domingo, 29 de setembro de 2013

Agents of S.H.I.E.L.D

Ok, vi o piloto. É divertido, mas se não fosse no universo Marvel, eu consideraria só mais uma série bem meia-boca. No estilo - ainda que melhor - que coisas como Nikita ou Alias. Provavelmente eu veria, é só quebra galho mas não chega a ser ruim. Colocaria no nível de No Ordinary Family.
O mistério do retorno do Coulson, de quem são os pais do agente, do trabalho anterior da oriental de Stargate Universe, ou da identidade real da hacker... Não me atingiram. Não sei se eu que sou chato [é... não sei... tô sabendo...] ou se a culpa é deles de não conseguirem chamar realmente a minha atenção.

A melhor parte do episódio foi o "Desculpe, estava escuro naquele canto, não pude resistir! Acho que queimou uma lâmpada." (ou algo assim, segue a original: "Sorry, that corner was really dark and I couldn't help myself. I think there's a bulb out.")

Procurando a frase em inglês, bati nessa resenha aqui, de uma tal Flavorwire: Agentes da SHIELD não é o próximo grande show de Joss Whedon - Ainda!. Esse é o jeito - esperar. Nunca fui fã de Buffy, mas ele conseguiu muito crédito comigo com Firefly. E eu consegui ver Serenity no cinema, foi muito legal quando ele apareceu logo de cara, agradecendo os fãs. Eu gosto muito dele. Vamos torcer.

[ATUALIZAÇÃO EM JANEIRO/2014:]
Atenção, é SPOILER para quem não assistiu ao episódio 11 (The Magical Place).

Ok, a série se manteve naquele misto de bobinha com interessante o suficiente para assistir antes de dormir ou jantando. Continua não sendo grande coisa, mas não é ruim. Então vou vendo sem grandes expectativas ou torcida.

Mas eu tive que voltar aqui para fazer uma reclamação... Quer dizer então que, esse tempo todo, o grande mistério, a imensa mentira que a SHIELD contava para o Agente Coulson foi... Ele NÃO foi para o Taiti!! Uau! Que trágico!

Ah, e tem o detalhe de que ele não ficou morto por alguns segundos, foram dias. Grandes coisa! Maravilhas que a medicina faz por você! Antigamente, se você ficasse morto por 2 segundos sequer e o médico falasse que você voltou a vida, você seria apedrejado enquanto queimava vivo! "Isso é coisa do diabo!" e "Ele voltou com ajuda do capeta!" talvez fossem as coisas mais carinhosas que você ouviria ao acordar!

Então, o cara retornou a vida com ajuda da tecnologia médica avançada. [que é exatamente o que eu quero que façam se eu morrer e tiver alguma tecnologia de ressuscitação por perto!] E, durante o processo, por algum tipo de dor, confusão ou seqüela mental temporária!, o Coulson afirmava que queria morrer. Vamos combinar: ele não estava e em condições de fazer declaração alguma.

E aí, isso foi tão chocante psicologicamente para... Sei lá, os plantonistas do dia?, que eles acharam que quando o Coulson acordasse no hospital ele NÃO iria falar "Pô, galera! Obrigadão pelo esforço! Aquilo que eu disse, quando estava com o cérebro aberto e em dor, deixem para lá! Amo todos vocês!". Não... Eles acharam que o cara provavelmente iria querer morrer de novo, e aí hipnotizaram-no para ele achar que tirou férias!

Que monstros! Que gente horrível!

Não convenceu! Li por acaso, por aí e faz tempo, uma teoria que eu tinha gostado. De tanto o cara falar "É um lugar mágico!", a idéia é que ele teria sido trazido à vida por mágica, e seria a forma de introduzirem o Dr. Estranho no universo Marvel televisivo (e cinematográfico). E aí inventariam algum problema dramático para isso não poder ser revelado, de repente eles deram a alma do Coulson em troca, ou ao invés do Dr. Estranho, eles agora estivessem devendo um favor para algum vilão... Qualquer coisa que, dada a opção, o Coulson, em plenas faculdades mentais, diria "Assim não quero!", e não gritando durante uma operação com o cérebro aberto.

O pior é que até achei que o garçom do Taiti daria um ótimo ator para ser o Dr. Estranho, a cara dele ficou parecida. Na hora pensei que a tal teoria fosse estar certa. Não estava.

E agora teremos o trauma mais fajuto da história acompanhando a série: o cara está chateado porque foi ressuscitado pela tecnologia médica e o enganaram dizendo que ele foi pra praia!

Vou colocar na minha carteira, junto com o aviso de que sou doador, que se eu morrer e existir essa possibilidade, EU QUERO ESSE TRAUMA PARA MIM! :-D

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Vikings

Seriado do History Channel [eu nunca ligo para o canal, mas foi tão bizarro quando me toquei era que do History, e não da HBO, que eles merecem ser citados logo de cara]
Duração: 6h45min aprox. (em 9 episódios)
Ano: 2013  --  Trailer  --  Site oficial
De: Michael Hirst (de Os Tudors e Elizabeth: A Era de Ouro)
Com: Travis Fimmel (de nada interessante), Katheryn Winnick (idem) [achei-a mais bonita "sem maquiagem" como está na série que toda produzida], Nathan O'Toole (faz uma ponta no Os Bórgias), Clive Standen (fez uma ponta em Doctor Who), Gustaf Skarsgård (de Arn, o Cavaleiro), George Blagden (fez uma ponta no A Ira de Titãs), Gabriel Byrne [finalmente alguém famoso!] (de Stigmata e Fim dos Dias) [acho legal que esses 2 filmes são do mesmo ano e num ele salva uma garota do diabo, no outro ele é o próprio Cramunhão], Jessalyn Gilsig (de Heroes) e Ivan Kaye (de nada que eu reconheça).

Pois então... Nada para ver... sem novos episódios de South Park ou Doctor Who... [pelo menos agora começou a 2ª temporada d'A Lenda de Korra] Resolvi assistir a essa série de bobeira após uma recomendação no RapaduraCast. Seria algo para assistir na hora do jantar na falta de outra coisa qualquer.

Vi faz muito tempo atrás a Os Tudors mas, por mero acaso, não notei quando a temporada seguinte começou, e acabei nunca voltando nela - que eu estava achando muito boa - e depois disso parece que deu preguiça de ver esses seriados históricos todos, como Os Bórgias ou qualquer outro que não esteja lembrando.

Mas... Jantar vendo novela é que eu não ia. Comecei a ver e gostei, muito legal; a série pareceu mais um grande filme cortado, ou até mesmo uma daquelas antigas minisséries, feitas para durar só 4 ou 5 episódios e pronto. [a Globo passava umas minis assim muito boas a noite quando eu era jovem, três em especial ainda lembro: uma sobre a Florence Nightingale, outra sobre o Anwar Sadat e uma de FC bem vagabunda com um ator das antigas, que eu tentei de todos os jeitos, mas não consegui lembrar o nome. Vou ficar devendo. A série tinha uma nave em forma de donut.]

A história: acompanhamos um nórdico, chamado Ragnar, que não aguenta mais invadir a mesma galera vagabunda à leste deles e arranja um jeito de navegar para oeste, para saquear as desconhecidas terras de uma tal de Inglaterra e outros lugares para aquelas bandas - desobedecendo o líder local. Ele acaba indo, óbvio, e ele e sua turminha se metem em sangrentas confusões numa idade média muito louca. [muitas liberdades dramáticas - mas também, não daria para confiar muito, a série ser feita por um canal chamado HISTÓRIA não é garantia de chongas, já que eles só sabem falar de ETs e fantasmas] [acho que Trato Feito é o programa do History onde mais aprendo História. Isso... é... assustador!]

A propósito, o tal sujeito talvez tenha mesmo existido. Mas mesmo assim o History conseguiu zonear muita coisa. [e mesmo ignorando o cara, dizer que os vikings não sabiam que a Inglaterra existia foi sacanagem] Quem quiser, pode pesquisar o nome dele (Ragnar Lodbrok - ou Lothbrok, como na série), mas recomendo que não o façam. Logo de cara, no Wikipedia, vocês já tomam um baita spoiler do que deve acontecer no futuro da série. Isso caso não zoneiem mais ainda a lenda do sujeito.

Mas voltando a série... Estava tudo indo muito bem... aí... os dois últimos episódios derraparam legal. Eu me senti meio "enganado". Parece que foram 2 episódios inteiros (de um total de só 9) preparando terreno para a segunda temporada. O último na verdade, porque no penúltimo nada aconteceu. O pior é que não precisava disso...

Se de repente a série tivesse parado no 7º episódio, sem nenhum gancho nem nada [na verdade, o inglês jurando vingança na última cena serviria como tal], teria ficado ÓTIMO.

Eu não quis ver De Volta para o Futuro 2 por algum truque barato no final primeiro filme. Ou, para ficar num exemplo recente, não quis ver Além da Escuridão porque o Jornada nas Estrelas 2009 teve algum gancho de 20 minutos [seria a mesma proporção de dois nonos]. Eu quis continuar nas franquias porque elas foram boas o suficiente para eu querer mais dela. E seus realizadores conseguiram a minha confiança, mesmo que temporária, até o próximo filme, para "Se você fizer isso de novo, eu vejo".

Fraco. Foi como achei o final de uma série que me pegou de surpresa e estava gostando muito. E da forma como a 1ª temporada terminou, o começo da 2ª deve dar tanta merda, que era melhor terem cortado o 8º episódio, por exemplo, e terem usado o tempo adicional para terem feito um cliffhanger bem aos estilo Doctor Who, em que você solta um C*RALHO!, achando tudo muito foda ao mesmo tempo rindo e puto que terá que esperar 6 meses para saber como continua.

Mas não vou desmerecer a coitada por causa do final - que tiveram algumas coisas interessantes e outras que eram óbvias desde o primeiro episódio - e verei a segunda temporada feliz ainda. E será "ao vivo" [desde que não dublem] ao invés de na reprise. Mas perderam a mão um pouco ali.

Quem não viu e gosta de vikings [eu nem tanto, mas quando criança gostava mais deles do que de piratas ou ninjas] pode ver, que eu garanto. Mas podia ter terminado muito melhor. Putz... Acabei de lembrar, a última cena do Ragnar no 7º episódio era ele dando tchauzinho naquele jeito escroto e metido dele. Pô, perfeito! [e enquanto a próxima temporada não chega, fiquei com vontade de rever O 13º Guerreiro, ótimos filme e livro] [OBS: por favor, ignorem a música do trailer, ela meramente fazia sucesso na época mas não toca no filme, a trilha do filme é boa]

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O Rei de Amarelo

Nome original: The King in Yellow
Autor: Robert Wilson Chambers
Páginas: 316  --  Ano: 1895

A história: na verdade, são vários contos sobrenaturais e de horror, e o tal Rei de Amarelo, que seria uma peça dentro do universo do livro, é a ligação entre algumas das histórias apresentadas. Vou manter a postagem curta, então para mais detalhes... a Wikipédia é sua amiga: The King in Yellow (ainda sem link em português lá. E aí, galera? Tão esperando o quê?) [eu já tenho um blog pra cuidar, não olhem pra mim não...]

Agora... A pura verdade, é que não li. Na verdade, nem sabia que este livro existia até outro dia, então nada mais justo que agora esperar. Como assim? É que o livro sairá em português, depois de "apenas" 120 anos! E reproduzo mais abaixo o email do cara que fez eu saber que o livro existia para começo de conversa. [mas eu não fiquei sabendo pelo email, eu votei lá no Facebook quando ele nos pediu para escolher qual seria o próximo lançamento, e pelas descrições e pesquisas que fiz em seguida, eu fui um dos que votou nesse do Rei. E nem precisava ter pesquisado muito, só de falar que foi influência PARA o Lovecraft, me convenceu]

O livro está agora em pré-lançamento (e põe PRÉ nisso) pela editora Clock Tower, do Denílson Ricci, uma espécie de OMAC editorial.

Deve demorar um pouco para sair (sem data ainda, mas eu chutaria de final de 2014 para meio de 2015), mas tenho mais de 200 livros na pendência, posso aguardar. Eu comprei o outro livro do Denílson, mas a verdade é que não só até hoje não li (com tanto livro na frente, acabei não furando a fila com ele), como não poderia aproveitá-lo 100% de qualquer jeito, porque já lera quase tudo do Lovecraft antes [olhei o índice lá agora, e devem ser umas 40 ou 50 páginas de material inédito para mim apenas]. Mas é um livro muito bom, de primeira! [a propósito, meu nome real está lá, nas páginas finais, com a galera que "crowdfundiou" o dito cujo] E esse é mais um motivo para não me apressar agora: por mais que eu tenha ficado curioso com as histórias do Chambers, o próximo livro eu vou aproveitar direito, lendo inteiro sem ter lido nada dele antes.

O livro ainda está com pouca divulgação, mas já achei pelo menos um outro blog comentando e tem o Facebook, linkado mais pra baixo.
Morte Súbita Inc.: O Rei de Amarelo finalmente em português

E agora, tal qual ao primeiro livro, vamos ao email original, que motivou a postagem:

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Amigos, estamos em desenvolvimento de um novo livro, nos moldes daquela antologia de Lovecraft, mas como muito mais qualidade e agilidade no processo de desenvolvimento, entre tantas outras melhorias... Esse novo livro tem tudo para ser muito melhor que o primeiro.

Este livro é 'O Rei de Amarelo' (The King in Yellow) – ainda inédito em nosso idioma, escrito em 1895 e de autoria do famoso, mas agora cult, escritor Robert W. Chambers. Esse livro foi um enorme sucesso no passado e até hoje considerado uma das maiores criações de literatura fantástica de todos os tempos. Recomendo fortemente aos amantes desse tipo de literatura que leiam essa nosso futura tradução. O próprio Lovecraft, fã de Chambers, usou esse livro como fonte de inspiração para o seu 'Necronomicon' e o tinha como uma obra de cabeceira. As influências desse livro estão em outras partes da obra de Lovecraft, como no conto 'A Sombra de Innsmouth', 'Um Sussurro na Escuridão', etc...

Convido a todos a conhecerem o projeto do livro no link abaixo.
https://www.facebook.com/oreideamarelo

O livro não está nem traduzido ainda e tudo está no começo. Mas será como no projeto anterior de edição fechada. Então se você tem interesse no livro ou aventa a possibilidade de um dia vir a adquirir o mesmo, manifeste esse interesse respondendo esse email e cadastrando assim seu email para o futuro livro, ok? Eventualmente lhe mandaremos informações sobre o andamento do livro.

Grande abç,
Denílson E. Ricci
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Ah, só para o caso de neste livro o pagamento também ser antecipado [não sei ainda como será], já fiquem sabendo que não há razão para medos ou suspeitas. No livro do Lovecraft eu paguei por ele acho que 1 ano antes [ou mais?] e em cada atraso [foram alguns, mas devem ser muito menos agora, que o cara já tem a manha] havia um email do Denílson pedindo desculpas e falando que quem quisesse desistir, ele devolvia o dinheiro na mesma hora [porque sempre surgia um babaca achando que era golpe...]. Podem confiar. E, novamente, não percam a chance. Não só é um livro que já nasce sendo edição de colecionador, como pode ser a única chance que vocês terão [para comparação, nunca vi 'O Mundo Fantástico de H. P. Lovecraft' no Estante Virtual. Quem tem não vende! Ha!].


Agora é sentar e esperar 1 ou 2 anos. Mas valerá a pena!



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[ATUALIZAÇÃO EM MARÇO/2014:]

MAS QUE SAFADOS!

MAS QUE COINCIDÊNCIA DESAFORTUNADA!

Ninguém falava deste livro até sei lá quando, quando o Denílson começou a pesquisar entre os leitores qual seria o 2º livro da recém criada editora Clock Tower, e aí... Acabei de levar um susto no Skoob vendo a capa de O Rei de Amarelo. Achei que já era o livro do Denílson (apesar da capa meio sem graça)... Mas não, não era!

Pior, tem dois!

Não só a Arte & Letra lançou uma versão parcial, como parece que a Intrínseca está para lançar a dela também [acho que não lançou ainda, porque o livro não consta no site deles]. Ok, o livro é antigo e os direitos expiraram, então até eu posso lançar uma versão se quiser. Mas porra, que <biiiip>!

Ok, podem não ser, mas sabem como é... Coincidência demais!

[comentário: a capa que eu vi primeiro, que achei muito sem graça, foi a da Intrínseca, que parece de livro infantil e completamente descuidada na escolha das fontes. A da Arte & Letras até que ficou bem legal.]

Se ainda estivesse para sair no cinema algum filme baseado na história, nessas horas todo mundo corre para lançar o livro. Mas não está! Falta de fair-play isso. Eu vou esperar. Se o Brasil esperou 100 anos para ter esse livro em português, eu posso esperar só mais 1. Enquanto isso, dei um pulo no Facebook do projeto e roubei o texto abaixo. Editei um pouco para ficar mais curto e deixo aqui para vocês [mesmo porque eu não sei linkar uma postagem específica do Facebook, se é que dá, parece que não]

[atualização da atualização:] Sobre as partes riscadas da postagem: e não é que saiu uma série de TV cheia de referências ao livro!? Putz! Não podia ter saído 1 ano depois e o Denílson ter feito rios de dinheiro com o livro dele já no prelo antes de todo mundo?! Pipocas! Retiro o <biiiip!> acima. Mas putz! Muitos putz!
Alguns links sobre o assunto: io9 e FastCompany.

E vamos ao texto:
[OBS: eu não tenho idéia se a versão do Denílson será mesmo melhor ou não que a tradicional, sou só fã do esforço dele. E vai que o Chambers não publicou a versão original porque era um rascunho que ele não gostou? Ou vai que ele a adorava mas o editor o forçou a mexer na história? Não sei de nada. Mas marketing é a alma do negócio e o Denílson está fazendo a parte dele. Já eu, se bobear vou acabar é comprando as duas para comparar depois. Ser nerd é um problema. rs!]

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O Rei de Amarelo
1 de março


O DIFERENCIAL DE NOSSA EDIÇÃO (com relação a ed. da Arte & Letra) E O PORQUE DELA SER ÚNICA (originais do prof. Trebor)!

Antes de começar esse livro eu fiz um grande estudo ao longo de vários meses e que me colocou em contato com os maiores especialistas na obra de Robert W. Chambers. Foram troca de emails, cartas e materiais diversos.

Uma dessas pessoas foi o professor e doutor Robert Wright Trebor (53) do 'The Department of Philosophy, History, Culture and Art Studies' da Universidade de Helsinki.

O doutor Trebor é, sem dúvida, o maior conhecedor da controversa obra do autor. Mas, o que isso interessa aqui?

É o seguinte: depois da morte e Chambers sua mansão foi praticamente abandonada e serviu de abrigo e local onde jovens se reuniam. Muitos dos escritos originais de Chambers foram perdidos aí, porque esses jovens utilizavam muito de seus papéis, móveis e livros para fazer fogueiras (pasmem). Um desses jovens foi o professor. Foi lá que ele descobriu os manuscritos originais do 'The King in Yellow' e resolveu guardá-los. O professor Trebor confessa que na época era usuário de drogas e delinquente juvenil, mas que mesmo assim guardava um gosto pelas artes e literatura.

Não vou estragar a surpresa pra vocês sobre o que aconteceu com esses originais, mas posso adiantar que a edição de 1895 é relativamente diferente do livro original que é o que vamos apresentar, por isso nossa edição é única até hoje.

Não é querer desmerecer, mas a edição da Arte & Letra só apresentará os 4 primeiros contos do livro e nem da edição de 1895 reproduz completamente.

Junto a esse material foram achados dados biográficos do autor (não é o diário) e que foram importantes para montarmos aqui nossa biografia.

Não vou revelar mais detalhes, uma vez que nossa ideia desse livro já está sendo meio que copiada. Deixarei outros pormenores para a introdução do livro.

Grande abraço a todos,
Denilson
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[ATUALIZAÇÃO EM OUTUBRO/2014:]

Rápida atualização, já que acima (e na resposta de um dos comentários) eu sacaneio uma das edições por ser parcial (apenas os contos principais, e não os 10 do livro original), mas... acabei de ficar sabendo, no novo site da editora, que a versão do Denílson também focará apenas nas histórias principais:

<< O verdadeiro livro “O Rei de Amarelo” é composto de quatro contos e um poema que de fato compõem a obra original (e não dez, como afirmam por aí). Apesar disso, os seis demais contos serão disponibilizados a todos os compradores no formato de ebook, a título de curiosidade. (...) o livro contará também (...) “A Máscara da Morte Rubra”, de Edgar Allan Poe, e “Um Habitante de Carcosa”, de Ambrose Bierce. >>

Pô, Denílson. Muitos elogios são merecidos, mas eu esperava os 10 contos originais. [sim, são 10!] Ok, iria dobrar o tamanho do livro... Mas que tu cobrasse ainda mais por ele então, pipocas!! Quem paga R$ 75 num livro, paga R$ 90! Os demais contos em "ebook a título de curiosidade" foi... eu tinha escrito "sacanagem", mas façamos o seguinte [em vista ao que eu vou escrever no parágrafo abaixo]: foi uma pena.

Menos mal que, pelo que pesquisei, os demais contos não são bons. Então... acho que tu escapou de eu ficar chateado com você. E, no geral, acho que você se redimiu bem incluindo o poema e outros autores. Mas... provavelmente... Lá vou eu ter que comprar a edição com a horrível capa da Intrínseca... Pô, Denílson! rs!!

[ou, pensando melhor... de repente eu compro a versão completa em inglês, que assim fico tendo o texto no idioma original também... gostei disso! Amazon, lá vou eu...]

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Oh, yeaahh!


via: Fukung

O bizarro é que esses comerciais nunca passaram no Brasil e acho que nem a bebida existiu por aqui. Mas de tanto haver piadas com o jarro (o Kool-Aid Man), principalmente no Uma Família da Pesada, que já entrou para a família. E não há como não achar graça em cretinices como a acima. [que já estava aqui na pasta faz tempo, esperando dar na telha de colocar, e tinha texto demais agora na tela]

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Só sei que não vou por aí!

... ou "A AIDS no Futuro!"

Autor: Henrique Flory
Editora: GRD (este livro é o volume 2 da coleção "Ficção Científica GRD", +/- resenhei o vol.4 faz algum tempo) [OBS: mas a era de ouro da GRD parece ter sido a tal primeira onda, e os dois que li dela são da segunda... Isso explica muita coisa... Eu devia ter me informado melhor e visto que a GRD era mais velha do que eu lembrava, e ter comprado livros bem mais antigos. rs!]
Páginas: 146  --  Ano: 1989  --  ISBN: não tem

Eu não sei bem de onde eu tirei a expectativa por esse livro, talvez alguma recomendação pela internet (provavelmente a do Blog do Pai Nerd, ao final) ou de algo que tenha lido em algum grupo de discussões (acabei de achar o livro até mencionado numa Super Interessante de 1989, e essa é uma revista que vem caindo de qualidade, mas sempre li). Pena que eu anoto quando leio os livros, mas não quando os comprei, então não sei se já o tinha antes da postagem linkada. De repente foi só porque eu achei o nome do livro *muito* maneiro.
[descobri: olhei a minha relação de compras no Estante Virtual (porque era certo de ter comprado esse livro usado, em sebo físico ou não) e o encontrei lá. Foi até bem mais recente do que eu lembrava: Agosto de 2012. Eu já devia ter ouvido falar do livro bem antes, daí minha sensação de tê-lo faz muito tempo, mas não o comprei de fato até bem recentemente. Deve ter sido "culpa" do Pai Nerd mesmo então]

Mas... não deu certo comigo. E não foi como os Fifty da postagem anterior, que é algo que eu não gostei, mas reconheço o valor. [OBS: eu não li esse livro em apenas 1 dia, é que eu terminei os 3 +/- ao mesmo tempo, e esse eu acabei falando mais, então preferi deixar numa postagem em separado]. Algo como não gostar de Alceu Valença, mas saber que o cara é bom. Esse livro foi uma versão literária do Naldo ou da Anita [essas referências provavelmente já estarão datadas em 1 mês e incompreensíveis em 1 ano, mas dane-se], que é algo que você acaba ouvindo, mas não gosta e não tem nenhuma tipo de apreciação. As músicas pelo menos você ouve por acidente, o livro eu li por vontade... Porque eu não gostei do livro? Bem, gosto não se discute e seria impossível responder essa pergunta direito. Mas vou fazer [de forma rápida e zuada, sem preocupação alguma em ser imparcial ou contextual] algo que tinha decidido não fazer mais: vou resenhar o livro conto por conto.

O 1º conto tem uma surpresa sem graça. O seguinte tem uma surpresa idiota. E o 3º é uma discussão que não leva a nada e o conto termina, novamente, de forma tola. Neste momento eu comecei a reparar uma certa obsessão por assuntos sexuais pelo autor.
[e foi nessa hora que eu peguei um papel e comecei a anotar minha impressão conto a conto, estava começando a não esperar muita coisa e eu sabia que não leria o livro de uma vez só - então assim eu teria um resumo para o futuro e uma estatística de opiniões ao final - e é por isso também que nos contos seguintes eu falo mais, mas os 3 primeiros mal tiveram meia linha para cada um.]

Próximo conto, que surpresa... fala de sexo e AIDS. De novo! Este pelo menos o fim faz algum sentido, ainda que não tenha sido bom. Conto seguinte: mais sexo e mais menções a drogas pesadas serem liberadas no futuro (isso já fora abordado em 1 ou 2 dos anteriores).

O 6º conto (Abraxas) começou interessante, com um sujeito num traje espacial esperando a morte, depois alguns delírios e aí... O escritor sabe criar bons conceitos, mas não sabe criar bons finais. Final bobo.

O 7º conto eu pulei, pois é o que dá nome ao livro, resolvi lê-lo ao final apenas.

Conto seguinte é um homem descrevendo como uma mulher se sente. Não sei, soou falso. E, claro, novamente a AIDS é mencionada e outra conclusão é perdida. Mais um fim sem graça.

Nono conto... Finalmente! Sem AIDS! O problema: você não gosta do personagem principal. Uma reviravolta vazia e uma citação mitológica não salvam o conto (que se chama Ícaro) - que termina com o "herói" que você já não gostava morto por pura burrice.

Depois temos um conto com final fraco, de cunho sexual, que pareceu ser só um jeito que o autor arranjou para reclamar de dopping esportivo. O seguinte vai pelo mesmo caminho... Foram várias páginas só para reclamar que CDFs e valentões (nerds e bullies, se preferirem) não deveriam estudar juntos. Tudo isso contado em forma de entrevista para a autobiografia de um sujeito muito importante dentro da história. E o que acontece antes de entendermos direito o que foi que aconteceu naquele universo e porquê o cara era importante? O conto acaba. O que era para sabermos (sobre um possível futuro daquele mundo, mas não sobre onde ele estava) foi dito. Mas até isso ficou meio forçado, porque ficamos sabendo que o entrevistado resolveu tirar inspiração de um livro chamado X. Mas ao invés de assumir a inteligência do leitor (ou deixá-lo pesquisar, caso tivesse curiosidade), logo na sequencia ele completa e explica: o livro X escrito por YYYYYY! Essa é a mesma coisa que estraga as piadas [rarrãm!] "nerds" do seriado The Big Bang Theory, metade da cena costuma ser para a explicação da piada.

Mais um conto e... não sei se já é má vontade minha, mas agora pareceu que o cara fez o conto inteiro como indireta para reclamar de triângulos amorosos. O conto começou bem, os personagens foram apresentados, todo o circo se armou, mas no final, uma conclusão previsível e abrupta, gasta com a tal indireta.

O conto seguinte (Amigos!) eu também estava gostando. Novamente o cara "preparou" mal a surpresa, porque o final foi previsível. Mas isso não foi o ruim. O ruim é que a história parou no meio. O conto teria dado um bom 2/3 iniciais, mas pareceu que faltaram os parágrafos finais para concluir a história a contento. Ou até mesmo poderia ter sido a entrada de um conto mais longo. Mas só parar ali, na "surpresa", não teve nada demais.

E finalmente, deixei por último o conto que deu nome ao livro.
Acho que pela capa sempre esperei algo mais puxado para o terror neste conto. Mas não, foi um tipo de FC médica. Achei legal descobrir a origem do título, mas foi outro conto com uma boa ambientação e final fraco. Ah.... a AIDS e drogas legalizadas são citadas rapidamente.

E é isso. No geral, não gostei do livro. Se quiserem uma segunda opinião, segue o link do Pai Nerd, ele gostou bastante:
Blog do Pai Nerd: "Todos os contos são bons e alguns excelentes."

Mas se quiserem uma terceira... Bem, tem o link da Super. Mas na prática, acho que você se ferrou, acho que eu e o Pai fomos os únicos que resenharam este livro. Faz o seguinte, compra, lê, e bloga a respeito (ou comente aqui ou no acima). Pelo menos, depois de você, o próximo que pesquisar conseguirá fazer o desempate e saber para que lado cai a balança. Ou são contos chatos ou previsíveis que insistem em temas sexuais, ou são obras de qualidade carregadas em humor e ironia com finais surpreendentes.

[comentário rápido: no Skoob o livro tem 4 leitores: 1 não deu nota - vamos assumir que gostou; outro gostou, outro não, e uma menina desistiu. 2x2, deu empate de novo.]

Mas, de novo, o escritor é criativo. Ele criou vários mundos ou situações bem interessantes. Meu grande problema foi realmente os finais fracos e a insistência com alguns assuntos. Se o cara não tivesse desaparecido, adoraria ler algo atual dele. Na época ele era um rapazote de uns 20 anos. Agora é quase um cinqüentão. Trinta anos a mais de experiência e poderia sair coisa muito boa daí. E vi que tenho um outro conto dele (de 2 anos depois deste livro) num outro livro que tenho (Assembléia Estelar - histórias de ficção científica política). Mas não vou lê-lo agora para não chegar lá de má vontade. Vou primeiro esquecer o nome dele e, quando ler esse outro livro, se achar o conto bom eu comento na eventual postagem futura. Até lá então!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Dois livros que eu esperava mais

Título: Fifty Short Science Fiction Tales
Editado por: Groff Conklin e Isaac Asimov.
Autores: são 52 autores diferentes, não vou nomeá-los. Clique aqui para a relação completa. Ou clique na capa ao lado para aumentá-la e ver os mais famosos.
Editora: Collier  --  Páginas: 288  --  ISBN: não tem
Ano livro / histórias: 1963 / de 1940 a 1958 [há um poema de 1962, mas é tão curto que não conta].

Pois então, eu sempre me declaro fã dos contos de FC dos anos 40 e 50. Até mencionei isso na postagem sobre uma coletânea parecida, que era principalmente dos anos 60 e 70, então eu tinha grandes expectativas para esse livro. Mas não sei... Não rolou uma química entre a gente. Foi vingança do outro livro, que eu disse que provavelmente não seria tão bom quanto esse, mesmo antes de ter lido... Foi pra aprender! Bem feito!

No final, achei o livro com muito jeitão de Ray Bradbury - cujas Crônicas Marcianas eu adoro, mas os Frutos Dourados do Sol está disputando com Planolândia e Neuromancer para ver qual será o livro de FC* que mais vou demorar para terminar de ler.

(*): Planolândia não é FC de verdade, a os Frutos, apesar do disco voador na capa (edição Círculo do Livro), até onde li dele, também não deveria ser considerado assim.

E esse livro tinha mais uma pegada do Frutos do que do Crônicas. Muitos contos que mal ou nem se aproximavam de FC. Exemplos: Appointment at Noon, do Eric Frank Russel, escritor que eu gosto bastante ou The Available Data on the Worp Reaction, que é tão curta, que nem devia ter me chateado, mas achei tudo tão ruim nela, que traumatizou. Mesmo contextualizando a época, a maioria dos contos não me pegou.
E olha que o conto do Russell envolve a Morte (ela mesmo, aquela de capuz e foice) e no Microcosmic também havia um conto com essa temática, completamente não-FC, mas lá eu gostei do conto... Então o problema não é não ser de FC, é só que não gostei mesmo.

Claro, há alguns clássicos, daqueles que você encontra em várias outras coletâneas, como The Fun They Had do Asimov. E há algumas surpresas legais, folheando agora rapidamente para achar uma, esbarrei com a The Choice, de um tal Wayland Hilton-Young. Mal tem 1 página de texto mas é interessante; é daquelas micro-histórias que não te conta nada, mas você fica querendo saber o que o personagem viu. E outra, bem previsível mas bem escrita, é a Project Hush, envolvendo uma base secreta do exército americano na Lua.

No geral, lê-se, mas retiro o que eu disse e, se é para ler contos bem curtos, leiam o Microcosmic. Esse Fifty Short Tales não teve aquele "tcham!".
Só para citar um que tem, para comparação, estou agora lendo o Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow..., que não é de contos curtos mas servirá para o exemplo; e, finalmente, depois de algum tempo lendo vários livros que não me agradaram muito, esse eu comecei a ler e não queria soltar. Ótima seleção de contos. Só dei uma parada nele porque resolvi que terminaria de ler todos os chatos de uma vez. Arrancar logo esse band-aid. Cheguei outro dia ao cúmulo de estar lendo 6 livros ao mesmo tempo. Porque um ficava chato, aí começava outro, que também descobria ser chato, e assim foi. OBS: dos 6, só 4 estavam chatos. Um era o Tomorrow que acabei de falar e o outro é a 3ª biografia do Asimov. Excelente. O Bom Doutor foi um contador de causos de primeira.


Título: Die You Doughnut Bastards
De: Cameron Pierce
Editora: Eraserhead Press  --  Páginas: 172
ISBN: 978-1-62105-055-1  --  Ano: 2012

Ok, eu dei uma passo maior que as pernas.
Li o Shatnerquake e achei que literatura bizarra seria interessante de experimentar. Há muito coisa que, pelas descrições, não pretendo nem passar perto (como o Ass Goblins of Auschwitz, para ficar num exemplo deste autor), mas muito coisa parece legal (continuando no autor, eu tenho outro livro dele já até, o Cthulhu Comes to the Vampire Kingdom). E quando vi o livro com essa capa (clique nela para arte completa), não deu para resistir. Livros de contos de apenas de UM autor são sempre um perigo. Exemplos rápidos que eu não gostei: Só sei que não vou por aí!, Azar do Personagem ou, mesmo com grandes autores como o Os Frutos Dourados do Sol, do Ray Bradbury. Mas não teve como resistir à essa capa.

Então, o que vocês podem esperar do dito cujo açucarado?

Já digo que o conto que dá nome ao livro é bem curto. Tem 10 páginas. Não é ruim não (é quase um conto de zumbi, beirando o convencional), mas acaba aí qualquer relação do nome do livro e a capa com o seu conteúdo. De resto, vários contos (e os poemas) foram bem mais bizarros do que eu estava esperando.

Tem um que começou bem legal ("Death Card"), com bons protagonistas (um casal de namorados numa leve crise), em que vamos conhecendo cada um aos poucos e sua paixão por pequenas esculturas (no caso dele, itens colecionáveis, no dela, artesanato próprio). Conhecemos o dia a dia do dois, seus gostos para pizza e animação japonesa e etc... Nada fora do comum.

E o que estava fazendo esse conto ser "bizarro" então? Nada!! As páginas foram passando, agradavelmente, e nada de estranho acontecia. Eu já estava esperando que as esculturinhas ficassem vivas (as dele ou as dela) e matassem alguém, não sei. E aí descobrimos o porque do conto ser classificado assim numa conclusão completamente ilógica nas últimas linhas. E acaba! Imaginem que fosse um livro do Sherlock Holmes, tudo indo perfeitamente arthurconandoyliano e aí, quando ele sentasse para conversar com o Watson, perto do final, dizendo que tem uma teoria sobre o mistério, Watson dissesse calmamente: "Holmes, não importa. O peixe chegou!" e surgisse um peixe gigante que engolisse Londres. The End! Não tem peixe nenhum no conto, mas foi nesse nível o choque que eu tive.
Não sei... Foi metafísico, poético, ou sutil demais para minha mente.

Mas há outra, por exemplo ("Lantern Jaws"), que também é um romance fofinho, namorico de adolescentes, mas é muito mais maluca (envolve um fantasma, um quê de Lovecraft, uma sereia e uma garota com máscara cirúrgica) e consegue não terminar de um jeito tão insano.

Tem uma história completamente maluca ("Disappear") envolvendo o Stephen King, que já começa esquisita, mas num jeito fofinho, e termina te dando pesadelos. [ok, exagero, não tive. mas a imagem mental criada é horrível - e não foi a pior coisa do livro]
Já a seguinte ("Mitchell Farnsworth", online aqui), que envolvia sexo sem nenhum pudor e que eu esperava alguma séria escatologia ao final, acabou sendo a história mais normal do livro. Poderia ser parte de uma coletânea de contos românticos sem problema; e tampouco terminou com alguma surpresa assustadora.

Claro, o livro ainda tinha outros traumas mentais a minha espera. Um aleijado violentando o globo ocular de uma velha e forçando-a a comer excrementos não é uma boa imagem mental. Em contrapartida, há uma certa graça em castores góticos [a molecada de preto e não a arte medieval], porquinhos-da-Índia assassinos ou um ornitorrinco ["E por falar nisso, cadê o Perry?"] tentando gerenciar suas ações na bolsa numa sala mágica onde há um computador mas nenhum teclado ou mouse. Olhando agora o índice, o conto "A Birthday In Hell" também é legal.

No geral, não me arrependo de ter comprado o livro. Não vou dizer que ele foi de "altos e baixos" e que os altos compensaram (porque nem foram assim tão altos) mas, mesmo tendo seus pontos positivos e sido o tipo de leitura que eu não acharia em nenhum outro canto, o nome da postagem já diz tudo - eu também esperava mais dele.

Mas para o caso de você ter ficado desinteressado, segue uma resenha mais otimista:
David Hudnut: "Die You Doughnut Bastards was a fabulous read, original and creative to the highest level. (...) Five stars."

sábado, 7 de setembro de 2013

Nerds ranzinzas também fazem regime

Índice de Massa Corporal (IMC) alto (29,6, quase obesidade, calcule o seu aqui) e uma certa convexidade infratoráxica... Pois é... BARRIGUINHA! Mas não é nenhuma surpresa, ela vendo sendo gestada faz uns 10 anos. Acontece com os melhores.

E aí? Qual é a grande auto-ajuda que vou dar para vocês, a dieta-milagre, e o cacete? Nada disso. Vou só mencionar o que eu estou fazendo e esperançar algum eventual nerd que aqui venha.

Então... Férias! Longe de colegas de trabalho querendo ir almoçar em lugares que não são a quilo. Ou querendo ir em lugares que são a quilo. A verdade é que os dois são um problema. Num você não pode escolher a porção, no outro você quer colocar um pouco... de cada! Trabalhar é chato, comer é gostoso, então a hora do almoço é a hora de se "divertir", prazer em forma sólida e líquida. Mas aí... vem a banha.

Então... Férias. Resolvi que ia emagrecer e ponto. Eu lembro de um amigo que sempre foi quase gordinho, desde criança, e uma vez o encontrei e ele parecia um maratonista. Atentei e questionei [sei lá... ele podia estar com câncer...] e ele disse que só fechou a boca. Interessante.

Isso faz muitos anos já. Eu comecei as férias com 87 quilos e acho isso muito. Dane-se o IMC, danem-se os triglicerídeos... Eu sempre achei que uma pessoa de 80 quilos era uma pessoa pesada. Sei lá, 80 é um número "gordo". [todo redondinho] Chegar então em quase 90, é um absurdo.

Ok, tem gente que é alta ou musculosa e têm 80 superbem distribuídos. Não é o meu caso. Basicamente, eu tenho o físico do Dilbert.

E nem sou dos piores peguiçosos. Sou do tipo "sedentário ativo". Ou seja, não pratico esportes e nem faço exercícios, mas acho um absurdo ir de carro almoçar se o lugar fica apenas a 15 minutos de caminhada, ou se um amigo me chama para ir caminhar no mato com um grupo, vou sem me preocupar de ficar cansadinho ou qualquer nhé-nhé-nhém semelhante. História verídica: já fui numa caminhada no mato usando calça jeans. Todo mundo com calor [gente fresca, nem parecem que nasceram no Rio, como se aqui fosse frio] e quando perguntavam o motivo da "maluquice", eu dizia que ficar me coçando por causa de mosquitos ou mato roçando em mim era muito pior. E os shortinhos deles é que eram ridículos. Bem, isso não tem muita relação com perder peso, mas lembrei disso agora. E é bom para vocês terem uma noção dos meus hábitos, assim se você for como eu, essa postagem pode servir como um "Vai lá! Não desiste!" [putz... devia mudar o nome da postagem para "Nerd ranzinzas também são auto-ajuda"]

Voltemos ao assunto.

Antes de resolver cortar meus pratos pela metade (ou menos), resolvi passar um último dia normal e ver quantas calorias isso dava. Não comi mais como despedida, mas também não fiquei me segurando. Veredicto: 3480 calorias.
Estar na casa dos meus pais no dia deve ter ajudado o valor ser alto. Mas nem fiquei comendo besteira durante o dia, 3 refeições mais café com torradas no fim da tarde.

Repetindo, não vou dizer o que vocês devem comer nem nada nessa postagem, será só para compartilhar algumas coisas que eu achei interessantes.

No mesmo dia já montei uma planilha com algumas coisas que costumo comer, deixei pronto o gráfico e tudo. Isso é bom, para dar um valor. De certa forma, o que eu fiz foi a boa e velha contagem de calorias/pontos. O que NÃO é a melhor das coisas a se fazer. Mas... Quando você come quase 3500 calorias e devia estar comendo menos de 2000, é bom ficar de olho nesse somatório. E, principalmente, é bom para notar quando você fugiu da meta. Nada como uma boa consciência pesada para você voltar a linha.

Para pegar as calorias, usei basicamente 2 sites. Que não vou linkar, para ninguém achar que isso é postagem paga! [HA! algum dia eu chego lá...] Quando neles eu não acho, vou no Google mesmo, pego a informação de uns dois sites e tiro a média. E depois eu ajusto no olho, porque eu não tenho idéia do que é uma maçã média para eles. Exemplo real: bolinho de bacalhau médio. Achei dois valores e um era quase o dobro do outro. Eu tirei a média e aumentei um pouco, porque sei que isso é gordice então é bom deixar o valor mais alto para desmotivar.

E assim vai, critérios extremamente científicos. Mas ainda que a planilha esteja toda errada [na pior hipótese, não estará TÃO errada assim, e provavelmente será para cima], é bom. Façam.

Uma dica idiota agora. Coisas que nossos pais nos ensinam a não fazer e que não é para ninguém fazer em público mesmo. Mas, misture tudo no prato. Acho que a bagunça aumenta o volume. E aí você pensa "Cacete! Achei que tinha colocado menos."

Caso real: acabei de jantar. 4 colheres-de-sopa de feijão, 3 de arroz, uma pegada gorda de couve à mineira e 2 colheres de farofa. Praticamente uma feijoada, mas sem aquelas carnes típicas ou torresmo. [e sem laranja, que eu acho estranho comer junto]

Eu estava com fome, mas como sabia o que seria o jantar e sabia o quanto eu tinha já comido em calorias o resto do dia, tinha já planejado na planilha as quantidades - sem dispensar a farofa. Mas quando eu coloquei 2 colheres de feijão e uma de arroz, e olhei para aquele prato ridículo... Eu botei mais.

Resultado, depois de devidamente servido e misturado, o prato parecia imenso. Na metade dele eu já estava satisfeito. Não a ponto de fazer cara de baiacu sorridente, mas eu podia ter parado. [mas não parei e também não vou me flagelar por isso]



E para saberem, eu como em pratos Duralex (mas dos antigos, com borda reta, ao invés dos com dobrinha), que são menores, porém mais altos, que os pratos de um típico comida a quilo atual (que têm o tamanho de uma pizza média, para você sempre achar que está botando pouco).

Outra coisa, mais uma das minhas lógicas baseadas em anos de... humm... chute. Argumentação minha feita em vários almoços com colegas: você está menos errado (não vou dizer CERTO, porque sei que quantidade não é qualidade), quando sai do almoço COM FOME do que satisfeito.

Minha teoria é a seguinte: o ideal seria você comer exatamente o necessário (de coisas saudáveis, claro) e sair do almoço naquele exato ponto em que não se sinta um baiacu safado nem um etíope. Mas isso é como mirar numa régua de 30 cm e acertar exatamente no 15. A chance é muito maior de que você comer mais ou menos, nunca aquele ponto perfeito. Então... Se é para errar, melhor errar para baixo.

Agora a coisa interessante... No começo, eu não senti fome. Pela teoria acima, eu devia começar a me arrepender da dieta já no segundo ou, se muito, terceiro dia. Depois que tivesse consumido todo o excedente da "despedida". Nada. Achei que estava fazendo alguma coisa errada e comendo ainda mais do que devia [mesmo servindo porções bem menores]. O que significaria perder o foco, porque comer muito menos seria complicado. [um pouco menos, ainda daria para forçar]

Ou então eu era algum tipo de organismo super adaptável e já estava acostumado [o que faria de mim um x-man quase, eu sei que não é assim que a biologia funciona]. Mas então, ontem, finalmente aconteceu... Depois de 18 dias... FOME!

Hahahahaha! Consegui! Estou com fome!! Ontem e hoje, passei os dias com fome. Não passando mal nem nada, mas aquela vontadinha de dar uma beliscada. Alguns pães-de-queijo, um copão cheio de Sucrilhos, um pão-francês com fatias gordas de goiabada... Claro, a vontade passa depois das refeições, mas ao invés delas me sustentarem o dia inteiro, eu fico com fome algumas horas depois. [jantei cedo hoje, já se passaram quase 3 horas, e ficar escrevendo sobre comida não ajuda, rs!] Mesmo sendo as mesmas porções a quase 3 semanas.

Se muito, fora as "4" refeições diárias, dou-me o direito de 1 ou 2 biscoitos de maisena [com S], só para calar a boca da barriga; as vezes uma banana ou uma maçã, mas é só. Então saibam, se não for alguma dieta maluca da moda, o seu corpo (provavelmente) não reclamará muito rápido mesmo.

[E agora sim, vai acostumar, seu organismo safado, pilantra, com cérebro de gordo! De ontem em diante é que vamos testar a sua fé! Tá com fome? Vá consumir essa banha!]

Na verdade, a postagem inteira começou com essa "descoberta", e sei lá, achei interessante compartilhar.

E a quantas anda o resultado até o momento? Eu perdi um quilo em duas semanas. Não é nada chocante e, na minha opinião, nem visível, mas é algo. Sinto até que poderia ter sido mais, estou comendo menos mas, nos 14 dias até ter me pesado outra vez, minha média ficou em 2070 calorias [assumindo que a minha planilha esteja majoritariamente correta] e deveria estar no máximo em 1800. E geralmente me peso indo ou voltando do banho, então sei que não tem roupa afetando - e nunca vale uma pesada apenas.

Mas o que eu realmente achei interessante foi o tempo até a pança finalmente notar que estava faltando comida e reclamar. Então fiquem firmes e esperem.

Ah, e em nenhum dos dias nenhuma das refeições foi de salada com frango. [mas teve um dia que jantei 3 maçãs pequenas, porque era tudo que eu tinha em casa] Teve até ovo frito no meio [5 ovos em 3 semanas, entre fritos, mexidos e omelete]

E o peso, mesmo não tendo baixado muito, mantendo o ritmo significa que em menos de 6 meses dá para perder o equivalente a um engradado de açúcar União. [meu cérebro não funciona em medidas internacionais, líquidos são medidos em "copos de geléia" e "copos de requeijão", e peso e volume são medido em sacos de açúcar]. Para quem só engordava, 2 quilos em um mês é excelente.

E só fechando a boca. [nerds sedentários, regozijem-se!]

[agora é esperar duas semanas e descobrir se estou com 85, mantendo o ritmo, ou se estará marcando 87 de volta, e aí e vou ficar chateado - eu volto aqui e falo]

[ATUALIZAÇÃO: hoje é dia 13, estou pesando 85! Só tenho uma coisa a dizer!]

[ATUALIZAÇÃO: um amigo me relembrou de uma questão que rondou a mídia faz algum tempo. Basicamente, esta matéria aqui. Eu lembro dela. E lembrava antes disso tudo. Eu falei acima que isso NÃO é a melhor coisa a se fazer. Mas deixem-me responder essa falta de fé em 2 rápidos pontos:

1) contar calorias não é a solução dos problemas, é para você ter um acompanhamento e ter para onde olhar quando ficar na dúvida se está se mantendo na linha. Óbvio, e você teria que ser um idiota pensando de outra forma, que comer 1.500 calorias no McDonald's as 9:30 da manhã e ficar de jejum o resto do dia não é a mesma coisa que comer 1.500 calorias bem espaçadas ao longo do dia, divididas entre sucos, legumes, e duas fatias de pizza, que gordice é bom e todos nós gostamos. Matematicamente dá no mesmo, mas, infelizmente, não é assim que nosso corpo funciona.

2) 25/setembro: 84 quilos! Tomem essa, seus propontos!

PS: mas sendo sincero, só não fiz a minha planilha contando os pontos ao invés de calorias porque achar as calorias é muito mais fácil, já os pontos... Se der na telha, algum dia ajusto e vejo que bicho sai.]

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Chico Bento: Pavor Espaciar

Autor: Gustavo Duarte  --  Editora: Panini
Com personagens de: Maurício de Sousa
Páginas: 82  --  Ano: 2013
ISBN: 978-85-4260-018-6  --  Tamanho: +/- uma folha A4.
Em versões capa dura e mole. Páginas coloridas.

A história: Chico Bento e o primo estão sozinhos em casa a noite quando, de repente, surge um ET na cozinha. O Chico tenta correr e descobre que o primo acabou de ser abduzido. Logo depois, ele, a galinha Giselda e o porco Torresmo acabam indo todos no mesmo embalo. Daí em diante a história segue na nave e mais não falo. Primeiro que é para não entregar muito, segundo porque a história é tão ligeira, que já contei 1/3 dela.

Vamos lá, novamente, mais um da série Graphic MSP. Eu nunca fui de ler Turma da Mônica, achava um pouco infantil demais mesmo quando era criança. Horácio eu gostava mais, ele era o mais "filosófico" deles. Mas, mesmo assim, sempre tive respeito pelos personagens e um certo carinho por eles... Pô, Mônica e Cebolinha são o Mickey nacional.

Chico Bento então, não sabia nada. E continuo sabendo pouco até. Ele é parente de algum dos personagens urbanos?, por exemplo, nem sei. Mas essa série em capa dura realmente foi uma ótima sacada, sempre uma agradável surpresa. E esse agora eu já li sabendo que não são exatamente quadrinhos adultos, como o Magnetar estava sendo induzido. São apenas quadrinhos excelentes, com histórias curtas, para crianças mais espertas. E claro, várias referências para os pais, saudosistas de plantão, ou gente como eu, que não sou nenhum dos dois mas fiquei interessado.

Lembram quando eu comentei que o Magnetar (já resenhado) lia-se muito rápido? HA! Pois Pavor Espaciar é quase um filme mudo. [ATUALIZAÇÃO: fui depois saber que isso é mesmo o estilo do autor] Muitos quadrinhos sem uma palavra sequer, feitos com maestria, mas ainda acho que as histórias podiam ser um pouquinho mais longas. Serem curtas te dá o gostinho de quero mais, como estou agora, e terminam ainda na curva ascendente, mas mesmo assim, se fossem o dobro do tamanho, ainda seriam tão curtas que terminariam do mesmo jeito.

E olha que eu li devagar porque foi tudo escrito em "caipirês" e ainda olhava com atenção cada quadrinho, não só porque eram super bem desenhados (como já dito), mas também para buscar as várias referências feitas a outros personagens do Maurício de Sousa, outras histórias de FC e miscelâneas aqui e ali.

Começou devagar, olhando a capa dos quadrinhos que o Chico e seu primo estavam lendo, mas aí, qual não foi minha surpresa ao notar um outro abduzido de peso! Mais a frente, vi algo que me lembrou muito o esqueleto das Meninas Superpoderosas (aqui) e de repente meu deu o estalo: "NÃO! É O <spoiler!>! Que maldade, rs!!!" Em outro momento apareceram uns aviões que eu já imaginei logo o que seriam (mas não tive o conhecimento para ter certeza, mas sim, acabei de confirmar que eram mesmo eles - spoiler aqui), e na seqüência, um navio, tornando a referência anterior ainda mais certa, mas que assim que eu vi o nome dele pensei, decepcionado, "Ah, tinha que ser o Cotopaxi..." (se você não conhece esse nome, veja o filme); mas quem é que me aparece na página seguinte? O próprio! :-D

Até referência à lendas urbanas da História mundial apareceram por lá. Não vou explicar, só dar a dica para quando aparecerem umas letras estranhas: usem a tabela aqui e rolem até a seção da Folha de São Paulo. E vão pesquisar sobre o nome que vocês acharem. [mas sim, preciso me gabar de que não precisei da tabela e - acho - entendi o chiste]

Uma das referências à FC eu só fui descobrir no texto ao final do livro e me senti uma besta por não ter olhado direito ali. Mas teve uma, ligada ao universo pop, que era tão manjada e usada à exaustão, que essa eu achei desnecessária. Foi fácil demais, vamos dizer assim. E não estou dizendo fácil reconhecer [eu teria que ser retardado para não fazê-lo], foi fácil demais o autor tê-la feito.

Mas pouco antes da história acabar, tive outro estalo de que um dos personagens não tinha recebido o foco em momento algum... Achei que a última cena seria esse personagem começando a cantar!! E, aí, a piada manjada teria tido uma baita utilidade. Passei perto. Acertei o foco da última cena, mas sem relação à tal referência - que ficou então só sendo clichê. Mas vão lá, tem muitas outras [por falar nisso... aquele asterico gigante tem algo de familiar] e a função aqui não é ficar contando.

[ATUALIZAÇÃO: lembrei de onde era o asterisco. Era daqui! Brincadeira, eu devia estar pensando neste aqui. Mas um asterisco não é exatamente algo raro ou único, pode ser referência à um milhão de outras coisas, ou à coisa nenhuma. É como dizer que as pirâmides são uma referência à bandeira de Minas Gerais...]

Nota 10 e que venha o próximo! [que será do Piteco, outro persnagem que eu acho que nunca li, mas sei que vou gostar da Graphic MSP dele] [na verdade, para mim o próximo será o Laços, que lerei esta semana ainda, resenha em breve]

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Luxor, Zuma e Civilization

Ok, fiz uma postagem faz algum tempo falando de tudo que eu joguei nos últimos 2 anos... Façamos então uma atualização agora, sobre os últimos 6 meses.

Quase nada na verdade, continuei no Skyrim um bom tempo. Mesmo depois de ter terminado tudo que dava para fazer no jogo e suas missões adicionais (as DLCs), eu ainda ficava por lá, zanzando e arranjando coisa para fazer com alguns passantes que eu nunca tinha visto. Depois peguei alguns mapas e missões de fãs. Curtas, mas algumas muito boas.

Foi numa delas que finalmente parei de jogar (era a Agent of Righteous Might), estava tudo indo muito bem, o criador da modificação fez algo muito bem feito, bem legal. Fora o tamanho absurdo da base inimiga, que toda hora você precisa atravessar quase que inteira, procurando alguém, isso era muito chato - ah, mas algo que atrapalhava dentro da base inimiga, que fora dela foi algo legal: nada de setinha indicando cada mísera localização de tudo, é no esquema de "você tem que fazer isso, agora se vira". Só que no meio da brincadeira, acho que por algum bug, o bonequinho não recebe a missão seguinte. Tentei forçar via console e nada feito... Pena, mas foi um sinal do Além para parar de jogar.

Para saberem, além da mod acima, foram essas as outras que joguei:
▪ Hanging Gardens
▪ Helgen Reborn
▪ Moonpath to Elsweyr
▪ The Frontier to Cyrodiil
▪ Wyrmstooth

Algumas, como a Frontier, são bem curtas (foi só uma base inimiga para matar todo mundo), a Moonpath achei meio chatinha de tanto ter que andar só para um sujeito me dar os parabéns e mandar voltar tudo, mas gostei dos conceitos. E na verdade, acabei de me lembrar que a Helgen Reborn eu não joguei. Ok, talvez eu jogue Skyrim de novo um pouco mais. Mas no estilo, o que eu queria mesmo era mais um Fallout [sempre fui mais FC do que fantasia]. Ou até mesmo, com menos história, um novo S.T.A.L.K.E.R. (mas estilo o primeiro, de preferência, que era menos focado em tiroteios).

E também peguei uma mod para trocar a cara de uma das acompanhantes pela Jessica Alba. Só de curtição. Ela é muito bonitinha. Dica: ela fica muito bem com a roupa dos Dawnguard - deve ser a única armadura feminina do jogo inteiro em que a mulher não fica com seios de melancia. Mas depois a enxotei, isso de levar bonequinho de acompanhante só tem utilidade quando você ainda é pobre no jogo e precisa de alguém como mula de carga.

Depois disso... Acho que resolvi descansar o cérebro. Eu (re)terminei o Luxor 1 (era o Luxor HD agora, que estava aqui instalado quando precisava de algo para passar alguns minutos esperando alguma coisa) e aí, na falta de um Luxor de verdade (absurdo dos absurdos!) comecei a jogar o Zuma!

Zuma Deluxe, Oberon Media
(wikipedia / site oficial / sem trailer)

Eu sempre olhei torto para ele. Achava até o Pirate Poppers melhor (que nada mais é que um Luxor de pobre, com visual pirata ao invés de egípcio), porque eu não aceitava a idéia do lançador ficar parado. Mas até que acostumei. Bem legal. E sem definição de dificuldade. Eu gosto disso. O jogo vai ficando pior e é problema seu, não dá para facilitar (essa safadeza o Luxor tinha).

Ainda não terminei na verdade. Depois da "última" fase ele repete os últimos cenários uma outra vez, só que com mais dificuldade. E estou preso aí (que eu sempre morro e tenho que recomeçar desde a primeira).


Aí fomos para o Zuma's Revenge!, PopCap Games.
(wikipedia / site oficial / trailer)

Fora o visual melhorado (quem é das antigas vai entender o comentário, mas o primeiro Zuma parecia feito para EGA e não VGA), algumas novidades bem vindas, como o sapo nem sempre ser fixo (em algumas fases ele se mexe lateralmente, como no Luxor, ou verticalmente até) e, finalmente, algo que não fazia sentido no primeiro mas nem pensei nisso até ver no segundo: agora, em algumas fases, o sapo PULA!

Mas nem tudo é maravilha. O Zuma 2 é, no geral, muito mais fácil que o 1º. E quando não é mais fácil, achei mais difícil por uma certa injustiça: há fases em que as bolas novas tapam "a visão de tiro" das que estão para entrar na caveira (o equivalente no Zuma à pirâmide do Luxor), então você não tem como ficar no desespero, impedindo a desgraça ali, na cara do gol. Dá para passar, claro, já que passei e milhões de outros antes de mim, mas eu me sentia trapaceado nessas horas.

Achei uma boa resenha sobre ele aqui:
Game informer: Zuma's Revenge - Revenge Made Easy

Mas aí... veio a boa notícia. Eu não sei como não tinha notado isso antes, mas TINHA uma continuação do Luxor. E nem estou falando do Luxor HD 2 (que eu também não tinha notado, mas é o jogo antigo embelezado, não conta muito). O que eu descobri foi o...



Cara, muito bom! Pena que é curto, mas achei fantástico. Tudo muito colorido, musiquinhas e visual retrô-PC-anos-90 com cara de neon anos 70 e fliperama. Tinha horas que eu nem entendia o que estava acontecendo, mas estava tudo explodindo num arco-irís psicodélico de figuras não renderizadas (o jogo é todo só as linhas). Para quem gosta de joguinhos marble poppers ou marble shooters (os melhores termos para pesquisar por eles) e é da minha geração, esse Luxor Evolved é obrigatório.

Luxor Evolved, Oberon Media
(wikipedia / site oficial / trailer)

Ele é muito corrido, beirando o frenético em alguns momentos. Mas é o mesmo esquema de sempre, com alguns dos power-ups clássicos (como o escorpião ou a bomba de cor) e alguns novos, como a doença e o congelamento (quase iguais na prática) ou a chuva de meteoros (tipo a chuva de raios, que também tem ainda, mas muito mais explosiva). Ah, e agora tem um tipo de raio que você pode lançar, mas que você pode andar para o lado enquanto lança, é uma carnificina-neon pura. Estava me sentindo uma lagosta-boxeadora. [entenda a piada aqui]

Muito bom. Algo legal são as homenagens aqui e ali à alguns jogos clássicos de fliperama. Algo que eu não gostei é de não poder começar jogando direto no nível mais difícil. Pô, eu já jogo Luxor faz quase 10 anos (o 1º é de 2005), jogar em níveis fáceis não dá mais barato. Mas como o jogo é curto, não chegou a chatear jogar tudo de novo depois ter ter concluído o nível dificil - e só então podido escolher o Elite.

Outra resenha:
Gamezebo: Luxor Evolved lives up to its name despite its charming retro makeover


Mas depois de tanto Luxor/Zuma, estava querendo algum jogo mais cerebral, mas nem tanto, algo só para sair da mesmice de FPS (com ou sem elementos de RPG). Pensei em rejogar o C&C3, mas deu preguiça. Pensei em finalmente jogar o Neverwinter Nights 2 ou o The 11th Hour [será que roda no Windows 7?], ambos na estante até hoje, mas tinham que ficar lendo ou ouvindo muita conversa... Aí me lembrei do excelente Caesar IV, que era uma diversão de primeira, mas entre jogar algo que já joguei para cacete, ou algo novo... Recordei-me de: CIVILIZATION!


Sid Meier's Civilization V, Oberon Media
(wikipedia / site oficial / teaser)

Curiosidade: eu não joguei os do meio. O último que joguei foi o 1º Civilization. O II, o III e o IV eu nunca nem vi a cara.
E aí, talvez por causa disso, eu não sei como é que eram os anteriores, e na verdade nem lembro direito do primeiro. Mas de cara não gostei das fases serem sempre aletaórias e não ter uma campanha para seguir. O gerador aleatório é sempre legal, mas eu gosto de ir avançando aos poucos e ir levando o jogo por vários meses. Vide o Caesar acima, que primeiro te fazia criar uma cidade com 100 habitantes, depois 1.000 e comida, depois etc, até que no final, várias fases depois, você tem que gerenciar uma porrada de detalhes de cabeça.

Então comecei o jogo (sem ler o manual, claro) achando que seria uma partidinha de 15 minutos. E depois outra. E assim vai... Essa primeirinha partida levou 24 horas - com paradas para almoçar e etc, claro, que maluquice tem limite e eu não sou coreano. [e só fiz isso porque estou de férias] No final, acabei ficando sem vontade de jogá-lo novamente por umas duas semanas. Claro, isso não durou muito, e no dia seguinte fui dormir ainda mais tarde. Mas estou conseguindo controlar o vício, e não fico mais do que 1h30min jogando, porque eu também quero pôr a leitura e o cinema em dias nas férias.

É aquela desgraça de "só mais esse bonequinho...", e o relógio marcando 00:15, "só fundar mais essa cidade, para depois não esquecer qual era meu plano", e o relógio informa 1:30, "droga, mataram meu soldado, deixa só eu resolver isso", e aí... você olha de novo para o relógio, e são 4 da manhã. Ou nem olha, mas percebe que o céu está ficando claro outra vez...

Acho que vou segurar até as férias do ano que vem para comprar as expansões. Mesmo porque, tenho medo do que seja vencer o jogo usando Carnaval como arma cultural... [não estou zoando, está numa das expansões com o D. Pedro II]

O jogo, para quem não ouviu falar dele nos últimos 25 anos, é um jogo de estratégia por turnos. Você não fica no desespero tendo que correr, porque o computador está fazendo isso em paralelo, e vence quem correr mais rápido com a sua estratégia sem tempo para pensar porque o jogo está rolando - isso é um RTS, um Real Time Strategy, que são os jogos estilo Duna 2000 ou Command & Conquer [ou Futebol, se formos ficar num exemplo fora do computador]. O Civilization seria um TBS (se é que existe a sigla), um Turn-Based Strategy. Querem o exemplo mais famoso desse tipo de jogo: o Xadrez. Claro, com muito mais complicação do que só andar as peças.

No Civilization, quando é a sua vez você tem todo o tempo do mundo para pensar no que fazer e gerenciar tudo que você quiser, andar com suas peças (até um certo limite, claro), atacar, definir as políticas, o que suas cidades fabricarão, se você prefere minerar ouro ao invés de produzir ostras, se vai subornar um país para ele atacar outro, e tudo o mais, e o jogo fica parado enquanto você faz tudo isso. Em compensação, quando é a vez dos outros jogadores, você não pode fazer nada.

Claro, se te atacam, o computador calcula a vitória com bases nos pontos de cada envolvido (e um tiquinho de aleatoriedade). Então você também não precisa se preocupar se um selvagem vier atacar seu helicóptero com uma clava. VOCÊ não vai poder fazer nada, você só vai poder mexer quando for a sua vez, mas, nesse caso, o computador vai calcular que o bonequinho do oponente será massacrado e a sua unidade mal será arranhada. Isso tudo com animaçõeszinhas do massacre, que isso aqui não é Elifoot.

E a medida que o jogo avança, a História mundial avança junto. Se no começo você só tem uns brutos e uns arqueiros para brincar, no final você já pode lançar mísseis atômicos de porta-aviões. Se fazer vinho já é um baita avanço no começo, no final do jogo você já está destruindo cidades com o o B-2 para roubar as reservas de urânio deles. E nem há como ficar parado. "Ah, mas eu queria jogar só na idade média..." De tempos em tempos você é obrigado a escolher o que você pesquisará. De repente você prefere dar ênfase a cultura, ou prefere desenvolver armas de fogo logo, é com você. Mas se você não morrer antes (ou perder por algum outro motivo), todos chegarão até a tecnologia especial, tendo que ter desenvolvido tudo no caminho.

Você também pode escolher que governante você quer ser, cada um alguma vantagem. O tanque dos alemães é melhor, os navios da Inglaterra andam mais, os árabes lucram mais com rotas comerciais, e o Brasil tem o samba!! [é o telecoteco, é o balacobaco...] E assim vai.

Isso tudo estou só explicando o jogo. Opinião sobre ele... Eu adorei o maldito. É jogo para quem já tem a bunda reta e paciência de Jó. Acho que só tenho duas reclamações. Uma eu já disse, que é não ter nenhuma campanha gradativa. A outra é que jogar em modo arquipélago não tem graça, fica muito fácil. O computador nunca tem a manhã de sair criando colônias e partir para a porrada marítima. ele fica preso na sua ilha, soltando bravatas de que vai me atacar... Mas sou em quem tenho 5 ou 6 ilhas, produzindo de tudo, domínio dos mares e o escambau. E ele fica lá, fabricando soldadinhos...

Tentei algumas vezes, numa delas defini um mapa grande, de 6 ou 8 jogadores (podia ter sido ainda maior, mas eu também não queria uma partida monstruosa) mas só deixei 2 oponentes. E mesmo assim... Eles ficaram lá, literalmente, ilhados. Vou fazer uma última tentativa depois, definindo dificuldade máxima. Tenho a impressão de que vou perder sendo atacado por selvagens, mas não pelos outros países.

Jogar no mapa 'modo Pangea' acaba sendo mais interessante, porque fica "fácil" para todos e fácil de te olharem torto (minha tática de sufocar os outros geograficamente sempre causa raiva nos outros bonequinhos). E há outros modos também e várias configurações possíveis. O mais legal visualmente é jogar com o mapa da Terra, que assim você fica parecendo War.
Taí, algo que não fiz, pois só joguei contra o computador. Mas colocar 4 pessoas numa mesa, jogando em rede, cada uma sem olhar o monitor do outro, deve ficar divertido. Nada de "negociar" com o computador calculando valores, você poderá pedir ajuda diretamente, ou gritar com o cara se ele romper um tratado ou estiver cobrando caro demais para negociar alumínio, por exemplo. [o problema é que se uma partida de War já demora mais do que devia...]

Mas é isso, falei tanto que quase quase virou uma postagem só sobre o Civilization.


Terminando de vez, como eu realmente gosto de ficar explodindo bolinha, agora estou jogando Sparkle, da 10tons (trailer) Obs.: o trailer mostra o jogo num telefone, mas tem para PC também.

Ele é o mesmo esquema do Zuma (lançador parado). É estranho um jogo nesse estilo que não marca os pontos (você ganha vidas em momentos certos). Ele não é tão difícil e os cenários são bem pobrinhos (parece coisa da época do 386). Mas... É divertido.

A física dele é legal (dependendo de como você exploda, as bolas são "arremessadas" longe). Não tem aquela moleza das bolinhas entrarem rápido e diminuírem em seguida (elas continuam no mesmo ritmo). O power-up dos vagalumes (ou seja lá o que forem) é legal (dá uma ajuda, sem facilitar demais). A trilha sonora parece Danny Elfman. E nele surgiu com uma inovação interessante: você escolhe um "amuleto" que te dará algum tipo de facilidade, e aquela é a única vantagem que você terá. Se você prefere lançar as bolas rapidamente, coloca o amuleto disso (antes da partida começar, claro, você não pode trocar no meio), mas se prefere dar ênfase a pegar os poderes, aí tem outro amuleto (mas usando ele, aí suas bolinhas voltam a ser lentas), e assim por diante. Uma inovação que complica é ele mostrar as DUAS bolinhas seguintes que virão, mas você só pode trocar por 1, como sempre, só que ficar vendo a outra dá um nó na cabeça e sempre acho que é aquela a seguinte e faço besteira. Mas acostuma-se.

Nada que um pouco de prática não resolva. Ao contrário do I Wanna Be the Guy, que eu nunca nem passei da segunda tela...

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Bienal do Livro 2013

Acho que não vou mais na Bienal. Por mais que eu goste de livros, nunca fui de ir lá. Fui numa muito tempo atrás, criança ou adolescente ainda, e fui nas duas últimas. O motivo de ir em tão poucas nem foi falta de vontade, só motivos aleatórios mesmo.

Porque a reclamação então? É que a última já não tinha me empolgado tanto. E essa agora empolgou menos. Vamos ao longo texto agora... [poder de síntese é algo que eu não tenho]

Minhas impressões sobre a Bienal do Rio 2013.

Variedade. Fiquei com a mesma sensação nas duas últimas que eu fui: com a impressão de que 1/3 de todo o lugar era de livros infantis, e mesmo os lugares genéricos ou baias do tipo "super saldão" o que mais tinha era coisa para criança - se muito, também para a geração Crepúsculo ou Rangers. O outro terço do lugar parecia tomado por livros religiosos [cacete! vi até um estande, pequeno, mas mesmo assim, específico para livros do L. Ron Hubbard, o pai daquela seita de retardados, chamada Cientologia] - e uma parte deste terço por algumas coisas muito específicas, que resolvi jogar no mesmo saco, como livros de Direito ou para concursos públicos. E finalmente, o que sobra... É aquilo que já vi ou vejo todo o tempo em todos os lugares. E geralmente por preços muito parecidos do mundo externo.

Agora... Escrevendo isso, eu comecei a me achar muito maléfico... Porque estou pensando aqui... E não teria como ser diferente. O que foi que eu não vi lá? Na verdade, acho que vi tudo que temos mesmo. O nosso mercado editorial é praticamente isso e acabou. Mas consigo pensar em algumas coisas que não vi por lá... Uma livraria que eu gosto no conceito, apesar de praticamente nunca comprar nada nela é a Blooks, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Muitos quadrinhos adultos, livros de arte, biografias, história mundial, política, até literatura de cordel já vi por lá. Eu me sinto até mais inteligente andando nela [e aí eu não compro nada e me lembro que de "cult" eu só tenho o jeitão, meu gosto é nerd do tipo menos popular, mas, não obstante, é pop]. Não vi nada parecido na Bienal. Até vi uns livros de arte lá e deu até pena das pessoas que estavam trabalhando ali. Deviam estar morrendo de tédio. Em compensação, nunca vi uma Saraiva tão cheia, e os preços mal tinham desconto...

A Livraria da Travessa ou a Livraria Cultura, por exemplos, a primeira até estava lá, mas praticamente invisível e sem a variedade costumeira, e a Cultura, que eu nem gosto tanto, mas sempre tem excelentes livros importados, nem estava. Já o Submarino estava. Pô, como assim?, se vale qualquer coisa que venda livro, na próxima terá estandes das Lojas Americanas e das Casas Bahia.

Mas então... Nosso mercado editorial, no geral, é mesmo uma coisa muito sem graça. Livro para criançada e aborrecentes e um pouquinho genérico para o resto. Na de 2011 pelo menos eu batia o olho em muita coisa que eu nunca tinha visto, pegava, e aí não me interessava. Mas tinha um pouco de novidade. Anotei alguns nomes para conferir depois na Internet até (que não sou louco de comprar qualquer coisa, só porque a capa e a descrição são legais). Essa... Não aconteceu. Ou a coisa tá feia, ou eu estou ficando muito exigente.

Agora, eu continuo pensando aqui... [de vez em quando é bom] E acho que posso reclamar deles sim. Alguma coisa tem que ser repensada para não ficar só uma baita repetição de livros iguais em tudo que é canto. A desgraça é que para fazer como seria perfeito, teria que ser tudo uma única coisa gigante, e aí nenhum vendedor conseguiria separar os livros dele dos outros e não daria certo... [hummm... eles deveriam colar etiquetas, e depois, pelo código de barras a organização do evento saberia o valor a repassar de cada uma] Nunca vai acontecer. Como foi, foi só como ir em um monte de site, só que ao vivo, e toda hora olhar os mesmos livros. E nem dava vontade de ficar comparando, porque eu não iria reatravessar o lugar todo de novo por causa de uns R$ 3.

Chamarizes e afins. Eu achei que tinham poucos, e 90% só para crianças. Eram só um monte de baias com um monte de livro. Um das editoras tinha um boneco do God of War em tamanho quase natural. Eu não gosto, mas ok, that's what I'm talking about! [that's what she said] Outra exceção (que agora estou na dúvida e acho que foi no mesmo lugar) foi um cartaz anunciando um livro do jogo Bioshock (não sabia que tinha livro). Até dei uma olhada, se estivesse a mão teria folheado. Mas chamava a atenção pelo menos. Tem o 1º capítulo disponível em inglês no site da Tor, conferirei. Ponto para a Bienal. É para isso que ela deveria servir, e não só ser um shopping.
A Panini era chamativa, mas deve ter sido mais porque o logotipo dela é amarelo do que qualquer outra coisa. Tinham umas pessoas fantasiadas (uma garota de cabelo roxo, desconheço o personagem). Mas não achei suficiente. Tinha que ter um dinossauro com 8 metros de altura em algum lugar. Sei lá.

A Devir, que é uma das salvações nerds nacionais, com muita coisa de FC, eu não vi nenhum deles lá. Nenhum dos livros, nenhum cartaz que desviasse o olhar. Não sei. Pareceu tudo meio feito de má vontade. "Deixa tudo aí, que o pessoal olha e se quiserem eles compram." (estou falando das exposição como um todo, e não da Devir).

Falando em FC até, senti falta da galera alternativa (ou tinha, mas estava escondido ou já tinha acabado). Cadê os livros da Estronho? Putz! Taí... Livraria Cultura nada, eu vou começar a olhar a Bienal com bons olhos de novo no dia que a Estronho tiver um estande. Porque as meninas precisam ler Instrumentos Mortais? Porque não Insanas... elas matam! ou SteamPink? Pelo menos os Kaori da Giulia Moon estavam lá.
E ao lado da Estronho, outro estande com os livros da Editora Draco (que acho que tinha em 2011) e da Argonautas. Eu nem gostei de nada do que li até agora da Não Editora, mas é outra que também poderia estar por lá. E não vi livros da Editora 34 desta vez. (mas neste caso, é até possível que estivesse lá sim, escondido em algum canto dos estandes tediosos).

Outra exceção, o estande da Zahar. Esse tinha muita coisa legal e BEM ARRUMADA, de forma que você batia o olho e pensava "Opa, deixa eu ver que parede é aquela." Só comprei 2 livros na Bienal, um deles eu já sabia que iria comprar, para pelo menos aproveitar o preço, e outro eu comprei na Zahar, completamente de surpresa, nem conhecia o livro - Contos de Fadas, Edição comentada e ilustrada - que estava numa promoção absurda (na verdade, o preço normal dele é que é absurdamente caro, mas isso é reclamação para outro dia). Fará par com a minha edição comentada do Alice, que lá também custava 3 vezes menos do que paguei...

Mudando de assunto, lembrar da Zahar (a melhor surpresa) me fez lembrar de uma decepção. O estande da Estante Virtual. Ok, nada no site dizia que teria livros lá. E, como o próprio nome diz, é uma livraria VIRTUAL. Mas cacete... Você está no site da Estante Virtual, e tem um anúncio te convidando para conhecer o estande deles lá, e aí você chega lá, e são computadores para visitar o site!! Traças me mordam! No site eu já estava!!! Eu não devia ter imaginado que teriam livros lá [virtual! virtual!], mas imaginei. Meu cérebro não concebeu a possibilidade do convite ser completamente ilógico.
Não sei, de repente eles podiam ter feito alguma parceria com alguns sebos e, pelo menos 1 vez por ano, não serem virtuais. Há muitos livros que os sebos têm que não estão cadastrados no site. Seria a chance de achar um desses.
Tinha uma fila lá, com um desafio: você tinha 1 minuto para achar um livro que eles não tinham. Se fosse menor, eu teria entrado. Nem precisaria de prêmio (não sei se tinha, e fiquei com preguiça de perguntar), mas justamente torcendo para eles terem livros ao vivo, ou mesmo algum outro estande-sebo (tinha 1), eu já tinha na minha carteira uma relação de 6 livros antigos, nacionais, que eu não acho a venda. Nem com eles. Seria legal, nem que fosse para ver a desculpa que seria criada ("ah, cof, cof, é que o desafio é para livros... a partir do ano tal! É isso! Pronto."). Mas fica chateado não, Estante Virtual, eu ainda amo vocês. [eles não têm culpa de eu ter imaginado algo contrário ao próprio nome deles. rs!]

E o sebo que tinha, infelizmente, era bem pequeno com bem pouca coisa. Tinham uns outros saldões lá, com alguns livros usados até, mas só coisa recente. E se algum dia alguém me vir comprando A Cabana ou 50 Tons de Cinza, chama o padre e me amarra... Que é possessão!

Por falar em sebo, os preços. Se você vai comprar muita coisa, algumas editoras tinham bons descontos, então, ok, vale mesmo a pena. Mas no final, eu comprei só 2 livros por falta de coisa interessante (ou que tenha me interessado na hora) e o que eu gastei com ingresso [ah, tenho que falar dele depois], pedágio, gasolina e estacionamento, zerou a vantagem e acabou ficando só pelo passeio. Isso pensando nos livros que tinham desconto. Um conhecido meu viu livro velho do Harry Potter por quase R$ 60. Na Devir eu vi Astro City por quase R$ 50 (tecnicamente, esse não está caro, é o velho problema acima, o preço normal é que é alto), mas o divertido deste é que eu vi a mesma revista lá em 2011. Ou seja, até hoje eles têm Astro City parcialmente (porque não são todos os volumes) em estoque mas ainda tentam vender pelo preço de coisa nova. Se ainda estivesse completo ou fosse uma raridade muito procurada... Mas pelo jeito não é. Vendessem por R$ 15 e eu comprava [eu tenho as americanas, não tenho a nacional justamente porque não quero ter pelo meio. Ou tudo ou nada.]. Mas dois gibis por R$ 100? Nem pensar.

Agora, o ingresso. Eu fui num momento menos tumultuado (2ª feira, depois do almoço), mas mesmo assim fiquei com medo de pegar fila, e resolvi comprar pela internet. Já começa que o site de vendas [que eu esqueci o nome e não vou pesquisar, só de birra com eles] já é meio estranho. Depois de comprar o ingresso eu fiquei sem saber "E agora?". A tela nem dizia que eu ia receber um email nem nada. Estava esperando que o que eu tinha que imprimir fosse aparecer ali. E não ir no email ou voltar para a tela inicial e pesquisar pedidos feitos. Tive que ir no FAQ e por um rápido momento até achei que eles mandariam pelos Correios... Não foi não, o site funciona, mas é meio esquisitinho.

Então, malandro..., comprei pela internet, fui na entrada com o treco impresso e aí... Mandam-me para um canto, que eu disse que lá era a entrada para professores, mas me mandaram para lá mesmo assim. Lá me mandaram para o lado oposto, ao guichê preferencial para a troca dos ingressos comprados pela internet [porra, eu compro um 'evitador de fila', para então ter que entrar numa vila, para trocar o meu papel por outro, que eles rasgam e pronto?]; lá não tinha ninguém, mas do lado era o guichê dos idosos. Bem, preferencial é preferencial, então fiquei lá. Mas os velhinhos estavam demorando e o cara que me mandou para o 2º lugar me viu ali e falou para ir numa caixa normal. Eu fui, eles não podiam me atender, porque isso de ingresso pela internet era com a pessoa que tratava disso. E me explicaram onde era. Lá fui eu pro 4º lugar. Que era o lugar errado, a mulher mandou eu voltar e explicar para eles que eu tinha comprado pela internet. Quando eu disse para ela que isso eu já tinha feito, ela mandou eu procurar a encarregada. Que aí me levou mesmo para a fila dos idosos.

Eu fui bem atendido por todos. Nenhuma reclamação quanto ao tratamento. Mas PQP! Se o evento te dá a opção de comprar pela internet e imprimir o treco, não é para eu ter que ficar procurando guichê e entrar numa fila. Num canto. Sem ninguém atendendo. Pelo menos expliquem no site o que é para você fazer. Eu teria entrado mais rapidamente no lugar pegando a fila normal - que até que estava curta.

Ah, não vá com fome. Isso eu já esperava - por isso que fui depois do almoço, contudo, um pastel de carne por R$ 6? Eu tive que rir. Com o dobro do tamanho e da carne, e se bobear até com menos óleo, isso custa R$ 1,50 em qualquer chinês. Com mais R$ 1 ainda bebe-se caldo-de-cana. [ok, eu posso estar meio defasado de valores, mas uma coisa é certa, pastel + caldo, juntos, custam menos que R$ 6, eu como isso com relativa freqüência, e se não lembro o preço é porque é mesmo barato]

Com todos os problemas, para a garotada jovem ainda é um baita negócio. [eu ainda tenho alguns livros da minha primeira ida na Bienal] Acho que nem para eles a variedade de coisas era boa, mas qualquer coisa que incentive a leitura é bem-vinda. Mas se você passou dos 30 e é nerd... Buscapé, Bookfinder (ou o AddALL), Google e o Estante Virtual [no site, e não lá] valem mais a pena.
Veredicto: vou passar a dar ênfase às Feiras da Providência. Comprar carrancas, doces esquisitos, quem sabe até um CD de música típica andina...
Sairei do Riocentro mais satisfeito.