo", nada de subtítulo bizarro, pior só se fosse "Uma Amizade Animal")

Duração: 1h42min  --  Ano: 2009  --  Trailer
De: Nicolas Vanier  --  País: França
Com: um monte de gente com nome estranho que você não vai conhecer mesmo...Mas só para este post aparecer no Google se alguém procurar, toma: Nicolas Brioudes (o mocinho), Pom Klementieff (a mocinha, belíssima canadense cruza franco-russo-coreana), Min Man Ma (o pai), Vantha Talisman (a mãe) e Bernard Wong (o mala).

A história: o mocinho é de um povo do interior da Sibéria, nômades criadores de renas. Chega o dia em que ele atinge a idade de assumir responsabilidades e é encarregado de tomar conta do rebanho e protegê-lo dos lobos (= atirar para matar sem fazer perguntas). Mas como adolescente faz tudo errado, ele dá uma de Mogli e fica amigo de todos, batizando cada um com graciosos nomes russos. Em paralelo, ele é visitado pela namoradinha de outra tribo, que inicialmente é a única a descobrir a lambança que ele está fazendo; pertubado pelo mala despeitado; e precisa pôr as idéias em ordem e encarar o pai, porque ele sabe que está fazendo algo totalmente contra as crenças do clã de "lobo bom é lobo morto".

Opinião: de cara, levei um susto. Putz! O filme é em francês. Ok, o nome francês deveria ter me deixado preparado... Mas realmente achei que o filme seria falado em algum dialeto local russo (onde eles moram) ou mongol (que eles parecem). Non! Ils parlê tut le francê! Foi um choque, mas menos mal que não foi dublado em inglês ou algo assim. E eu tive esse alívio lá no cinema. Tive alívio duplo agora ao descobrir no IMDb que nos EUA o filme foi mesmo dublado em inglês, com sotaque e gírias californianas!

O filme não é tão lento e contemplativo quando eu imaginei, há várias cenas de belas paisagens, lobos fazendo pose, mas devido ao protagonista ter medo da reação da tribo e (tanto ele como a platéia) temer pela integridade dos animais, há tensão no filme. Eu não vi o trailer antes de ir, então achei que seria tudo fofo do começo até o fim. E há a tensão extra de que, dada a reação esperada dos familiares e aquela coisa "escorpião do Esopo", você passa a maior parte do filme pensando "isso vai dar merda...". Claro, todo mundo torce pelo cara e sua amizade pelos lobos... "Mas isso ainda vai dar merda..."

Não vou entregar o final [a namorada morre, atacada pelos lobos que o cara protegeu!!!! brincadeira!], mas não foi nem o que eu pensei de pior nem o de melhor (que seria algo tipo "Como Treinar Seu Dragão"). Teve um final surpreendentemente adulto, poderia dizer. Politicamente correto? Talvez. Mas nada no estilo "aprendi minha lição, lobos são criaturas de deus, e a partir de agora esta tribo é amiga dos animais!"
No final de tudo, é um filme bem leve. Tinha até criança na sessão. Há também umas indiretas ecológicas aqui e ali, mas nada que destoe. Um filme bonito, com algum drama e suspense, um pouco de romance, e até rápidos toques de humor.

Outras críticas:
Gostou: Cinema na Rede  --  Não gostou: Omelete  --  Ambos: Verdade Alternativa

terça-feira, 12 de julho de 2011

Belas Maldições

Ou, Os Mochileiros Americanos do Apocalipse!

Ok, isso é mais uma comparação ilógica, mas quando comecei a ler o livro, talvez por ser do Gailman e começar com algumas figuras mitológicas conversando, pensei logo em Deuses Americanos. Como eram anjos e demônios, veio a mente o A Batalha do Apocalipse, do Eduardo Spohr. E logo de cara, o estilo de humor me lembrou do O Guia do Mochileiro das Galáxias, do Douglas Adams (possivelmente pelos 2 escritores serem ingleses). Então desculpem os autores envolvidos... Mas o apelido acima me veio logo nas primeiras páginas.  Podia ter sido A Batalha dos Deuses Mochileiros também... Mas não foi isso que me veio a cabeça na hora. [sabe como é... ler livro no ônibus, o cérebro vai chacoalhando... não dá certo.]

Detalhes ténicos:
Título: Belas Maldições: as belas e precisas profecias de Agnes Nutter, bruxa.
Original: Good Omens: The Nice and Accurate Prophecies of Agnes Nutter, Witch
De: Terry Pratchett (da série Discworld) & Neil Gaiman (Sandman!!)
Reino Unido  --  1990  --  Editora nacional: Bertrand Brasil

No começo algumas pequenas coisas incomodaram aqui e ali... Num dado momento no início do livro há uma frase em inglês, mas o asterisco apontando a nota de rodapé está algumas páginas depois, no que só pode ter sido um engano. E algumas coisas eu teria traduzido de forma diferente. Ou traduzido, ponto. Mas ok, aí entra o detalhe de que não sou tradutor profissional e o cara que traduziu o livro, sim [espero]. Então podem confiar. Foi só uma questão de gosto pessoal.

Mas uma coisa é certa, não por culpa da tradução, mas fazia tempo que eu não tinha vontade de ler um livro no original ao invés de em português. Eu gosto de ler livros traduzidos porque leio mais rápido e em inglês sempre surge uma palavra nova - em português isso é raro e eu consigo aproveitar melhor (e novamente, mais rápido) o texto. No caso de Belas Maldições, mesmo em português eu notava as vezes "aqui teve um trocadilho" (ex.: quando usam a palavra padrinho). E se eu notei alguns... imagine quantos não! Muitas piadas devem ter se perdido. Algumas partes eu não resisti e reli em inglês num PDF do livro que arranjei nos cantos (não-)obscuros da internet. Mas claro, aí novamente vi várias partes onde eu não teria idéia do que estavam dizendo. É o mesmo dilema do dublado/legendado ou ler o livro antes/depois do filme.

Agora... Este é um daqueles posts atrasados, que eu começo numa época e depois me lembro que nunca terminei. Os parágrafos acima eu escrevi quando ainda lia o livro, só para lembrar de comentar a questão das traduções. Mas nestes últimos 2 meses [estou sem setembro]... Fez "puf!" tudo o mais que eu pensara em falar sobre o livro. Então daqui para baixo minha resenha será tão boa quanto a de alguém que leu um resumo do livro na internet [coisa que eu farei para reativar a memória] para apresentar em sala de aula como se tivesse lido.

Uma coisa que eu lembro é que eu realmente gostei do começo do livro. Nos primeiros capítulos somos apresentados e acompanhamos 2 personagens: o anjo Azirafale e o demônio Crowley (do inglês crawly, rastejante. O sujeito era a cobra do Paraíso). A "química" entre os dois personagens é excelente. São dois sujeitos que vivem na Terra a milhares de anos. E ao mesmo tempo que são inimigos, por assim dizer, são praticamente os únicos amigos um do outro. Nenhum deles concorda com o "lado" do outro, mas eles gostam da vida aqui e não estão muito contentes com esse papo de Armagedon se aproximando.
Não consigo pensar numa boa comparação para o anjo, mas o Crowley me lembrou o "O Contador" do Fúria Sobre Rodas (resenhado aqui). Ambos até dirigem carros antigos.
Mas porque estou falando de ter gostado tanto do começo? Porque pouco depois o livro muda de rumo, e foca em crianças. Crianças! Pô, trocamos de 2 seres mitológicos sacanas e imortais para... crianças. Na hora foi um choque. Aquela coisa de "Ah, não... PQP! O que é isso?" Os dois voltam, mas demora um pouco. Mas fiquei "olhando torto" para as crianças um bom tempo, pelo disparate delas terem roubado o foco.

Estou falando de Armagedon, crianças, e nada faz sentido porque não resumi o fio condutor da história (o "plot"). Pois bem, o mundo vai acabar. E como todo mundo que viu A Profecia (ou leu O Escolhido) sabe, isso começa com o nascimento do Anti-Cristo. Com direito a freiras malignas trocando o bebê e tudo. Só que há uma confusão e a criança trocada é re-trocada. O tempo passa e só depois os encarregados de ficarem de olho no moleque (o anjo e a cobra) percebem que o perderam de vista, não têm idéia de onde a criança foi parar e nem como foi criada, e precisam localizá-la antes que o Fim do Mundo não tenha mais volta.
Na verdade, seria função deles que o Fim corresse bem, mas eles gostam daqui. Querem que as coisas continuem como estão, mas não sabem muito bem como resolver isso e não querem encrenca com os seus respectivos "chefes". E eles só têm 4 dias.

Nisso a história muda de foco, e mostra justamente o anti-cristo de 11 anos de idade, que não tem idéia disto, e seus amigos; que formam uma pequena gangue de crianças arteiras e traquinas das redondezas da cidadezinha em que vivem. Em paralelo, acompanhamos também a reunião d'Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse; um caçador de bruxas e seu pupilo; e a descendente da bruxa no título do livro. No final todos se encontram e todas as histórias se entrelaçam. Tudo com muito humor britânico, referências pop, piadas cínicas, e, para não ficar só na palhaçada, muitas indiretas sobre filosofia e a natureza humana.

É um ótimo livro. Se eu não consegui convencer ninguém com este protótipo de resenha, ignorem-me. Achei algumas resenhas um pouco melhores para vocês lerem:

Resenha curta: Mar de Histórias
Média: R.izze.nhas
Omelete: O apocalipse nunca foi tão divertido
Em inglês: Wonderful Comics
E mais duas: Meia Palavra e Fala Livros [porque não consegui decidir direito quais linkar]

domingo, 10 de julho de 2011

Highschool of the Dead

Título original: 学園黙示録, Gakuen Mokushiroku (Academia Apocalipse)  --  Trailer  --  Abertura
De: Daisuke Sato (mangá) e Tetsuro Araki  --  Ano: 2010
Duração: aprox. 4h (12 episódios) --  Madhouse Studios

Essa postagem é sobre o anime. Assista-o apenas SE:
1) Você é grande fã de histórias envolvendo zumbis; e/ou
2) Você é um entusiasta por peitos gigantes, calcinhas e bundas em desenhos japoneses. [seu punheteiro!]

Eu me encaixo só na primeira opção. Não sou um cara pudico nem nada, mas quando quero ver peito prefiro vê-los em humanas, ao vivo se possível, não em desenhos caricatos e atrapalhando o desenrolar da história. Mas se você gosta de desenho japonês, ainda que só se encaixe na primeira opção também, é um divertimento leve que não causa arrependimento.
Irrita imensamente ter uma personagem que não vê problema algum em passar o dia inteiro apenas vestindo botas de cano alto e um avental de cozinha, mas não a ponto de desistir. Re-atentem para o negrito lá na condição nº 1. E depois ela arruma roupa melhor. [ou seja, veste-se novamente como uma colegial, como se essa fosse a melhor roupa para se vestir em qualquer situação possível, ainda mais durante combates armados durante o apocalipse.]

A história: dia normal num colégio japonês, até que um professor vai tirar satisfação com um passante, incomodando junto ao portão. Era um zumbi. Ele é infectado. A desgraça se espalha rápido. E ficamos apenas com nossos personagens principais. O garoto com pinta de bad boy, mas de bom coração, secretamente [como sempre em animes] apaixonado pela melhor amiga. A melhor amiga. O melhor amigo, atual namorado da melhor amiga. A médica tapadinha (única adulta entre eles) com seios maiores que a cabeça. [todas tem seios imensos, mas exageram nesta] A riquinha (amiga de infância do cara, inteligente mas mimada e arrogante). O gordinho nerd apaixonado pela riquinha. E a aluna mais velha, exímia espadachin. Depois surgem mais alguns personagens e um dos acima morre.

Quando a galera acima percebe que ficar na escola, esperando socorro, não dará muito certo, eles resolvem ir atrás de seus pais. Então precisam enfrentar a cidade e se virar com o que surgir no caminho, tanto zumbis como humanos não-amigáveis.

São só 12 episódios de 20 minutos. Então juntando tudo, dá apenas um filme longo. Começar a detalhar mais a história começa a cair na descrição de cada episódio. Então vão ver. Ou não.

Coisas importantes para saber:

■ O episódio 6 e o 9 beiram a total inutilidade de tanto tempo perdido com peitos, bundas, camisetas molhadas, etc. O ep.6 tem uns 5 minutos aproveitáveis, o resto é ocupado pelo banho das 4 personagens principais. É sério. Veja este episódio com tempo, para que você veja o seguinte em seqüência e consiga esquecê-lo o quanto antes. (ou não, caso você tenha preenchido o 2º requisito).
O episódio 9 você quase esquece que é quase tão ruim - perto do final há uma revelação psicológica seguida de uma ótima luta, mas aí... a garota solta uma frase tão ridícula que te faz lembrar que o episódio foi uma bosta também. Ah, o "discurso motivador" do cara também não fica atrás.

■ Há cenas depois dos créditos. Só descobri isso após assistir metade dos episódios. As cenas não são "cenas dos próximos capítulos" (as vezes tem isso *também*). As cenas geralmente duram 2 minutos e não são tão importantes inicialmente, mas depois fazem falta (só as descobri por isso; achei que entre o fim de um episódio e o início do outro tinha faltado alguma coisa, e no rápido flashback do episódio anterior tinha uma cena que eu não vira).

■ E se você é meramente um onanista, que não liga para zumbis, veja outra coisa. É só peito, bunda e calcinha, não há sexo. É mais que mero fan-service, mas não chega a ser um hentai.

■ Ah, o OVA, de apenas 16 minutos, é uma merda. Fica entre o episódio 6 e o 9 em ruindade. Faz o seguinte, após ver o episódio do banho, veja-o também, que assim você resolve o assunto num sacrifício apenas e termina a série com uma boa impressão. Ver o OVA ao final é uma péssima última(*) lembrança para ter. Já se você for um descabelador do palhaço pode vê-lo em primeiro. Mas continua sem sexo. Ele até começa bem, com um super-rápido resumo dos 12 episódios (sem spoilers) em que até eles sacaneiam o episódio do banho, mas depois se perde.

(*) aparentemente haverá uma 2ª temporada, mas nada confirmado que eu tenho achado ainda.

E para quem quiser ler o mangá, saiba que a Panini o publica.