segunda-feira, 17 de março de 2014

Way Station

Em português como: Estação de Trânsito, na coleção Argonauta, nº 130-A [nunca entendi esse "-A"]
Autor: Clifford D. Simak
Editora: Old Earth Books --  Ano livro / história: 2004 / 1963
Páginas: 228  --  Capa dura, tamanho padrão.
ISBN: 978-1-882968-27-5
◄ clique na capa para o resto da paisagem.

Um clássico que demorei para ler. Se não me engano, ele só foi chamar minha atenção em conversas numa lista de e-mails de fãs portugueses sobre ficção-científica (essa aqui, que está meio morta faz tempo, mas já foi bem animada).

O próprio Simak em si nunca me chamou a atenção também, e o único livro que eu lera dele até este foi um tanto traumático. Foi o Boneca do Destino (Destiny Doll). A história prendia a atenção, alguns conceitos interessantes, mas meramente mediana e com um final tão ruim, que pôs todo o resto decente a perder. O pior é que parece que as pessoas não acharam assim tão ruim. Fiz, agora, uma média entre Amazon, Google Books, Goodreads e o Skoob [e acabei de descobrir que o site O Livreiro morreu! ok, eu não gostava dele, mas é chato. Que pena.] e o livro ficou com nota 3,6 de 5 (ou 7 de 10, se preferirem). Eu daria menos.

Acabei ficando com uma enorme curiosidade pelo Way Station por falarem tão bem dele, até com uma certe reverência. Mas... O trauma anterior me segurava. E vai que eu leio e acho uma bosta? É como diz o ditado "Expectativa é uma merda."

Bem, eu li. E é MUITO bom! :-D

Por algum motivo (apesar de não lembrar, certamente já li alguma sinopse do livro nestes anos todos), eu sempre tive aquela sensação de que seria um livro bucólico, o sujeito, na sua fazendinha e, assim como quem não quer nada, um bando de ETs papeando no celeiro. Imaginava algumas situações ou descrições meio psicodélicas (preconceito meu com livros dos anos 60), mas no geral, algo mais melancólico. A capa do meu livro, bem mais campestre que as antigas, também ajudou a sensação. A maioria das demais que vi eram meio malucas ou tecnológicas. A que eu esbarrei que mais tem o clima estilo da minha foi uma edição polonesa! [imagem melhor aqui] (mesmo assim, tem um treco que parece um balão high-tech em cima). Na minha cabeça, como o personagem principal era um ex-militar de guerras do velho oeste, achei até que a história passaria toda naquela época, com uma visão de alguém mais "primitivo" sobre todo esse rolo de sociedades interplanetárias.

Mas vamos à história: um ex-soldado da Guerra Civil Norte-Americana (aquela, do Sul contra o Norte) [e que gerou um dos poucos quadrinhos do Pato Donald que eu lembro até hoje] um dia é visitado por um sujeito meio estranho, que quer contratá-lo - pois após uma longa busca, ele pareceu a pessoa perfeita para o cargo que ele tem em mente.
O cargo: tomar conta de uma estação de transferência de viagens interplanetárias. Como quando o trem pára numa estação, aguardando liberar a linha à frente. Só que as pessoas viajam sozinhas ou em grupos pequenos, e não tem vagão, é por teletransporte. No universo do livro existem viagens por nave espacial também, mas são bem mais demoradas do que o transporte instantâneo, feito pelo maquinário que o nosso herói, Enoch Wallace, toma conta, e que fica mais ou menos escondido na casa dele, no interior dos EUA. Digo "+/-" porque a estação ocupa uns 90% do lugar, mas todo este resto da casa é inacessível por quem não sabe abrir a passagem para lá.

E nessas paradas, aguardando poderem continuar viagem, os alienígenas (de várias raças e planetas) ficam na casa do sujeito, fazendo hora, colocando o papo em dia com o guardião local e até deixando presentes. Tudo no mais absoluto segredo, pois o Enoch é o único humano que sabe que tudo isso acontece. [claro, se você parar para pensar, verá que é uma operação insana, mesmo que sejam muito poucas pessoas fazendo viagens interplanetárias, você multiplica isso pela quantidade de planetas, e pronto!, não rola de 1 só sujeito dar conta e nem do hub ser tão tranqüilo, mesmo sendo uma estação nova num canto pouco movimentado da galáxia, mas... se formos começar a procurar furos em livros de ficção científica, ferrou! E a idéia do livro não é promover as bases para um sistema viário espacial a ser implantado em breve pela NASA nem nada, então dane-se! Ignore e aproveite.]

Uma coisa legal em ser o encarregado da tal estação de trânsito: ele é praticamente imortal. Dentro das instalações ele não envelhece. Então fora a caminhada matinal, conversar com o carteiro, e algumas atividades rápidas no mundo externo, o tempo não passa para ele. [não lembro agora onde ele dorme, mas se for dentro da estação também, a cada 24 horas ele deve envelhecer umas duas ou três apenas]

E aí... começa a história... que se passa nos anos 60 e temos um tipo de agente do FBI (ou da CIA) dizendo que está investigando o sujeito. Aí tive a má sensação de "putz, vai acabar sendo um livreco, e o personagem, dono da tal estação, que eu tinha grandes esperanças, um coadjuvante." Acabou que não. Apesar do livro se passar 100 anos depois do que eu achava [eu não sabia disso da imortalidade até começar a ler], todo o climão que eu imaginara (ou já sabia, não lembro) estava lá sim. E a introdução, com os agentes, serve para não só te introduzir o Wallace mais rapidamente do que seria com ele sozinho e pensando consigo, como te dá um gancho de uma curiosidade que você só vai matar já quase no final do livro.

A propósito, algo legal no livro, sobre o teletransporte dos viajantes, é que ele não é do jeito estranho de Jornada nas Estrelas, onde a pessoa é mesmo "transmitida". Aqui eles fazem o que sempre fez mais sentido na minha cabeça: uma vez que a pessoa é toda "digitalizada", você passa a ter toda a informação necessária para criar uma cópia dela em outro lugar. E é o que é feito. Quando o passageiro chega numa estação, o corpo original ainda existe, morto, na estação original. [aguarde, já falo sobre isso!] Em Jornada nas Estrelas nunca fez sentido que existam replicadores que podem fazer quantas maçãs você quiser, porque a "receita" de uma maçã já está lá guardada, mas na hora de replicar uma pessoa, a "receita" não é e nem pode ser guardada. Porra, se é informação... dá para salvar num disquete! A pura verdade é que, cada vez que o Spock fosse transportado, do outro lado deveria sair uma cópia e o original ser assassinado (desmaterializado, ou o termo que você preferir), para não ficarem com dois. Vide o O Grande Truque. [que se você não viu, não releia a frase, esqueça o que eu disse - assista isto aqui para matar alguns neurônios em grande estilo - e aí depois veja o filme!]

Agora, voltando à parte do corpo morto na estação original, na história a razão das sobras não é nenhuma questão física, é devido a... hummm... eu esqueci o termo que eles usam, acho que é força espiritual (não estou com o livro aqui) mas simplifiquemos, é como se fosse a alma e pronto (sei lá, realmente esqueci o termo usado), o que nos leva à um dos conceitos do livro, importante em sua segunda metade. E que me deu uma certa ressalva, enfiando espiritualidade na história, mas já aviso logo, não compromete e nem afeta a trama, é um mero um MacGuffin (uma desculpa qualquer para fazer a história girar) do que algo que você precise pensar no assunto. [e no livro o personagem ainda qualifica tudo meramente como tecnologia avançada, vide a 3ª Lei de Clarke, então tudo bem, ninguém lá fala em vontade divina, anjos, nem nada assim]

O que acontece na segunda metade da história, que uma hora iria parar de só ficar filosofando e comentando sobre a vida, o universo e tudo o mais [que eu até estava gostando, e descobri que existe um negócio chamado Pastoral Science Fiction, pesquisarei mais a respeito depois], é que não só descobrimos o que era o tal gancho dado no começo da história (e aí o agente da CIA volta a aparecer na história) como ficamos sabendo que o universo aí fora não está tão fofinho quanto parecia. Roubaram uma máquina (irreproduzível) que levava o contato espiritual aos povos da galáxia. É como se o Papa andasse por aí levando uma máquina que fizesse as pessoas amarem uns aos outros. E a máquina foi roubada. E não tem mais Papa. Soa mal explicando porcamente assim mas, acreditem, isso é o que menos importa.

E o tal roubo é o mote para termos um pouco mais de ação e resolver também algumas das tramas paralelas. E o gancho dado lá no começo serve para complicar a vida do nosso herói, para ele não ficar só lendo o diário e relembrando visitas anteriores, preocupando-se se haverá uma nova guerra mundial, conversando amenidades com o carteiro, ou colhendo flores silvestres com a vizinha surda/muda. Que por sua vez também causa um pouco de complicação para a vida do sujeito, cujos vizinhos notam que ele não tem envelhecido, mas faziam vista grossa... Até então. Uma das tramas paralelas até envolve a possível destruição da Terra, mas a história é contada de um jeito... que você fica mais preocupado com os vizinhos caipiras do protagonista do que com isso. Ele próprio solta um suspiro de que tudo que podia dar errado, resolveu dar errado ao mesmo tempo.

Resumindo, eu não sei como recomendar esse livro direito. [normal isso] É uma excelente FC mais tranqüila, bucólica mesmo, com bons personagens, até um bom andamento, em que você acompanha o dia-a-dia do sujeito, mas com vários conceitos que beiram a fantasia [a cena com a borboleta! só entrego isso.] ou impraticabilidades tecnológicas mesmo, como a já mencionada tranqüilidade da estação, por ex. Ah, e ele tem um holodeck e amiguinhos virtuais.

Mas de novo, é um excelente livro, e eu quero que vocês leiam. É de um estilo mais inocente e otimista, com algumas soluções até um pouco ingênuas (e até previsíveis) e, se eu não soubesse que o livro é dos anos 60, facilmente acharia que ele é dos anos 20 ou 30, épocas de Uma Princesa de Marte ou dos Homens-Lente.

Terminando, para quem quiser um resumo decente da ambientação:
Hard SF.org [que me fez lembrar porque os 'frames' em sites morreram]
Ou para quem quiser ler mais elogios ao livro: Resenhas na Amazon
Tudo em inglês, porque não achei resenhas em português.

E se resolverem comprar e inglês não for um problema, tentem comprar a edição igual a minha, da Old Earth Books. Ficou muito bonita e bem acabada. Está em falta na Amazon (até tem, mas usada) mas, aparentemente, ainda tem no site da editora (link lá no alto da postagem). Já a edição em português é bem rara; mas tem a venda na AbeBooks (encontrada via AddAll, adoro esse site, já me ajudou muito), só que custando mais do que a capa dura (e nova) que indiquei.

Novamente, um excelente livro. Preciso ler mais Simak daqui por diante.
Vocês façam o mesmo!

domingo, 16 de março de 2014

Recruta Zero x Frank Miller


Bons tempos os anos 80, quando a imagem acima era perfeitamente válida numa revista direcionada à crianças de 6 à 12 anos [não sei a faixa oficial, mas era +/- nessa aí que eu lia Recruta Zero com regularidade]. OBS: cliquem nela para ampliar.

E para saberem, depois que a espada sai voando ela cai no peito do Sargento Tainha, que explode em sangue. [o peito, mas se tivesse sido o sargento inteiro também teria sido impressionante!]

A história acima é a Zeronin, "por Frank Milho", e está na edição nº1 do Almanaque do Recruta Zero, de novembro de 1989, pela Editora Globo. Encontrei-a hoje, fazendo uma limpeza de umas partes mais antigas e inóspitas da estante. Eu nunca fui de guardar revistinhas, mas esta mereceu. [outra, devidamente guardada junto, é a história onde o Homen-Animal encontra-se com o coiote das histórias do Papa-Léguas - aqui em inglês]

E para quem é ruim da cabeça e não pescou, o título e o autor são paródias com Ronin, de Frank Miller. Também está na edição outra história (apenas poucas páginas, na verdade, como a acima) parodiando a O Cavaleiro das Trevas ("O Sargento das Trevas"), mas onde o Tainha veste-se de Super-Homem ao invés de Batman. [também tem sangue, mas bem menos] E tem outra que é como seria se o Recruta Zero fosse desenhado pelo Maurício de Sousa. Para saberem, o mote da revista é que o desenhista do Zero sumiu e os editores estão tentando arranjar outro. E o detalhe interessante é que isso nunca apareceu em nenhuma revista americana do Beetle Bailey (o nome original do Recruta Zero), foi tudo idéia e desenhos de brasileiros, ambos devidamente aprovados pelo Mort Walker (o criador do personagem).

Fui procurar agora uma imagem da capa [preguiça de scannear eu mesmo novamente] e acabei de notar que até que essa revista não foi esquecida, encontrei uma postagem sobre ela de 2008 e saiu uma matéria na Universo HQ mal tem duas semanas até. [e mesmo correndo o risco de acharem que essa postagem aqui é imitação e não uma baita coincidência, não quero saber, a imagem no alto merece] Inclusive, cliquem lá para verem mais imagens da revista. Tem o Tainha de Super.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Walla!, e o captcha em hebraico cursivo!

AHA! Venci! Toma essa WALLA!
Acabei de passar por uma situação tão bizarra, que eu resolvi postar o passo-a-passo do que PARECE que deu certo. Nunca se sabe, mais alguém pode estar passando por isso. [lá fora, pelo menos, tem um monte, gente perguntando isso em português, não procurei muito, mas não achei]

OBS: CAPTCHA são aquelas letras tortas ou manchadas, que costumam aparecer no final de cadastros na internet, para o site ter certeza que você é uma pessoa.

Mas vamos lá. O problema: eu tenho dois emails gratuitos no Walla. Um site israelense. Hoje em dia seria bem idiota você ir lá para criar um email, com o GMail do Google e seu espaço infinito por aí. Mas na época que o que tínhamos eram 250 MB de Hotmail ou 1 GB de Google, e lá eram 3 GB. Um exagero. Mas ok, criei o email lá. Outros criaram. Deve ter muito brasileiro com email lá até hoje. O legal é que passaram muitos e muitos anos e o e-mail tem a mesma cara e as funcionalidades ultra-simples dos tempos da internet lascada. Eu gosto.

Tenho outros, mas sempre usei esses de lá com alguma freqüência. Algum tempo atrás o site parou de ser em inglês e ficou todo em hebraico por padrão. Aí você sofria um pouco, mas achava a opção para colocar o email de volta em inglês lá dentro. Mole.

Ontem... O site me pede para atualizar a senha, que eu não trocava faz anos. "Pois não, meu senhor. Com prazer.", disse eu. Dou nova senha, defino e-mail alternativo, coloco o nome do meu bicho de estimação. Claro, abri a tela simultaneamente no idioma original, para preencher, e outra no Chrome, para ver a tradução.
E aí... :הקלד את המספר הכתוב למטה ("digite o número abaixo:")

 

O diabo do número era em HEBRAICO! CURSIVO! NUMA FIGURA!

Ou seja, não dava nem para ver como é o número 2 deles no Wikipedia é ir lá e digitar "2", e nem pedir para o Google traduzir. No começo eu nem entendi direito o que estava acontecendo, e como eles escrevem da direita para esquerda, achei que eram algarismos ocidentais invertidos misturados com rabiscos! Ô ignorância! [nisso que dá não nascer rico, viajar o mundo e conhecer todas as escritas!]

Vasculhei o Google Imagens, para ver os algarimos em letra cursiva (exemplo). Mas não deu muito certo.

Depois de vasculhar e ver pessoas colocando as figurinhas acima no Yahoo Respostas, e outras pessoas que sabem hebraico respondendo, mas nenhuma explicando, dizendo "aquela coisa que parece um K é o número tal", "a coisa que parece um 2 é ...." (eu ainda achavam que eram algarismos misturados com rabiscos nessa hora), finalmente, uma alma bondosa comentou algo do tipo "o problema é que você tem que traduzir".
Aí deu o estalo! Putz! Não eram algarismos! Está ESCRITO o valor ali.
Não vem 123 em números, vem escrito cento e vinte e três!
E depois confirmei isso esbarrando num fórum, com alguém resolvendo um dos captchas.

Mole então... Google Tradutor! E isso agora é para vocês fazerem aí.

O captcha é, basicamente, a centena na 1ª linha, a dezena na 2ª, e a unidade na 3ª. Alguns são mais complicados que outros (no exemplo acima, o segundo nem tem uma 3ª linha). E ainda estou na dúvida se há alguns riscos inúteis misturados ali ou se são algum sinal real.

Mas então... Hora do Google. Fui lá e digitei: cem, duzentos, trezentos... E vi como eram as centenas (1ª linha). Depois o mesmo para as dezenas e depois as unidades. Dica: parece que hebraico é como português e inglês, de 10 à 19 os números mudam bem, depois disso é  vinte e um, vinte e dois, etc. Ou seja, a dezena não muda. Pareceu. Então você não precisa digitar tudo de dez até noventa e nove.

Novo problema: o Google escreve tudo em letra de fôrma, e o captcha é numa letra manual bem torta. E a letra de fôrma do Google nem sempre parece com a versão tradicional dela. Vasculhei o Google Imagens novamente, mas nada de conseguir me entender. Mas, convenhamos, um "triângulo sem a base atravessado" e uma "bolinha com rabinho", também não têm nenhuma semelhança entre si, e eu acabei de descrever o nosso "A" maiúsculo de fôrma e o minúsculo cursivo.

E foi aí... Que veio a solução, que é razão da postagem inteira [que como sempre ficou mais longa do que devia]:

Passo 1: vá no Google Tradutor e digite os números por extenso.
Ao contrário do exemplo na figura abaixo, comece com as centenas, são só nove opções e é a 1ª linha do captcha.


Passo 2: escolha um deles aleatoriamente, clique com o direito na tradução, Copie, e cole no seguinte site: [o grande achado da noite!!]
Converting between Hebrew Print and Cursive in One Step, por Stephen P. Morse.


Na tela acima, eu peguei o três. Notem a incrível semelhança entre algo que parece um olho de desenho animado pela metade no Google, algo que parece um W no site, e algo que parece uma letra 'e' minúscula ao contrário no formato cursivo. Sim!! Aquilo que parece W17W e eibe são a mesma coisa. [eu fico aqui zuando, mas eu acho essas doideiras o máximo. E música hebraica soa bem, queria ter tempo de aprender]

E você vai assim... Escolha um qualquer, cole no site do Steve, veja como ele se parece em formato manual, olhe para a figurinha e pense "Não, eu preciso de uma centena que comece por algo que pareça um N". E depois "Preciso de uma dezena que tenha duas vezes o W". Em bem poucas tentativas você deve conseguir matar as 3 linhas.

Vale a pena recarregar o captcha até aparecerem os mais fáceis. As letras que parecem as letras "K", "N", "e" ou um "8 falhado no alto" eu achei as mais tranqüilas.

A figura abaixo foi o meu caso real: [um deles, falta resgatar o outro email ainda]

O texto colorido é do Walla, no meio o Google e ao final a versão cursiva do site.
Notem que há um traço no início* da última linha do Walla que não serviu para nada (?) e os "apóstrofos" parecem iguais, mas são letras (?) diferentes.


(*) lembrando que, como hebraico é da direita para esquerda, você vai se confundir algumas vezes apertando backspace e o cursor não apagar nada, ou tentar marcar o texto da esquerda para direita e não funcionar. Diversão adicional.

No final, a tradução do texto acima foi: cem, setenta, três.
Voilá!, "173" e entrei no meu email. OBS: em algarismos romanos mesmo!
Parece complicado, mas fazer esta postagem demorou muito mais que descobrir o número correto. Bem... depois de ter descoberto o site do Stephen pelo menos. [e meus agradecimentos, onde quer que esteja!]

Ah, mas isso tudo foi porque o Walla me forçou a trocar a senha, e eu precisava passar pelo captcha. Mesmo depois da nova senha resolvida, na tela de abertura do email o captcha continua aparecendo, mas você não precisa preenchê-lo todas as vezes. Basta colocar o login, a nova senha, e clicar no botão. Deixe o código em branco mesmo.


E, claro, relembrando... Isso tudo eu ACHO que faz sentido. Sempre existe a possibilidade de eu ter digitado algo errado e passado mesmo assim, por algum problema no site. E adoraria saber, de alguém que fale hebraico, se eu falei alguma sandice acima. [não seria a primeira. rs!]
Então vale a pena vocês tentarem entrar no email digitando qualquer coisa chutada, para ver se cola. Se não colar, tentem o acima. Mero acaso ou não, eu passei! :-D


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[ATUALIZAÇÃO EM 28/março:]
Confirmado, não foi mero acaso. Acabei de ir lá agora de novo, ver se ia funcionar com o meu outro email. E foi até rápido. Também dei sorte de pegar um número fácil. Isso ajuda.

Mas antes de tentar, eu resolvi abrir o meu próprio blog - porque aqui tinha o link do site do Stephen. E qual não foi minha surpresa em descobrir 5 comentários!
DOBREI a quantidade de comentários no site em apenas 1 semana*, sendo que os outros 5 levaram 3 anos e 200 postagens para conseguir. Muito maneiro.
(*) a data da postagem está como 13/março, mas só coloquei no ar mesmo no dia 20.

Galera, fico muito feliz de ter conseguido ajudar. Mesmo que tenham sido poucos, não importa. Fico feliz.

Mas paremos a rasgação de seda [nunca rasguei seda, mas queria, só para testar o ditado] e vamos ao que interessa. Aula de hebraico com o Tio Ranzinza! [até parece]

Esse abaixo é o exemplo real do captcha que acabei de pegar:


A resposta é 828.




Importante:
eu ainda acho que há letras mais fáceis. Dêem preferência ao "K", "e", "N" e "8". O Walla tem um link abaixo da figura, com uma "?" no meio. Clique lá para trocar de captcha até achar um com elas. Várias vezes se possível.

Matar todas as letras é quase impossível, as 3 que eu marquei abaixo com uma seta vermelha são a mesma letra [que parece um D no site do Stephen] Eu nunca ia achar que aquele "J meio deitado" à esquerda da primeira linha fosse a "letra pi" à esquerda da última. Mas eu nem precisei chegar lá (já explico).

E o tracinho inútil (?) sempre aparece (vejam a seta rosa). Só que na primeira linha é ele. Na última, não. Ali é uma letra mesmo. Mas a "vírgula" (?) ao final pareceu inútil. Saber a diferença entre o tracinho e a vírgula inúteis e a letra "I" e o "apóstrofo"... Eu nem tento.
E acostumem-se que o "L minúsculo" e o "E minúsculo" são a mesma letra (seta verde).



Explicando porque eu nem precisei olhar tudo...O 828 foi rápido porque, por eliminação, não sobraram opções. Que se danassem as outras letras, depois de ter resolvido as primeiras, não tinha nenhum outro número com início igual. E eu olhei a minha figura lá no alto (a do 173) e já sabia que "e" do Walla no Google parece um "olho de desenho animado", e o "N" no Google parece um "morrinho"; e a única centena que começava com "olho + morrinho" (da direita para esquerda) era o 800. Resolvido.

E se você começar a reparar, verá que hebraico até simplifica o esquema do português. Aqui tem oitocentos, oitenta, oito. Lá eles têm DKN DJINe,  P'JINe e DJINe. [atenção: isso NÃO é hebraico, é só como as letras se parecem olhando o site do Stephen].
Então matando o quatro, por exemplo, 400 e 40 seriam "DKN quatro" e "P'uatro" [eu não entendi quando a primeira letra some ou não, aí também seria querer demais]

Em português tem leves diferenças, mas tem. É duzentos e não doiscentos, quinhentos e não cincocentos. Em hebraico a regra maluca acima do "DKN" para centena e "P'" nas dezenas funciona que é uma maravilha do trinta/trezentos até o noventa/novecentos, e o cem. Vale tentar ficar pedindo novos captchas até pelo menos 2 deles terem finais parecidos.

Lá no alto, no 173, notem que o 100 é o próprio "DKN" e 3 é "eibe". Se o captcha fosse "DKN eibe + P'eibe + eibe", advinhem qual seria a resposta? Exatamente! 333.
[correção: na verdade, no caso do trezentos, surge um novo D e fica "DKN Deibe", mas o que importa é que: se começa com DKN é centena, se termina com eibe é a terceira.]

E depois de entender essa "regra", descobri que é mais fácil, para resolver o captcha, digitar logo no Google todas as trincas. Coloque lá tudo de uma vez da seguinte forma, que ficará mais fácil para você ir se entendendo:

novecentos
noventa
nove

oitocentos
oitenta
oito

setecentos
setenta
sete

...


Ah, e claro, uma dica que eu não dei porque para mim não adiantou nada, mas... pode dar certo: vá no Google Imagens, digite walla captcha e veja o que aparece.
Se aparecer alguma com alguma das linhas igual à de vocês, clique, abra o site, e veja se alguém respondeu. Com sorte, em duas ou três vezes você descobre todos os valores.

E depois de olhar esse treco várias vezes, você até se acostuma com os rabiscos.
Na verdade, ao invés de dois, tenho três emails no Walla (mas o terceiro estava abandonado mesmo), mas só para testar, fui lá renovar a senha dele também.
Só de curtição.

Mas não queria ter trabalho. Acho que cliquei umas 20 vezes no botão para trocar o captcha até que apareceu "DKN DJINe + P'eibe + ee". Matei a centena e a dezena (800 e 30) só de olhar. E um número que é duas vezes a mesma letra - só existe um: o 6.

Tava começando a ficar divertido resolver isso até. Mas graças a deus acabou. Recuperei meus emails e, pouco a pouco... vou transferir todos meus cadastros pro GMail. Vai que algum dia o captcha é AUDITIVO!

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[ATUALIZAÇÃO EM 21/abril:] Pensando agora... Estou dando trabalho à toa para vocês.
Se todas as dezenas (exceto 10 e 20) são P' + número [o 20 também começa com P', mas o que vem depois dele não é igual ao "dois"] e todas as centenas (exceto 200) começam com DKN [lembrando sempre, isso sou eu inventando uma transliteração louca para o formato das letras], vocês nem precisam colocar tudo no Google.
É bem interessante... mas desnecessário.

Resumindo: só importa identificar as letras do final e vocês só precisam digitar 11 números no Google para matar a charada (de 1 à 9, 10 e 20).

O 200 não entra porque é a única centena sem DKN (o que eu chamo de D muda toda hora, mas o KN é inconfundível). Reparem nos captchas acima, todos têm DKN, se vocês não tiverem, é o 200.

Tem leves pegadinhas, como o 40 que perde uma letra ou o 300 que ganha uma [corrigi isso agora lá em cima até], mas o "final" da palavra em si (o início dela, da direita para esquerda) não mexe. Pô, tá ficando cada vez mais fácil isso. rs!!

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[ATUALIZAÇÃO EM 11/junho:] Estava lendo os novos comentários [e peço desculpas para os que eu não respondi ainda] e pensei em algo: e se o site do Stephen sair do ar? Pois então... Vou facilitar ainda mais a vida de vocês!

Seguem os números que interessam. Google, Stephen e um exemplo de cada caso:


Atenção: no número 4, o exemplo acima não tem o "D" na frente. Realmente, não apareceu no Walla nenhuma das vezes. E o Google traduz para quatro se você deixar sem também. É alguma coisa do idioma... Sei lá. Mas há vários "D" acima, se aparecer, vocês saberão como é. É bom para lembrar da pegadinha de alguns casos perderem ou ganharem novas letras. [e eu não sei quais são eles].

Interessante: não tinha notado antes, mas o vinte é o dez com o P' na frente [e por isso não botei exemplo do 20].

Pegadinha
: eu não apaguei os "tracinhos inúteis" de nenhum dos exemplos. 1º) para vocês se acostumarem a ignorá-los [e eu estava com medo de ser realmente algo do idioma e eu estaria fazendo besteira tirando-os de lá, e aí...] 2º) eu ACHO que finalmente descobri o que eles são! E putz, é muito idiota. Aquilo é o "e". Saca "Trinta e sete"? Pois é... É o êzinho do meio. Mas eu fiquei brincando com isso no Google e foram surgindo novas situações, letras, apóstrofos duplos... [e nerdice tem limite e eu não tenho planos de fazer contas em hebraico] Façam vista grossa para eles (como antes) e pronto!

E acho que, agora sim, esta postagem pára de aumentar! :-D

terça-feira, 4 de março de 2014

A Trilogia Thrawn

     

Títulos: Heir to the Empire, Dark Force Rising e The Last Command
(sempre com um Star Wars: na frente, claro)
Todos já publicados no Brasil como Herdeiros do Império, O Despertar da Força Negra e A Última Ordem, pela antiga Editora Best Seller. [mas como viraram raridades, é mais barato ler em inglês mesmo]
Autor: Timothy Zahn (autor de vários livros de fc mais militar)
Editora: Bantam Spectra --  Anos: 1991, 1992 e 1993
Páginas: +/- 1.300 ao todo. Parece muito, mas são só umas 430 por livro e são de bolso, então uma página cabe menos texto que o normal.
[juntando os 3, deve dar menos texto que qualquer um dos livros de Guerra dos Tronos]

Disney vindo aí, sabe deus mais quantos filmes (estão até falando num 'O Jovem Han Solo'), e pessoal já dizendo que não vão se basear nos livros que vieram antes.
Então resolvi tomar vergonha na cara e finalmente ler a tão famosa Trilogia Thrawn, considerada pelos fãs a continuação oficial dos filmes. Veja bem... Até prova em contrário (ou seja, o George Lucas desdizer) tudo que acontece nos livros de Guerra nas Estrelas acontece "de verdade" no universo dos personagens. Então se o Lucas me autorizar a escrever um livro em que o Luke tem um cachorro de estimação chamado Fofucho, nenhum outro autor pode dizer depois que o Luke nunca teve um cachorro. Exceto o Lucas. Porém... existem livros e livros! Sempre tem aquela situação de "Todos os livros são bons, exceto da série tal." ou "Os livros deste autor eu não considero.", mas a Trilogia Thrawn sempre pareceu ser unanimidade.

E já que agora corremos o risco do Lucas estragar até isso, eu tinha que ler logo a "continuação de verdade" antes. E cá estamos.

A história: Cinco anos depois do O Retorno de Jedi, a Princesa Leia está grávida de gêmeos e é um tipo de embaixadora itinerante da Nova República, o Han Solo é general e o Luke... hummm... a profissão dele é ser Jedi, mas também ajuda. E apesar de termos um novo governo dos mocinhos, ainda existem muitos planetas reticentes com esse papo de refazer a antiga república, há muitas sobras do antigo império por aí, e naves de guerra de menos; então a vida não está mansa, mas está indo. Mas, eis que, de repente, um dos generais do Império que ainda sobraram, um Grande Almirante na verdade, finalmente começa a pôr em andamento um plano para reconquistarem terreno e derrotar de uma vez por toda a galera da antiga Rebelião. [para quem jogou Tie Fighter no PC, ele é o cara de uniforme branco e pele azul] O plano envolve um antigo armazém do Imperador, um Jedi maluco desgarrado (que em troca quer treinar o Luke, a Leia e os filhos dela como seus discípulos do mal), bichinhos que moram em árvores e, claro, uma campanha militar decente - ao contrário do que o imperador anterior fez.
E ainda temos também o Lando, tendo outra vez os negócios atrapalhados pelo império (vide O Império Contra-Ataca); uma guilda de contrabandistas (velhos amigos do Han) e uma ruiva raivosa que quer matar o Luke - e que todo fã de Guerra nas Estrelas sabe que será a futura esposa dele, mas na época do livro ainda não tinham pensado nisso.

Opinião: partindo logo para porrada, o primeiro livro é cheio de forçadas de barra, coincidências e conveniências. O segundo é muita conversa, não achei tão bom [sei lá, acho que falatório não combina muito com Guerra nas Estrelas]. E o terceiro volta a ser mais corrido e com mais ação, mas, novamente, com muitas coincidências fortuitas. Tudo isso com um Jedi surtado no meio, que eu achei um personagem bem irritante (não só pela personalidade dele, mas pela própria existência em si) e o vilão, o tal Thrawn, é inteligente até demais. Um bom vilão, claro, mas no terceiro livro, por exemplo, num momento temos a seguinte conversa.

_ Amigos da rebelião, descobrimos que o plano do vilão é X.
_ Mas espere, isso pode ser o que ele quer que a gente pense.
_ Então você acha que ele fará Y?
_ Ah, não ser que... Ele finge que fará X, para que pensemos que ele fará Y, mas na verdade é X mesmo! Claro!
_ Porra, meu filho, decida-se!


Ok, não foi bem assim. Mas foi quase. O princípio é o mesmo. Os próprios personagens já estavam tão assustados com a inteligência do cara, que já estavam pensando que, na verdade, TUDO era parte de um complicadíssimo plano dele que eles ainda não tinham captado por completo. Pelo menos a conversa acima terminou com um personagem mais sensato decidindo fazer X e dizendo que nem o vilão poderia ser assim tão inteligente e pensar em tudo.

Agora, vamos a parte boa. Acho que o autor conseguiu amarrar tudo que ele escreveu. Coisas feitas ou citadas no começo, lá no terceiro livro você entende a razão. Tem uma personagem até, que tem um dilema, por assim dizer, e lá no último do livro, com toda a ação correndo, você só percebe qual é a solução 1 linha antes do problema ser resolvido. Típico de filme, você de repente vai soltar um "Puta que pariu! Resolvi o mistério" mas só dá tempo para um "Puta..." antes da cena também entregar.

Os personagens ficaram muito bons, não só os novos, mas os conhecidos também. Em momento algum você pensa que eles estão diferentes do que estavam nos filmes. As personalidades estão inalteradas. Achei que reusar a frase "Eu sei!" do Han foi exagero (depois de 5 anos de casados, essa piada interna provavelmente já teria cansado entre eles), mas estão lá, todos os personagens dos filmes, sem serem só personagens quaisquer com os mesmo nomes. E até a inteligência sobrenatural do vilão teve lá sua graça, porque você também começa a duvidar de todos. Num certo momento da história descobre-se que há um espião infiltrado e, automaticamente, você lista mentalmente quais personagens poderiam sê-lo. Eu, por exemplo, cheguei numa conclusão que tornaria o plano do cara muito mais antigo e complicado; mas ao mesmo tempo que estava achando que o autor tinha exagerado na conta, causou um certo "quem espionou Odete Roitman?" na história. [e, no final, a minha teoria estava errada, então o cara não tinha exagerado tanto quanto eu pensara]

Mais coisas legais. A ação é bem cinematográfica. Coisa que tu até pensa "Ah, fala sério!" mas sabe que, se você visse aquilo num filme, não só não acharia nada demais, como até pensaria "Bem bolado...". Especificamente, para quem leu, estou pensando agora na cena da corda. Eu poderia pensar em vários fatores para ela não dar certo. No mínimo, duvidaria da capacidade do personagem de medir o comprimento da corda e da exata distância até onde ela iria assim, simplesmente, no olho e numa questão de segundos. Mas no final, eu tive que sorrir. Foi o tipo de solução cretina, criativa e divertida que eu esperaria de filme de ação espacial juvenil, que é o que o Guerra nas Estrelas é [mesmo que boa parte dos fãs agora tenham 50]. Então isso e mais as personalidade iguais, deu para matar saudades da série original e entrar bem no clima.

Outra coisa é que, apesar de eu ter dito que o autor amarrou as pontas, tem muita coisa que acontece ou planos que são feitos e, na hora H, não dá muito certo ou outros planos aparecem na frente. Eu até comentei sobre isso na postagem do Imperdoável, é legal quando você vê que nem tudo leva a algo ou funciona. Pode ter sido um jeito do autor encher páginas com tramas paralelas? Pode. Mas pode não ter sido também.

Entrando no terreno dos fãs, achei legal descobrir o quanto foi criação do Timothy Zahn no universo de Guerra nas Estrelas pós-filmes. Mara Jade, o Almirante Thrawn, clonagem de jedis, os filhos do Leia e do Han, tudo isso surgiu primeiro neste livro e foram sendo reusados depois. Eu sempre fui fã da série, mas nunca tinha lido nenhum dos livros nem dos quadrinhos. Sempre me mantive informado, tendo uma noção do que acontecia com os personagens ou o mundo deles, mas ler mesmo... Não. E nem pretendo ler mais, com uma rápida exceção que já menciono. Mas, de novo, foi divertido ler o livro e pensar "Então foi esse cara que teve essas idéias! E todas de uma vez!"

A rápida exceção que vou abrir são outros dois livros também do Timothy Zahn, a duologia Hand of Thrawn, que serve um pouco como continuação desta trilogia, e onde o Luke e a Mara começam a pensar em juntar os trapinhos. Esses dois livros já não parecem ser a unanimidade que foram esses três, mas fiquei curioso. O Zahn depois escreveu ainda mais livros envolvendo o Thrawn ou o casal, mas estes eu vou deixar passar, não pareceram tão interessantes assim.

Voltando à parte de ter entrado no clima, geralmente eu leio uns 3 livros ao mesmo tempo. Um principal e dois menores (de contos ou quadrinhos) que leio na hora de dormir ou se quero um livro comigo, mas sem precisar dar total atenção. Enquanto não terminei a trilogia, todos os outros eu parei. Li apenas ela em todas as oportunidades. Mesmo com todas as falhas (nem são tantas até), o livro te deixa curioso sem apelar para ganchos (cliffhangers) apelativos.

Ponto para trilogia como um todo: apesar dos clones e do jedi louco (preferia que o livro tivesse sido feito sem nehum dos dois) eu não queria largá-la.

Falando sobre o jedi louco, a sensação que eu tive é que o tal Joruus C'baoth só estava na história porque o Luke precisava de alguém com poderes da Força para enfrentar. Senão ele só ficaria andando pra lá e pra cá tendo vantagem competitiva sobre todo mundo - afinal, ele seria o único com poderes sobrenaturais. Bem... se era para ser, que fosse assim então, ainda seria melhor que ter o Jedi Beato Salu querendo dominar o universo. [na imagem do Wookiepedia ele me lembra o Charlton Heston em Moisés] E a solução para o Luke não ser o megamaster foi dada pelo próprio livro: os tais bichinhos que bloqueiam a Força de quem está por perto. Pronto. Nas horas em que fosse ser muita vantagem os poderes dele, bastaria ter os bichos nas redondezas - e eles estão por todos os lados mesmo, pois o vilão principal, tanto para se proteger do Luke como, principalmente, do seu 'aliado' (o Jedi Salu) tem sempre esses bichos por perto.

Ok, mas acabaríamos não tendo nenhuma luta de sabres... Mas verdade seja dita, pelo que vi nos filmes, o que liga um sabre-de-luz é um mero botão de liga-e-desliga, não é nenhuma checagem de DNA do usuário ou se ele tem mitocôndrias-mágicos [sim fãs, eu sei, "midichlorians", mas eu renego a existência da 2ª trilogia como sendo uma fanfic, então o nome certo não importa]. Solução para termos o combate: bastaria algum dos vilões saber lutar com espadas e ter um sabre. Simples! E com tanto Jedi que morreu na época antes do primeiro filme, devem ter um monte por aí sobrando.

Ok, ok, não seria a mesma coisa, e a luta final, no último livro, ficou bem legal... Mas realmente, o Jedi louco me incomodou. Não gostei dele. Então, dada a opção, aceitaria qualquer coisa que o escritor tivesse inventando que o eliminasse.

Terminando o assunto, acabei de descobrir que os tais bichinhos (ysalamir) são lagartos! Não vou lembrar mais como foi a descrição deles no livro, mas em algum momento alguém falou sobre eles ficarem bem parados, então na minha cabeça eles pareciam mais com pequenos bichos-preguiça. Mais especificamente, imaginei-os como tarsos! Ok, imaginei errado.

E é só. Essa postagem começou com plano de ter umas 10 linhas, e levou 4 horas... Melhor parar nos tarsos. Tarsos são muito maneiros!