sábado, 8 de junho de 2013

Depois da Terra

Nome original: After Earth
Duração: 1h40min  --  Ano: 2013  --  Trailers: 0, 1 e 2
[os trailers têm várias cenas que foram cortadas]
De: M. Night Shyamalan (de O Sexto Sentido e A Vila)
Com: Will Smith (Um Maluco no Pedaço), Jaden Smith (o Karate Kid 2010), Zoë Kravitz (a garota-borboleta do X-Men: Primeira Classe) [sim, é parente do Lenny] e Sophie Okonedo (de Æon Flux).

A história: nave cai no planeta, papai quebra as pernas, e filho precisa achar o sinalizador para pedir ajuda - que por sua vez está em outra parte dos destroços, à 100 km de distância. E ele precisa fazer isso logo, porque só tem 4 dias de oxigênio reserva e a floresta está cheia de bichos homicidas.

Detalhe, o conceito originalmente concebido era o mesmo, mas sem ser no espaço. Seria só uma floresta normal, um acidente normal e, sei lá, o garoto provavelmente ia buscar o rádio. Todo o resto do filme é puro enfeite high-tech.

Então... Eu quase não fiz essa postagem procurando o que dizer. É um filme legal, mas... É só um garoto correndo pela floresta, vencendo alguns medos, belos cenários, aí inventam toda uma sub-história sobre uns monstros alienígenas só porque provavelmente não teria nenhum bicho terrestre divertido o suficiente para usar. E porque ao invés de só mostrar o garoto ficando corajoso, é muito mais óbvio para o telespectador tapado mostrar que, quando ele finalmente queima o seu cosmo, o monstro fica até burro, olhando para os lados... "Cadê você? hein?" [porra de ETs burros, que não souberam criar um assassino mutante mega poderoso... com olhos!]
E claro, você começa o filme sabendo exatamente que essa será a cena final. O moleque matando o bicho fazendo pose de "Sou foda! Estou na sua cara e você nem me vê!" É um filme com absolutamente nada de surpresa. Talvez a águia, mas nem tanto. Eu estava com a impressão de que ela surgiria no final, ajudando o garoto contra o monstro. Pelo menos teve uma piadinha no fim, ao invés de só ficar no abraço.

Outra coisa ruim é que o Will Smith estava estranho no papel. Ok, ele é um pai que ficou meio endurecido e fora de prática. Mas exageraram. Quando o garoto anuncia no começo do filme que "Ele foi o primeiro fantasma", a primeira coisa que eu pensei foi "Ah! Ele é um clone então! Explica não saber sobre emoções.", a impressão errada durou poucos instantes e aí voltei a achar ele só ranzinza até demais.
Sobre isso, o próprio Smith declara que o personagem não era um bom exemplo paternal.
Ah, e a "mensagem ecológica" também ficou meio forçada.

Algo legal sobre o filme é o visual da tecnologia humana - tudo parece feito de ossos ou de bambu, com muito pano para todos os lados. A "espada retrátil que não é de luz" também é um conceito interessante, mas não é novidade deste filme (nem do Sulu no novo Jornada nas Estrelas), acho que a primeira vez que vi isso foi num filme vagabundo, destes pós-apocalípticos, acho que com Patrick Swayze, e alguém no filme tinha uma espada ninja retrátil. Mas acabou que no filme, toda aquela conversa de "essa espada tem 22 configurações" não foi usada realmente... Imagino se isso não foi dito lá já pensando nos usos que ela terá num eventual desenho animado ou nos livros (que já existem até em português). No filme ela foi usada como espada, como foice (uma espada torta) e como... uma espada maior. Ok. Eu não teria perdido meu tempo fazendo a espada do garoto ter vários formatos.
Por falar nisso, qual o problema deles com revólveres? Por mais que o monstro fosse imenso, se o moleque matou ele com duas estocadas a queima roupa, imagina o que não faria com uma Uzi! Eles estão no futuro! Devem ter inventado alguma arma melhor do que um facão!

Pelo menos no futuro a humanidade passou a usar Quilômetros ao invés de Milhas. Com sorte, esse tipo de mensagem "subliminar" convence os americanos a largarem as unidades imperiais algum dia.

Mudando de assunto, ainda estou tentando entender o que é que reclamam tanto desse filme associando ele à cientologia. Bem da verdade, nem no A Reconquista eu vi nada de propaganda cientóloga (?) no meio. Ok, foi um filme horroroso baseado num livro ruim escrito por um idiota (vulgo: o fundador da seita). Mas... e daí? Nada no filme estava me dando "lições de moral cientologistas" nem tentando me convencer de nada, ou sutilmente passar as ridículas doutrinas deles para mim. E mesmo que fizesse... Grandes merdas também! As Crônicas de Nárnia joga metade da Bíblia na nossa cara e ninguém reclama. A Viagem é uma baita viagem kardecista e também não ligo. Eu não ligo para nada!... Desde que o resultado final seja bom. (ou aceitável pelo menos)
Pô, um dos argumentos que eu li associando o filme a Cientologia é porque tem uma cena num vulcão! Porra, meu filho! Sabe o que também tem vulcão? O Havaí! [malditos tocadores de ukulelê... eu sabia que estavam tramando algo!]

Tem gente reclamando (e dizendo que é coisa de cientologia) até do slogan do filme, que achei tão legal. Parece saído de uma revista do Lanterna Verde: "O perigo é real. O medo é uma escolha.". Como se isso não fosse bem parecido com a famosa frase de "Nada a temer, exceto o próprio medo", que é de ninguém menos que o Roosevelt! Quero ver americano falar mal dele...

Não vi ainda ninguém reclamando que o nome do personagem do garoto (Kitai) é "China" em vários idiomas. Deve dar para criar alguma teoria conspiratória com isso também...

Bem, foram duas horas divertidinhas, passatempo interessante. Não é um grande filme, é todo esburacado, mas não merece todas as críticas ruins que estou vendo. Podem ver desde que vocês estejam tranqüilos sabendo que o filme são 90 minutos do filho do Will Smith fazendo cara de choro, correndo pela floresta, e o pai agindo de forma babaca. E aí no final eles se abraçam na tradicional cena de "Estou orgulhoso de você, filhão!".
Era só isso mesmo que eu esperava pelo trailer. Então tudo bem.

E se você já viu, por favor, o FAQ sobre o filme, do iO9 é imperdível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário