terça-feira, 16 de abril de 2013

Oblivion

Nome original: Oblivion [detalhe curioso, "oblívio" existe em português]  --  Trailer [mas prefiro que não vejam]
Duração: 2h06min  --  Ano: 2013
De: Joseph Kosinski (de Tron 2: O Legado)
Com: Tom Cruise (de Negócio Arriscado e muitos outros), Morgan Freeman (de Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões), Olga Kurylenko (de 007: Quantum of Solace e Sete Psicopatas e um Shih Tzu) [e parecendo muito com a Zeta Jones nesse filme], Andrea Riseborough (de, e a própria, The Devil's Whore) [eu vi esse seriado, muito bom], Nikolaj Coster-Waldau (o Jaime Lannister e de Virtuality) e Melissa Leo (de Verônica Decide Morrer).

Sinopse: a Terra foi atacada por ETs faz uns 60 anos, os humanos venceram, mas o lugar ficou tão acabado que todo mundo que sobrou precisa se mudar para uma lua de Júpiter. Na Terra ficaram alguns técnicos e suas esposas, responsáveis por fazer a manutenção de robôs sentinelas, que protegem grandes geradores de energia (?) necessários para a colonização do satélite. Geradores que por sua vez precisam ser protegidos de alguns dos ETs que acabaram sobrando no planeta. Até que... o mocinho descobre que tem coisa mal contado. E o trailer já te estraga uma das principais.

OBS: daqui para baixo dou poucos spoilers, mas dou. Estejam avisados.

Opinião: vou logo assumir: eu queria não ter gostado.
Putz, é Tom Cruise [o retardado mór da Cientologia], metido numa FC bem pretensiosa, e onde metade do filme é o rosto dele em close. [obs: achei que ele estaria mais acabado até] Mas... Gostei. De repente estou virando um velho babão e sentimental, ou de repente foi só porque fui com expectativas tão baixas, que qualquer coisa era lucro, sei lá.

O filme é uma chupinhação tremenda de várias idéias antigas e recentes... Contudo... as referências ficaram naquele nível de forçada que você não sente sutileza, mas não sentia que eles estava sacudindo na sua cara "Vejam, estou fazendo uma referência! Referência! Lálálá!". Então tudo bem.
A propósito, aquele papo de que "Baseado numa graphic-novel" até onde vi, é balela. Primeiro, se nunca publicaram, nunca passou de uma idéia. E "Baseado numa idéia" é... digamos... tudo. [exceto documentários?] E ao que tudo indica, nem tinham mesmo a intenção de publicar. Mas nesse link dá para ler o texto e artes conceituais. Interessantes.

Mas voltando ao papo de chupinhação... Para quem já é fã de ficção-científica muitas coisas devem ter ficado óbvias, ou foram ficando em seqüência durante o filme, antes deles próprios fazerem cada revelação.
Poxa, na hora que ouvi alguém dizer pela 1ª vez "zona proibida", a primeira coisa que eu pensei foi "ho, ho, ho... tem coisa escondida lá". Muito, muito, manjado. Só faltou um orangotango dizendo "Você pode não gostar do que encontrará."

Mas o filme fez tudo isso tão calma e vagarosamente, que sei que depois de escrever a minha resenha e começar a ler a dos outros, verei gente reclamando da lentidão. Juventude alucinada, que não consegue desviar os olhos do celular por 15 minutos! Pô, vocês podem ter detestado o filme, mas não reclamem dele ser lento! Vão ver "2001", cacete! [vi pelo menos meia-dúzia de vezes e certamente muitos nerds viram mais]

Mas além de Planeta dos Macacos, senti ali - não posso afirmar que foram referencias diretas, porque é tanta gente se inspirando em tanta coisa, ou até fazendo igual de forma independente, que a inspiração deles pode ter sido algo mais antigo, ou mais recente, ou terem criado parecido por coincidência mesmo - mas senti no filme referencias à Jornada nas Estrelas: O Filme (a seqüência da entrada na V'Ger), Lunar (clones em estações diferentes), 2001 (as naves bolotas e o olho do Hal) e lembrei muito de algo que, na verdade, não é de filme nenhum, e sim uma zuação com vários - e a tal zuação ficou mais parecida com este filme que os zuados especificamente... Vou colocar no final da postagem. Ah, e claro, muito vagamente lembrei de Stargate. Coisas em forma de triângulo não são exclusividade humana, mas ter logo um nome (Tet) que parece egípcio (Set, Djet, Tausret, Sejemjet...)?! [mas ok, pode ter sido o ET escolhendo um nome marketeiro melhor do que, sei lá, Mxyplyzyk.]
Aproveitando, gostei muito da buzina de alerta dos drones. Lembrou-me bastante o som que faziam os marcianos no Guerra dos Mundos, quando queriam colocar todo mundo para correr só por diversão.

Acho que no futuro este filme terá mais reconhecimento do que ele deve estar tendo agora. Novamente, ainda não li opinião alguma a respeito, mas esse filme tem muita cara de que a maioria dos críticos vai reclamar. E boa parte das pessoas também. Até eu queria estar esculhambando... Mas... é, né? Cheio de buraco, mas gostei. Igual queijo suíço. [na verdade, eu não gosto de queijo suíço, mas não quis perder a piadinha ruim]

Na pior hipótese, o filme deve ser apreciado por um detalhe horrível... Nossa memória curta e o fato que é impossível saber tudo sobre tudo. Muitos marcos da minha infância foram filmes dentre os anos 50 e 70. Mas muitos desses filmes são inspirados em outros mais antigos, ou livros, ou as mesmas idéias foram aproveitadas antes em outros filmes. Mas eu não conheço esses. Eu mesmo sacaneei as versões anteriores de O Mágico de Oz algumas postagens atrás, dizendo que ninguém lembra ou liga para elas.

Para muitos, de hoje em dia, a TET foi a primeira vez que viram um computador maligno com um único olho vermelho. Alguns deles descobrirão, muito depois de agora, um tal de HAL, que apareceu num outro filme, um aí, pré-histórico, com uma nave em forma de cotonete. Acontece. Nem posso culpá-los.
Kurosawas me mordam!, eu vi Mercenários das Galáxias muito antes de Os Sete Samurais. Adivinhem qual deles é um marco para mim?

MUITO
(mas muito!) longe de mim querer induzir minimamente que esse filme seja o 2001 da geração atual. [mesmo porque a história está mais para A Ilha ou, até, Matrix, do que 2001] Mas já sei de pelo menos um sujeitinho de uns 13 anos que achou esse filme um dos melhores filmes que já viu (se não o melhor). Pobres diabos ignorantes... Mas novamente, acontece com todos nós.
Eu conheci primeiro A Hazy Shade of Winter pela versão das The Bangles, e não a original de Simon & Garfunkel. Adivinhem qual é minha preferida? Pois é... Acontece!

Agora, voltando ao filme, uma dúvida importante (um dos muitos buracos, mas esse foi o que me incomodou realmente): qual a necessidade de humanos nas estações de controle? Essa pirâmide espacial dos infernos não sobreviveria muito tempo sem outras naves que pudessem fazer sua manutenção. A porcaria sabe criar clones, mas não sabe criar um braço mecânico? Que consertasse ou rebocasse as naves para desmanche?
E com tantos drones no espaço, não poderia mandar mais alguns para Terra? Ou fabricar mais, já que tem, literalmente, um planeta inteiro de recursos à disposição?

Eu gostei do filme, mas esse é um daqueles "detalhezinhos" mal explicados que invalidam todo o enredo, mas você tem que aceitar, porque sem essa "pequena forçadinha" de barra... o filme nem existe.
E sejamos francos, a droga da nave devia estar se divertindo, porque para matar os humanos era só espalhar algum veneno na atmosfera. Ou ao invés de tirar água do mar logo ali, na praia, tirar no meio do Oceano Índico. Queria ver algum rebelde chegar lá remando...

Ah, e os outros (pelo menos, e sendo humilde) cinqüenta Jacks? Estão sendo avisados de tudo que aconteceu e sendo resgatados ou morrerão todos de fome em suas casinhas high-tech? E a Olga passará o resto da vida se escondendo deles?

E está aqui o que esse filme me lembrou:



E resenhas alheias:

Super Hero Hype: nota 7 (que lembra algo: o filme é bem bonito. Podendo, veja no IMAX)
The Verge: "Oblivion aspires to what sci-fi does best"
Cinema com Rapadura: "empolgante nos efeitos, mas maçante na história"
Omelete: "sem a capacidade de ir além dos filmes que o inspiraram."
Dimensão Cinema
: "uma declaração de amor à ficção científica. Contudo, isso não o isenta de falhas"

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