quarta-feira, 30 de maio de 2012

Os Dias da Peste

A capa é meio esquisita, parece de livro pseudo-espírita; imaginaria-o perfeitamente a venda numa livraria ruim com o nome de "Os 5 Chacras da Cura na Palma de Sua Mão" ou qualquer sandice parecida. [deusesdoscéus!! depois de inventar esse título, fui no Google... e não é que acho um site que praticamente promete ensinar a mesma coisa?]
Voltando... a capa é esquisita, mas o nome ficou tão legal, que não resisti, pesquisei rapidamente sobre a história e como era barato, resolvi comprar. É bem fácil de achar. [será que não vendeu bem? será que foi culpa da CAPA?] [pensando bem, com um nome falando de PESTE, daria para imaginá-lo numa livraria religiosa exatamente como já está]

De: Fábio Fernandes  --  Editora: Tarja Editorial
Ano: 2009  --  Páginas: 184  --  ISBN: 978-85-61541-18-7
Acabamento: normal, mas a capa do meu é muito mais escura. Ficou até melhor do que a acima, que está igual à do site oficial. E algo de esquisito na impressão: pingou uma gota d'água na contracapa e eu passei um pano [esfreguei a camisa] na mesma hora. E não é que saiu parte da tinta?! Que bizarro. Não fico pingando água nos livros para testar, mas achei estranho. Fica o toque para lançamentos futuros da Tarja.

Bem, como o livro são 3 grandes capítulos e eu estou pegando o hábito de começar a escrever antes de terminar, para lembrar o que eu estava pensando, vou fazer essa resenha em 3 partes também. Mas antes disso, deixem eu explicar um pouco a história e como o livro foi montado:

Na história do livro, já estamos em algum futuro distante, em que parece ter havido uma união entre seres computadorizados e humanos. Quase que um Matrix de comum acordo, mas sem mundos virtuais com gente dormindo em gosma. [bem.. na verdade não sei, não temos muitos detalhes de como é esse mundo futuro] E o livro foi escrito como se fosse um brinde de uma biblioteca deste futuro [ou algo assim, já não lembro bem e ele não está aqui para eu reler o mini capítulo introdutório], algo para as pessoas verem como era ler sobre papel nas épocas passadas. E o conteúdo do tal livro seria uma garimpagem de relatos de uma pessoa que viveu no distante final do século XX e início do XXI, época da transição, antes de todos terem acesso à internet (que já não existe realmente) direto no cérebro. As notas explicativas não são feitas para nós aqui (os leitores do mundo real) e sim para para os donos do livro-brinde-do-futuro (os leitores dentro do futuro do livro).
Agora vamos lá...

Capítulo 1: Verdade seja dita, o começo do livro (o meio do começo na verdade) estava me cansando um pouco. A história começa bem leve, sem nada de grande impacto. Ok, um computador te chamando de filha da puta de livre e espontânea vontade é bem interessante. Mas a história não começa com o fim do mundo nem nada. É o cara, que além de professor também é técnico de informática, indo atender um chamado. Algo bem mundano.
O que estava me incomodando logo depois é que a história [o escitor] parecia estar forçando referências demais em espaço de menos. Sim, referencias são sempre legais, mas a história parecia parar de tempos em tempos para uma referência ser solta - ou até explicada. Além de ficar interrompendo a trama, causava aquela sensação de ser o escritor querendo mostrar todo o conhecimento pop/nerd/cult dele em pouco espaço. Mas aí lembrei do detalhe que eu estava deixando de lado... O que eu estava lendo era, dentro da história do livro, a reprodução de um blog de um sujeito. E quem sou EU parar dizer que blogs não podem ser cheio de devaneios, com referências pop/nerds sempre que possível? rs!!! Então, nesse aspecto, até que ficou, digamos, "bem escrito". Mesmo porque, como é que se define o que é bem escrito num blog feito para soltar comentários soltos sobre problemas (e posteriormente, crise mundial) de computadores. Então passa. E eu aceito idas e vindas mentais do sujeito. Porque eu faço quase igual. :-)
[por falar nisso, eu tenho que ler Cory Doctorow algum dia... o livro fala desse cara... todo mundo fala desse cara... consultei minha planilha de livros e descobri que tenho 7 contos dele em 6 livos. Vou fazer uma "maratona" depois... Um dos contos eu já li, mas não lembro, e um dos não lidos é o que é mencionado no livro até. Dei sorte.]

Se bem que em alguns momentos, os comentários de rodapé, colocados lá para compreensão dos leitores do futuros (novamente, do ponto de vista de dentro do universo do livro), principalmente para fazer piada com o desconhecimento futuro de gírias atuais (agora, do nosso ponto de vista, leitores do livro), as vezes eram exagerados. Mas nada demais. É que sou chato mesmo. Podem ler.

Mas voltemos.... O que ficou legal nesse primeiro capítulo, é que tudo acontece bem devagar. Você sabe que vai dar merda, e das grandes, e você fica tenso que nada está acontecendo! Aí vai lendo, torcendo para na próxima página acontecer algo bombástico. Mesmo com alguns problemas e com o sono que eu estava, não consegui parar de ler até terminar o 1º capítulo. E o tal acontecimento só acontece lá na penúltima página dele. [exato 1/3 do livro] E nem é de forma tão bombástica. [bem, seria se fosse no mundo real], mas aí pelo menos deu para fechar o livro em paz.

/* antes do 2º capítulo, resolvi ler o conto do Doctorow mencionado no texto. É o When Sysadmins Ruled the Earth, que pode ser baixado e lido gratuitamente na página do escritor. Achei bom. Nada de impressionante, e sem  reviravoltas ou piadinha final (ambos muito comuns em contos curtos de FC, que deixam eles parecendo episódios de Além da Imaginação), mas gostei. Um drama sobre administradores de sistemas que estavam de plantão no momento em que, por acaso, o mundo acabou em volta deles. O conto em si é ligeiramente menos dramático do que essa frase fez parecer. Mas vão lá e leiam... Será mais rápido. São 40 páginas em "tamanho livro de bolso"; isso em A4 deve dar umas 10 no máximo. */

Capítulo 2: Algo que continuou irritando nessa parte foram as notas de rodapé cuja única utilidade pareceu ser o escritor elogiar os autores preferidos dele. Era só surgir no texto um escritor de FC ou guru tecnológico, e lá vinha a nota de rodapé do futuro dizer que o tal sujeito atualmente (no futuro) é o "Ser Mega Plus Nível 17" ou algo estranho assim. Em alguns momentos, quando a função do rodapé era só fazer piada mesmo, a gente releva (ex.: o Peréio, que eu não sei exatamente o quê a comunidade nerd vê no cara ou seus personagens, mas vá lá, o meme existe), mas quando era só pra ficar dando níveis numéricos, ou citações para consultas em bases de dado do futuro, tinha horas que perturbava. Nem sempre, claro, mas transformar os tais super-computadores do futuro distantes em bestas só para fazer a piada comprometia um pouco a imersão na história. Que diabos de banco de dados do futuro é esse que sabe quem foi Peréio e Odorico Paraguaçu, mas não Getúlio Vargas ou Bonaparte? Quando as notas de rodapé partiam logo para a zuação, sem relação com nomes históricos e sim à referências ou gírias, aí doía menos à história.

E escrevi uma parágrafo inteiro para reclamar de micro-linhas ao fundo de algumas páginas, falar da história que é bom, nada! É que agora já perdeu um pouco o clima de 'vai dar merda' do primeiro capítulo. Nesse vemos o dia-a-dia do cara num mundo em que parte da população têm um amigo virtual senciente praticamente dentro da cabeça. O próprio autor cita outras histórias de FC onde isso acontece.

/* E abro outro parágrafo solto, só pra comentar... Independentemente de qualquer chateação que as referências me causaram as vezes, como a "aula" sobre Turing, o cara tem meu respeito se ele realmente leu tudo que referencia. Devo ter lido uns dois terços dos livros que ele menciona (provavelmente menos, já que prefiro Golden Age à Cyberpunk) e entendido parte das outras referências, mas alguns nomes e livros eu não tinha idéia de quem ou o quê eram. Diga-se de passagem o livro é uma boa fonte de recomendações. Não necessariamente eu goste de tudo citado [não gosto de Neuromancer! É! Falei!] mas além do conto do Doctorow, anotei de conferir vários outros que me pareceram interessantes. Good News from the Vatican e The Quest for Saint Aquin já estão no leitor de livros digitais. */

Voltando a história, vemos como é a integração da sociedade humana com essa nova "população" mundial, sempre presente, com poder sobre as máquinas, mas agindo de forma benevolente e interessada. Eles (as Inteligências Construídas, no termo dentro do universo do livro) têm até uma cadeira na ONU. E vemos parte do impacto disso na sociedade. É o maior dos capítulos, mas parece mais curto do que o primeiro.
E como essa postagem está ficando gigante, vamos logo pro terceiro capítulo.

Capítulo 3: Este é o mais fraco. Parece meio inspirado em Matrix. Mas não se preocupem, é todo no mundo real. É que eu fiquei imaginando o personagem de casacão de couro preto e óculos escuros. O pior é que o personagem é gordo, mas acabei sempre imaginando-o magro. Depois de largar a profissão de professor e arranjar um emprego high-tech de respeito, o cara agora é uma espécie de caçador de vampiros. Na verdade, em retrospecto, apesar de ter lido o capítulo final ontem a noite e hoje de manhã, já não consigo lembrar se entendi o que o cara fazia... Basicamente, ele vai atrás de pessoas cujas capacidades mentais foram pro brejo devido à implantes, como se tivessem sido contaminadas por vírus de computador - que aí resolvem morder as pessoas feitos vampiros - e o cara as "reformata", causando morte cerebral. Hein?!
A parte em que ele banca o detetive para entender um moleque que deixou de ser disléxico fez mais sentido. Fora a profissão maluca do cara, o capítulo é meio como os primeiros, escrito de forma mais solta, já que em tese agora estamos vendo a reprodução de um podcast. Talvez para manter o estilo mais solto, achei a leitura um pouco pior, mas a história é mais oca nesse capítulo, então você o lê mais rápido ainda.

Por falar no estilo mais solto, acho que dá pra resumir que o livro teve 2 grandes problemas: (1) a quebra de clima, toda vez que vinha uma explicação exagerada no meio do texto ou um rodapé desnecessário (não estou dizendo que ambos tenham sido sempre ruins); e algo que pode até ser encarado como "puxa, ficou muito realista", que foi o texto ser, dentro da história, a reprodução de um blog. O problema com isso é que (2) o texto em si soou meio amador, como o de um blogueiro real... ok... daí que até ficou realista. Mas talvez, para agradar minhas sinapses, tivesse preferido que o texto fosse um pouco menos realista e o blogueiro fictício escrevesse um pouco melhor.

Ah, e nesse capítulo o cara arranja uma namorada. Que caiu na inexistente lábia dele muito facilmente. Achei isso menos crível que o DOS te mandar para aquele lugar.
E aí... Depois de rápidas revelações, o livro acaba de forma meio abrupta.

Não sei se a idéia foi fazer um gancho para seqüência...
Não gostei muito de como o livro termina. Não posso explicar sem dar spoiler.
Mas, apesar de todos os problemas, eu gostei do universo criado pela autor. Gostei também da relação entre o cara e seu companheiro virtual. Lerei facilmente uma continuação. Ficarei de olho.

Veredicto final: é um livro fino, com uma história que te chateia as vezes mas prende a atenção (ajuda se você for ligado à FC e à Informática), e dá para ler de uma sentada. A capa é esquisita, mas pode comprar! Vai lá! Tem a venda até no Extra. (eu acho.)

E apesar de eu ter divagado um post gigante sobre o livro, se você chegou até aqui, é capaz de ainda estar no clima, então segue resenhas de outros blogs que eu achei interessantes:
OBS: (geralmente) eu só leio resenha dos outros depois de escrever a minha, então quando eu reclamo acima de coisas que também reclamaram abaixo, é porque tivemos a mesma impressão realmente.

Rápida recomendação do livro, onde descobri que terá mesmo uma continuação:
O Baronato de Shoah
Resenha curta, onde descobri o nome da tal continuação ("Os Anos de Silício"):
Depósito de Desatinos
E resenha em inglês, onde agora fiquei sabendo que será uma trilogia.
[mania que as pessoas têm por trilogias!]
The OF Blog

E é isso.

[ATUALIZAÇÃO 5/JUN]: li os dois contos que mencionei acima, o Good News do Silverberg e o outro. Humm... o primeiro eu não gostei não. É que não levou nada a lugar nenhum. O The Quest for Saint Aquin já foi muito melhor. Teria dado um ótimo começo de um livro. Leria até vários livros no universo criado, com suas religiões underground, asnos-robôs falantes e bartenders marcianas. Mas... é um conto curto de 20 páginas e só. E teve um problema: também terminou de forma meio abrupta. Não que tenha ficado em aberto nem nada... Mas tava indo, tava indo... e... Fim. Eu levei alguns segundos achando que estava apertando errado o leitor de ebook na hora de virar a página. Sério. O problema é que não tinha mesmo página seguinte. Pena.
Pelo menos conheci um escritor novo, depois vou ver se leio mais coisas do tal Anthony Boucher. Se os demais contos dele foram quase tão bons, estou bem.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Melancolia de Haruhi Suzumiya

No original: 涼宮ハルヒの憂鬱, Suzumiya Haruhi no Yuutsu
Duração: aprox. 5h30min (14 episódios)
Da: Kyoto Animation  --  Ano: 2006  --  País: Japão
De: Nagaru Tanigawa (escr.) e Tatsuya Ishihara (dir.)
Site oficial e trailer: não achei...façam o seguinte: montagem de fã (a letra da música não tem nada a ver com a trama, mas é um bom jeito de ver muitas cenas de uma só vez e captou bem o clima hiperativo da protagonista) e God Knows (a 2ª música mais famosa do desenho; este link tem "só" meio milhão de visitas, gosto dele porque tem o som do desenho, não só da música, mas há no Youtube esta mesma cena com mais de 10 milhões de visualizações).

Como quase todos os animes que vi ultimamente, resolvi dar uma olhada neste baseado em praticamente nada: eu vi cenas dele no AMV HELL 5 e achei o nome interessante. [e sobre os AMV Hell, se você gosta de anime, amv's e não sabe do que estou falando... pare tudo e vai . há versão em DVD para download também]
Mas não foi nenhuma montagem em específico que me fez ficar curioso, foi só o fato deste desenho ter aparecido tantas vezes no pacote e parecer comédia com um título falando de tristeza profunda. Tive que anotar o nome para conferir do que se tratava.
E para quem não sabe o que são os AMV (Anime Music Video), a "montagem de fã" que eu linkei lá no alto é um exemplo. São vídeos com cenas de anime com música por cima. Geralmente músicas que não são do desenho, mas encaixam com a trama, cenas, ou de alguma forma. Os AMV Hell são AMVs bem curtos (alguns de meros segundos), em sua imensa maioria fazendo paródia.

Achei 2 exemplos envolvendo a Haruhi. Não são dos melhores, mas dá para ter uma idéia do que estou falando: Haruhi Suzumiya vs Dragonforce  e  Haruhi - Time Warp
OBS: tem o link para o 'clip' original do Time Warp na postagem sobre Mongrels.

Pois bem... começar a ver sem saber nada sobre o desenho é sempre divertido. O primeiro episódio desta série é tão bizarro, que eu tive que ir bolando teorias sobre o que era aquilo já nos primeiros segundos. Já começa tudo errado, que o primeiro episódio entra anunciado como Episódio 00: As Aventuras de Mikuru Asahina com uma musiquinha bizarra, que parece cantada num estilo meio rouco... mas depois você percebe: é só mal cantada mesmo.
E assim que o desenho começa, somos apresentados à personagem principal pelo narrador, que diz ser ela uma garçonete combatente do futuro! ["Garçonetes... Atacar!!" adoraria ver isso!], ah, e ela começa o desenho vestida de coelhinha da Playboy e vendendo vegetais. Mas o narrador não soa como um narrador... Nada de voz cavernosa dizendo "In a world where bunny dressed waitresses must fight...", o que o narrador faz logo de cara é dizer que ela ser do futuro ou ser garçonete são detalhes menores de um enredo estranho que foi jogado no nosso colo. Logo depois somos apresentados a outros personagens, como o par romântico dela, um sujeito com poderes ainda desconhecidos, e a vilã: uma maligna feiticeira alienígena!

E a história vai seguindo, com o narrador avacalhando a trama e os erros de continuidade; temos saltos temporais mostrando as várias lutas e "armas" especiais das inimigas; "explicações" sobre a mudança de tática da vilã e o enredo ter mudado para uma comédia envolvendo um triângulo amoroso; e coisas do gênero.

De repente, depois de uns 5/10 minutos de completo abobalhamento mental e pensando em negrito "o quê está acontecendo?", TUDO fez sentido: as cenas mal "filmadas" (obviamente, como é um desenho, foram feitas assim de propósito), a música mal cantada, o nome da personagem principal ser diferente, o fato do desenho mostrar partes da trama que deveriam acontecer mais para frente, e até comentários do tipo "essa cena, por exemplo, se fosse produzida como planejado...".
Como diria nosso amigo Neo: "UÔU!"

Ora, foi genial! Esse episódio 0 nada mais é que o "rascunho" da série. Algo que o criador fez para apresentar a idéia dele. Mas tudo com muito humor, como se fosse problema de baixo orçamento. Achei isso fantástico. O narrador funciona não só como o alter ego do criador, vendendo o peixe, mostrando os personagens ainda mal desenvolvidos, sem bons efeitos, e delineando algumas evoluções futuras da trama; mas também como produtor, citando os problemas técnicos, e também um telespectador, brincando e implicando com todos os muitos clichês apresentados, típicos do gênero.
E depois do cara ter conseguido o financiamento e ido em frente com a série - onde ele mostraria toda essa trama novamente, só que bem feita - não só ele entrou na curtição e resolveu não esconder isso, como foi macho suficiente para torná-lo o primeiro episódio, e não só um extra do DVD. UAU! Muito bom.

Mas... completamente errado. Foi uma boa teoria. Teria sido muito maneiro, mas não foi nada disso que aconteceu. Na última cena tive um daqueles momentos "Ih, cacete... errei tudo!". Aparece uma outra personagem, que não aparecera em momento algum antes e... Que audácia! Na verdade ela é a personagem principal da série! Como assim? Depois de 30 minutos nos acostumando com a menina ruiva como protagonista, vem outra e metaforicamente diz "Não! Sou eu!". E mostra ela desligando o projetor e falando que o filme que ela e os amigos fizeram será um sucesso durantes a feira do colégio.

Mesmo assim, um episódio excelente e ótima introdução à série. Ri e me diverti bastante tanto antes quanto depois de tê-lo (erroneamente) entendido.

O problema é que, mesmo com a tal cena final, o segundo episódio ainda foi um choque. É que mudou tudo e nenhuma menção é feita a coisa alguma do episódio acima. Cadê as "atrizes" da desajeitada garçonete do futuro e sua arqui-inimiga mágica? Ou, pelo menos... cadê a tal feira estudantil e a exibição do filme?
Pokémons me mordam! No 2º episódio os personagens ainda nem se conhecem!

Foi como se eu tivesse assistido o piloto de uma série, e depois descobrisse que ela mudou toda e eu ficasse pensando... "Pô, mas cadê aquela série?" O que nunca aconteceu antes, mas teria acontecido, por exemplo, se eu tive assistido The Cage antes de TOS ou o piloto original do The Big Bang Theory (que não ficou ruim não...).

/* comentário nada a ver com nada... tudo acima teve que ser reescrito... não entendi... o Blogger salva o rascunho a cada poucos segundos enquanto digito... aí a máquina travou, volto, e descubro que perdi uns 40 minutos de texto...e parece sacanagem, mas assim que eu escrevi a palavra "texto", essa logo aí, antes das reticências, o Firefox deu pane e fechou! e quando voltou, não perdi uma vírgula! mas na primeira travada (uma tela azul), nada! nada do que eu fiz voltou! 40 minutos e cadê? Não voltou sozinho ao abrir o navegador, não estava no cache em disco do Firefox, e não estava no rascunho do Blogger... Desgraça. Aí tento refazer tudo rápido, para reescrever antes de esquecer... Mas nunca fica igual e nem fica melhor. É, Ellen Feis... Sei como você se sentiu! */

Mas voltando... O que temos a partir do 2º episódio (o episódio 1)?

Na verdade, histórico rápido antes: esse anime [desenho animado japonês], como quase todos, é baseado em um mangá [gibi japonês], mas ao invés de parar aí... O mangá por sua vez é baseado numa série de "livros leves", como eles chamam, que são livros finos, direcionados para leitores mais jovens, mas não tanto (público Seinen, galera dos 18 aos 35 anos mais ou menos - se bem que o desenho é muito mais light do que um seinen permitiria ser, não há sexo, por ex.). Existem atualmente 11 livros e o anime é baseado em aprox. 5 deles (é baseado nos 4 primeiros livros e aproveita depois partes do 5º e do 6º). Alguns dos livros são uma só história longa, outros são de contos menores, e nos últimos a história ocupa mais de um livro. Infelizmente, até onde pesquisei, não foram publicados em português nem os livros nem os quadrinhos. Um bom lugar para ficar de olho, caso surjam novidades, é o S.O.S Dan Brasil, site nacional de fãs.
O desenho teve 2 temporadas, ainda sem notícias sobre uma eventual terceira, mas material para aproveitar é o que não falta.

Voltando à história... O que temos: uma garota ranzinza, hiper-ativa e com idéias incomuns começando em um novo colégio, e que, ao se apresentar para turma, basicamente diz que todos a sua volta são um tédio e que se você não for alienígena, viajante do tempo, de outra dimensão ou paranormal, melhor nem puxar assunto. Na verdade, "basicamente diz" não... Ela fala isso com todass as letras, raiva no coração e sangue nos olhos, já esperando que ninguém se manifestasse mesmo... Ô racinha tediosa. Humanos! Onde já se viu!?

Já não lembro bem como se desenrola, mas depois de alguns dias ela começa a conversar com o carinha que senta na frente dela na turma (acho que ele quem puxa o assunto, falando sobre o penteado dela, que muda o tempo todo), mesmo com os outros alunos desrecomendando a socialização. E depois dela ter tentado fazer parte de todos os clubes do colégio (Clube de Xadrez, atletismo, essas coisas) ela resolve formar o próprio clube. Batizado de Brigada SOS. "SOS Dan" em "japonês", de: Sekai wo Oini Moriagerutame no Suzumiya Haruhi no Dan - Grupo de Haruhi Suzumiya com o propósito de sobrecarregar o mundo com diversão (ou algo assim).
Aí ela arrasta o carinha para ser membro, rouba a sala do Clube de Literatura (tornando a única participante dele uma membro do novo clube), praticamente seqüestra uma aluna mais nova para ser membro também (ela precisava de alguém para ser o mascote e chamar a atenção pelo atributos físicos) e surge um outro cara (não lembro mais como).
O grupo não tem um propósito específico. A menina quer conhecer gente do tipo que ela já falou, resolver mistérios, descobrir coisas... Nem ela sabe muito bem o que farão. Basicamente, a função da "brigada" é ela matar o tédio e se divertir no processo.

OBS: como eu disse, vi o desenho sem saber nada... nem o básico do básico, que todo mundo já devia estar sabendo antes de começar a assistir mesmo sem ter lido o mangá ou os contos. Eu não vi trailers, não vi comercial de TV, cartazes ou anúncios de revista... Nunca ouvira falar da série e tudo que eu "sabia" do desenho foram paródias redubladas do AMV Hell! Então fui pego de surpresa pelo que vou contar a seguir. Se você prefere ver no susto também, pule o parágrafo seguinte. Será mais divertido.

--- MINI-SPOILERS COMEÇAM AQUI ---

No final, acabam fazendo parte do clube, sem que ela saiba, uma viajante no tempo (que teve um motivo específico para estar lá, mas não lembro), um tipo de paranormal (que tem a teoria de que a Haruhi criou o universo faz pouco tempo antes, e todos eles podem ser refeitos a qualquer momento) e um tipo de andróide (não é isso não, mas complicaria explicar) alienígena. E o que parecia que seria um desenho perfeitamente normal, com o dia a dia engraçado da 'turminha', acaba envolvendo seres interdimensionais, loops temporais, a reprogramação temporária das leis da física e a possibilidade do mundo acabar. Uma agradável surpresa!
Se quiserem, um pouco mais de detalhes.

--- E TERMINAM AQUI ---

A série intercala episódios completamente calmos (não veja Someday in the Rain com sono, você vai dormir) e bucólicos, com outros completamente malucos, envolvendo... (já disse acima, dentro dos SPOILERS). E o humor do "piloto", mesmo menos absurdo (agora não há mais erros de filmagem), continua lá, já que acompanhamos os pensamentos do Kyon (o verdadeiro protagonista da série), enquanto ele é abusado e arrastado para todos os cantos pelas idéias loucas da Haruhi.

Sobre os episódios, há os "principais" (as 6 partes chamadas The Melancholy of Haruhi Suzumiya), que giram em torno da trama mais doida, mas os demais... Você nem lembra que essa loucura toda está acontecendo por trás. Ou a loucura é pouca, e você consegue acompanhar. Nas loucuras maiores, até há algumas menções e flashbacks, mas você fica tão perdido com eles, que abstrai. Importante até... Como assim ficar perdido com os flashbacks? Eles não estão ali para te lembrar de algo que você já viu?

Pois bem, algo importante para saber: a série teve 3 ordens diferentes de episódios:

■ há a ordem original, como passou na TV. Que foi a que eu assisti. Idéia ruim. Ok se eu tivesse visto tudo rápido, mas lento como eu fiz, só servia para eu ficar perdido com partes importantes da trama. Em mais de um episódio eles fizeram menção ao que chamaram de "espaço fechado" (closed space). Fui entender o que era isso no penúltimo episódio só. Que teria sido o 6º episódio na ordem ideal, sem que ninguém tivesse mencionado o assunto antes. Veja bem... A ordem original não foi algo como os flashfowards de Lost: planejados [não vem ao caso se a série foi boa ou ruim]. Simplesmente passaram numa ordem louca e ponto final. Agora que vi tudo, não entendi o porquê. Nem foi assim no quadrinho nem nada!

Até achei em alguns momentos que ver nessa ordem, com flashbacks de coisa que eu não sabia ainda, ia servir para depois ter aquela coisa de "ah... então foi por isso..." mas não foi assim que eles fizeram. Não era uma dica de algo que aconteceu antes mas você só verá depois, para te deixar curioso... Você ficava era perdido mesmo, por não saber do quê diabos eles estavam falando. Eles jogavam essas referências e elas eram importantes para você acompanhar partes da trama. Ordem de bêbado... Muito errado. Ou de repente ficou confuso pela legendagem. Ou de repente japonês é muito mais esperto que eu e era capaz de lembrar tudo que aconteceu em 10 episódios anteriores e ter a tal sensação de "ah, agora entendi". Bem, não sou o Rain Man, só vou entender parte dos episódios passados reassistindo-os. O que não farei. Apesar disso, deram para divertir. E nem são todos que tiveram desse problema. Alguns ignoraram completamente as partes estranha da trama e foram só um desenho normal.

■ há a ordem cronológica. Ignorem-na. O motivo é a ordem a seguir.

■ e há ordem do DVD, que é igual a cronológica, com uma grande exceção: o primeiro episódio, que eu descrevi lá no alto, continua sendo o 1º episódio. Na ordem cronológica ele é o 11º, e isso tira todo o impacto do susto que ele causa. E como ele é mencionado no 12º, é mais interessante relembrar dele depois de vários episódios, de que ver uma referência a ele logo na sequência dele mesmo.

Vendo pela ordem original, a cena final do último episódio fica um bom final para a série. Mas você é obrigado a ficar meio perdido em outros episódios. A cena final do último na ordem do DVD já não é a mesma coisa, mas também não chega a ser ruim como fim. Se eu tivesse tempo [mais, pelo menos, já que estou aqui, marmanjo, escrevendo sobre desenho... ok, né?!] ia checar quais episódios te deixam perdido, e montar uma ordem alternativa...

Mas ainda tenho a 2ª temporada inteira para assistir e eu já levei uma eternidade para terminar a 1ª (12 episódios em 6 meses). [comecei essa postagem em 22/fev!] E tem também o anime do Black Rock Shooter para terminar... (depois do OVA, vi 2 episódios e esqueci do resto).

Sei lá, na dúvida, vejam na ordem do DVD. Melhor entender a história direito, do que ver uma ordem louca só para ter um episódio final melhor. E tem a 2ª temporada também... Então o episódio final nem será a última vez que você verá o desenho mesmo.

[ATUALIZAÇÃO: dei uma olhada agora neles... e do 5º para o 6º Melancolia [bom filme], a seqüência não é direta. Não é aquela coisa de um começar na cena seguinte ao final do outro. Na verdade, no início do 6º há até uma rápida recapitulação de quem são os personagens. Então, vocês podem fazer o seguinte:

- comecem a assistir na ordem do DVD: episódio 00 primeiro;
- depois os 5 primeiros Melancholy. Não vejam a sexta e última parte (detalhe, é o único episódio com epílogo, a ordem é maluca, mas realmente quiseram que este fosse o último a ser visto)
- assistam os seguintes... na ordem que quiserem.
- e finalmente assistam ao sexto The Melancholy of Haruhi Suzumiya. Pronto. Vocês terão uma boa conclusão e sem ficarem perdidos no meio da série.]


Então vou parar por aqui, essa é a resenha da 1ª temporada. Lá pro Natal eu falo da 2ª. Que não é bem a segunda... os episódios são cronologicamente misturados com os da 1ª... Argh! Que zona. Mas vale a pena assistir. De repente vejam logo a 1ª e a 2ª juntas, com todos os episódios na ordem cronológica e pronto. Vão lá no Wikipedia para ver a ordem "correta", lembrando que o episódio The Adventures of Mikuru Asahina deve ser visto primeiro, e sabendo que após o fim da série, há também o OVA The Disappearance of Haruhi Suzumiya (cronologicamente após as duas temporadas mesmo).

Bem, para terminar a postagem... O tema principal da série. Na verdade, é o tema de encerramento... mas é a música mais famosa do desenho. Sucesso absurdo no Japão, com talvez centenas de milhares de gente louca que sabem fazer a coreografia completa... [eu adoro os japoneses! já falei isso!]

Link para versão normal, com créditos, letra e tradução.
E abaixo a versão especial, sem texto e só com a dança:




E caso não tenham acreditado em mim antes... Toma!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

National Lampoon's Doon

De: Ellis Weiner
Ano: 1984  -- Páginas: 222
Editora: Pocket Books  --  ISBN: 0-671-54144-7
(clique na capa para ampliar.)

Eu comecei esse livro muito receoso... Estava enrolando faz anos. Não posso criticar totalmente o senso de humor americano porque cresci com ele em filmes e seriados, e como o livro é antigo, ele estaria livre de ser parecido com as ridículas coisas que eles chamam de paródia hoje em dia. [bons tempos do ZAZ...  e outros, porque ZAZ mesmo, foram bem poucos filmes, e um deles eu nem gosto]
E sobre paródias ruins, dica: nunca assistam Liga da Injustiça. Existem paródias ruins, MUITO ruins, mas você até dá um meio-sorriso a cada 45 minutos (Espartalhões, por ex.), mas esse filme não... nada... NADA!

Voltando ao livro, mesmo o National Lampoons's sendo a galera que nos trouxe Clube dos Cafajestes (nome original: National Lampoon's Animal House), eu ainda olhava para capa um tanto forçada e pensava.... "Isso será uma MUITO ruim. Uma decepção." Ainda mais zuando um dos meus livros preferidos... "Será epic win! Ou um martírio sem tamanho!" É, envolvou Duna, eu sou dramático! A capa britânica é um pouco menos forçada, mas não sei se teria me deixado mais confiante.

A história segue bem próxima a história original. Para quem está lendo isso completamente perdido, significa DUNA, de Frank Herbert. Isso foi uma boa surpresa. Mas claro, segue próximo até onde é possível. O enredo básico é o mesmo: uma Grande Família assume o controle de um planeta desértico, fonte de uma droga essencial para o Império, e é atacada por outra Família com a ajuda do Imperador. E os 2 sobreviventes (o filho e a mãe) planejam retomar o que é de direito com ajuda dos nativos. [isso é um péssimo resumo, muito ruim mesmo, mas vai servir.] A desgraça começa com o fato de que ao invés de areia, o deserto é feito de açúcar. Ao invés de vermes gigantes, são... bem, são vermes gigantes... mas em forma de pretzel (o da capa do livro não é gigante, no livro eles são muito maiores). E a especiaria nada mais é que... cerveja! E tem outras maluquices, como lutas de ofensa [saca aquelas cenas de filme: "Sua mãe é tão gorda..." e o outro rebate com uma ofensa maior? Por aí.] e o poder das grandes casas ser derivado de suas exclusivas receitas de sobremesas. Pelo menos ninguém usa os chapéus de cozinheiro que aparecem na capa.

Mas depois de começar a ler... Até que a desgraça é divertida. O legal é que o livro foi lançado um pouco antes que a versão de cinema, mas eu li achando que eles estavam aproveitando o jeitão exagerado do filme para estereotipar mais ainda em cima ainda. Mas não, foi uma zuação 'autônoma' por assim dizer.
Claro, o enredo envolvendo culinária e fabricação de cerveja é sem pé nem cabeça. Os nome de vários personagens é ridículo. Grande exceção para o Yueh, que virou Oyeah (para quem não leu, o Yueh é o traidor da história). Mas o nonsense das falas é muito bom. E a "realização" das profecias idem.

Isso sem falar de piadas soltas sem relação com nada ou trocadilhos infames, como a rápida menção ao Zé Colméia ou o jogador de basquete Kareem Abdul-Jabbar. O fiapo de história não é um grande condutor da trama, mas essas gags soltas aqui e ali são a graça do livro. E mesmo quando não é nada sutil, como o caixa de dor (?) ter virado um Cubo de Rubik (Cubo Mágico para alguns), a surpresa da idiotice te faz achar graça na hora. Não se sustenta muito tempo, mas aí a cena já mudou.
É como se Duna tivesse se transformado numa seqüência de esquetes do Saturday Night Live. Com aquelas piadas meio termo entre o "só americano ri disso" e "essa foi boa! gostei". Rir mesmo, ainda não aconteceu, mas é engraçado.

A National Lampoon também parodiou em livro O Senhor dos Anéis (Bored of the Rings), e este talvez seja de compreensão mais fácil. Mesmo sem conhecer os livros de Tolkien (o que obviamente seria melhor) todo mundo está acostumado com histórias de anões, magos e espadachins num mundo medieval. Mas já nesse, não sei... Acho que ser fã de Duna é essencial. Com Duna não dá para dizer "todo mundo está acostumado com história de ET, disco voador e príncipes espaciais". Ter visto o filme de 1984 ajuda bastante. Talvez sejam requisitos para poder gostar o livro, que por ora, está legal. É um senso de humor bem cretino. Você encontrará coisas como:

_ Você chamará o Duque de Sir, Sua Alteza, ou De Nobre Origem, mas nunca... que isso fique bem marcado... de Tony!
_ Porque?
_ Porque esse não é o nome dele. Nem Steve.
_ E posso chamá-lo de Grande Dave?
_ Também não.

E assim que a conversa termina, o personagem fica resmungando sozinho sobre "esses estrangeiros, chegam se achando, dizendo quem eu posso ou não chamar de Tony."

Sim, é idiota. Escrevendo agora fica pior ainda. Mas como eu disse, na hora isso te pega de surpresa. Falas idiotas no universo de Duna (bem, exceto os livros do Brian) ficam tão deslocadas, e eu lembro do filme e imagino cada um dos atores ao ler o livro, que fica absurdo. Sinto como se estivesse assistindo as antigas dublagens do Top TV ("Eu quero macarrão") ou, num exemplo mais atual, "Cadê meu headphone?" Talvez ler o livro sem lembrar do filme de trás pra frente e imaginar aqueles atores em cada cena não seja tão engraçado quanto só imaginar os personagens por si só

E aproveitando que estou dando falas do livro, seguem abaixo a realização de duas das "profecias" que mencionei acima. Sim, também são idiotas. Mas faz seguinte, se você conseguir sorrir com isso, já é algum caminho andado para ler o livro. Há piadas melhores, mas que eu não conseguiria reproduzir sem colocar muito mais texto ou preparar o terreno. [a reprodução abaixo por si só já deve ser ilegal, não sei se existe o Fair Use na lei brasileira...]

Quando a Shadout Mapes apresenta-se a Jessica:
"I'm called the Shutout Mopes," the old woman said. "I'm at yer service, Mum."
"I'm delighted to meet you, Mopes," Jazzica said. "But you must call me My Lady. I'm not your mother."
The woman stared wide-eyed at her, took an apprehensive step back, and in a frightened whisper quoted, " 'And she shall be delighted to meet you, and not be your mother.' " The red of her eyes glowed hot. "The legend is true!"

Na cena em que Keynes espanta-se por Paul ter vestido corretamente o traje do deserto:
"You've worn sweatsuits before?"
"This is the first time," Pall said.
"Then someone showed you how to tie the drawstring...?"
"No, I just took a wild guess."
"And he shall tie the drawstring right the first time, and his guess shall be wild." Keynes mulled.

/* 2 semanas depois... */

Pronto, demorei mas terminei [o livro é quase fino, foi só falta de tempo mesmo].

A parte acima foi quase toda escrita mal tendo lido 50 páginas. Queria registrar as minhas primeiras impressões. Vamos agora ao veredicto final:

Sim! A idiotice perdura. Até piora de leve. Sobre as "piadas que só americano riem disso", sim, estão lá, mas existe um segundo tipo delas até, que "pioraram" um pouco, que são piadas referenciais de coisas que ninguém mais vai lembrar hoje em dia, ou nem ter tido conhecimento, para começo de conversa.
Teve um personagem que eu tive que ir no Google, porque senti que havia alguma zuação lá, e fui descobrir que era uma referência à um arquiteto famoso na época nos EUA. Não posso criticar, estrangeiros não entenderiam piadas nossas envolvendo o Niemeyer, mas também não posso dizer que foi engraçado, já que não entendi a piada. A propósito, algo que eu só fui descobrir depois, é que Serutan, a versão no livro para a Princesa Irulan, é uma antiga marca de laxantes. E essas são as referências que peguei depois, devem ter outras que eu posso ter achado que era uma mera piada ou palavra solta, mas de repente eram baita zuação com algo que só sendo americano, e tendo lido isso no início dos ano 80, que eu iria entender.

Mas falando assim parece que depois das 50 páginas iniciais, o livro ficou ruim. Ficou não, manteve o nível igual, mas há um limite de tempo em que você é pegue de surpresa pelas insanidades que acontecem. Depois de um tempo, algumas piadas se repetem, ou você já fica contando com a aleatoriedade. Mas como eu disse, geralmente o ritmo é ligeiro e quando você quase cansa, troca o esquete. Não foi epic win, mas deu para entreter satisfatoriamente. Sorri bastante. Já rir... aí não lembro, acho que não. Recomendável para fãs de Duna apenas. Ganha ponto na recomendação caso tenha gostado do filme. E ajuda se você já tiver passado dos 30, pois pode entender (ou pelo menos reconhecer) algumas das piadas e trocadilhos.
Já houve uma época que todos saberiam quem era o Kareem Abdul-Jabbar, mencionado acima (já gente nova de hoje, talvez só as fãs de basquete). Noam Chomsky, por ex., só reconheci o nome, acho que nunca soube quem era (pelo menos peguei parte da piada).

Ah, uma coisa. Quando estiver lá pelo meio de livro, pare para ler o glossário ao final. Não de uma vez, um pouco aqui, outro ali. Porque? Porque ler o Glossário ao final, de uma vez só, depois de ter terminado o livro, é chato. O Glossário em si é uma zuação com o que existe no Duna original, mas da mesma forma que alguns trocadilhos e piadas funcionam ao longo do livro, outros são só piadas que você passa e nem presta atenção. Ler o Glossário de uma só vez é como se fossem todas jogadas na tua cara ao mesmo tempo (obs: mas boa parte dos termos no glossário nem aparecem na história em momento algum).
Eu não vi que o livro tinha um glossário-paródia também, então, quando terminei de ler, lê-lo em separado foi cansativo. No glossário a quantidade de piadas incompreensíveis aumenta consideravelmente.

Então faça assim, lá pelo meio do livro, entre capítulos, leia 1 página do glossário. De repente você verá algum trocadilho antes dele aparecer na história (por isso que estou chutando para só começar a lê-lo lá pelo meio do livro), mas será melhor do que ler 16 páginas de definições-piadas (nem todas boas) num só susto.

E nada a ver com nada, mas quando fui pegar o link do headphone, re-esbarrei com isso:
FEAR - 1º Stage - Fala do Protagonista

Dane-se que não tem nada a ver com Duna, é sempre bem-vindo reassistir.
Saudades do Esquadrão Força Total dublado. (em inglês ele não é tão engraçado).

E terminando, recomendação final... leiam Duna.
Eu prefiro um pouco mais a tradução da Nova Fronteira, mas a nova versão está valendo também. Gostei da resenha acima, é legal ver gente nova descobrindo a série.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Sabres de luz no pátio da empresa

O video já é velho agora [a postagem abaixo era rascunho desde janeiro de 2011!], mas para aqueles que não conheceram na época, ao invés de desrascunhar lá atrás, vou deixar aqui no presente mesmo.

Eu só acho que tanto nos filmes recentes como na maioria desses curtas de fãs, o pessoal esquece que é o diabo da coisa é um sabre de LUZ.

Veja bem.... Estamos lutando e tu dá uma bobeada abaixado na minha frente... Se eu estiver com uma espada de verdade, sem posição e sem jeito de pegar embalo... se eu cutucar a sua cabeça com ela só vai te fazer um cortinho e só vai me atrasar mais ainda até ficar numa posição decente para continuar a tentar te matar.... E tu vai ficar mais puto ainda da vida.

Agora... Se eu estou com um sabre de LUZ que não pesa nada e corta tudo feito manteiga... Eu não preciso recuar para ficar em posição e pegar embalo no manejo de algo que seria, basicamente, um porrete metálico afiado... basta eu dar um toquinho na sua cabeça e PRONTO!
Você não partirá pra cima de mim com a raiva renovada... Você estará morto! Mortinho! Grande parte do seu cérebro calcinado! Com muita sorte... lobotomizado! E olhe lá.

Mas o vídeo é legal. Nem chega a ser totalmente fan-made [achei que fosse quando vi a primeira vez] porque parece que todo mundo nele é um tipo de celebridade menor (ganhador de concurso, atriz de seriado, etc).

3 Minutos:


via: Gizmodo Brasil  -  link Wikipedia

Assistam também Dork vs Dorkman, clássicos (nem mais tão) recentes do gênero:
Ryan vs Dorkman 1  --  Ryan vs Dorkman 2

O primeiro eu conheci aqui: The Force.Net. E se passar por lá, procurem por Pink Five (mas esse não tem sabres de luz); eu mesmo tenho que checar depois, seria uma trilogia e da última vez que olhei só tinham 2.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Sílvia Buarque

E porque não? Ainda mais que ela foi escolhida para a postagem quase que por uma epifânia divina. Deu vontade de colocar foto de mulher de novo, algo para agradar a vista de nerds que vieram parar aqui por acidente, e aconteceu assim dentro de minha cabeça: "Faz tempo que não ponho foto de mu... SILVIA BUARQUE!".

Ok, hoje em dia ela já não atrairia multidões [se é que já o fez, mas isso não vem ao caso] e está até meio esquisita [tem horas que o Google Imagens é uma péssima invenção, acabando com as boas lembranças da gente], mas dane-se, isso só mostra que ela está envelhecendo com dignidade, sem puxa-estica-copia-e-cola. E ela foi uma das minhas musas dos anos 80, isso que vale. Isis Valverde (fantástica), Isabelle Drummond (a ex-Emília), e as bonitonas da vez que me perdoem, mas eu sou um cara nostálgico.
OBS: clique na foto para ampliar e expandir (eu cortei um pouco).

Acho que foi em O Sexo dos Anjos que ela chamou minha atenção. Ela fazia a irmã ranzinza de alguém, até o anjo queria matá-la, e aí no final... vejam só, que surpresa... encontra o amor e vira uma pessoa de bem. Mas não importa. O fato é que apesar de no Google só ter foto esquisita [esperava mais fotos antigas, achei quase nada], ela ainda é bonita e na época era um espetáculo. Merece um post. Nem que seja só pela lembrança.
[acabei de pesquisar, foi essa novela sim. mas acho que ao invés de namorado, ela se redime quando salva o irmão surdo do caminhão. eu lembro dessa cena. E na época todo mundo queria aprender linguagem de sinais.]

Importante: eu não descobri os direitos da foto acima. Se você sabe, pode dizer que eu coloco. Ou tiro (melhor do que ser processado).
Eu a tirei desse outro blog. E mais fotos decentes só fui achar nestes 2 links:
Dramaturgia Brasileira / Onde anda? e Mundo Novela: Bebê a Bordo

E podem me cobrar depois, algum dia tem que ter uma postagem da Deborah Evelyn. Outra musa da época.

E se vocês não compartilham meu gosto por fotos de 20 anos atrás... E querem algo mais atual, mais povão, serei bonzinho com vocês, foi jogar Silvia Buarque no Google que me fez parar nesta foto aqui: Thaís Ribeiro (o link morreu, segue um novo link), campeã de algum concurso estranho por aí. Nunca ouvira falar, mas para quem preferir o estilo, 'tá aí.