domingo, 24 de fevereiro de 2013

24 meses de jogos no PC

É isso aí... faz tanto tempo que não resenho jogo, que vou fazê-lo de uma só vez para tudo que joguei nos últimos 2 anos e que não tenha tido a própria postagem, como o Rage ou Duke Nukem Forever [que ainda está em rascunho]. OBS: tudo PC, não jogo video-game desde o Atari 2600.

Comentário making-off: comecei a postagem como "Doze meses de jogos", mas no meio vi que era muita coisa, e eu não jogo tanto assim (demoro bem para terminar cada um); chutei 2 anos então. Não tenho idéia do tempo real que levei.


The Walking Dead, Telltale
(wikipedia / site oficial / trailer)

História: escapar vivo de um mundo dominado por zumbis e gente ruim. Importante: é jogo de aventura, você anda, conversa, resolve coisas, faz amizades (ou não). Não é só sair desmiolando mortos-vivos com sua bereta (mal tem isso no jogo).

Jogo ganhador de vários prêmios do tipo "o melhor do ano". E talvez tenham sido merecidos mesmo. É muito bom. Mesmo estilo do Sam & Max, mas com muito mais decisões morais. E todas tendo que ser tomadas sem tempo para pensar.
Só estejam com seu inglês em dia, por não ter percebido (na pressa) a nuance de uma frase no começo do jogo, escolhi uma opção que fez o cara de bigode me olhar torto metade do jogo. Pô, nem foi de propósito, e na hora não me ocorreu que eu podia ter voltado um pouco o jogo sem recomeçar a fase inteira. Mas atentem: não dá para ficar nessa de salvando, testando, voltando e refazendo não. O jogo salva quando ele quer e ponto final. Talvez para desmotivar esse tipo de malandragem.
Ótimo jogo, mesmo que você não seja fã de zumbis.
E joguem também Sam & Max!


The Elder Scrolls V: Skyrim, Bethesda
(wikipediatrailer) [sem link para o site oficial pq ele é muito ruim]

História: salvar o mundo de dragões homicidas e vencer uma guerra, tudo isso enquanto passeia pelo lugar explorando e fazendo dinheiro para comprar armas e roupas melhores.

Gigante! Cacete... É muito grande! [uia!] Vejam essa musiquinha e esqueçam do mundo por muitas horas. Muitas! E olha que meio que desisti de fazer tudo. Não sou muito fã de jogar várias vezes, cada uma com um alinhamento ("Sou bonzinho, e só farei coisas caridosas e limparei o mal do mundo"). Não... A velhinha me pede para salvar o gatinho... Eu mato 50 orcs piratas mágicos e salvo o gatinho. [isso é um exemplo, não aconteceu no jogo] Mas a Guilda dos Assassinos me pede para matar uma noiva inocente, no seu discurso de casamento [isso aconteceu]... "Missão dada é missão cumprida!" E não é que eu seja um cara mal... É que sei que nunca terei o saco de recomeçar o jogo todo de novo, mas agora sendo bandido... Depois recomeçar sendo ninja... Depois rejogar sendo uma margarida! Não, já que o jogo permite, faço tudo de uma vez e pronto.

Em Fallout não dava, então eu seguia minha consciência. Até comecei a rejogar uma vez, sendo o maior dos filhas da puta... Mas matar todo mundo de forma inconseqüente é divertido por alguns minutos, não para refazer o jogo inteiro. Pelo menos vi o que acontece se você NÃO desarmar o explosivo na cidadezinha com uma bomba atômica encravada no meio.

Voltando ao Skyrim, pelo menos posso me orgulhar de não ter feito nenhuma missão de cortar madeira. Nem me pediram. Mas putz... O que eu tive que fazer de cordãozinho e anel, só para botar feitiço e depois vender (ou jogar fora), só para aumentar meu % de Encantamento...rs!!! [em compensação, fiquei com um arco foda quando finalmente pude colocar 2 feitiços nele] [alguém, me mate... por favor!]

Falemos de problemas. Algo que poderia mudar nesta série no futuro (ou voltar, não sei como era isso antes do Oblivion) seria justamente criar um senso de responsabilidade ou de urgência. Se a mocinha na floresta pede minha ajuda para achar o marido, eu até tenho a opção de responder "Vai se catar que tenho coisas mais importantes para fazer."
Mas isso é mentira. A opção está lá só para se você quiser ser babaca. Agora... Se eu resolvesse ajudar a mocinha e a história do jogo NÃO PARASSE enquanto isso, minhas decisões teriam peso.
De repente, no tempo que eu levei até descobrir que o cara morreu no fundo de uma caverna, só para avisar a garota que ela agora é viúva... Uma cidade inteira poderia ter sido destruída. Ou não. Ou a mulher pode ficar grata pela ajuda desinteressada e me dar algum poder único no jogo. Ou não também, e só ficar lá chorando. As decisões tinham que ter alguma utilidade e conseqüência. E não apenas "Num momento X do jogo você pode entrar no exército A ou B." e daí em diante algumas missões serão diferentes.

OBS: não terminei o jogo ainda, acabei de passar dessa parte acima. Não podia continuar o jogo e organizar uma reunião entre os 2 lados em guerra sem me juntar à algum deles (os Imperiais ou os insurgentes). Eu não queria fazer inimizades, mas as missões paralelas estavam cansando (missões de ladrões, de assassinos, e as da mocinha lobisomem que só fica me pedindo para matar bicho).

Voltando ao problema do tempo, se alguém me pede para entregar uma carta para o filho no outro lado do continente, numa viagem de dias, eu deveria me sentir compelido a NÃO fazer aquilo instantaneamente, e me programar para entregar a carta só quando eu estivesse passando pela região. Como o jogo é agora, eu posso gastar 5 dias (de dentro do jogo) para entregar o papel, voltar (mais 5 dias), avisar o cara "Tudo certo, entreguei o cartão de Boas Festas para o seu filho" só para ganhar 10 moedinhas, e, nesses 10 dias... O MUNDO PAROU. A guerra NÃO seguiu em frente e dezenas de pessoas NÃO morreram porque eu fui relapso em evitar ataques de dragões. E nem em momento algum irá aparecer na tela "VOCÊ PERDEU! Sua incompetência generalizada em salvar o mundo causou a destruição do planeta" Ok, até chegar ao ponto de aparecer essa mensagem você teria que ser muito ruim e já estar andando num cenário de cinzas. Mas deveria existir a possibilidade. Não existe.

Outra coisa é que o jogo entrega as coisas muito facilmente, não te deixa parar para pensar "O que eu faço agora?". Tem uma parte do jogo que eu prendo um dragão e preciso descobrir um endereço com ele. Ele responde: "O único jeito de você chegar lá é voando. Solte-me, que te levo. Pode confiar."
Novamente, o jogo me dá opções de respostas como estas:
A) "Nunca! Maldito lagarto voador!"
B) "Mas como eu posso acreditar em você, dragão?"
C) "Sério? Sempre quis voar. Partiu!"

Só que o computador atualiza minha missão para "Monte o dragão e vá até o lugar". Putz... Então É ÓBVIO que eu posso confiar nele. E toda a conversa é irrelevante.

Minha missão tinha que ser "Chegue no lugar" e aí... na conversa acima as opções realmente teriam utilidade. Eu podia matar o bicho e me ferrar procurando o lugar a pé (mas ter como chegar lá assim). Poderia tentar entrar num acordo. Ou poderia acreditar nele, e, aleatoriamente, ou o bicho me levar lá mesmo... Ou me soltar numa cratera com 5 dragões e sair rindo (ou seja, eu não devia ter confiado nele).

Além do jogo entregar muito facilmente o que tenho que fazer e não me dar nenhuma senso de dever, há também problemas técnicos. Muitos bugs aqui e ali (que eu vejo soluções pela internet, como um cara que me manda entrar na sala dele, mas não abre a porta, ou o computador me mandar ir perguntar algo para um sujeito e a pergunta não aparecer nas opções) [obs: os patches corrigem boa parte dos problemas, mas como sempre criam novos, eu prefiro ficar com os antigos e arranjar soluções paralelas, via console], e alguns problemas de, digamos, planejamento: há horas ou muito difíceis, que você precisa ficar maceteando, ou você é bem mais poderoso e vai de peito aberto sem nem se preocupar. E seus companheiros são idiotas. São bons só para você carregar mais coisas e depois vender, mas agora que já tenho dinheiro para cacete no jogo, deixo eles em casa. Até casei com a mocinha de rosto pintado estilo Coração Valente, mas larguei ela em casa também (assim a Lydia tem com quem conversar).
Sobre a burrice e ficar maceteando... A programação dos inimigos chega a irritar. Vejam esse vídeo. Isso acontece! O cara pode ter uma flecha encravada na testa, mas se você se esconder, o sujeito fala "Ah, deve ter sido minha imaginação..." e volta aos seus afazeres. Porra! É uma FLECHA! ENCRAVADA! NA TESTA! O sujeito pode até não te achar (já que você está escondido), você pode até flechá-lo novamente com direito ao bônus de furtividade (porque você está escondido), mas o cara voltar à comer o café da manhã [aconteceu!] é demais!

Mas falemos de algo mais importante. Os ursos! Ah, os ursos! Minha diversão no jogo: me esgueirar perto dos que dormem em montanhas, e dar o "grito empurrador" neles abismo ou barranco abaixo! Muito bom. Sempre divertido. Com tigres não tem a mesma graça, ursos são gordinhos e fofos. E pelo jeito, não sou o único maluco: link e link (o 1º é melhor, e depois desses, achei vários outros).

Por falar em diversão, para verem como é a jogabilidade, seguem abaixo os episódios do Nerdplayer sobre o tema. Talvez sejam mais engraçados para quem jogou, mas são muito bons: Episódio 1  --  Ep.2  --  Ep.3  --  Ep.4  --  Ep.5  --  Ep.6


Limbo, Playdead
(wikipedia / site oficial / trailer)

História: Chegue ao final do... hummm... limbo (?) para... eeerr... e aí... E tem uma aranha gigante e lesmas brilhantes... E aí você chega na...  onde tem água e engrenagens. O enredo oficial diz que você está em busca da sua irmã, mas nada no jogo te diz isso. Não importa. Quem aqui jogou Mario pensando no bem-estar da monarquia? Pois então...

Ouvi falar faz muito tempo do jogo. Lembro de Jovem Nerd falando disso em algum podcast, vi elogios por aí... Mas só fui jogar faz quase 1 ano. E levei uma eternidade (sei lá, meses), não por ser muito difícil, mas que estava tão bom, que não queria só acabar logo. Jogava. Resolvia um quebra cabeça, e parava ali. Ia dormir satisfeito, feliz com minha inteligência e com a sinistralidade do jogo.
Ou... Não resolvia o mistério, e ficava preso lá... Achando-me uma anta. Mas não vi nenhum solução via Youtube. Fiquei preso algumas semanas em algumas partes. (OBS: jogava só na hora de dormir e raramente mais de umas 2 vezes por semana). Olhando, olhando... E morrendo das mais dolorosas formas possíveis.

Jogo excelente. Lindo de ver. E com um final vago, mezzo-incompreensível mezzo-trágico, que pode deixar a história ainda mais bonita dependendo de como você o interprete.


Dishonored, Bethesda
(wikipedia / site oficial / trailer foda / trailer recente)

História: falsamente acusado de matar a imperatriz, você precisa escapar e resolver toda a situação. Ou matando todos em seu caminho, ou na moita, sem ninguém perceber. Isso tudo numa cidade steampunk, infestada de ratos, com pouca munição e alguns poderes mágicos.

Detalhe, quando vi o trailer acima (o com a música espetacular, e não o recente, adoro esses remixes macabros de temas infantis), achei que quem iria se vingar e matar todos fosse a garota, já adulta. Pô, "And up, SHE rises!", e encaixaria no tema e com a voz da cantora. Mas a verdade é que a canção já era com "she" muito antes do jogo. E eu sabia disso, mas teria ficado legal de qualquer jeito - e a vingança seria muito mais vingativa. Ao invés da história se passar toda em poucos dias e os poderes mágicos aparecerem do nada, teriam sido anos de treinamento, sacrifícios pessoais e acordos com o oculto para, só então, estar preparada.
Mas por falar nos remixes macabros, vale relembrar o antigo trailer do Dead Space. Se nunca conheceu ou esqueceu (faz 5 anos), veja.

Dishonored foi o último desta postagem que terminei [ontem]. Excelente! Joguei inteiro numa pausa do Skyrim. Tem lá suas falhas... Matei uma cortesã por acidente andando na direção dela. Eu só estava tentando fazê-la sair do caminho... E aí, sei lá... Acho que ela bateu com a cabeça na sacada ou tinha alguma condição cardíaca e infartou! Droga, quase consegui passar aquela fase inteira sem matar ninguém. Bug do jogo.
Mas muito legal. Para quem fica boa parte do tempo em Skyrim se encolhendo nos cantos, um jogo feito para - ou melhor, que dá a opção - de você passar o jogo inteiro assim... Pode parecer horripilante para quem quer ação... Mas eu me diverti bastante. Mas quem quiser só sair matando, o jogo oferece opções bem divertidas. Alguns exemplos aqui (veja o nº10 também) e tem muito mais no Youtube.

Claro, na fase dos assassinos no bairro alagado, bateu o Dia de Fúria... Pô, era eles ou eu! Soldados davam pena de matar... Eram só servidores públicos fazendo seu trabalho. Mas assassinos de uma gang... Quis nem saber que ia piorar meu % de caos... Mereciam. [e também era mais fácil] Matei a maior parte deles com flechas incendiárias por pura diversão. Burn, motherfucker, burn! Menos o chefe, esse eu não matei só para terminar a fase cumprindo a missão como Não-Letal. Mas isso deu trabalho.

Só foi pena que não vi como não matar a moça na festa... Se bem que pelo jeito ela não seria muito feliz da outra forma. (vi qual era a solução não-fatal no Youtube depois) Mas ok. Para quem matou uma mocinha no próprio casamento em Skyrim...

Ah, linkando o Nerdplayer no Skyrim, vi que tem um episódio desse aqui também lá. Não é tão bom, mas dei boas risadas. Tomem o link para vocês.


Call of Duty: World at War, Activision
(wikipedia / site oficial / trailer)

História: mate soldados inimigos na Segunda Guerra Mundial.

Putz... Por duas vezes, ao entrar no jogo, descobri que todos os saves foram para o cacete! Na primeira eu vi um cheat na internet e voltei para onde estava. Na segunda... Estou nela até hoje, estou esperando ter saco de voltar no jogo. Nunca voltei porque ele é meio chatinho. Diverte, mas não dá aquele estalo de "putz, quero continuar jogando" que qualquer um dos jogos acima teve. Servia para entrar, dar uns tiros e matar alguns NPCs nazistas, e 30 minutos depois ir fazer algo útil. O mais fraco da série até o momento. Até o anterior (sei lá... sempre confundo esse com o Medal of Honor), que era guerra moderna foi melhor. O Airborne do MoH foi bem melhor.
OBS: sim, eu sei que estou desatualizado e que já estão no nono Call of Duty (esse aqui é o quinto), mas esse não me inspirou a experimentar os seguintes. Sei que vou jogá-los algum dia, mas não fiquei com pressa.


Project 6014, Cedric Horner e outros fãs
(wikipedia / site oficial / trailer / abertura)

História: salve a galáxia derrotando naves 2D, vendendo minérios e ouvindo muita zuação em conversas com aliens.

Eu amo esses caras! Uma continuação para um dos meus jogos preferidos e 17º melhor de todos os tempos pela IGN em 2005.
O Star Control foi um dos primeiros jogos que conheci no PC. Ele nem tinha uma história linear, lembro de várias pequenas missões em que você precisava escolher o melhor caminho, criar colônias para te ajudar, e então atacar. Resolvi jogar o Sins of a Solar Empire (jogo mais abaixo) justamente por ele me lembrar o 1º Star Control. E além disso, uma das opções do jogo era montar times rivais e partir logo para a porrada (na época eu tinha um esquema de cabeça, e sabia exatamente qual era a melhor nave para enfrentar qual).
Um tempo depois, em 1992, surgiu o Star Contro II, com uma liberdade de movimento e humor que não existiam em jogos da época. (ou nada que eu conhecesse pelo menos), e agora com uma história linear. Você simplesmente podia ir para onde quisesse. Claro, não chegava a ser um jogo de mundo aberto, e no final, se você não fizesse as coisas certas, perdia. Mas você podia fazer seu próprio caminho e... importante, com a história se desenrolando em paralelo. Nada de ficar passeando e o universo te esperar. [toma essa, Skyrim!] Numa das vezes que joguei, uma das raças foi aniquilada antes de eu conseguir falar com eles (e sobrou conversar com o parasita). Também perdi outra vez (ou seja, a Terra foi destruída) por não ter feito todos os contatos e descoberto tudo que precisava a tempo. E os contatos com os alienígenas era a melhor parte, era muita zueira dos criadores do jogo.

Bem, poderia ficar o dia todo tentando convencê-los da maravilha que o jogo é. Mas o jogo acabou deixando tantas viúvas além de mim, que 10 anos depois surgiu o The Ur-Quan Masters, que nada mais era que o mesmo jogo, refeito por fãs para rodar no Windows, que pode ser gratuitamente baixado. E acabaram de fazer uma nova versão deste, agora com gráficos de alta definição, gratuito também (site, trailer).

Isso tudo explicado, Project 6014 é a continuação, feitas por fãs, para Star Control II.
O jogo está sendo feito desde 2010 e até o momento só teve versões demo. Mas adorei a idéia. Já joguei a demo e gostei do que vi. Os gráficos estão melhores, mas nem tanto, então ainda tem o ar retrô do original. E tomara que permaneça na versão final, mas encontrei um planeta habitado por beholders de Doom. Pequenas coisas como essa aqui e ali são a graça da franquia. Esperarei ansioso pela conclusão do jogo.
Baixem gratuitamente no site oficial. E como o jogo mal existe e, dele mesmo, não tenho muito o que escrever, segue uma resenha de outro blog.

Ah, detalhe, até mesmo para vocês pegarem a piada no trailer. O Star Contro II *teve* uma continuação. Mas o Star Control 3 não foi criado pelos mesmos caras, e é simplesmente errado em tudo. É o Highlander 2 da série Star Control. Ignorem. É pior que isso até, porque Highlander 2 ainda dá para assistir. SC3 não deu para jogar.


Sins of a Solar Empire: Trinity, Stardock
(wikipedia / site oficial / cenas e review)

História: Minere, colonize, expanda sua esfera de influência, desenvolva tecnologias bélicas, sociais ou exploratórias, crie uma armada, e no final, através da força ou diplomacia, domine todos os planetas de um sistema solar.

Legal. Muito bonito. Interface boa e intuitiva. Mas depois de entender o esquema com algumas partidas experimentais [outra forma de dizer que fui massacrado por não ter lido o manual] e de umas três partidas decentes que levaram muitas horas para terminar... Não me interessei muito em jogar outras. O pecado do jogo foi as fases não irem se acumulando, com uma história que vá ficando cada vez mais difícil. Não. São todas fases soltas mas, diferente do Star Control 1 lá em cima, basicamente iguais e do mesmo nível de dificuldade. Acabou dando aquela sensação de "já joguei uma, agora daqui para frente é tudo igual". Pena.

O jogo tem até o momento 3 expansões: uma voltada mais para o lado diplomático, outra para a defesa, e a última para a guerra civil (o Trinity é o pacote com as duas primeiras embutidas). São várias raças com naves diferentes, cenários mais complicados e etc, há até modificações de fãs que permitem tudo ficar com cara de Guerra nas Estrelas, por ex., mas ainda assim, para mim, caiu no mesmo problema de rejogar Skyrim: não quero fazer a mesma coisa... de um jeito diferente, depois a mesma coisa outra vez de outro jeito, e entrar em loop. Voltarei a jogar Sins outras vezes ainda, mas esperarei mais alguns meses para a próxima partida. Mas não me entendam mal, recomendo. Tanto que ao invés do trailer lá em cima, coloquei um review apaixonado, que é para ver se não desanimava vocês.


Battle vs. Chess, TopWare Interactive
(wikipedia / site oficial / trailer)

História: encurrale o rei inimigo.

Bonitinho para jogar xadrez padrão contra a máquina, e tinha uns quebra-cabeças de destruir pedrinhas coloridas em X movimentos que achei bem legais. Mas as animações, ainda que bem feitas, se levavam "a sério"; só que eu estava atrás de algo mais divertido, como o primeirão dos Battle Chess, lááááá da época do XT! Queria me divertir com as mortes, e não só ver bonecos genéricos à lá Diablo se matando de forma genérica. E simplesmente reinstalar o Battle Chess clássico ou o 4000 não teria nenhuma novidade.


Amnesia: The Dark Descent, Frictional Games
(wikipedia / site oficial e trailer)

História: você acorda numa masmorra, de um antigo casarão, descobre que não tem memória (e que foi você mesmo quem a apagou), e tem que se virar, porque... você... não está sozinho!

Não sei como defini-lo. Seria o jogo um FPH: First Person Horror? [na verdade, lendo os links, o estilo se chama Survival Horror]
Muito bom. Da mesma galera que fez o Penumbra. Mas dei uma parada e acabei esquecendo de voltar. Fica sendo meta para 2013 junto com Alice 2 e Farcry 3. Importante: influências lovecraftianas! E bom para jogar no escuro. Podem jogar o Penumbra também. É antigo e curto, mas bem interessante.


Ah, Angry Birds Star Wars e Piglantis foram só interessantes. Arremessar coisas é divertido (jogo isso desde Gorillas e Scorched Earth até o Camelot Smashalot), mas a empresa do Angry Birds está precisando inventar algo novo e bem diferente, senão, vai morrer estilo Arquivo X, com todo mundo cansado e desinteressado nas "novidades".

E o Bad Piggies, a não muito boa tentativa deles fazerem o que acabei de falar, com os porquinhos construtores, pecou por permitir todo tipo de solução "errada". Pô, eu nem me esforçava mais quando via que podia fazer algo errado, que explodiria ou simplesmente cairia, e faria eu chegar onde precisava. Eles tinham que ter nos forçado a bolar algo que funcionasse direito para cada desafio. Varias soluções possíveis, algumas melhores outras piores, claro, mas não ficar me despedaçando ou explodindo em diferentes ângulos (ou construindo a única coisa possível e acertando de primeira, sem nenhum esforço mental). Acabou que as melhores fases eram os desafios soltos, mas só pela zuação de ficar fazendo experiências, nem tanto pela solução do desafio.


E pronto! Deu mais trabalho do que pensei, mas terminei a postagem! Agora vou continuar jogando Skyrim (acho que levo mais uns 2 ou 3 meses nele) e arranjar algum outro menorzinho para jogar em paralelo. Alguma continuação de Luxor ou algo mais rápido e rasteiro no estilo. Talvez rejogar algum dos C&C de antes de estragarem a franquia no quarto jogo (muito, muito ruim). O Generals ou o terceiro de repente.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Cavaleiros da Foditude

Ok, sei que essa acima não é a tradução oficial do título do Knights of Badassdom. Mas como parece ser o tipo de coisa que não lançará por aqui, vai acabar não tendo um nome traduzido oficial de qualquer jeito. E em português os equivalentes de "I'm a badass" e "Badass!" são "Sou foda" e "Muito foda!". Logo...

E traduzir o sufixo "dom" é problemático. Poderia ser "Fodalândia", mas o -dom também denota qualidade... então algo que ainda por cima remete à palavra 'atitude' me pareceu melhor. E o neologismo nem é meu, outros já usaram da mesma forma. [viram, criacinhas... o trabalho que tenho para fazer uma postagem! só o título tomou muitos minutos lendo sobre etimilogia inglesa! ah! porra! era só ter deixado o nome em inglês!]
Mas aprendi com o Kung-Fu Panda, que traduz "awesomeness" como "showdebolice".

Claro que esse nome em português jamais seria usado de qualquer jeito, porque badass em inglês nem sequer é um palavrão... Mas foi divertido "traduzir". rs!
Que fique "Loucademia de RPG" quando lançar por aqui. [taí... tenho real curiosidade de como fariam a tradução. "Cavaleiros da Aventura" seria algo bem ruim e perfeitamente possível...]

Li o Bleeding Cool News comentando que o trailer é de 2011 e ressurgiu agora, como se fosse alguma novidade. Ok, então não é... Mas se não fosse esta segunda vinda, não teria conhecido. Deus salve os blogs mal informados!

Site oficial: link  --  Lançamento: talvez, em algum momento de 2013.
De: Joe Lynch / Com: Peter Dinklage (o Tyrion Lannister de Game of Thrones), Summer Glau (a River Tam de Firefly), Steve Zahn (não consigo dizer nada dele, mas é conhecido), Danny Pudi (o indiano de Community), e mais uns que se bobear também são famosos, mas eu não conheço: Margarita Levieva, Jimmi Simpson e Ryan Kwanten.
História: veja o vídeo, é auto-explicativo.
Entrevista com o diretor e a Glau na Comic-Con: Youtube

[comentário pós postagem escrita: tenho o hábido de usar o Google.com ao invés do .br. Porque geralmente eu não quero "informações no meu país, mesmo que sejam ruins", eu quero é "as melhores informações sobre algo, dane-se o idioma". Pois bem, chequei agora no .br, e acabei de ver que eu não fui o único afetado pela segunda vinda por aqui. Omelete, Jovem Nerd, UOL e etc também anunciam o filme... Ok, se eu tivesse notado isso teria escrito menos e talvez nem tivesse postado. Mas agora é tarde. rs!]

Mas vamos ao trailer:



[ATUALIZAÇÃO 2017: pois então... lembrei dessa postagem e fui checar. O belíssimo título nacional é "Um Jogo Lendário". Quando você acha que não é possível piorar...
Por falar nisso, eu vi o filme muitos meses atrás, acho que nem rascunhei uma resenha nem nada. A premissa até que foi boa, mas podem deixar de lado. É bem ruinzinho. Procurem por "The Gamers" no lugar.]

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Asimov & Munro

AHA! Muito maneiro! Reconheci a capa assim que comprei.

Isaac Asimov - Earth Is Room Enough - Fawcett Crest      K. L. Munro - Sabotagem no Espaço - Cedibra

Já vi outros casos de capas reaproveitas no Brasil (procurem "Nós, os marcianos" e "The Asutra", por exemplo), mas essa é a primeira vez que eu tenho um na minha estante!

E... é isso. Só achei legal e estava de bobeira em frente ao computador nesse feriado de Carnaval. Para creditar, arte (aparentemente) de Paul Lehr.

ATUALIZAÇÃO JUNHO/2013: Esbarrei com isso abaixo no Google Imagens. Ha! Muito maneiro. Se o história não tivesse me parecido tão ruim [apesar de eu ter ficado curioso com a reviravolta final], era capaz de comprar, só para ter mais um na coleção.

Theodore Sturgeon - Vênus Maix X - Editora Hemus

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Eu assistiria!


Jane Austen's Fight Club

Não lembro onde vi a recomendação do link...Fica sem agradecimento então.
Nos outros vídeos do canal não achei nada de interessante... Mas esse vale!

sábado, 26 de janeiro de 2013

Centúria-25

E a Coleção SOS Ficção Científica.

Título original: Centuria-XXV
Autor: Curtis Garland
Pseudônimo de: Juan Gallardo Muñoz
Editora: Cedibra  --  Ano livro / história: 1977 / 1974
Tradução de: Margarida Santana Gandra
Páginas: 128  -- Sem ISBN e acabamento barato
Tamanho: de uma foto (+/- 10x15 cm)

Vivendo e aprendendo... Na minha cabeça "Centúria" tinha dois sentidos: um grupo de soldados comandados pelo Centurião, lá no antigo exército romano; e os textos do Nostradamus. Comecei a ler o texto desse livro, que é no futuro, achando que alguém faria alguma menção à ele, dizendo algo do tipo "Veja só <alguma coisa>. Mas já devíamos saber... Nostradamus previu isso na Centúria 25!", mas ao mesmo tempo, eu sempre checo primeiro o nome original dos livros que leio, e lá estava Centuria-XXV. Ok, não deveria mudar nada na minha cabeça... Mas sempre que vejo algarismos romanos penso em séculos, e bolei a teoria número 2: será que centuria é século em espanhol [além de 'siglo'] e o título do livro foi só uma "tradução" muito da  mal feita?

Pois é... Fui checar agora, escrevendo a postagem, e descobri que centúria é sinônimo de século em português mesmo. Morria sem saber.

Mas agora que fiz mais uma das várias confissões de ignorância desde blog [blogar também é cultura], vamos ao que interessa: o livro.

Bem, antes disso, recapitulem o que é ficção de polpa. Esse texto do Wikipedia escreve muito sem falar quase nada, mas servirá. É isso que esse livreto é: ficção de polpa da melhor (?) qualidade. Mocinha em perigo, herói musculoso e vilões exagerados.
Neste livro a mocinha até que mete porrada também, mas ela não perde a chance de ficar assustada e abraçar o sujeito.

Ah, e ignorem a capa. Não há nenhum astronauta no livro. Muito menos 6 saindo de uma nave. E nem é coisa de brasileiro, a original era igual (imagem roubada deste flickr). Capas forçadas, coloridas e chamativas, e não necessariamente conectadas com a história, é bem típico das pulps também.

Eu não ia nem resenhar o livro. Mas esse é um daqueles casos que parece ninguém mais falou dele em site nenhum... Então eu não resisti.

Até uma mini explicação sobre isso antes: esse livro faz parte de uma coleção dos anos 70, da Cedibra, chamada [eu acho] SOS Ficção Científica [na verdade, era só Coleção SOS, mas com o tempo o "Ficção Científica" deixou de ser uma observação no canto para ocupar meia página], que são traduções para o português de livros curtos de ficção-científica barata espanhola. Esse autor, por exemplo, de acordo com o Wikipedia, só de ficção-científica escreveu 142 livros.
E aí você junta algo sem muita informação na internet (FCs espanholas antigas), só algumas menções aqui e ali, ou o site que linkei no nome do autor [excelente e gigantesco site sobre os autores, mas nem tanto sobre os livros], e aí você converte isso para o Brasil (antigos livros vagabundos, traduções de FCs descartáveis, por uma editora que não existe faz 30 anos), e temos algo com ainda menos informações, ao quadrado.
Os livros originais são da Bruguera, nome famoso no ramo, mas mesmo assim... Não há praticamente nada sobre esses livros em nenhum canto. Se fossem americanos teriam dezenas de sites com resenhas, fan-sites, colecionadores, etc. Então... Eu não podia deixar o bichinho des-resenhado em toda a internet.

Vamos que vamos!

A história: um sujeito acorda, meio desorientado... E com razão! Ele estava morto! E ele sabia disso! Ele lembrava de ter sido assassinado quando lutava por justiça contra corporações malignas. Quando ele sai do lugar onde acordou descobre que não só já passou bastante tempo (indefinido inicialmente), como que ele estava em um mausoléu em sua homenagem numa ilha. Porque ele não só foi considerado um herói por sua luta, mas também era famoso por ser o 1º ser-humano anfíbio, geneticamente modificado (ou criado, não lembro) para este fim.
Daí ele arranja um barquinho e vai em busca de entender o que diabos aconteceu com o mundo, descobrir se ele é o último humano que sobrou, e porque ele ressuscitou, assim, do nada!

Corta a cena. Estamos em outro canto do planeta (mas não muito longe) e descobrimos uma mulher, bolada por motivos parecidos, lutando contra dinossauros e descobrindo que tem super-força, não se queima, e ainda sofre de amnésia, pois não lembra de nada anterior a ter acordado, de seu congelamento desde épocas pré-históricas, dentro de um vulcão! [isso mesmo!]

Claro que os 2 heróis, com quase 2 metros de altura, ela de pele morena e bronzeada, curvas fartas, olhos negros e cabeleira longa e negra; ele loiro, olhos azuis penetrantes, musculoso e longa cabeleira loira [e guelras em algum lugar] iriam se encontrar logo e se apaixonar pelo simples fatos que são lindos de morrer, deuses de carne e osso, e estão sozinhos num mundo devastado.

E não resisto, a postagem ficará longa, mas tenho que digitar a descrição deles.
As primeiras, pelo menos, porque eles são fisicamente elogiados diversas vezes no livro.

"Triton (...) com seu porte gigantesco, louros e compridos cabelos e olhos celestiais, recordava um Aquiles, Ulisses, Segfid* ou Parsifal. A verdade é que possuía a arrogância dos deuses, a beleza dos heróis, a fortaleza de um Titã e a grandeza de um gladiador. Uma mente lúcida, nobre e inteligente, movia aquela massa de músculos e tendões vigorosos, aquele corpo excepcional que um inconcebível milagre biológico tinha devolvido à vida (...)"  [* = acho que Segfid é o mesmo que Siegfried]

Verdade seja dita, as demais descrições não são como esta, de quase meia página, mas ele é elogiado rapidamente outras vezes depois também. Da mocinha, Vulkania, não há uma descrição longa e contínua, mas monta-se uma imagem dela aos poucos, no capítulo em que ela é apresentada. Vamos às partes:

"braços vigorosos e nus (...) seu rosto firme, sensual, emoldurado pelas rebeldes mechas de cabelo negro azulado"; "Vulkania, a fêmea poderosa e selvagem, que movia sua nudez primitiva"; "olhos profundos, escuros como a noite"; "A esfinge vivente, que surgira das profundezas do vulcão radioativo"; "alta, vigorosa, cheia de força física (...) corpo vigoroso, vibrante"; "suas formas sensuais eram demasiado agressivas para passar despercebidas"; e "coxas fortes e macias (...) seios exuberantes".

Putz... Parece que estou descrevendo um livro pornô! Mas é isso, criancinhas... Aos heróis de antigamente não bastavam fazer coisas heróicas, eles tinham que ser absurdamente descritos como seres acima de todos os mortais. E se possível, no máximo de adjetivos, que é para aumentar o texto.

Voltemos rapidamente á história, mesmo porque o livro é fino, e se eu escrever muito, conto o livro inteiro.

Depois de se encontrarem e começarem a andar pelo mundo, em busca de sobreviventes, Charlton Heston e a Nova, quer dizer, Tritão e Vulcânia, vão para Austrália, lar original do mocinho, e acabam sendo feitos prisioneiros por um povo que usa máscaras, que se denominam Os Impuros, e são avisados que enfrentarão um julgamento que certamente os levará a morte. [comentário desconexo: por mais absurdo que pareça, não consegui achar uma foto boa da Linda Harrison e do Heston, ele até está bem na foto que linkei, mas ela nem tanto. Para tirar a má impressão, vejam mais imagens dela aqui]

Pensando bem... Esse livro tem quase 40 anos e não é nada que vocês encontrarão na Saraiva mais perto de vocês (talvez nem no sebo mais perto), então não os deixarei no suspense...

SPOILERS ABAIXO:

Eles precisam provar para os captores que eles não são do maligno povo dos Puros, que seqüestra e mata os do povo impuro sempre que eles deixam seu lar, um antigo bunker atômico mal protegido da radiação.
Eles provam, pois o cara é anfíbio e a fama dele ainda durou até o século XXV, e a mulher não se queima, coisa que seres humanos não conseguem. Ah, bem lembrado: ela também não é humana, ao que tudo indica é alienígena. O povo mascarado, agora confiando nos ressuscitados, mostra que por trás das máscaras estão todos morrendo pela radiação, com a pela destroçada e nojenta [isso parece ser outra idéia tirada de Planeta dos Macacos, do segundo filme agora], e explica que os Puros vivem numa cidade protegida e escondida, porque se move e está sempre mudando de lugar, chamada Novo Éden, onde são imortais e não sofrem com a radioatividade.

Nossos heróis oferecem ajuda e vão atrás da tal cidade [nota: nisso só faltam 10 curtas páginas para acabar o livro, então você sabe que a solução será muito rápida], são outra vez seqüestrados e preparados para serem julgados novamente [pelo jeito todos os sobreviventes da humanidade são advogados], e aí o cara faz um discurso raivoso, se solta, mete a porrada na banca de juízes, e nota que não há sangue... Ó céus! São robôs! Ele se livra de mais alguns; encontra uma forma de desativar todos de uma vez; encontra a Vulkania sem nem precisar procurar; e juntos acham uma biblioteca, onde descobrem que o último dos imortais morreu faz algumas décadas, mas, só de birra, deixou os robôs no lugar, para os Impuros continuarem temendo-os e sendo mortos sempre que possível. Mistério resolvido e cidade encontrada, eles a levam para os Impuros, para que eles possam viver lá, onde não há radiação, e assim terão uma chance de prosperar.

Nossos heróis se despendem, prometendo visitá-los algum dia, e saem para explorar e repovoar o planeta.



FIM DOS SPOILERS.

Como eu disse antes, o livro é bem fino. Letra grande e espaçado. Dá para ler num único susto. Tenho vários livros desta coleção. Muitos eu li na minha época de pirralho e muitos eu só fui comprar depois de velho, e os leio de vez em quando, quando quero algo para descansar a cabeça entre livros mais complicados. Ou se preciso de algo pequeno e fino que caiba bem num bolso [dica: são ótimos para bolsos internos de paletós, para levar em casamentos se você é como eu, que chega na hora, e não tem ninguém no lugar, nem o padre, nem parente, e o coro está testando os instrumentos - outra opção é levar cruzadinhas, mas a Coquetel parou de fazer as do Nível Difícil em tamanho menor]
Fazia tempo que não lia nenhum deles até, acho que desde antes do blog entrar no ar.

Um detalhe divertido é que nem sei quantos livros existem na coleção. São pelo menos 87, mas nunca descobri a quantidade correta. Até vou aproveitar que estou com tempo e vou explicar o cálculo, para caso surja algum outro fã da série por aqui e também tenha a mesma curiosidade. Ou se você for um fã mais bem informado, agradeceria imensamente a elucidação do mistério.

Vamos lá: esse livro é o nº 24 da Série Amarela. Ainda não encontrei nenhum livro nesta série acima do nº 33. Então, por puro chute, assumo que este seja o último dela.
Existem livros de FC dessa coleção que não têm uma 'série colorida', são apenas numerados; e nunca encontrei nenhum deles acima do 15. Ao mesmo tempo, nunca encontrei nenhum da Amarela abaixo do 16. Logo, imagino que sejam uma seqüência só.
E nas demais séries, Azul, Verde e Vermelha (não sei a ordem de publicação) nunca descobri números maiores que os 18. Então ficamos assim:

Série Incolor + Amarela: 1 ao 15 + 16 ao 33
Séries Azul, Verde e Vermelha: 18 livros cada série.

E daí: 33+18x3 = 87!

ATUALIZAÇÃO: a ordem de publicação é a seguinte:
Série Incolor: em 1974 e 1975  //  Demais séries: simultâneas em 1976 e 1977

Mas nunca se sabe, as séries de bolso de romance e de velho-oeste da Cedibra, ambas da mesma época, chegaram, pelo menos, por volta do nº 200. [pode ser bem mais, é que pesquisei isso agora em pouco segundos apenas] Mas se você reparar na Série Amarela, do 16 ao 33 também são 18 volumes... Acho que 18 era o limite nas séries de FC, então aposto que são "só" 87 mesmo.

O negócio é tão ruim de conseguir informações, que dos 87 [ou mais?] livros, dois deles eu não consegui nem descobrir os nomes (Vermelho 16 e Azul 2). Isso vasculhando pelos autores ou pela coleção no Google, Estante Virtual e Mercado Livre. O problema é que também existem livros destes autores em coleções da Futurama ou da Nautilus, por exemplo. Então, geralmente, só dá para ter certeza vendo a capa, que nem todo site traz.
Depois, com tempo, acho que vou scannear as capas dos que eu tenho só para fazer uma postagem-homenagem.

ATUALIZAÇÃO: descobri o nome do Azul 02 uma semana depois da postagem, mas reparei algo que deveria ter notado antes: todos os "incolores" que identifiquei são do K.L. Munro, exceto um! Esse 1 não era da mesma série. Ao invés de ser da Coleção SOS, ele é da Coleção Trevo Negro (de terror). Literalmente, paguei pra ver [comprei! vai que era mesmo da SOS]. Então, de volta à estaca zero. Não sei o nome de dois: "Vermelho 16" e um dos "incolores" com nº indefinido.
→ ATUALIZAÇÃO DURANTE A ATUALIZAÇÃO: Resolvi fazer uma checagem por eliminação, para descobrir o provável nº desse... E num anúncio vencido do TodaOferta, que nem dava o nome dos livros, apenas 'SOS Coleção Cedibra', eu olhei a fotinha... Vi uma capa desconhecida, e deu para ler o nome do livro. Há! Só falta 1 nome agora!

ATUALIZAÇÃO 3: até que foi divertido o suspense... Hoje é dia 6/fev, e jogando mais uma vez no Google, por falta do que fazer [e uma certa obsessão, depois que o assunto começou], encontrei o nome de outros livros da série no catálogo de uma tal Biblioteca Comunitária da Universidade Federal de São Carlos [o Google na verdade me jogou numa página de busca sobre "larvas" no tal catálogo]. Bem, já estava lá... Busquei por CEDIBRA VERMELHA, e fui lendo cada um dos títulos, com o suspense crescendo [acervo bem catalogado, por falar nisso]. E lá estava, perto do final, o escorregadio título do nº 16. Mistério resolvido. Agora é achar para comprar.


E é isso, calculando proporcionalmente, tamanho do livro x tamanho da postagem, acho que essa aqui ganha de longe. Nunca escrevi tanto para falar de tão pouco texto. Mas é divertido escrever sobre essas coisas que ninguém mais escreve. Não tem lá muita graça resenhar Crepúsculo ou Guerra dos Tronos [ambos têm postagens que estão em rascunho] porque para esses há 2 milhões de sites a respeito.

Quem tiver achado interessante, estejam a vontade para procurar esse livro [neste momento, 27/jan/2013, há 3 disponíveis no Estante Virtual] e os demais da coleção pelos sebos da vida. Há vários outros bem... hummmm... Não vou dizer que são bons... Bom mesmo, acho que nenhum dos que li foi, mas são antiquadamente divertidos. Só corram para chegarem antes de mim! Porque resolvi que vou tentar completar os 87 [ou mais].

[ou façam o inverso: se tiverem e quiserem vender, entrem em contato, que digo quais já tenho e quais quero comprar]

domingo, 20 de janeiro de 2013

Shatnerquake

Autor e blog oficial: Jeff Burk
Artista da capa: Samuel Deats
Com personagens de: Jornada nas Estrelas, T.J. Hooker, Boston Legal, Além da Imaginação e comercias de TV.
Editora: Eraserhead Press
ISBN: 978-1-933929-82-8  --  Ano: 2009  --  Páginas: 84
◄ Clique na capa para ampliar e expandir.

Já reparei que geralmente começo meus textos com alguma opinião fora de contexto sobre o livro ou filme, e só depois digo qual a história do dito cujo [mas bem, geralmente quem está lendo a postagem já a sabe].

Pois bem, vamos fazer algo mais tradicional agora, porque a história do livro em si já deve causar espanto suficiente:

O livro começa com William Shatner chegando na primeira Shatner-Con, com pensamentos de desdém quanto aos fãs, tanto enquanto chega na sua limusine como quando começa a sessão de autógrafos, cercado de fãs esquisitos - inclusive um, que será importante depois, que fez cirurgia plástica para ter o rosto e voz do ator.

Até aí, tudo muito mundo-real. Uma convenção inteira em homenagem ao Shatner e fãs malucos são coisas bem possíveis. [os fãs malucos já existem]

Até que temos um atentado. E somos apresentado à primeira loucura do livro [e começam as muitas mortes]: atrás das telas de cinema da convenção encontram uma "Bomba de Ficção", colocada lá por um campbelliano (fãs de Bruce Campbell, que consideram Shatner o falso profeta).
Como ela não funciona como deveria, não vou explicá-la. O que importa é o resultado. Ela explode e os personagens de William Shatner dão uma de Rosa Púrpura do Cairo (ou Último Grande Herói, se você for uns 15 anos mais novo): eles começam a sair das telas.

Aí você imaginaria: ok, legal, um mundo com um Capitão Kirk, um T.J. Hooker e o advogado chefão do Boston Legal não é um mundo tão ruim. E cada um vai para um lado, com todos os seus trejeitos e particularidades 

Mas enquanto alguns ficam apenas cantando para platéia, ou ficam perdidos falando esperanto [não sabia disso... o Shatner fez um filme de terror (Incubus) todo falado nesse idioma], outros saem meio errados da cabeça, sabendo que não deveriam estar ali e com uma raiva indefinida direcionadas ao Shatner verdadeiro.
Que por sua vez, tenta escapar de toda a confusão que se instaura no centro de convenções (que inclui uma mulher ser pisoteada até a morte por fãs obesos, o Capitão Kirk matar um fã fantasiado de klingon, e o Shatner real praticamente matar uma das versões dele mesmo, que tenta capturá-lo).

E pronto, acabei de descrever tudo que acontece até a páginas 41 de um livro de 83 páginas. Um pouco menos da metade, porque a história mesmo começa na página 11. [o legal é que essa postagem, mais as revisões de digitação e alterações do texto que eu sempre faço, formatação, figuras, links, e etc, no final terão tomado muito mais tempo do que ler o livro] O livro está mais para um conto do que uma novela. Recomendo que leiam em forma digital mesmo, aproveitando que temos Amazon por aqui agora (mas podia ser mais barato, no dia desta postagem está por R$ 10,32), mas até o momento, está bem divertido.

É, não terminei ainda, li até pouco depois do que descrevi apenas. Mas como é fino e só humor negro e correria, é de leitura rápida. Comecei a ler pouco antes do almoço e como teria que parar no meio mesmo [compromisso familiar... acontece] resolvi registrar minhas impressões iniciais antes de sair. Mais 1 hora na volta, e termino.

Achei esse livro via sugestão da Amazon. Queria lembrar a razão dessa sugestão. Muito bom. Como ele é considerado "bizarro fiction", eu devia estar pesquisando livros como o Satan's Glory Hole. Acho que foi isso até... Lembro que uma vez fui parar no site da editora Eraserhead Press, vi nomes como Unicorn Battle Squad, Barbarian Beast Bitches of the Badlands ou The Ass Goblins of Auschwitz [e tantos outros bizarros, que tive que me controlar agora para só citar 3. Clique aqui e se divirta]. Aí... fui na Amazon para ver a opinião das pessoas sobre essas maluquices... E voilá! A Amazon até hoje fica me sugerindo esses livros e outros parecidos (ela insiste em recomendar o Rico Slade Will Fucking Kill You, que vou acabar comprando). E assim surgiu a recomendação do Shatnerquake, que eu não vira no site da editora diretamente.

Não que eu esteja reclamando! As recomendações estranhas da Amazon e as loucas do Youtube já me deram muitas boas horas de diversão.

Acho que esse é um desses livros atuais, impressos sob demanda apenas, com editoras que surgiram só no mercado digital e, depois disso, como tinha gente que ainda prefere ler (ou pelo menos ter também) em papel, começaram lançar versões impressas. Tenho muitos outros livros assim, como o The Old Man and the Wasteland (muito bom). Excelente para os escritores não depender mais de editoras que só querem publicar coisas que acham que vão vender milhões e depois ainda render um filme.

Voltando ao livro em si, a premissa é tão insana, que faço questão de colocar a descrição oficial também:

It's Shatner VS Shatners!

William Shatner? William Shatner. WILLIAM SHATNER!!! It's the first ShatnerCon with William Shatner as the guest of honor! But after a failed terrorist attack by Campbellians, a crazy terrorist cult that worships Bruce Campbell, all of the characters ever played by William Shatner are suddenly sucked into our world. Their mission: hunt down and destroy the real William Shatner.

Featuring: Captain Kirk, TJ Hooker, Denny Crane, Rescue 911 Shatner, Singer Shatner, Shakespearean Shatner, Twilight Zone Shatner, Cartoon Kirk, Esperanto Shatner, Priceline Shatner, SNL Shatner, and - of course - William Shatner!

No costumed con-goer will be spared in their wave of destruction, no redshirt will make it out alive, and not even the Klingons will be able to stand up to a deranged Captain Kirk with a lightsaber. But these Shatner-clones are about to learn a hard lesson...that the real William Shatner doesn't take crap from anybody. Not even himself.

It's Shatnertastic!

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E pronto, cá estou de volta, missão familiar cumprida, final da tarde, e livro lido!
A correria e o humor continuam um pouco na segunda metade do livro, mas com quase todas as piadas já apresentadas, o que sobra é só a perseguição principal entre o Shatner real, Kirk com sabre de luz (se você não tinha visto ainda, clique na capa, no alto, para ampliar) e o fã freak com a cara do Shatner. A história cai um pouco sim (ou bastante até), mas como é um livro superfino, você sabe que já vai acabar. Não que tenha sido ruim, continua bom se você entrar no esquema maluco, mas já não é a mesma coisa. A dica é ler de uma vez só. Da forma como eu fiz acidentalmente, em metades, deu o azar de ter me divertido para cacete primeiro, e ter parado exatamente na parte em que a história começou a não ter muito mais o que fazer. Lendo num só susto pode ser que você não perceba.

E o final achei fraco. Meio Além da Imaginação demais [na verdade, a comparação ideal seria outra, mas seria tão perfeita, que arriscava entregar o final do livro] e isso na sequência de uma outra sequência completamente ilógica, quando os vilões finalmente são "vencidos" (leia, e você entenderá as aspas). Mas, como eu disse, o estilo do livro é chamado "ficção bizarra". Algo eles fizeram para merecer o nome.

Esperava um final mais normal, até mesmo feliz, com o Shatner resolvendo tudo (ou seja, se salvando e dane-se os fãs mortos) e soltando a clássica tirada "Eu sou William Shatner, posso fazer qualquer coisa."  [a fala no filme não é bem essa, e acho que o filme saiu depois do livro, mas isso é só um exemplo].

É como está em algumas resenhas: "o conceito é excelente, a execução nem tanto". Mas, concordo também com o que li em outro blog e dane-se a execução: "a sinopse é boa demais para não comprar o livro na mesma hora". Foi meu caso.

E apesar do final, foram 2 horas bem aproveitadas. [é chute, acho que foi menos].

Tem uma resenha curta e muita boa aqui: DeFlip Side, onde o tal Christopher DeFilippis diz que o livro falha miseravelmente em quase todos os aspectos, mas que você deve comprá-lo mesmo assim. Eu concordo plenamente. Eu poderia ter escrito os dois primeiros parágrafos da resenha dele sem mudar uma letra.

E sem muita relação, mas interessante, encontrei um video do Shatner onde ele brinca com o fato dele não ser o Kirk. "E nem... falar... desse jeito!" como ele é sacaneado no livro e por quase todos os fãs de Jornada: William Shatner - I Am Canadian

E falando de William Shatner, convenção e mortes... Acho que é uma boa deixa para eu finalmente ler o Night of the Living Trekkies. [estamos em janeiro e digo que penso em ler esse livro em breve... hummm... aguardem então a resenha para NOVEMBRO!]

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Branca dos Mortos e os 7 Zumbis

Nome completo: Branca dos Mortos e os Sete Zumbis e outros contos macabros
Autores: Abu Fobiya (Fábio Yabu)
Ilustrações de: Michel Borges
Editora: NerdBooks (o braço literário do Jovem Nerd)
Páginas: 240  --  Ano: 2012  --  Cores: P&B
Site oficial: link (imagens, audio dramas e 1 conto)
Acabamento: excelente. Capa dura e papel grosso e amarelado.  --  ISBN: 978-85-913277-1-3
Tamanho: 13,5 x 18,5 cm (+/- 1 pão de forma e meio)

◄ Clique na capa para vê-la em todo seu brilho (literalmente)

Eu gosto gosto de mistura de histórias. Vi muito tempo atrás o trailer de um Moby Dick com dragões (Age of Dragons, que acabei nunca assistindo depois da opinião ser unânime de que é uma merda) [e revendo agora o trailer, não sei onde eu estava com a cabeça de ter ficado curioso], e estou a meses [anos talvez?] esperando lançarem o Quando o Saci Encontra os Mestres do Terror (link). Olhei meio torto no começo, sei lá, achei a capa meio infantil na época. E ela brilha! Putz! Capa brilhante! Mas eu gostei do outro livro do Abu Fobia (o Independência ou Mortos, já resenhado) e o princípio da coisa era interessante. Não ia perder a chance. Olhei torto mas sabia que ia comprar.

OBS: Não recomendado para menores de 18 anos. [ok... menores de 15, criançada sabe coisa demais hoje em dia e nem o livro pega tão pesado assim]

O que é o livro? São contos de terror, que adaptam ou tomam como base contos populares "infantis" (eles não eram, mas como a maioria das pessoas só os conhece via Disney, passaram a ser). De cara, por exemplo, realmente há uma história em que a Branca de Neve encontra-se com sete zumbis. E não sei se é impressão minha, mas pareceu ter uma palhinha de inspiração com os anões de Moria, que cavaram demais e encontraram o que não deviam. 

E isso acontece por todo o livro. De cabeça agora lembro de pelo menos duas histórias puxadas para Lovecraft. Há uma excelente versão de O Corvo (minha história preferida do livro, gosto desse poema). Recomendo até que vocês comprem "O Corvo" e suas traduções. Tenho a vaga sensação de ter visto uma referência ao Os Pássaros [mas claro, sempre que alguém fala que algo tem referências, pessoal começa a achar de tudo, até uma mera parede branca passa a ser uma referência à Kurosawa ou Truffaut... E não a cor de parede mais popular do mundo] [sei lá, deve ser] e a introdução fala até de Gaiman, mas li muito pouco dele [falha grave] para identificar a referência (no chute, imagino que seja o conto do cemitério).

Há lá suas falhas, claro, os dois contos lovecraftianos começaram bem, mas não cumpriram a expectativa. Opinião minha, claro.

O conto da Bela Adormecida continua onde um dos contos mais famosos do Lovecraft termina, mas no final, depois de muita coisa e maquinações, nada acontece. Ficamos sabendo de um detalhe aterrorizante, que Lovecraft teria usado com maestria e fecharia com poucas palavras. Mas aqui... Sei lá, faltou algo que me me fizesse terminar o conto parando de ler e olhando para o vazio um instante. Ao invés disso terminei o conto com um "Ok, terrível. [para o personagem, não o conto] Próximo!"

E o penúltimo conto, baseado na Rapunzel, teve todo um início lovecraftiano; apesar de não se basear diretamente em nada dele que eu percebesse, por muito pouco não foi o conto mais longo do livro até, e no final... Sei lá, não ficou "Lovecraft o suficiente". E só no final fui descobrir que a história tinha um quê de brincadeira com o filme O Chamado. E eu não sou fã dessa porcaria. [talvez, se eu ver o original, mude de idéia, só vi o americano]. Tanto que nem notei que o nome Samara era daí.

E gostei das aparições da Chapeuzinho, mas justo ela, cuja história, mesmo a versão fofinha, envolve idosas solitárias, bestas antropomórficas, assassinato, homofagia, lacerações por machado e cross-dressing [é, estou forçando um pouco. rs!]... putz, prato cheio. E ela apenas faz uma ponta numa história e é o rápido tema de outra. [correção: folheando agora, achei-a em 4 histórias] É boa a história, só achei que justo a Chapéu merecia mais. No próximo livro, Chapeuzinho de Sangue e o Lobisomem Travesti, talvez?

Por falar nisso, assistam: RED, por Jorge Jaramillo e Carlo Guillot.

Mas agora falemos das coisas boas. O conto baseado no O Corvo, de Edgar Allan Poe. Esse eu não digo a qual história infantil faz referência, porque a graça do conto é descobrir ao final. E estou doido de vontade de dizer o que foi que passou pela minha cabeça na hora. Pensei em outro personagem... do mesmo tipo... vamos dizer assim.
Fiquei uns instantes pensando "Ok, gostei. Mas porque esculacharam tanto com ele?"... E aí me deu o estalo da minha absoluta incompetência mental:
"CARAMBOLAS! [a palavra real não foi essa], É O <nome suprimido>!!!"
Aí tudo fez sentido na mais absoluta graça e simplicidade. Genial. Se algum dia eu levar a cabo meu plano de saber de cabeça O Corvo, vou fazer questão de saber essa versão junto. Talvez, alguém mais esperto, que perceba logo ao que o conto referencia, não se divirta tanto. Mas se você der mole e só perceber alguns instantes depois da última frase... Não vou dizer que é diversão garantida, porque cada um tem o gosto torto que merece, mas eu me diverti.

Isso é algo legal que acontece em alguns contos também. Você não sabe de quem eles estão falando até o final.

O conto da Branca de Neve é bem legal. O da Cinderela é até bem tranquilo. Tem um banho de sangue, mas você já espera algo horrível, o destaque desse é não só a solução, mas como também, após a história basicamente terminar, ficamos sabendo o que aconteceu depois e aí entra uma grave implicação... De que a Cinderela deste conto é a mesma pessoa que aparece em outro conto do livro. Tâmia dramática!!

Isso é digno de nota. O entrelaçamento das histórias ficou muito divertido. Todas você pode ler soltas. Algumas são mesmo. Mas sempre há aquela coisa sobrando, que você nota e solta um "Ué!?" mental mas sabe que está ali por algum motivo e segue em frente. Depois em outra história, tu fica sabendo a razão daquilo. Ou as vezes não é nada que tenha uma razão. É só algo que reaparece, e fica legal.

Bem, mas refolheando o livro agora, não consigo pensar em mais muito o que dizer. Kudos para o conto final, que achei que era uma obra original, algum conto do autor, só para concluir... e PÁ! na tua cara, vem a zuada final na última frase! Mas realmente, a principal graça do livro não é um conto ou outro, é descobrir o que fizeram com eles e a ligação entre as adaptações. Recomendo.

E esse livro não tem um podcast oficial só para ele, mas tem esse aqui, que é o que chegou mais perto: Matando Robôs Gigantes Livros nº 9 - Ah, o horror!
Quem quiser ir direto para o assunto e pular as introduções, vá para 6 min e 30 seg., mas quem nunca ouviu o MRG, saiba que o papo furado é direto, então melhor ouvir logo tudo, para entrar no clima. E eles não falam só do livro de qualquer jeito. Nota: eles definiram bem, o entrelaçamento das histórias é tarantinesco!

Há outros podcasts (que não ouvi) e resenhas por aí, mas hoje vou deixá-los se virarem. Essa postagem ficou 5 meses quase pronta [estou em junho!] e quero finalmente publicá-la e partir para o próximo rascunho fazendo aniversário. Comprem o livro. E fui!

sábado, 5 de janeiro de 2013

Thuvia, Maid of Mars

Autor: Edgar Rice Burroughs
Arte da capa: Michael Whelan [adoro as capas dele, depois desta série descobri outros meus com capas do sujeito]
Editora: Del Rey Books
Ano livro / história: 1985 / 1914
Páginas: 128  --  ISBN: 0-345-32898-1  --  Tamanho: de bolso
Tradução para o português: não existe [e aí, Aleph?!]

◄ Clique na capa para ver a arte completa (e maior).

Aha! Mais um livro para cumprir a meta de ler todos os 11. Vamos lá!

A história: No final do terceiro livro eu disse que o filho do John Carter (o Carthoris) arranja uma namorada (a Thuvia). Na verdade... Não arranjou não. Ele até que insiste, mas ela foi prometida à outro príncipe e se mantém fiel aos votos, mesmo não tendo interesse no outro sujeito que ela mal conhece. Em paralelo, outro príncipe de outra grande cidade marciana (Dusar) também está tentando conquistá-la. Mas ao contrário do Carthoris, que é meio metido mas é um bom sujeito e respeita a moça, o tal príncipe (Astok) tenta convencê-la pelos motivos e das formas erradas. O principal argumento dele é que ele a ama, é bonito, rico, um príncipe de uma cidade poderosa, e ela tem mais é que amá-lo por causa disso, e basicamente é uma idiota se não concordar. [e eu achava que eu era ruim de galanteios...]

Em paralelo, o Carthoris inventou o piloto automático. Ele está lá mostrando para uns sujeitos que inventou um treco que basta dizer para onde quer ir, e a nave vai sozinha, ele pode até cochilar no caminho. Aí perguntam para ele o que acontece se outro sujeito tiver a mesma idéia, no caminho inverso. Aí ele explica que também inventou (não com esse nome) o transponder (aquele aparelho que ficou famoso quando dois aviões se esbarraram sobre a floresta amazônica): se vier uma outra nave fazendo o oposto, tem um esquemete lá e elas se desviam sozinhas. Ponto para o Burroughs, que pensou nisso 99 anos atrás. E durante toda a explicação, um sujeito ouve com sombria atenção.

Até um detalhe que é sempre bom recapitular, a história é cheia de clichês, mas... Lembrem: esse livro é da época que os clichês ainda não existiam, estavam sendo inventados. Muitos pelo próprio Burroughs. Então boa parte das coisas manjadas, do ponto de vista atual, na época ainda eram mérito da história.

E começa a ação e o plano nefasto. O atencioso acima era um capanga do príncipe maligno, que adultera o piloto automático para mandar o Carthoris para uma cidade abandonada no meio do nada. Assim que ele deixa a cidade a Thuvia é seqüestrada por soldados do vilão, disfarçados como se fossem de Helium (a cidade do Carthoris). [ou algo assim]

E aí uns boatos bem colocados são feitos. Testemunhas contam para o pai da Thuvia o que viram. Ninguém encontra o Carthoris para perguntar qualé a dele e se ele seqüestrou a garota. E a cidade de Dusar vai colocando lenha na fogueira, querendo colocar cidades amigas em guerra e depois conquistar os destroços.

E corta. Temos um pouco de ação na tal cidade abandonada. Não lembro bem a lógica, mas mandam a nave do Carthoris se perder no mesmo lugar onde resolvem esconder a mocinha. Acho que foi só pela comodidade. "Soldados malignos, fiquem aí tomando conta da seqüestrada, mas quando chegar uma nave perdida, matem o piloto. E continuem o bom serviço. Boa tarde." Não lembro. Mas isso não dá muito certo, aparecem os macacos albinos do primeiro livro, e nem os vilões sabiam que a cidade estava cheia de marcianos verdes. No final, a Thuvia muda de seqüestrador, e é levada agora por um dos verdes.

E lá vai o Carthoris atrás, sem nem saber que o resto do planeta está quase em guerra mundial, achando que ele é o culpado por toda a confusão. E ele encontra a Thuvia num acampamentos dos verdes, que estão para atacar uma cidade desconhecida, habitada por marcianos brancos, mas de um outro tipo, sem serem os do 2º livro [os carecas do filme, mas não lembro se eram carecas no livro também]. Esses tem como traço característico o cabelo castanho-arruivado. E eles não sabem que o resto de Marte ainda existe, estão isolados e acham que todos já morreram e eles são a última cidade em pé.

Enquanto ele pensa em como salvar a moça, um exército de arqueiros sai da cidade e ataca os verdes. Mortos e sangue para todos os lados, e no meio da batalha ele salva a Thuvia. Aí eles notam algo estranho. Todos os mortos são dos verdes, e não há sangue, nem flechas, e nenhum corpo do exército da cidade.

Não vou explicar não. Leia o livro. Mas fica mais um ponto para o Burroughs, que teve, 100 anos atrás, outra idéia que foi ficar conhecida bem depois, em Matrix, a de que basta o cérebro acreditar que você se ferrou e deveria morrer, para morrer de verdade. [meio que entreguei a solução, mas há toda uma seqüência na cidade que podemos pular, na verdade, estou me empolgando e contando quase o livro inteiro]

No final, tudo parecia bem, mas mocinho e mocinha se separam, e lá vamos nós de novo... a Thuvia é re-seqüestrada pelo vilão. Aí tem mais alguns rolos, o Carthoris faz um amigo entre os castanhos-arruivados, finge-se de soldado do exército inimigo, muitas coincidências fortuitas, o cara é um bom espadachim, e fim!

Opinião: 
Li a primeira metade do livro bem aos poucos, não muito animado. De repente o ritmo melhora e li todo o resto quase num golpe só. Acima eu já comecei a esquecer algumas coisas, mas é que estou escrevendo isso duas semanas depois de ter terminado.

No começo há duas partes bem cansativas. Num dado momento o vilão chega na cidade de Helium; e a descrição do local, do comércio, barraquinhas e o cacete, parece que não termina. Não sei se foi má vontade minha na hora, mas deu uma canseira. Isso se repetiu na descrição da cidade abandonada um pouco depois. A teoria da má vontade até pode ser real, porque a história desse livro é: outra princesa marciana é raptada, e outro humano (meio-humano, mas ok) precisa salvá-la.

Já comecei o livro naquela de "De novo? Quantas vezes princesas serão seqüestradas em Marte?" mas pretendo ler todos os livros marcianos do Burroughs até 2014 [tem que dar um tempo entre eles, e estou também intercalando os livros da série Torre Negra, bem mais grossos], e apesar de eventuais pesares, eu gosto deles. Então tudo bem.

Outro problema é a cidade perdida ter continuado perdida. O resto de Marte não conhecê-la, ok. Eles nunca foram lá e olharam, e os marcianos verdes não se dão bem entre si, então não devem ficar trocando informações geopolíticas entre eles. Mas não vi nenhuma explicação decente para ELES, da cidade perdida, não saírem dali para explorar.

Agora, apesar de retomada do interesse, o livro teve um problema no final... Bem, não estarei entregando nada se disser que o filho do John Carter salva a princesa, e termina com ela. Isso é minimamente óbvio. Mas no processo temos uma baita guerra sendo preparada, imensos exércitos voadores [já falo deles] prontos para se chacinarem, um governante que descreveu todos os horrores que aconteceriam à sua cidade se algum dia descobrissem que o idiota do filho dele foi o sequestrador, ah, e o filho escapa, mas com todo o seu exército pronto para ir atrás - o Carthoris tinha uma nave mais rápida, mas dane-se, o cara iria atrás com certeza - e aí, quando você espera que algo aconteça, que os mocinhos encontrem seus reis e anunciem "Vejam, estamos vivos e não foi culpa de filho do Carter", e talvez até tenhamos alguma rápida batalha terminada de forma honrosa, para terminar logo a história, aquela coisa de "Nobre rei inimigo, reconheço que seu filho é um babaca e que você não é totalmente santo, mas nada vale todo o sangue que derramaríamos, uma vez que a mocinha foi salva. Baixemos nossas armas."... Ou uma descrição ainda que rápida da batalha, terminando com papai e filhinho vilão mortos, e corta a cena para um casamento.

Não! Nada disso acontece. A Thuvia passou boa parte do livro apaixonada pelo mocinho mas, honrada por ter sua mão prometida, sem declarar seu amor a ele e nem dando esperança pro rapaz. Desmotivando-o sempre que possível. Aí finalmente essa situação se resolve (surpreendentemente sem a morte do cara que tinha a mão dela em promessa) e aí... Não, o livro não termina com eles se beijando. Mas termina aí.

Temos todo uma situação política insustentável que já deu merda, amigos desfazendo amizades, exércitos batendo no peito, nações estrangeiras ao resgate, vilões NÃO derrotados, doidos para continuar (ao que parece) com seus planos malignos, e... nada disso se resolve no livro. Talvez o livro seguinte faça alguma menção, alguém converse com alguma princesa dizendo "Veja se não vá ser sequestrada você também, hein! Já tivemos duas e da última vez aconteceu X, Y e Z... Menina, foi um problemão que só vendo!". Mas sei lá, não tenho grandes esperanças não.

Confirmando... Acabei de olhar o texto do livro e, nele inteiro, o nome Thuvia só é mencionado 1 única vez, e Dusar (a cidade vilã do livro atual), é mencionada 2 vezes. Não li o livro, isso não é garantia de nada... Mas ainda mais agora, eu confio no meu chute de que toda a parte acima ficou mesmo sem resolução. Fica subentendido que os vilões foram devidamente castigados e tudo acabou bem sem muito sofrimento. E pronto!

Ah, mas algo de bom no final. Falei acima dos exércitos. Ok, sei que é exagero meu, mas a rápida descrição dos exércitos voadores no final ficou bem legal... Peguei um pouco do visual do filme (o John Carter of Mars, que não é de todo o mal, acabei não resenhando até hoje, mas eu gostei), juntei com o que eu já tinha imaginado ou visto de outras imagens por aí, e ficou muito bonito! Teria sido uma cena espetacular. E não só por isso, grande coisa as naves voando... Mas é que nessa parte do livro, de surpresa, o Burroughs traz os marcianos amarelos e os marcianos negros! Dane-se! Entreguei! Mas esse livro tem 99 anos. Porra! Já posso contar spoiler. Eles haviam sido completamente ignorados o livro inteiro. E aí... É descrito que naves deles também se ergueram e estão indo pela batalha, ajudar John Carter, o cara mais cativante e carismático do Sistema Solar pelo jeito.
Não quero saber, foi só meia página de texto, mas a surpresa valeu a "cena". Foi como num filme em que a direção propositalmente te faz esquecer de um personagem, só para fazê-lo chegar no final, correndo com um exército atrás! Muito bom.

Ah, isso acontece nesse livro no final também. Todo aquela história da cidade perdida, ignorada depois, é usada no final, para ajudar a resolver uma situação.

Mas é isso. Começa devagar, fica interessante, e termina meio abruptamente. Agora é esperar mais alguns meses e ver qual a próxima princesa que será seqüestrada.
Dica: a mocinha do próximo livro é a irmã do Carthoris!


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