sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Rage

Site oficial: RAGE (mas achei ele fraquinho, o RAGE Wiki é mais interessante), mas no oficial recomendo irem em VIDEOS e assistirem "The Sound and Art". E no Youtube acham-se outros sobre a produção também.
Duração: aprox. 20 horas  --  Ano: 2011
Trailers: Mamãe eu sou Fallout (o jogo foi distribuído pela Bethesda, isso deve explicar) --  Comercial de TV (ficou bom, mas esse trecho de música conseguiu deixar legal até o teaser original do Quarteto Fantástico)  --  Gameplay / Resenha (da IGN)  --  E trailer final (parece pelo menos; tem a data real de lançamento, e não as datas otimistas).
Produtora: id Software (que nos trouxe Wolfenstein 3D e Doom!) (e Quake também, mas Quake não importa)
Plataformas: Windows [roda no XP!!], Mac, PS 3 e XBox 360.
Multiplayer: sim, mas nem toquei nessa parte, não falarei nada sobre ela.

Vamos lá, fazia tempo que não falava de jogo. Este me deu a curiosidade muito tempo atrás, quando saiu o chamariz conceitual [aha! inventei uma tradução para Teaser], mas esqueci dele. Outro dia vi algo sobre o jogo em algum lugar, e fui atrás.

O preço podia ter sido um pouco menor, não que a qualidade do jogo deixe a desejar, achei-a bem boa (apesar de não conseguir ligar o anti-alias sem o jogo travar), o problema é que achei o jogo curto. Terminei em 3 ou 4 finais de semana [de segunda a sexta só tenho tempo para joguinhos rápidos tipo o Limbo ou Luxor]. O jogo marca o tempo que você ficou nele e eu o completei em 22 horas nem um pouco corridas, passeando* pelo lugar. [*mais sobre isso daqui a pouco]

Voltando ao trailer, o legal é que fui procurar o tal original que eu vi... E acho que nem era desse jogo, não encontrei nada parecido. Achei um que deve ter sido o que eu vi (lá no alto, o "trailer Fallout"), pois eu lembrava claramente do "A" tomando uma porrada. (e devo ter visto este aqui também, pois lembrava de uma presença forte da cor amarela).

Mas voltemos ao jogo. Antes de mais nada, o jogo tem vários easter eggs (aparições e homenagens rápidas) de outros jogos da Id (e também de Fallout e até do último Duke Nukem), até aí tudo bem, mas estou avisando logo porque a sala secreta do Wolfenstein é logo no começo do jogo e se você a não a achar na sua primeira missão, não terá mais a chance. Achar as salas por si só é praticamente impossível, o ideal é procurar na internet como achar as salas só em texto, e se virar procurando você mesmo tendo as dicas (assim você não se sente um safado que leu o walktrough). Mas quem já perdeu essa sala, como eu, tá aqui o vídeo.

A história: um cometão se chocará contra a Terra e congelam e enterram um monte de gente, para que suas Arcas (o nome que dão para cada um desses recipientes com gente congelada) ergam-se do chão depois que a desgraça passar, e possam repovoar/dar jeito no mundo que sobrou. Mas... Nem todo mundo morreu com o impacto, e um general maligno arranjou que a arca dele, e de seus simpatizantes, saísse do chão antes, para dominar o mundo e governá-lo a seu jeito - e impedindo também que outras arcas saíssem do chão, com gente que poderia se opôr. Daí que você, o protagonista, saí do chão numa delas, encontra um mundo meio Mad Max, é salvo por um cara, e todo mundo começa a pedir sua ajuda porque você é "O" cara. [e porque tem um corpo cheio de nano-robôs, que é a explicação do jogo para você ficar tomando tiro e não morrer - ah, e você ainda carrega um desfibrilador interno, que serviu várias vezes como arma em situações desesperadas, eu ia correndo para o meio da bagunça e deixava me matarem, só para eletrocutar todos eles com a minha ressurreição.]

Bem, toda a parte do General e etc é inútil para o desenrolar do jogo. As críticas que dizem que a história é fraca e os personagens rasos... São todas verdades. Mas se a idéia foi só fazer um jogo divertido para você não ter que pensar muito, e só um fiapo de história para você não ficar matando gente aleatoriamente... Conseguiram.
E se esse fiapo de história te interessou, saiba que existe um livro baseado no jogo.

O jogo é principalmente um FPS (um jogo de tiro em primeira pessoa) mas tem seus momentos de jogo de corrida, em que você pode ficar em pistas disputando pontos, tempo, ou a colocação (tanto em corridas puras, como com armas para explodir os oponentes). Durante o jogo eu achei que as corridas seriam mais importantes para o desenrolar da aventura, mas no final, são só um divertimento à parte. Há uma pesquisa no RAGE Wiki (link lá no alto) sobre o tempo que o pessoal levou, e tem gente que terminou o jogo em menos de 4 horas. Essas, com certeza, ficaram só na parte de tiro, e só na da história principal.

Falando nisso, o jogo segue um esquema meio Fallout neste aspecto. Existem as missões principais, que te levam para lutar na resistência (novamente, detalhe só para dar um charme, as história do jogo é, sim, muito rasa) e vencer o cara mau, e existem missões que o pessoal te pede por aí, e você pode fazer ou não.
Fazê-las serve para ganhar dinheiro que serve para comprar munição, mas não para ganhar pontos de experiência ou subir de nível.
Mas você pode também construir coisas, então fica a teu critério decidir fazer os aumentadores de dano, por exemplo (tipo as bolas vermelhas do Doom), ou construir robôzinhos ou torres de tiro para te ajudar (eu gostava delas, ajudavam bastante nas piores partes, já que joguei no nível mais difícil).
De resto, o jogo é bem simples, sem ter que ficar abrindo gavetas (Fallout), lendo livros (Oblivion) ou tomar cuidado com o que você fala, para não chatear facções (New Vegas). É só atirar, manusear alguma alavanca ou botão, e roubar coisas úteis dos corpos (Bioshock).

Sobre as corridas de carro, eu achei que em algum momento eu precisaria dos carros mais completos e resistentes, para alguma fase específica, mas não... Então se vocês não gostam de corrida, podem até ignorar completamente isso. Numa parte do jogo você tem que vencer algumas, porque o Xerife te "força" a isso, mas de resto, você pode ignorá-las e, quando for atacado na estrada, só fugir.

Quanto aos demais joguinhos internos, o de carta é bem interessante, jogava de vez em quando mesmo sem precisar fazer dinheiro. E é um passatempo interno do jogo também achar as 54 cartas espalhadas por todo o cenário. O esquema é tipo Trunfo ou aquelas coisas do The Big Bang Theory; mas muito mais simplificado. É divertido. Outro joguinho interno legal é arrebentar os "semáforos" jogando o carro sobre eles. E lembro de pelo menos outros 3, mas não tão interessantes (o holográfico, o da faca, e o das notas).


Uma figura no meio, só para quebrar o texto gigante.

Armas: a variedade é divertida, sem armas malucas nem nada, mas consegui arranjar momentos para me divertir com cada uma e suas munições alternativas. E sem aquela chateação de só poder carregar duas. Não, você tem todas o tempo todo. Deviam ser 300 quilos de armamento e munição enfiados no rabo, mas estavam sempre lá a disposição, como era no Doom. Ótimo. Deixem a preocupação com peso de munição e do salame para o S.T.A.L.K.E.R. [sim, neste tinham horas que eu tinha que comer o salame só para esvaziar a mochila] Mas, no final, acabava no clássico: escopeta para lugares fechados, sniper para os abertos. E o revolvinho que você começa o jogo, que vem junto com uma luneta, é uma boa arma. Fiquei matando gente com ela até bem no final do jogo. Pensando agora, acho que faltou um lança chamas... E além das armas, tem as tradicionais granadas, os mini-robôs e torres, e bumeranguinhos afiados.

Algo importante: salve sempre. Não porque você pode morrer, mas porque trava muito. O quicksave é bem rápido (3 segundos), então use-o sem parcimônia. Em todas as fases, em algum momento a máquina congelava. E mais para o final, na segunda leva de corridas, uma delas devia exigir tanto da placa de vídeo, que não só travava, mas desligava o computador. Isso é outro detalhe, li muito rapidamente por aí que o jogo é problemático com NVidias. A minha é uma, talvez seja a razão dos meus problemas.
Sobre o vídeo, algo que não atrapalhava, mas irritava de leve, era o carregamento das texturas. Elas estavam sempre perfeitas olhando em linha reta, mas era só virar a cabeça pro lado, que eu via o mundo rapidamente ganhando cores e formas, e aí eu olhava de volta para o mesmo lugar de antes, e ele era novamente retexturizado. Não acredito que seja por falta de memória da minha máquina [já me gabei dela em alguma postagem anterior], então a culpa é do jogo. Mas esse carregamento era até rápido, só te incomodará se você for chato, mas já fiquem sabendo.

Falando nos gráficos e o visual, é unânime que ele parece uma cruza de Fallout e Boderlands. Eu nunca joguei o segundo, mas já vi que ele tem um estilo mais 'desenhado'. Não sei se concordo muito, mas ele me pareceu foi um Fallout feito pela equipe gráfica do Bioshock. Aquele visual de mundo acabado do primeiro, mas tudo bem colorido, suave e arredondado tipo o segundo (mesmo o anti-alias ficando desligado), até o sangue do jogo tinha aquele jeitão gelatinoso.

Algo legal, geralmente ignorado nos jogos, foi o efeito do local do tiro. Em jogos antigos, se um inimigo perdesse 10% da "energia vital" por tiro, você precisaria de 10 tiros para matá-lo e ponto final. Podiam ser tiros a queima roupa na testa!! Mas teriam que ser 10. Depois o local passou a fazer diferença (na cabeça perdia mais energia do que no dedo mindinho). E neste (não lembro se foi o primeiro assim que joguei, mas não deixa de ser digno de nota), se o tiro era na perna, o mutante vinha capengando na sua direção.

Ah, e só terminando, que isso está ficando longo, lá no alto eu falei sobre ficar passeando no lugar. Sinto muito, galera, mas o jogo é bem linear. Explico: você pode ir e vir a vontade, pode não fazer algumas coisas antes de outras (as tais missões paralelas), mas quando você começa a fazer, não existe muito para onde ir. Você entra num prédio para fazer o caminho X, e fará aquele caminho. Chega àquelas situações ridículas de ter uma cadeira em frente a uma passagem, e você não poder seguir por ali. Putz... Colocassem alguma coisa decente impedindo a passagem, mas a famosa "parede invisível" é ridícula. No mundo real eu consigo passar por cima de um banquinho.
E mesmo a parte do "ir e vir a vontade", quando você pega o carro e sai passeando, não tem nada para visitar nem cidades mortas para explorar. E fora um eventual esgoto (que você entra para matar mutantes a esmo), nada interessante para encontrar. Uma das coisas que me fez achar que o jogo seria mais longo é que, no mapa, são indicadas várias áreas azuis, ou seja, amigáveis (?) e habitadas (?); e achei que cedo ou tarde eu iria em todas. Não aconteceu. Ou é preparação para DLCs (fases e missões adicionais) futuras, ou foi só para dar um colorido no mapa, mostrando que existem mais pessoas por aí do que só as que você conheceu.

Na verdade, acho que foi uma jogada muito boa deles. Não do ponto de vista do usuário, mas de marketing mesmo. Vejam bem... Eu terminei o jogo achando que estava no meio dele, então parei com aquela sensação de que faltava mais... doido para continuar. Eu achei que em algum momento eu iria parar de ganhar armas novas, ou não teria mais como incrementar o carango, e teria aquele momento do "agora se vira", em que eu já teria todos os tipos de armamento e munição (que foram surgindo novos até bem pro final do jogo) e eu faria do meu jeito, sem o jogo dar as dicas (quando você ganha uma arma nova antes de entrar num lugar, obviamente ela será importante ali). Até algo que eu li por aí, de que uma das vendedoras do jogo era "a única vendedora mulher no jogo inteiro". Lendo isso achei que encontraria ainda muitos vendedores, todos homens, em muitas cidades... Ha! Foram TRÊS vendedores no jogo inteiro. Um na casa do cara que te salva e um em cada cidade. Ora! Mutantes me mordam! Assim é mole ela ter destaque sendo a única mulher. Se tivessem duas, o destaque seria o cara ser o único vendedor homem!

E falando de mulher, e já que a última postagem terminei falando de mulher também... mantenhamos a tradição (ainda que estas sejam virtuais). Qualé gente desocupada na internet? « Despite her small role in the game, Loosum, much like Ginny and Jani, is considered one of the RAGE sexiest women. »  Comparar a Loosum (espetacular) com a Ginny (ok, gracinha) e a Jani (sai capeta!) é sacanagem. Até a Olive/Destinee (que são a mesma "pessoa" e parecem ter algum distúrbio alimentar) é melhor que a Jani. E a do boné parece ter uns 13. Até a médica da Resistência barra as duas. Ouçam a voz da razão, as babes do jogo são a Loosum (que parece brasileira) e a Mel (dublada pela Claudia Black, de Farscape e Stargate e gata no mundo real).

PS: mas galera, controlem-se... Acabei de esbarrar num Flickr da Loosum com a única aparição dela praticamente quadro a quadro. Vão arranjar uma namorada... Ou paguem alguém... Ou vão ler um livro no tempo livre caso ainda sejam muito jovens para pensar nessas coisas. Mas fazer um Flickr foi flórida...

PS 2: o RAGE tem uma quantidade imensa de resenhas por aí, vale nem a pena eu procurar as melhores para linkar, mas esbarrei um duas que, se você ainda está aguentando ler, podem valer a pena. Uma bem mais otimista sobre o jogo (mas admito, não li toda, são 7 postagens de tamanho mediano em seqüência) e uma outra que praticamente o esculhamba. Assim vocês ficam com opiniões de todos os lados.

JoeGameSaga: (...) give this a miss and replay Borderlands.
Espaço Games: Rage tem tudo para agradar quem curte um bom FPS.

PS 3: música dos créditos: Burning Jacob's Ladder, de Mark Lanegan.


[ATUALIZAÇÃO 11/SET]: Li o quadrinho. O livro eu vou passar, parece ser basicamente uma descrição de uma partida do início ao fim, com algumas falas a mais. Mas o gibi é tão curto (3 edições, da Dark Horse), que resolvi conferir. Mas... não é bom. Pena, eu até coloquei ao lado a melhor das capas, para dar uma impressionada, mas a história deixou a desejar.

A trama gira em torno da médica da resistência; indo desde sua saída da arca em que estava, a rápida época em que ela trabalhou para A Autoridade (a organização vilã do jogo), e sua fuga, juntando-se a resistência. Sem surpresa alguma para quem jogou: ela comenta isso tudo em 2 frases numa conversa qualquer. Também ficamos sabendo um pouco (bem pouco) mais sobre o velhote cientista, que você encontra no jogo, e sobre seu 'bichinho' de estimação, que você mata no jogo.

Perderam uma chance excelente de ambientar algo novo no mesmo universo; que não foi muito explorado. Ou então se arriscar e fazer uma história mais longa, realmente desenvolvendo algum personagem. Acabei de ter uma idéia até... Teve um personagem, importante no começo do jogo, que depois simplesmente some! Algum NPC falou algo sobre ele ter ido fazer alguma coisa e o cara não volta mais. Fizessem a história com ele, mostrando o que ele estava fazendo em paralelo ao seu andar pela história. De repente, sem você saber, ações dele te ajudaram... Manjado? Sim. Mas e daí? Vão fazer uma trilogia inteira agora sobre O Hobbit e um dos filme será mostrando o que o Gandalf estava fazendo quando sumiu da história principal. Longe de mim comparar O Senhor dos Anéis com Rage. Mas o princípio da coisa é o mesmo.

Mas não, foi uma historinha meio sem graça com um gancho final bem fraco: a última cena do gibi tem aquela coisa de "veja, aquilo que você encontrou naquela parte do jogo... estava lá por causa disso!!!! UAU!". Mas sem UAU algum... É uma coisa sem graça de uma das missões menos interessantes. Mas é isso, valeu a tentativa, mas não deu certo. Fica para o próximo jogo.

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