sexta-feira, 29 de novembro de 2013

The Ballad of Beta-2

Autor: Samuel R. Delany  --  Editora: Ace
Páginas: 124  --  Ano livro / história: 1971 / 1965
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Contexto:
a humanidade lançou uma esquadra de 10 naves geracionais para colonizar o espaço mas, logo depois, descobre como viajar acima da velocidade da luz e coloniza o cosmos. Enquanto isso, as 10 naves fazem o percurso da forma mais longa possível. Muito tempo depois, quando elas finalmente chegam ao planeta inóspito que deveriam colonizar (na verdade, duas delas nunca chegaram), a humanidade já está lá faz tempo e olha torto para aquele povinho primitivo (o "povo das estrelas"), que praticamente voltou ao barbarismo durante o trajeto, e os deixam orbitando um planetinha qualquer, para que vivam lá sem incomodar e sejam esquecidos. Que é o que eles queriam também. Nem sair das naves eles saíram.

A história: um aluno de antropologia, à contragosto, é incumbido pelo professor de uma atividade um tanto banal, mas o professor insiste justamente por ser algo que nunca foi dada a devida atenção: pesquisar os tais "star folk". O aluno protesta, alegando que o povinho é tão vagabundo, que mesmo passando tanto tempo isolado, nunca criou nada de diferente nem deu nenhuma contribuição às artes, poesia, música, etc. E o professor resolve fazer o aluno pesquisar justamente seguindo esta linha. E lá vai o sujeito, de cara amarrada, fazer o trabalho de campo.

Opinião: essa conversa entre os dois ocupa o 1º capítulo inteiro, que são só 5 páginas. E foi o suficiente para me deixar bem curioso. [mas eu sou suspeito, porque quase fui professor de História] [e pena que seria crime eu colocar isso no ar, mas fica a recomendação de vocês irem atrás. Dá para achar o livro em forma digital sem dificuldade na net. E aí depois de lerem as 5 primeiras páginas e ficarem curiosos, comprem e leiam o livro.]

No começo do capítulo seguinte temos o aluno lendo o principal poema deste povo, do pouco que já foi pesquisado. E em seguida fazendo suas análises iniciais de partes que obviamente foram transcritas com erro, e rearrumando alguns termos. E finalmente, ele vai até o tal povinho para melhor pesquisar. Segue a parte principal do poema:

She walked through the gates and the children cried,
She walked through the Market and the voices died,
She walked past the court house and the judge so still,
She walked to the bottom of Death's Head hill...


O legal é que só vamos descobrindo a forma correta do poema a medida que o aluno vai também entendendo melhor o contexto e as analogias. No começo o aluno crê que o povo só fazia canções repetindo temas de quando moravam na Terra, como cidades, desertos e areia, mesmo quando nada disso mais existia para eles. Mas vamos aos poucos, junto ao protagonista, descobrindo o que queriam dizer esses termos para eles.

E vamos também resolvendo o mistério do que aconteceu com a nave Beta-2 e o que diabos aconteceu com elas no caminho.

Fazia tempo que eu não pegava um livro e ficava com vontade de terminá-lo numa única sentada (o livo é fino, até dá para fazer). Eu realmente fiquei curioso em saber o que deu errado, entender do que os personagens e suas gírias antigas (no universo do livro) falavam e, assim como o protagonista, tirar sentido da balada.

Uma coisa legal é que a narração as vezes dizia coisas como "E Joneny, em seu medo e preocupação, não percebeu naquela resposta, a dica para outras respostas que ele buscava." Ou seja, o autor descaradamente nos avisando (os leitores) de que ali foi dito algo importante, e não só o protagonista, mas nós também não percebemos. Uma outra passagem divertida é quando o protagonista entende, complemente errado, palavras normais para nós, mas antigas e desconhecidas para ele. [e eu preciso descobrir mais livros de FC com situações lingüísticas como tema, foi um enredo bem interessante]

Claro, nem tudo são flores no livro. O protagonista em si começa a fazer as suas pesquisas nas naves abandonadas em órbita, começando pelas vazias, justamente para tentar ter o menos contato possível com o tal povo que saiu delas; e, no final, é só até onde ele chega mesmo. Eu fiquei curioso em saber em que estado estava a população e a cultura dos sobreviventes.

Boa parte da história é contada através de gravações antigas da nave, mas a nave ainda ficou muito tempo no espaço depois daquilo e antes de chegar ao destino, então, de certa forma, não ficamos sabendo no que deu, socialmente falando, os acontecimentos que acompanhamos. O livro dá uma rápida mostra, mas eu queria mais.

E, claro, tem a "criança mágica". Além do pesquisador (e do professor, mas só nas primeiras páginas), e dos personagens que conhecemos através das gravações (mortos faz muito tempo), só há um outro: uma misteriosa criança que vive nas carcaças das naves, sem nem precisar de oxigênio e comida (ou a devida pressão atmosférica). Você acostuma-se a ela, mas na hora, como eu estava interessado mais na parte de pesquisa histórica/linguística (e detetivesca) da trama, ter uma criança alienígena de olhos verdes voando em volta do personagem deu um certo choque e uma incomodada.

Perdeu um pouco do charme, mas ainda foi um livro cuja premissa inicial foi interessante o suficiente para prender a atenção (com ou sem criança, e apesar da capa horrenda). Há também alguns tons religiosos na história, mas nada que chame a atenção se você não estiver preocupado com isso.

E um detalhe bobo, rapidamente citado no texto, mas achei uma tecnologia interessante no universo do livro. O protagonista, para não perder muito tempo na pesquisa que ele achava que seria desinteressante, utiliza um recurso de ajuste temporal: ele passará uma semana pesquisando o povo, mas apenas 24 horas passarão para as outras pessoas. Não lembro agora se isso significava uma viagem no tempo ou se ele estaria "acelerado", mas chamou a atenção.

Terminando, três resenhas para vocês. Todas com spoilers.

Republibot.com: The novel is enjoyable, brief, and worth reading, just not as powerful as Delany’s later works.
O legal desta resenha é que o cara também comenta sobre o autor zuando o personagem, dele não ter prestado a devida atenção ao que foi dito a ele naquele momento. Realmente, foi uma passagem divertida. Se isso for uma marca do autor, preciso ler mais Samuel Delany.

Omphalos' SF Book Reviews:
My recommendation is that you read every word Delany ever wrote, but if you do decide to pick and choose, this one should be on your list.

For the birds: Delany is a transcendental writer in the best sense of the word.
OBS: achei o texto desta resenha legal, mas note que a frase que virou link nem é sobre o livro em si. Acho que o texto foi escrito por um professor de literatura. É meio viajante. Mas achei interessante, então cá está.


[ATUALIZAÇÃO]: algo que só descobri bem depois de ter lido o livro e feito a postagem, e esqueci de voltar para comentar... O livro existe em português. Saiu pela Edições de Ouro (futura Ediouro) no final dos anos 70, devidamente traduzido - "A Balada de Beta-2". É um daqueles brancos, com FANTASTIC escrito na capa. É tanta coisa na capa que fica complicado dizer qual a série, coleção, ou sei lá. A Traça descreveu como "Coleção: Infinitus - Fantastic, F37 - Categoria Copa, nº 587" e ainda tem um "Alto Nível" escrito no canto... seja lá o que isso for. Quem não sabe inglês, não tem desculpa agora!]

domingo, 24 de novembro de 2013

The Day of the Doctor

Meninos, EU VI! [gente velha vai pegar a referência cretina, rs!] E não vou resenhar nem fazer uma postagem [acabou virando uma, porque ficou longo] só dizer que foi uma divertidíssima homenagem para os fãs.

De: Steven Moffat  --  Com: Matt Smith (o Doutor atual), David Tennant (o Doutor anterior), John Hurt (o Doutor retroativo), Jenna Coleman (a acompanhante), Billie Piper (o clipe falante), Joanna Page (a rainha), Jemma Redgrave (a chefe da UNIT) e Ingrid Oliver (a asmática).  --  Ano: 2013  --  Duração: 1h17min  --  País: Inglaterra

Pelos trailers (vide postagem anterior), eu esperava que fossem puxar para um lado mais dramático voltado para o canône, focado na história da Guerra em si - sim, ela é um dos fios condutores - mas o que fizeram foi juntar 2 dos doutores atuais (uma pena o Eccleston não ter aparecido), um terceiro +/- novo, uma ponta de um dos antigos, e uma micro-ponta do próximo [isso é spoiler, mas quem tinha essa preocupação, já viu o filme a essa hora], tudo isso misturado com MUITA piada interna e muita fofura e carinho com, e entre, os personagens (e atores).

A história em si não é muito profunda (*) (principalmente a trama de apoio, envolvendo a rainha e vilões com cara de monstros do Jaspion) [mas eles já tinham aparecido antes na série, então respeitaram a aparência] e foi um baita retcon de muita coisa, mas... Dane-se! Foi excelente, espetacular, e EU ESTAVA LÁ! Foi uma sessão super divertida e emocionante. [mas não a ponto de chorar, como alguns fãs]

(*) mas lembrem-se do que eu falei na outra postagem sobre isso, Doctor Who não é sobre criar enredos complicados e te fazer quebrar a cabeça para acompanhar. Doctor Who é sobre os personagens. O resto é pano de fundo.

Ah, e os fãs. Parte de toda diversão foi a sessão lotada, só com fãs igualmente malucos pela série, que reconheciam e entendiam cada zuação. [e se acabavam com elas] Eu até esperava gente um pouco mais esquisita, algum cosplay, mas até que se comportaram. Tinha um cara com um capa estilo Matrix [hein?], outro sujeito com marcações na pele [estilo os episódios do arco dos Silence] uma garota de chapéu e casaco marrom, ambos com detalhes em verde brilhante [não sei se aquilo era algum personagem das antigas de Doctor Who, dos atuais não pareceu], uma garota com uma TARDIS de papelão na cabeça, e uma adorável ruivinha [o cabelo parecia meio cor de rosa, na verdade] de terno laranja e gravata brilhante. [novamente, não sei se aquilo era cosplay de Doctor Who, ou de *qualquer* coisa]

No final da sessão, quando eu pude vê-la melhor, eu dei uma rápida geral de cima abaixo nela, e que ela rapidamente me viu fazer também, e se você [a maluquinha de cabelo ruivo/rosa] está aqui lendo isso, não se preocupe, não estava pensando mal de você, nem julgando nem nada, estava uma graça. Meu sorriso era de "Que fofo!" e não de "Só dá maluco..." [bem... essa barca já tinha partido de qualquer jeito].

Ah, e se a "fã que perdeu a chave-de-fenda sônica da River que comprou na Inglaterra" estiver por aqui, dá um Oi! e diz se achou, fiquei curioso.

E os miados... Ah, os miados. Muito divertido. Cada fofura, aparição, troca de olhares, piada, drama, etc... Metade das garotas da sala soltavam um mio, que eu não sei como elas fazem. Aquele som feminino, típico de adolescente, de quando o cantor andrógino da moda olha do palco na direção delas e dá uma piscada. Mas a sessão certamente não seria a mesma se não estivesse *lotada* dessa gente. Foi uma boa coisa só ter tido um único dia, nenhum fã ficou com vontade de esperar uma sessão melhor, num dia mais calmo, num outro horário, ou algum descrente resolveu ver só para fazer hora... Não! Todos os doidos tiveram que se reunir de uma vez só.

Resumindo em uma palavra, a sessão (filme e fãs) foi BRILHANTE!

domingo, 10 de novembro de 2013

Rico Slade Will Fucking Kill You

Eu costumo colocar as capas de livro e cartazes sempre +/- no mesmo tamanho [217 de altura, sem margens, que fica bem no Firefox, mas depois descobri que nem tanto no Chrome, no IE e no Comodo Dragon, ou seja, em lugar nenhum quase], mas esse livro agora não só eu não quero falar muito, porque ele é fino e não quero estragar a história toda, como ele ainda tem um nome e capa tão escrotamente divertidos, que será com ela que vou gastar o espaço hoje:




Autor: Bradley Sands
Editora: Lazy Fascist Press / Eraserhead Press
Páginas: 114  --  Ano: 2011  --  ISBN: 978-1-936383-47-4
Tamanho: A5 (metade de uma folha de papel normal)

A história: ... Opa! Aqui já entra um aviso, eu darei a sinopse do livro sem nenhum tipo de spoiler real, mas... eu li o livro sem saber NADA dele fora a chamada oficial (em itálico ao final da postagem ou no link da Lazy Fascist logo acima). A sinopse em si entrega algo que você fica sabendo já na 1ª linha da 7ª página [acabei de contar], então não é nenhum tipo de surpresa ou reviravolta final, mas... como eu li o livro sem saber nem isso, caso vocês também prefiram desta forma, pulem para a linha pontilhada.

Então...

A história: temos um ator (era essa a "surpresa"), famoso pelo papel de personagem musculoso, cabeludo e brucutu em vários filmes, que luta contra vilões que querem dominar o mundo. Uma boa comparação talvez fosse uma junção de Comando para Matar com 007. E certo dia o cara surta! Começa a achar que ele é o personagem, se irrita com praticamente tudo e todos a sua volta, e sai degolando gargantas, chutando mulheres e explodindo lojinhas. Mas...

Agora, outro aviso, o que vou dizer abaixo sim, pode ser considerado spoiler mas, novamente, você fica sabendo tão cedo na história, que talvez não seja na verdade... Bem, não querendo saber, de novo, fica a dica de ir para a linha pontilhada.


... não é bem assim.

Na passagem da lojinha, por exemplo, o sujeito fica puto com a atendente, volta para sua Ferrari e a joga através da vitrine, daí sai andando em câmera lenta enquanto o lugar explode, e empregados e clientes queimam. No capítulo seguinte acompanhamos o psicólogo do sujeito, e num dado momento é anunciado na TV que um careca mal vestido jogou o carro dentro de uma loja, mas, felizmente, não houveram feridos. A parte de ser uma Ferrari era verdade pelo menos.

Então uma coisa é a história que o personagem acredita estar vivendo em seu ataque de fúria nem tão furioso quanto ele acha. Outra é a historia real, que mesmo não sendo devaneio, é bastante bizarra por si só.


• • • • • • • • • o "não-spoiler" e o "mais ou menos spoiler" terminam aqui • • • • • • • • •


É um livro bem engraçado. Tanto os capítulos do Rico Slade, como os do psicólogo, que na prática é o co-protagonista, já que eles revesam capítulos e metade do livro é com o sujeito. Assim, de cabeça, dele me recordo do capítulo envolvendo o golfista e "comentários culturalmente insensíveis", por ex.

O lado ruim é que o livro é fino. Assim como o Shatnerquake, o livro inteiro é na verdade um conto. E nem todos irão querer pagar R$ 25 para ter um livro de 90 páginas (em letras grandes, e há um capítulo inteiro que é uma única palavra) [lá no alto eu digo que são 114 páginas, e são mesmo, mas há 12 só com anúncios de outros livros da editora, mas que, diga-se de passagem, ler os títulos e suas descrições é outra diversão], ou R$ 11 para só ler sem nem ter o livro de verdade. Mas pense assim: um ingresso de cinema custa algo entre R$ 20 e R$ 40 e te diverte (ou não) por duas horas. Esse livro faz o mesmo, mas você ainda passará a ter na sua estante uma capa como a acima. É um plano perfeito.

E dá fácil para imaginar o livro como um filme ao lê-lo, por mais que a história não tenha sido feita pensando no Arnold, ele encaixou como uma luva. Eu li o livro em 3 sentadas e, antes a última, assisti uma reprise de O Sexto Dia [um filme bem idiota, mas uma boa e bem feita diversão] e novamente, o jeitão brucutu bem humorado dele pareceu encaixar feito uma luva. Na minha cabeça, bem melhor que The Rock, como numa entrevista dada pelo autor. Sei lá, o Dwayne é novo demais ainda a meu ver, e não tem o jeito bonachão do Arnold. OBS: a entrevista que mencionei dá os mesmos "spoilers" que comentei acima, então se você os pulou, não a leia. Caso contrário...
Bradley Sands – The Man Who Created Rico Slade.

E para fechar, a sinopse oficial (onde o título passa a fazer mais sentido):

What the crap is Arnold Schwarzenegger doing on the cover of Rico Slade's book? This is Rico Slade's goddamn book. Rico Slade is not a body builder, an actor, or a governor. Rico Slade is an action hero.

Rico Slade doesn't care about the political climate. Rico Slade has an advanced degree in badassery. Rico Slade's favorite food is the honey-roasted peanut. Rico Slade can rip out a throat with his bare hands.

But Rico Slade has a problem. His arch-nemesis, Baron Mayhem, is threatening to drop a bomb on the Earth that will kill every human being except himself while leaving the world's currency intact. To save the planet, Rico Slade must journey across Hollywood to find Baron Mayhem. Unfortunately, Rico Slade's crime fighting style involves ripping out the throat of anyone who gets in his way, including grandmothers and Midwestern tourists.

As Rico Slade leaves Hollywood in ruins, the only person who can stop him from destroying the city is his Jewish psychologist, Harold Schwartzman. Until he does, Rico Slade will kill as many people as it takes to thwart Baron Mayhem's evil scheme. Rico Slade will fucking kill everyone.

RICO SLADE WILL FUCKING KILL YOU.

E terminando, 3 rápidas resenhas. Todas com vários spoilers, estejam avisados:
Mythos flavored blog: "(...) so brilliant and so fun you will not be able to stop reading it."
Dangerous Dan's book blog: "(...) a hilarious tale (...) isn't for everyone, though."
Sheldon Nylander: "Hillarious! (...) an enjoyable and downright fun read (...)"

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Bitch Slap

Eu não vou resenhar este filme, já o vi faz muito tempo. Mas fica a sugestão como algo para verem sem absolutamente nenhuma expectativa (fora a de ser um filme extremamente cretino), quando você não tiver nenhuma idéia melhor e algo com mulheres peitudas e o Kevin Sorbo (você sabe quem é, assuma!) não soar uma sugestão ruim.

Eu lembro que me diverti. Lembrei deste filme agora pesquisando sobre a definição de dicionário da expressão e esbarrei no vídeo abaixo. Muito bom. Deu até vontade de rever o filme. Na pior hipótese, pelo menos vejam o vídeo, é divertido por si só.





E depois do vídeo abaixo, leiam as opiniões e resenhas dos usuários no IMDB (a maioria raivosa), e se depois disso tudo você não ficar curioso... [provavelmente significa que têm bom gosto para filmes ou mais o que fazer da vida, mas não isso vem ao caso]

Se preferirem o trailer de verdade, segue o link.

E alguns dados técnicos, só para manter a tradição das postagens cinematográficas:

Nome nacional [só descobri que tinha agora, na época que vi não existia]: Perigosas
O nome em Portugal é igualmente ruim: Mulheres Rebeldes
De: Rick Jacobson (de O Bebê Maldito 2 e Cleopatra 2525)
Com: Julia Voth (+/- de Resident Evil), Erin Cummings (+/- de Jornada nas Estrelas: Enterprise), America Olivo (de Sexta-Feira 13, parte 12: O Reboot e +/- de Homem de Ferro), Michael Hurst, Kevin Sorbo, Lucy Lawless e Renée O'Connor (todos de Hércules e/ou Xena), Zoë Bell (+/- de Django Livre e de Oblivion), Debbie Lee Carrington (+/- de Guerra nas Estrelas) e Minae Noji (do futuro As Tartarugas Ninjas 4).
Duração:
1h49min.  --  Ano: 2009

sábado, 2 de novembro de 2013

Doctor Who no cinema!

Só digo uma coisa: The Day of the Doctor no cinema!
E repito em negrito: The Day of the Doctor no cinema!
E aumento: The Day of the Doctor NO CINEMA EM 3D!
[ok, mas ser 3D é só um bônus divertido, não tenho essa tara]
E melhor ainda, na cadeira do centro na fila do meio! [obrigado engarrafamento pré-feriado e site do Ingresso.com com problemas! (que ficou uma merda depois da reformulação) vocês impediram os outros fãs de comprarem antes de mim]

É agora, universo! Eu não devo estar vivo no próximo aniversário de 50 anos [de 100] de Doctor Who, então esta é chance única! Mostre que sua implicância comigo é coincidência: eu não ficarei doente neste dia, nem nenhum parente morrerá, nem nenhuma ex-namorada aparecerá na porta com um bebê, nem as chuvas pararão o Rio: neste dia eu vou ao cinema! [levei 1 minuto para escrever o texto acima e depois, quando fui pegar o link do trailer abaixo, mais duas horas assistindo trailers do especial de aniversário e mais outras coisas que o Youtube ia sugerindo, desde nerdices de fã até uma excelente chamada de episódio que eu não conhecia].





O legal de Doctor Who é que eu não era um fã antigo da série - eu simplesmente nunca a assistira antes do recomeço em 2005. Mas de tanto ouvir falar e ver ao longo dos anos o carinho com que era tratada (e aproveito aqui para encaixar mais uma lembrança ao saudoso TopTV), sempre tive um certo respeito pela dita cuja.

E aí a série recomeçou, com um enredo envolvendo manequins (aqueles, de loja de roupa mesmo) assassinos. E claro, temos os Daleks, que basicamente são uma raça de lixeiras antigas com uma lanterna na testa e dois braços: um é um pá de batedeira e outro um desentupidor de pia - e eles são o principal vilão do seriado. Mas eles fazem isso com tanta seriedade e drama, e com atores tão bons, e ao mesmo tempo com tanto humor deslavado, que Doctor Who É a melhor de todas as séries de tv. Você assiste todas essas coisas bizarras, algumas com enredos bem ruins, mas eles te levam sem você perceber por tudo isso com tanto carisma, dando tanta credibilidade aos personagens, que cada episódio ruim é um ótimo episódio, e cada episódio bom é épico.

A frase citada num dos trailers abaixo (e parcialmente reproduzida a seguir) é de um episódio recente que foi um dos 'não grande coisa', mas a frase é tão impactante, com tanta história subentendida ainda que não fale nada na verdade, e dita com tanta emoção, que soa espetacular (e melhor ainda fora de contexto).

And I watched universes freeze and creations burn, I have seen thing you wouldn't believe, I have lost things you will never understand and I know things; secrets that must never be told, knowledge that must never be spoken, knowledge that will make parasite gods blaze!

OBS: no trailer, a parte sobre "the Could-Have-Been King with his army of Meanwhiles and Never-weres" é de outro episódio.

A cena em que o atual Doutor apresenta-se pela primeira vez para o vilão-da-semana (que era um ridículo globo ocular gigante num disco voador com cara de estrelinha ninja) é dita com muito menos raiva, enquanto o sujeito ainda escolhia qual gravata usar, e no entanto, quando ele simplesmente termina a fala com um "Olá! Eu sou o Doutor!", com a trilha sonora (o seriado tem excelentes trilhas) crescendo junto cada vez mais, ao final você já está torcendo pelo sujeito e achando tudo o máximo, quase fazendo aquela pose de dobrar o braço com punho e gritar YES! [fuck yeah!]

Outro episódio com uma história rala é o com o Vincent Van Gogh, mas ao final dele você precisa ter a alma negra e fria para não estar com os olhos nem um pouco úmidos. Toda a trama envolvendo a Pandorica eu achei meio confusa (até hoje não sei se deram reboot no universo ou não) mas junta todas as falas badass e discursos, e você esquece disso.

Isso é bom frisar: Doctor Who é no espaço [nem sempre, e bem pouco hoje em dia] e com alienígenas, mas é mais sobre os personagens do que qualquer outra coisa. E os extraterrestres, contexto, histórias de planetas e civilizações vão só sendo jogados e você acompanha se for rápido - e você fica com vontade de saber mais daquilo (e provavelmente nunca saberá, como o exército mencionado alguns itálicos atrás). Eu gosto disso, já elogiei isso em Frank Herbert várias vezes: ele só joga coisas ali como se você soubesse do que ele está falando e segue em frente. Ele não explica. Ele tem mais o que fazer, que é contar uma boa história. [mas não se enganem, a mitologia da série é grande e complicada o suficiente para agradar fãs mais maníacos] O episódio com Van Gogh, por exemplo, o monstro foi derrotado e ainda mal era metade do episódio, porque a história na verdade, não era sobre isso. O mesmo vale para o episódio escrito por Neil Gaiman (o próprio), por exemplo, o enredo em si é bem bobo e os vilões parecem de um livro infantil [vindo do Gaiman, é até possível que sejam], mas a principal história sendo contada, da camaradagem entre o Doutor e sua nave, é tocante. [o pior é que não dá para explicar sem estragar a surpresa, e ver esse episódio solto sem já ser um fã também não deve ter o mesmo impacto]

O fato de eu adorar a série e até hoje não ter uma postagem sequer sobre ela é que acho impossível fazer jus à obra. Ainda mais sendo um novato, que perde uma porrada de referências. Então deixa eu parar de falar, repetir que é a minha série preferida [Firefly em segundo lugar], colocar mais dois trailers sobre The Day of the Doctor, e começar a contar os dias.

Trailer de cinema para o especial:



E um fantástico megatrailer (7 min) de fã, juntando alguns trailers da BBC e mais algumas cenas da série: