domingo, 25 de março de 2012

The Gods of Mars

Primeiro as boas notícias: "Os Deuses de Marte", de Edgar Rice Burroughs, deve sair em português no começo de abril e a continuação, "O Comandante de Marte" (The Warlord of Mars) já no mês seguinte. Informação tirada do Facebook da Aleph.

Agora a notícia +/-: com o lançamento do filme e relançamento do livro "Uma Princesa de Marte", a capa mudou!! Pena, a capa original era muito bonita, com alto relevo e tudo. Seria legal continuarem no mesmo padrão. Mas imagino que agora o 2º e 3º livro seguirão o padrão sem-graça novo. O consolo é que a capa do livro NÃO é o poster o filme. Um grande alívio.

E infelizmente, agora a notícia ruim: o livro não é bom. Das 180 páginas, as primeiras 100 são de porrada e fuga, seguidas de porrada, luta e fuga. E novamente mais luta e fuga. E aí... Eles fogem novamente e se preparam pra lutar. E finalmente começa a história. Mas aí o Carter é feito prisioneiro de novo, foge e parte pra luta.

É... baita maldade descrever assim, talvez até um pouco de exagero, mas estejam preparados: é muita luta e fuga!
Ah, e muita paixão. Com exceção de uma, todas as mulheres do livro se apaixonam pelo sujeito. [ok, são só duas! mas no livro inteiro acho que só há 4 mulheres - e uma é a vilã e outra é a esposa]
[opa, 5! lembrei que a Sola faz uma pontinha]

E acabei de me tocar que como li no ebook, eu não percebi se esse livro era mais fino ou grosso que o original. Achei que era mais fino, o que explicaria a história menos "densa", mas não... Bizarramente ele é mais longo que o primeiro. Haja lutas e fugas!! [estou tomando como base as edições Del Rey: livro 1 e livro 2]

A história é de 1913 (lançado em forma de livro em 1918) e parece que o Burroughs aproveitou o tempo pensando em novos ambientes, personagens e novos povos, legal!, mas fiquei com a impressão de que ele não sabia o que fazer com tudo isso. Obviamente a impressão é falsa, dada a época do livro ele deve ter feito exatamente o que os leitores juvenis de então queriam: um sujeito machão, bom de briga, estrategista nato, irresistível para as mulheres, num ambiente fantástico, com um enredo meio Guerra Civil + índios, e tecnologias estranhas. O mérito do Burroughs [e aqui eu ressalvo minha ausência de pesquisa sobre o tema, vulgo: chute!] é que ele talvez tenha se adiantado, já que Doc Savage, O Fantasma, e outros heróis pulps +/- no estilo vieram uns 10/20 anos depois. Claro, outros escritores foram a influência do ERB, mas quem hoje lembra do "Gulliver de Marte"? [eu também não lembro, acabei de descobrir isso]
[se bem... eu devia ter lembrado dele sim, ele aparece no começo do 2º Liga Extraordinária, é o cara num tapete voador em Marte]

Mas mesmo contextualizando, não muda o fato de que nasci na segunda metade do século XX. Quando aprendi a ler essas histórias já tinham mais idade que meus avôs; então não é possível se desligar totalmente.
Uma Princesa de Marte, por exemplo, eu gostei, e nem achei que Dejah tão desamparada e boboca como muita gente achou. Mas de repente foi meu cérebro distorcendo a minha visão um pouco, para algo mais atual. Neste ele não conseguiu.

Resumindo rapidamente a história: quem leu o 1º livro ou viu o filme sabe que, no final, o cara vai parar na Terra de volta (de formas completamente diferentes, mas ok, termina igual), passa um bom tempo tentando voltar acaba e conseguindo (de formas completamente diferentes, mas ok também). Aí começa o 2º livro.
Ele volta, mas foi parar num outro canto de Marte (lá pelo Pólo Sul), onde é inicialmente perseguido por homens-planta-bebedores-de-sangue e acaba conseguindo a ajuda de um outro marciano que arranjara o mesmo problema.
Escapam, mas vão parar na base dos marcianos-brancos de onde precisam fugir (para quem viu o filme: são os carecas!, que não apareciam no 1º livro), mas acabam sendo pegos no meio de um pega-para-capar entre estes e seus inimigos mortais: os marcianos-negros (no próximo filme, talvez?). OBS: ambos tem aparência humana, ao contrário dos verdes.

Os Brancos vivem em bases na montanha, os Negros em bases subterrâneas. Ambos extremamente religiosos (sendo que no caso dos negros, a própria deusa vive lá com eles) e consideram que os marcianos de outras cores são lixo que eles podem usar para escravizar, se divertir ou comer. E o Carter acaba sendo feito prisioneiro destes também. E fica o livro todo reclamando achando que vai morrer sem rever a esposa.
Se o filme chegar a ser feito, devem ficar cenas espetaculares, bases subterrâneas, mares escondidos, submarinos, templos e jardins.

Bem, obviamente ele foge, caso contrário não existiriam 11 livros (se bem que vários não são com ele) e quando finalmente ele chega em casa, depois de fugir de toda essa galera...

SE NÃO QUISER SABER MAIS, PULE PARA O ÚLTIMO PARÁGRAFO:

... descobre que a esposa não está lá - ela agora é prisioneira do mesmo pessoal! Que coisa!
E, só de sacanagem, o regente temporário, que é de Zodanga, ainda tenta um golpe de estado. (eu já esqueci um pouco do 1º livro, então não sei agora se no filme aquele sujeito é esse e adiantaram esta parte do enredo, ou se é outro zodangano aprontando). Mas é isso. Aí ele vence todos e no final fica com a mocinha.

Na verdade, não fica não... a história termina um pouco em aberto, quem começar o 2º livro vai ter que ler o 3º.

ÚLTIMO PARÁGRAFO:

E quem quiser ler logo, o livro é gratuito para download em inglês.
Eu não gosto de não ter o livro em papel, mas ainda estou na esperança de alguma editora (a Aleph?) relançar tudo, ao invés de ter que comprar antigas edições em sebos pela Amazon. Como só os 5 primeiros livros entraram em domínio público, ninguém relança os 6 seguintes.
Só a Disney relançou tudo, mas me recuso a comprar essas edições com capas de livro infantil (e quem é a BRANQUELA na capa do 2º? são ETs vermelhos!!) Mas além das capas, no 1º livro falta a introdução original. Falha grave. Sou mais comprar as Del Rey de 30 anos atrás. Ou esperar mais um pouco...

ATUALIZAÇÃO: li o terceiro livro já, mas para não ter que ficar alterando cada postagem de cada livro da série cada vez que ler mais um deles, padronizarei da seguinte forma:
Clique no marcador John Carter abaixo para resenhas dos demais livros da série.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Sua Alteza

Natalie Portman (fã desde Brincando de Seduzir e O Profissional) e Zooey Deschanel (não lembro quando primeiro a vi) em minha tela de TV são sempre bem-vindas. Mas este filme (Your Highness no original) é indigno de uma postagem longa. Tá aqui o trailer legendado: trailer. E pronto. Saibam que se nem o trailer é engraçado, o filme é menos. Mas eu tentei. Eu tinha esperanças... Se quiserem mais dados vão no link. Vou nem por o cartaz que é pra não perder tempo.

Há alguma piadinhas até boazinhas aqui e ali, justamente aquelas que são jogadas sem pretensão, algumas gozações com clichês (como a narração em off logo após conseguirem a espada mágica), mas as piadas principais, onde você sente que tentaram te fazer rir... Eles falham miseravelmente!
Muito ruim. Não vi no cinema [e agora entendo porque não passou] e geralmente só posto comentários sobre filmes que vi na grande tela... Mas eu tinha que avisar. Uma bosta.
E tinha potencial.

Vejam quando estiverem resfriados, presos em casa e com dor de cabeça. Assim vocês não rirão, mas terão a impressão de que foi porque estavam mal-humorados pelo estado de saúde e ficarão com uma impressão melhor do filme. Melhor do que não rir em plena posse de suas faculdades mentais.

sexta-feira, 2 de março de 2012

The Measure of All Things

Não, essa não é uma postagem com aquela animação em flash que mostra o tamanho das coisas desde uma partícula sub-atômica até o universo inteiro. Não tenho tido tempo de postar, mas achei que merecia mencionar o conto The Measure of All Things, de Richard Chwedyk (ISFDB).

É uma história meio triste, que trata de animais abandonados num abrigo. E mais eu não digo. Não seria spoiler, mas prefiro deixar vocês lerem. Eu mesmo, me interessei pelo conto quando ouvi falar dele mas, com o tempo, esqueci do que se tratava, então fui lê-lo agora meio que de surpresa e fui descobrindo o que estava acontecendo a medida que lia. Sei lá, acho assim mais divertido.

O conto pode ser encontrado no Year's Best SF 7 (editado David G. Hartwell e Kathryn Cramer), que é uma série de coletâneas quebra galho, mas sempre há 1 ou 2 contos por livro que compensam a importação. Este compensou o livro. Muito bom. Meio triste, sim, mas muito bom.