quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Black Rock Shooter

Mais uma mini-resenha de Carnaval. [afinal, algo de bom eu tinha que fazer nesse período... pelo menos não tem a Simone cantando "Então é Natal..."]

Nome original: ブラック★ロックシューター (com estrelinha)
Duração: 52min  --  Ano: 2010  --  País: Japão
De: Huke (idéia original), Nagaru Tanigawa (o mesmo da Haruhi) e Shinobu Yoshioka / Ordet
Site oficial e Trailer (clique em Movie para o trailer) [que na verdade não é o trailer, mas eu gostei mais deste do que dos oficiais, o desenho não tem nem um poster! esse que eu peguei é de uma edição especial do DVD]

Bem, o Planzet da postagem anterior eu resolvi ver só porque tinha mecha no trailer. Esse eu resolvi ver depois de ver um clipe com a personagem e gostado da música.

O que temos? O desenho começa com uma luta amalucada entre duas garotas, com a aparente morte de uma delas. Corta a cena e estamos num típico subúrbio japonês, primeiro dia de aula (aquela coisa bem bucólica, tipo A Garota Que Conquistou o Tempo ou A Melancolia de Haruhi Suzumiya [que resenharei em breve]), e aí a garota vê uma aluna nova, que acabou de se mudar, e puxa assunto... Troca a cena e vemos a garota que parecia ter morrido na primeira cena andando no que parece um mundo pós-apolíptico-místico. Troca a cena, acompanhamos o crescimento da amizade entre as duas, a mais espevitada (a principal) e a mais retraída (a aluna nova). Troca a cena, e tem mais porrada amalucada com a garota que acende um dos olhos e outra com correntes e crânios voadores... E assim vai, o desenho inteiro. Sem você entender o que é aquilo.

É um futuro distópico? É uma espevitada-alternativa de um universo paralelo / reino espiritual? É uma outra encarnação dela? Ou aquilo tudo não passa de uma representação alucinada da psiquê da sujeita?

Bem, não vou dizer qual foi a conclusão ao final do OVA. E para quem gostar, saiba que acabou de virar anime. Lançou agora em fevereiro. Eu gostei, e vou ver o anime depois, mas sendo um pouco mais criterioso, daria para dizer até que o desenho foi uma fraude. Parece que resolveram juntar enredo colegial, com lutas malucas, correntes e armas gigantes, empurraram tudo junto, meio sem sentido, para agradar otakus babões e aí é só lucrar em cima. A propósito, o final é meio em aberto, mas de uma forma meio forçada do tipo"faz o seguinte... deixa assim, pára aí, que vai terminar em algo que vai gerar discussão". Novamente, eu gostei, mas eu queria mesmo diversão ligeira, assumo minha falta de critério e de exigências elaboradas.

E lembram quando eu disse que resolvi assistir do nada, porque vi um clip? O pior é que os criadores do desenho fizeram algo parecido.

Como ele surgiu? Um cara, de uma banda, antes de fazer parte dela, tinha feito uns desenhos de uma menina de preto com chamas azuis em um dos olhos (exemplo 1, exemplo 2), aí, algum tempo depois, um membro da banda viu, gostou, e resolveram transformar aquilo num clipe. A banda (supercell) já era especializada em usar a Miku Hatsune do Vocaloid (e acredito que o MikuMikuDance), então... de usarem a mocinha de cabelos verdes [já teve até uma mini-matéria no Fantástico sobre ela] para criarem um novo modelo de uma garota de aparência quase-gótica, um pulo!
[cacete, tá complicando essa explicação, nunca botei tanto link de nome estranho de uma vez só... o pior é que faz 1 semana atrás, isso tudo era grego para mim]
Vamos tentar de novo como se vocês fossem criança: um cara de uma banda fez desenhos de uma garota. Um amigo da banda gostou e eles fizeram um clipe com ela. Mas para o clip não ser paradão (e mudo) eles usaram um programa feito só para isso: que faz desenho dançar E cantar.

No final saiu isto: clipe original, e depois surgiu outro, de um fã, que também ajudou no sucesso inicial: clipe do Anomaro-P (OBS: a história neste clipe não tem relação com a história no desenho).
Sinceramente, se eu tivesse visto esses 2 clipes primeiro talvez não tivesse ficado curioso. O que eu vi foi ESSE!: "No Scared", da banda One Ok Rock (responsável pela trilha sonora do video-game pelo que entendi). [e olhando direito agora, acho que o clipe original foi desenhado mesmo, e não "mikudançado"]

Aproveitando tanta recomendação de clipe, o que começou tudo comigo, que me fez saber que isso existia, na verdade foi este: "Matryoshka",  GLaDOS and Chell.
Eu fui no Youtube seguindo algum link sobre easter-eggs do Portal 2, um link leva a outro e parei em algo que pareciam personagens de algum anime baseado no jogo. Fora ter adorado a musiquinha, fui pesquisar para saber se Portal tinha mesmo virado anime [Não!], e link vai, link vem, aprendi sobre Vocaloid, MikuMiku e todo o diabo acima.
E fui parar no No Scared por algum resultado de busca do Google.
Se bem que ainda estou curioso para saber de onde surgiram as versões anime da GlaDOS e da Chell. [ok, algum fã que deve ter criado e largou o mesh pro mundo, mas eu gosto de saber a origem das coisas]

E para terminar a postagem: cosplay!
[o pior é que eu nem estava procurando... pois é... Regra 34]

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Planzet

Nome original: プランゼット (Puranzetto, se eu confiar na transliteração do IMDb)
Duração: 53min  --  Ano: 2010  --  País: Japão
De: Jun Awazu / CoMix Wave Films
Trailer 1  --  Trailer 2  --  Site oficial: planzet.jp
[quem foi o bebum que aprovou um trailer em que a voz do narrador fica por cima de cenas com garotas mexendo a boca? Por um breve instante parecem que são ELAS falando... bizarro]

53 minutos, aí você desconta 5 dos créditos... o treco tem o tamanho de um episódio de Friends. Dá para ver tranqüilo mesmo não esperando grande coisa. Pô, eu decidi ver o filme só porque tinham mechas no trailer. Então dane-se.

OBS para os leigos: "mechas", tomando como base desenhos japoneses, são basicamente aquelas armaduras-robóticas-gigantes, como se fosse um Transformer mas com uma pessoa dentro, pilotando. Ex.: os Valquírias de Macross (e esses ainda viravam aviões para completar).

Mas vamos lá... Melodramas (sim, mais de 1) típicos de desenhos japoneses, as obrigatórias cenas de sacríficio, uma desculpa vagabunda para luta com os mechas (ahã! sei... nada pode impedir os ETs exceto a mais nova e moderna arma que são: metralhadoras de 15 metros e uma pistola gigante!), um baita deus ex machina no final, tudo isso em um enredo e cenas que pareciam a mistura de Macross (Robotech), Independence Day e filmes de invasão dos anos 50. Ah, e um 3D excelente mas ao mesmo tempo canastrão. Aquela coisa tipo o filme do Final Fantasy, em que todos tinham cabelos sedosos que não saíam do lugar; e quando as naves apareciam para dar um tiro... eu não sei o que faltava ali, mas faltava alguma coisa para eles parecerem mais 'vivas'... não sei explicar... mas elas pareciam de plástico em stop-motion nesses momentos. Mas... convenhamos, era exatamente como seria se os desenhos japoneses fossem filmes.

Canastrice e clichês sem limites, mas diversão quase garantida. E tudo em um tom quase sépia.

Ah, o enredo: a Terra foi atacada e quase destruída e, apesar do planeta estar agora protegido por um gigantesco escudo de energia, passam os anos e ninguém tem uma idéia de como acabar com o inimigo. Mas eis surge uma super-arma, a última chance de vencer os alienígenas, e cabe a um garoto salvar o mundo.

Eu até podia reclamar, porque queria ver mais cenas com mechas em 3D realista e eles apareceram bem pouco, mas em compensação... Filme americano sempre mostra a Estátua da Liberdade ou a Casa Branca se ferrando... Japonês faz isso com o Monte Fuji. E eu cresci vendo desenhos japoneses... Então ver o bom e velho Fujiyama revidando... Cena B-zaça de primeira qualidade!
No final das contas, foi uma hora bem gasta.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Mongrels

Tem algo de errado com o Google...Ou então é com vocês!!
Como assim eu não acho nenhuma página em português sobre Mongrels? Absurdo, absurdo... Muito melhor que ver Big Brother.

Tenho assistido o seriado nas últimas semanas e acabei de descobrir que não haverá uma terceira temporada. Uma pena. Basicamente, o seriado é um tipo de TV Colosso dos infernos! (só a parte dos bichos, eles não apresentam desenhos animados). Como se a Globo tivesse chamado os produtores de Absolutely Fabulous para escrever as falas. Um pouco menos "adulto", ok, Mongrels não é para crianças, mas tem seus momentos bem bobos. Vi hoje o episódio dos "zumbis" da 2ª temporada (1ª já disponível em DVD e Blu-ray, "garanta já o seu, eu já comprei o meu"). E enquanto os adultos podem rir com as menções à Simon Pegg, Os Bons Companheiros, ou cio, as crianças se divertiriam com cachorros andando de braços esticados.
E, claro, humor negríssimo. Lembro que no primeiro episódio, quando a dona do gato morre rolando a escada, o bichano descreve o fato como « Minha dona deu uma de Christopher Reeve escada abaixo ». Maligno. [mas eu ri!] Acho que foi neste mesmo episódio que a cachorra, cercada de cachorras virgens, manda « Só jogando um avião num prédio para ver tantas virgens assim... ». [ah, o seriado é britânico!]
Há também muitas piadas referenciais, as vezes citam gente que só ingleses devem saber quem são, mas ainda assim dá para se divertir com todo o resto sem problema.

Ah, e claro, esteja preparado para, em qualquer episódio, ter que se esquivar de perguntas que as criancitas são muito jovens para terem respostas sinceras. Mas se seus pequenos não souberem inglês, tudo bem, não tem legenda em português no DVD mesmo... elas podem ver em paz os bichinhos pulando, falando e cantando pra lá e pra cá... [se as crianças souberem inglês, expulse-as para longe, é mais fácil que explicar o que são virgens e sua relação com aviões ou ecstasy, por exemplo]

Deixemos as crianças de lado. O que é o seriado: são 5 bichos, amigos de longa data, que vivem num beco (ou um quintal dos fundos, não lembro agora, e na verdade, nem todos vivem lá) e só fazem e falam m*. São eles:
- o mocinho principal: uma raposa gente boa, culta e covarde, com alguns problemas psicológicos. (as descrições por aí o chamam de metrossexual, mas não achei)
- um gato castrado. Passou a morar no beco após a morte da dona.
- a mocinha principal: uma galga afegã. É ela que me faz lembrar do Fabulous na verdade, pelo jeito de falar e a personalidade esnobe e vulgar.
- uma pomba: de personalidade maníaca e com muitos problemas na caixola.
- outra raposa: este violento e desbocado, em alguns episódios parece que ele é irmão da outra, as vezes só parente, as vezes só amigo, se eu consegui entender em algum momento, já esqueci.

Eventualmente outros personagens aparecem. Alguns recorrentes (como o Texugo), outros não (o peixinho dourado, que era engraçado só de olhar). Importante: há humanos na série. Os personagens não vivem num mundo-animal, dirigindo carros e indo as compras. Há pessoas. A cachorra tem um dono, por exemplo. O que não impede os animais de manusearam equipamentos eletrônicos, organizarem discotecas, ou da pomba matar uma pessoa com explosivos.

Outra coisa: números musicais. Sempre há um. Voltando ao 'episódio de hoje', o número musical foi num estilo parecido Time Warp do Rocky Horror Picture Show [ótimo filme]. E pesquisando agora, não só a semelhança foi proposital, como também é cantado pelo menos sujeito. [o pior é que o que me deu a dica da semelhança foi o piano, e não música em si.]
A original, Time Warp: www.youtube.com/watch?v=9FZMKPURQVs
E Die Evil Zombies!: www.youtube.com/watch?v=fCIMYVOIokg
Há outras canções, sempre com o mesmo humor bizarro, que vão desde violência doméstica ou incentivo ao fumo, passando pelo assassinato de Justin Bieber.

Eu queria ficar escrevendo até convencer todos a verem, mas esse mísero post, com todas as paradas para fazer pesquisas correlatas (ou devaneios decorrentes), já me tomou quase 3 horas. Tá bom então.

Rápidos dados técnicos roubados do Wikipedia:
Episódios: 19 (17 + piloto + making off)  --  Duração média: 28min
Criado por: Adam Miller [sei lá quem é, mas nada mais justo que citá-lo], e escrito por: Jon Brown e Daniel Peak  --  País: Inglaterra  --  Ano: 2010 / 2011
Canal de origem: BBC 3 (site oficial do programa: link)

Se tiverem a chance, ou confiarem em mim o suficiente para importarem... Imperdível.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Azar do Personagem


Autor: Reginaldo Pujol Filho  --  2010  --  120 páginas
Editora: Não Editora  --  ISBN: 978-85-61249-01-4
Chamada oficial:
Azar do personagem é a certeza de que todo mundo ri do azar dos outros. São 14 contos cheios de humor, ironia e tentativas de brincar (e muito) com a linguagem. O autor, percebendo que é deus de seus personagens, resolveu assumir de vez esse papel e não poupar nenhum deles, nem a si mesmo. Para isso, joga com o destino de escritores, peças de xadrez, casais, críticos, psicólogos e também se diverte com palavras, letras e sinais gráficos nem tão usuais. Literalmente, azar dos personagens.

Com a descrição acima... o que você esperava? É, eu achei que seria uma espécie de Mais Estranho que a Ficção, só que mais escrachado, ou então simplesmente histórias engraçadas, em que o personagem só se ferrasse. Em suma: humor!

Li de uma sentada só, no ônibus, esperando me divertir após um dia chato de trabalho...

O que aconteceu: levei um choque logo na primeira, por não ter tido humor. E ao longo do livro, 2 histórias que não terminei, 3 regulares, e a última - que não foi necessariamente boa, mas foi bem criativa (eles quebraram a quarta parede e... sei lá... fizeram um crossover interno) e usaram de forma bem interessante a diagramação. Valeu pela novidade. As demais foram meio que na obrigação. Aquele esquema de "está chato... mas já li metade." [fora nas duas que nem isso consegui, algum dia eu tento de novo]

Sobre as três regulares, há 1 melhorzinha, não necessariamente engraçada, sobre um acidente de trânsito. Uma um tanto escatológica, envolvendo urina e sêmen, mas arrancou alguns sorrisos; e uma bem ligeira com a vilã de A Branca de Neve. Foram as que mais se aproximaram do que imaginei encontrar.

Digno de nota entre as restantes, há duas histórias de enredo bem diferentes (mulher reclamando com marido e um sujeito no bar puxando assunto), mas construídas quase da mesma forma, com o narrador "explicando" cada fala de cada personagem. Numa das histórias essa narração é externa, noutra é pensamento do próprio falante da fala imediatamente anterior. Ok, o escritor quis brincar com o estilo, com variações sobre o tema. E tiveram seu mérito. Mas num livro tão fino... o que era novidade 15 páginas antes virou repetição 10 minutos depois.

Recomendação: não leia o livro num golpe só.
Mas também não pode demorar muito, a última história perde peso se você não reconhecer mais os personagens.

E é isso. O post será curto mesmo. Pô, achei a capa tão legal, que foi um choque o conteúdo não ter feito jus. Fiquei chateado com o livro. Uma pena.