sexta-feira, 31 de maio de 2013

Se Beber, Não Case! - Parte III

Nome original: The Hangover Part III
Duração: 1h40min  --  Ano: 2013  --  Trailer
De: Todd Phillips e Craig Mazin (ambos, sem nada de bom no currículo)  --  Com: Zach Galifianakis, Ken Jeong, Bradley Cooper, Ed Helms e John Goodman.

É nessas horas que eu penso "Devia usar o Twitter..." [mas nunca vou, porque tenho mais o que fazer da vida], é que essa postagem não deveria nem existir... Mereceria, se muito, uma tuítada.
No dia seguinte à ter visto o filme, conversando com minha mãe (que é mais chegada em filmes franceses, iranianos e esse tipo de coisa), ela perguntou o que foi que eu fora ver, eu disse, e ela comentou que não faz o estilo dela. Concordando, neste momento eu soltei a frase que servirá como toda a minha resenha sobre essa absoluta perda de tempo: "Eu não esperava que fosse bom, mas não esperava que fosse tão ruim." [podem contar, isso cabe em bem menos que 140 caracteres]

E é isso que achei do filme. Ficou só antes do Super Heróis - A Liga da Injustiça (Disaster Movie), sendo agora a 2ª pior comédia que já vi na vida. [e eu vi As Branquelas e a quase todos os filmes do Eddie Murphy depois que ele deixou de ser engraçado] Vejam bem... Existem comédias ruins, são aquelas em que você ri pouco. Mas precisa ser uma colossal porcaria para eu passar a duração do filme inteira SEM SORRIR! Rir mostrando os dentes já seria até demais... Mas nem sorrir eu consegui. Sabe... Aquele ligeiro espasmo pros lados da boca, que não salvaria o filme, mas pelo menos teria melhorado meu humor pela duração de 3 segundos... NADA! Nem isso. O filme tem apenas duas coisas boas: Heather Graham e Jamie Chung. É sempre bom revê-las. Mas é só! Dois minutos do Google Imagens também resolveria.

O pior é que na sessão em que eu estava teve até aplausos! O que essa gente têm na cabeça? Sei lá... o errado deve ser eu. O jeito é dar uma de Sheldon e torcer para algum dia aparecer uma Nave-mãe e eu descobrir que cresci neste mundo por acidente. [mas eu continuaria por aqui, tem coisas boas]

Eu não consegui achar o 1º filme a melhor coisa do mundo depois da invenção do pão francês, como meia internet (e praticamente todos que conheço) acharam. Mas tinha lá seu mérito. Achei o segundo bem fraco, só repetindo o 1º em outro cenário (e dessa vez pelo menos a humanidade concorda comigo, apesar de ainda terem achado engraçado), mas eu tinha alguma esperança que o terceiro acertasse. Mudasse o tom. Sei lá. Dessa vez nem tinha ressaca (o que meio que invalida o nome o original do filme...), então pelo menos tentaram inovar. Mas não deu certo. Muito ruim. São R$ 15 e 2 horas da minha vida que não tiveram propósito. Eu não consigo achar o personagem do gordo engraçado. E o Mr. Chang do Community até fica melhor nesse filme, quase sério e com um humor menos histriônico, mas eu também não sou grande fã dos papéis dele.

O pior é que eu tinha a opção de ter visto Faroeste Caboclo. Eram os dois únicos filmes (teoricamente) interessantes passando. Ainda bem que não freqüento o hipódromo, sou péssimo com apostas. Tinha também o Jornada nas Estrelas 2 (o "lindamente" traduzido como Além da Escuridão - Star Trek), mas só tinha ingresso bom para dois dias depois.

Esse filme é tão ruim, que perdeu até uma pequena chance de se redimir... O filme começa a girar com os amigos normais do gordo barbudo querendo que ele se comporte e aja como o quarentão que é, e não como uma criança mimada. No meio do filme eles conhecem uma gordinha mal-educada que não trata bem a própria mãe (beirando o desleixo criminoso contra o idoso) a ponto de ser banida dos cassinos; e rola um certo clima dela com o barbudo.
O filme anda e, no final, depois dele tomar um certo choque de realidade e aparentemente adquirir uma certa maturidade, ele resolve voltar à loja. Achei que nessa hora, quando a gordinha fosse toda feliz na direção dele, ele esticaria o braço e diria algo naquele estilo de "Não! Você é mal-educada e mal-agradecida! Você precisa começar a tratar a sua mãe como um ser humano! E precisa parar de comer esses pirulitos!" E aí sairia de lá com a cabeça erguida. Finalmente, agindo como um adulto.
Não. Ele a pede em casamento.

O que tivemos então foi um filme de humor onde nada é engraçado. E um filme sobre crescimento pessoal onde o personagem não cresce. Só me resta pedir desculpas ao Faroeste Caboclo por ele ter ficado em segundo lugar na hora da escolha. Desculpe.

sábado, 11 de maio de 2013

Zen Pencils

Ficar de bobeira no micro de vez em quando dá bons resultados. [e de vez em quando eu passo 8 horas jogando] Estava pensando em Duna, avaliando se já fazia tempo suficiente desde a última porcaria que li do Brian - para poder ler a seguinte [não faz]; e lembrei da Litania Contra o Medo. E só por falta do que fazer digitei isso no Google. Apareceu o Wikipedia (obviamente) e surgiu um outro, que cliquei porque estava no alto:



O principal do site são tirinhas onde o sujeito (Gavin Aung Than) ilustra frases inspiradoras ou pequenas parábolas. Nem todas funcionaram para mim e o site perigosamente aproxima-se da auto-ajuda [o horror...], mas devo ter lido umas 20/25 tirinhas e é difícil não se emocionar com várias (se não a maioria) delas. [nota: mas eu falo só do texto das tirinhas, e não do que o cara escreve depois, que é irrelevante]

Quem preferir, há 24 tirinhas traduzidas para o português neste link (obs: o site original tem atualmente 115), mas eles descontinuaram a atividade porque o próprio site oficial passará a ter traduções em breve também.

Para os nerds, tem muita coisa lá que nós reconheceremos. Desde outras citações de escritores de FC, cientistas ou Bruce Lee, até mesmo só os desenhos. Deixo abaixo mais um link (clique na figura), para a minha preferida das que li hoje. Tem outras até mais 'bonitas', até o Pale Blue Dot apareceu lá, mas o texto abaixo eu não conhecia.
E todo mundo que já leu DC reconhecerá a inspiração do personagem.

"I would rather be ashes than dust!" (texto atribuído a Jack London)

sábado, 4 de maio de 2013

Homem-de-Ferro 3

Nome original: Iron Man 3  --  Trailer
Duração: 2h10min  --  Ano: 2013
De: Shane Black (de Beijos e Tiros)
Com: Robert Downey Jr. (de Abaixo de Zero, Chaplin e O Outro Lado da Nobreza), Gwyneth Paltrow (de Shakespeare Apaixonado e Hook, A Volta do Capitão Gancho), Guy Pearce (de A Máquina do Tempo), Ben Kingsley (de Hugo e Príncipe da Pérsia), Don Cheadle (de House of Lies e Capitão Planeta), Rebecca Hall (a Vicky de Vicky Cristina Barcelona), Paul Bettany (ele é o Padre do filme Padre, como voz do mordomo-robô), Jon Favreau (de Friends) e Ty Simpkins.

Ok, essa será uma resenha curta. Como eu já disse outras vezes, nem gosto muito de resenhar blockbusters, acho que meu cérebro fica acanhado, sabendo que existem 500 mil resenhas e 20 mil podcasts sobre o assunto e eu não tenho nada para adicionar.

Então, simplificando logo: eu gostei do filme mas não gostei do vilão.

Um pouco sobre meus conhecimentos do Homem-de-Ferro... Eu nunca fui fã dele antes dos filmes. Com o Downey Jr. no cinema muita gente começou a ser fã do personagem desde criancinha, e aí cita umas 2 ou 3 histórias e age como se fosse um entendido. Ok, muitos realmente são, mas achar gente que não gostava do Homem-de-Ferro é igual achar eleitor do Collor - ninguém votou nele, mas ele ganhou de forma acachapante no 1º turno. Mistérios da vida. Devem ter sido alienígenas.

Pois bem, o que eu sabia do sujeito antes do 1º filme:
- ele era o Bruce Wayne da Marvel;
- como foi a primeira história, envolvendo a caverna;
- na Guerra Civil ele foi o primeiro a assumir a identidade secreta;
- ele tinha sido bêbado e, por algum tempo, o amigo militar assumiu o manto;
- dentro do Universo Marvel ele é uma das pessoas mais inteligentes do mundo;
- e eu conhecia a musiquinha do antigo desenho desanimado da Marvel.

Fora isso, não dava a mínima. Era só um personagem qualquer da Marvel que eu não ligava. Putz, eu conseguia ligar para ele até menos do que para o Quarteto Fantástico.

Com um conhecimento vastíssimo destes, a verdade é que qualquer coisa que me apresentem, se ficar legal, eu estou gostando. Eu não tenho como reclamar de nada do tipo "Mas isso NÃO aconteceu assim!" Bem, mesmo se eu soubesse, eu acharia errado, já que é uma adaptação e não dá para colocarem em tela 40 anos de histórias. Mas não sabendo, então o que vier é lucro.

Dragonball! O filme é um lixo. Mas eu nunca gostei do desenho, então não fiquei com vontade de matar os produtores nem salgar o terreno onde eu colocaria seus corpos desmembrados. Conheço gente que faltou pouco para isso. Eu vi, me diverti, e saí do cinema sabendo que era uma merda, mas sem me arrepender.

Homem-de-Ferro 3 é um filme com problemas, muitos se eu for me preocupar com tudo que ouvi ou li, mas, para mim, foi só um FILME PIPOCA! E como tal, um ótimo filme.
É talvez o mais engraçado dos 3 e talvez o com mais cenas cuja utilidade era terminar com o ator fazendo pose. Como se o filme tivesse sido montado como uma desculpa para unir vários frames isolados.
Aquela paradinha no ar com todas as armaduras, a queda da casa, o Tony arrastando a armadura na neve, a queda e a volta da Pimentinha... eu consegui ver o filme quase que quadro a quadro, cada uma dessas cenas dando um excelente retângulo numa revista. Foi um filme feito para ter, a cada 10 minutos, uma cena plasticamente bela.

Quadros legais unidos por fiapos de conversa: era uma revista em quadrinhos em movimento! Foi assim que meu cérebro interpretou o filme.
Ok, uma revista mais voltadas para explosões, uma leitura mais rasteira, mas beleza! Nem todo quadrinho foi feito para ser um Midnight Nation ou um Miracle Man.

Foi tudo muito bem amarrado? Não. Mas num nível bem gibi simplista, até que foi. Para mim, serviu. Os Vingadores, que todo mundo adorou, eu achei muito mais mal costurado. Lá era algo grandioso, era de se esperar um pouco mais de inteligência - deles ou do vilão. Aqui não, foi um one-shot perdido com a intenção de ser divertido.

Bem... Se os produtores queriam mais, falharam pateticamente. Mas se queriam só uma boa diversão, meus parabéns. Saí feliz da sala. Exceto pelo vilão (já falo dele).

Vou achar uma pena se não tiverem mais filmes do personagem, mas da maneira como fechou, e até os créditos bem anos 80, achei que a trilogia poderia parar ali. Infância, adolescência e amadurecimento do personagem, mesmo que tenha ficado meio forçado.

Putz, o Dark Night Rises é extremamente tosco e mal costurado também, e os nerds adoram Nolan como o segundo messias. Mas não que eu não tenha gostado também. Já ficou definido: eu sou um cara que não exige muito quando acho que não é pra exigir. O filme tem que atender aquilo que eu acho que ele queria ser. E eu acho que esse queria ser um pipocão.

Ok, já babei o ovo falando do que gostei. Agora vamos à parte ruim.
Qualé! O vilão é o loirinho que fica maligno porquê... Hummm... Porque mesmo? Ah é, o filme não conta. E aí ele sequestra o Tony porque... Hummm... Aparentemente ele achava que o Tony era tão esperto, que ia em 15 minutos descobrir qual era o problema na fórmula deles e resolver tudo, ali, assim, de mão beijada, e ao mesmo tempo achava que ele era tão burro que acreditaria que o vilão cumpriria com a palavra. E lembrem: esse era o mesmo vilão do primeiro filme. E teve influência no 2º também [essa parte eu não lembrava, li por aí].

E aí, descobrimos que depois do cara criar a maior organização criminosa do mundo, só porque ficou entendiado no alto de um prédio, ele morre porque resolveu ser espalhafatoso, ao invés de só fugir.

Isso eu sempre tive problema até nos gibis. O Flash sempre captura o Capitão Frio... Se sou ele vou então atacar em outra cidade, ao invés de ficar de birra com aquele herói em particular. Ser vilão na Ucrânia! Sem Flash! Depois que ficasse rico voltava e comprava minha mansão na Flórida. Dinheiro devidamente lavado. Tudo dentro da lei.

De que adiantaria toda a briga do loiro com o Stark se no universo Marvel existem outros 300 super-heróis que podem pegá-lo depois. Foge e pensa num plano melhor.

A cena final foi divertida, mas eu a teria trocado. Eu teria mostrado um esconderijo qualquer, e começaria a cena mostrando as mãos de alguém, com os 10 anéis que dão superpoderes para... o Mandarim! E subiria a câmera, mostrando o mesmo ator que fez o sujeito novamente. E talvez alguns clones dele pelo lugar, dando a entender que o que foi preso era só um sósia/clone, que o loiro estava mentindo para despistar (fidelidade a causa) e que o Mandarim real não só está obviamente solto, mas é muito mais foda que sabíamos - e ainda poderia ser usado num próximo filme. Ou não. Nem importa. Pelo menos não teriam estragado o vilão.

E aí sim, o vilão loiro teria alguma vaga motivação: era pau-mandado. Claro, não explicaria a birra deste meu "Mandarim-real" pelo Stark, mas aí sei lá... De repente ele era amigão do Obadiah e queria se vingar por ter matado o amigo. Se eu pudesse inventar boas explicações para tudo eu largava meu emprego, ia ser roteirista em Hollywood, e casava com a Jennifer Connelly.

Outro problema do filme: os trailers. Eu não gosto muito de ver trailers hoje em dia. Vejo o primeirão (o teaser) o seguinte (o trailer de fato, com mais cenas) e aí eu tento parar, para não ver o filme inteiro antes de ir ao cinema. E tudo que eles estavam mostrando era dramático demais. Pelos trailers eu até achava que a Pimenta ia morrer. Tinha gente dizendo que esse filme seria o Batman 3 do Homem-de-Ferro. Todos achavam (baseado no marketing do filme) que teria um baita drama do cara, agora sabendo que é só um ricaço numa roupa de metal, num mundo muito mais complicado que pode ser destruído por deuses e alienígenas.

Nenhum trailer mostrava que suas crises de pânico seriam meramente cômicas, e que ele ficaria fazendo piadas com um molequinho que ele conheceu depois de invadir a garagem da casa dele.

Ótimas cenas dos dois, por falar nisso. Mas a única coisa que o trailer mostrava era drama. Até foi legal, fui ver o filme sabendo muito menos do que geralmente sei, mesmo não lendo spoilers. Mas no final ficou estranho descobrir que o vilão era só um sujeito qualquer, que nem tinham nenhum bom motivo para nada.

O Mandarim-idoso do trailer era um bom vilão. O Mandarim-idoso do filme foi uma boa diversão de Sessão da Tarde. O Mandarim-loiro foi um vilão ridículo. Sim, sei que complicaria adaptar a ponto de tornar compreensível décadas de histórias do HDF, mas... continua ridículo mesmo asim.

Bem da verdade, do vilão ricaço-louco do segundo conseguiu ser pior. Conseguiu até a façanha de fazer o Chicoteador de Ferro parecer um bom vilão. [aviso aos nerds chatos: sim, eu sei que é Chicote Negro, aprendi a usar o Google quando ainda era o Altavista]

Pior que falei que ia escrever pouco, mas estou viajando, só para conseguir explicar que achei um ótimo filme, mas que ao mesmo tempo foi uma colcha de retalhos pipocada com algumas idéias muito merdas no meio.

Ah, e qualé... Humor também tem limite! Eu topo o Tony levar uma armadurada na bunda e nem me incomodam piadinhas cretinas em momentos dramáticos. Mas os pedaços da armadura voarem por 1.000 quilômetros em 20 segundos e serem capazes de arrebentar tudo no caminho, mas não uma porta de garagem de madeira velha... Gozação tem limite, galera! A cena do cara "se vestindo" na fuga da mansão ficou muito maneira, mas ali a forçada de barra atingiu o auge.

Mas... me divertiu. Isso que importa. Acho que vou até ver de novo. Assistir cenas grandiosas na tela do cinema é muito bom.
Dia que for milionário não vou ter Porsche nem nada disso. Quero só ter um bom espaço para ter a minha própria sala de cinema. Não vale TV de plasma gigante e assistir de perto, tem que ser uma tela absurdamente grande e assistir de longe.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Microcosmic Tales

De: Joseph Olander, Martin H. Greenberg e Isaac Asimov.
Autores: são 71 autores diferentes, não vou nomeá-los não. Clique aqui para a relação completa.
Editora: Taplinger  --  Páginas: 325
Ano livro / histórias: 1980 / de 1945 a 1980
ISBN: 0-8008-5238-9

Coletânea de 100 micro-contos de FC (e alguns puxados um pouco mais para fantasia).

Micro-resenha: é um bom livro para hora de ir dormir. Ler uns 2 contos e apagar as luzes. E se não tiverem sido bons, dá para ler mais dois e ainda não ficar com a consciência pesada de não estar dormindo na hora certa. Os contos têm em média 4 páginas, e não há nenhum acima de 6 ou 7. Você lê qualquer um em bem pouco tempo.

Comentando mais agora: só achei uma pena uma certa predileção por coisas mais modernas. Somando os anos 40 e 50, são apenas 23 contos, já dos 60 são 17, 34 dos 70 e 26 de 1980 (do ano em si, e não da década).
O motivo talvez tenha sido que, anos antes, o Asimov editara com o Groff Conklin o Fifty Short Science Fiction Tales, que é +/- a mesma idéia, só que com metade dos contos, e como foi publicado em 1963, os anos 50 acabaram tendo um bom peso.

E, pensando em mim apenas, tenho tantos livros de contos da Era de Ouro (tenho o Fifty acima também), que a ênfase em contos mais atuais (para a época) é bom para não ficar com contos repetidos e ter coisas diferentes para variar.

Mas para um leitor novo, querendo conhecer bastante coisa... É... É legal. São CEM contos e com uma boa variedade de escritores e estilos [nem tanto, já volto nisso]. Mas eu ainda sou mais fã dos escritores mais antigos. Se quer comprar algo no estilo, com muito conteúdo em pouco espaço, pode ser; mas eu talvez sugerisse que você comprasse o segundo (o Fifty, antes que vocês faça confusão) - mas que eu não li ainda, então não posso opinar muito.

E se quiser algo moderno mesmo, mas com bem menos contos, aí compre algum Best of the Year. Os do Dozois são os que todos os demais querem ser quando grandes. O próximo deve sair lá para julho. Você pode partir também para o "O Melhor dos Melhores" (The Best of the Best: 20 Years of the Year's Best Science Fiction), com quase 40 contos, com os melhores de 1983 à 2002. [Legal! Acabei de descobrir que a minha edição, que é a inglesa, tem 3 contos a mais que a original. E eu a comprei só porque gostei mais da capa. Fica a dica!]

O problema das coletâneas do Dozois é que são tijolos. Para comparação, são iguais à algum dos livros da Guerra dos Tronos.

Quanto ao estilo, que falei que ia mencionar, como são contos bem curtos, muitos são humorísticos e a grande maioria soa como um episódio de Além da Imaginação. Você tem uma história que já começa meio corrida, um desenrolar rápido, e aí, de repente... bum! surpresa!... a paciente na verdade era a única bonita! [episódio clássico esse!]

Então, para curtir bem as histórias, estar com o inglês só +/- é o suficiente. Serve para a grande maioria. Mas se ele estiver em muito bom estado, melhor. Lembro de várias histórias em que eu perdia um trocadilho na última frase, e aí... Nada. Na minha cabeça a história ficava meio que sem fim. Justo na última frase, tinha aquela palavra que não sabia traduzir ou eu sabia que tinha uma piada, mas não pegava qual era. Tem um que está na cabeça ainda, que o final foi interessante, entendi perfeitamente a reviravolta, mas... não consegui sentir o horror do personagem, porque eu peguei a idéia, não exatamente a pegadinha. "Hind limbs"... Ok, limbs eu sabia o que era. E hind para mim era um helicóptero russo. Depois traduzi corretamente, mas... ainda não entendi bem o que assustou o personagem. O bicho era feio, mas fiquei com a sensação de que havia algo nos membros do bicho que tinha que ter me assustado também. Ok... Não se pode assustar a todos. Já o Asimov, fazendo trocadilho de giant ants (formigas gigantes) com giant aunts (tias gigantes) é tão cretino, que você acaba achando mais graça da cara-de-pau do escritor do que da piada em si. E o Asimov realmente adorava um trocadilho cretino. Tenho vários contos dele assim.

Não é um livro marcante. Os contos são bons mas nada de "Cacete! Esse eu nunca vou esquecer!", mas valeu a leitura. Quase todos muito bem escritos e escolhidos; mas vários bem bobinhos ou só passáveis, como o envolvendo George Washington, por exemplo, em que temos toda uma detalhada descrição e ambientação que ocupa 99% do texto de 2 páginas - e então o conto termina em 1 linha. Como eu disse, típico esquema de Além da Imaginação.

Mas sim, até tem alguns que vou depois lembrar com carinho [e não vou lembrar onde eu li]. O The Final Battle, do Harry Harrison, por exemplo, é muito bom. E é aquele tipo de ficção-científica que não tem nada de espaço, nem alienígenas, nem futuro na verdade, só uma rápida e filosófica história sobre a natureza humana, guerra e o avanço tecnológico. Outro conto no estilo, que nem ciência envolve, são só duas pessoas conversando no banco da pracinha, é o Displaced Person, do Eric Frank Russell (um dos meus escritores favoritos), sobre uma revolta fracassada.
Há uma outra história que envolve o Judeu Errante (essa eu adivinhei o final, esta lenda é uma velha conhecida) e uma divertidinha que dá, depois de eu ter achado que já tinha visto de tudo, uma nova razão para a humanidade ser destruída por alienígenas.

E assim vai, contos fracos, contos bons, clássicos do gênero ou alguns que estão ali só pela piada, se revesando e dando um bom passatempo pelo 3 meses que levei lendo. Cautelosamente recomendo se você prefere contos mais clássicos, da Era de Ouro. Mas vai fundo se você quer ter um bom apanhado dos anos 70 e 80 ou está atrás de contos bem curtos para hora de dormir ou rápidas viagens de ônibus ou metrô.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A Morte do Demônio (2013)

Nome original: Evil Dead
Duração: 1h31min  --  Ano: 2013
De: Fede Alvarez (de Ataque de Pánico!) [que é bem legal, acima da média de curtas aleatórios feitos por aí, mas é... assim... bom "a nível de" Youtube, fora de lá, entre seus 20.000 vídeos engraçadinhos com gatos e hamsters bebês, não vejo razão nenhuma para o cara ser endeusado.]
Com: A garota do Suburgatory (Jane Levy) e uns desconhecidos. [o link deles é para o IMDb, caso você realmente queira nomes, não é para fazer suspense nem tem nenhuma gracinha, é só que, realmente, não senti que valia a pena... estou digitando agora mais do que todos os nomes deles juntos... mas não importa, é uma questão da princípio. Mas sim, eles até que não comprometeram nem nada].

Sinopse: 5 jovens, uma cabana isolada, um demônio a solta, 2.000 litros de sangue.

Super resumo:
fraco!

Um pouco mais de comentários:
parabéns para a ruivinha do Suburgatory, que quando eu reconheci no começo do filme achei que iria me tirar do "mundinho" e eu passaria o filme inteiro lembrando dela fazendo piada, mas não... esqueci completamente do seriado. E o resto fez o seu trabalho, nada de muito interessante para comentar.

O filme é ruim? Também não. O diretor trabalhou direitinho também. Mas... Não me serviu. Era gente fazendo cara de preocupado e assustado, sangue e algumas coisas mais gore (desse tipo aqui, e não o Al nem Vidal) [na verdade, o filme tenta ser um pouco mais "realista" nos sangues e cortes, mas eu realmente não quero demorar muito pesquisando para um resenha de um filme que não achei grande coisa]. O pior é que o cara fez o filme com apoio (e possivelmente alguma ajuda) do próprio Sam Raimi. Ok, deve ter gente que vai gostar (de repente o mesmo molequinho que citei no Oblivion), mas achei fraco e pronto. Não serão uns movimentos de câmera interessantes e algumas referências ao primeiro filme que vão me fazer feliz feito uma criancinha doida. [sim, é o bebê do Itaú, não pensei em nada melhor e não estou querendo me esforçar]

Acabei de lembrar de algo do nada... O filme começa mostrando uma outra galera resolvendo uma possessão anterior. Assunto resolvido. Corta a cena. O filme começa. Mas toda a galera desta primeira cena... super-preocupada com demônios e etc... LARGA A DROGA DO LIVRO NA MESA?
Ok, o livro era mágico, não dava para queimar... Dane-se, amarra numa pedra e joga na lagoa. Ou enterra. Mas tu não me larga isso sobre a mesa, em posição de destaque, com um post-it dizendo "Por favor, não leia." É sério?

De crédito [além do cartaz dizer "verá" ao invés de "vai ver"], pelo menos arranjaram uma boa desculpa (a garota em crise de abstinência) para ninguém levar a sério o que ela dizia. Ok, eu não levaria a sério ninguém me dizendo que tem um demônio no quarto, com ou sem drogas, mas sem a desculpa da crise eu a teria levado para casa (ou colocado em tratamento). Mas já isso de se isolar para se livrar do vício... Possivelmente não é a coisa mais recomendável a se fazer, mas tem base. [o link está correto, vai lendo que você acha]

E qual foi da cena do estupro? No filme original era algo... tão fora de propósito!, que você até levava um susto. Essa agora fez o cinema rir. E não sou eu sendo maldoso, é a descrição do que aconteceu na sessão em que eu estava. E o pior, nem foi no lançamento, com fãs mais ardorosos, foi numa sessão em pleno feriadão, cheio a casaizinhos que nem devem ter visto o primeiro filme.

E cadê o humor do original? Não precisavam chegar no nível do Uma Noite Alucinante (o Evil Dead II) ou do terceiro, que até avacalhou um pouco, mas o 1º também tinha algum humor. Pode até não ter sido sempre de propósito, mas esse filme agora não devia ter se levado tão a sério...

Ah, e qualé? O "filme mais apavaronte que verei na vida"? Tudo tem que ter limite, até marketing!! Depois dessa, termino por aqui, recomendando que você espere passar no Supercine. Ou veja feliz se tudo que te basta são lacerações e litros de sangue.


Pois é, eu tinha mesmo parado por aqui. Mas depois de publicar, fiquei lendo notícia no Omelete e lembrei que ainda não tinha lido nenhuma resenha do filme. E nem linkara nenhuma. Fiquei com a consciência pesada. Onde ficaria minha integridade bloglística? E para piorar, eu que adoro linkar o Screenrant... Eles lá gostaram do filme. Pois bem, para vocês terem uma segunda opinião, a resenha deles: The soul of Evil Dead is alive in this new version. O Omelete e o Cinema com Rapadura também gostaram.
Ok, então eu fui o único que achou que é só um passatempo vagamente interessante... Beleza. A gente concorda de novo num próximo filme.

domingo, 21 de abril de 2013

The Emerald Burrito of Oz

Autores: John Skipp (escritor de livros e roteiros de terror bizarro) e Marc Levinthal (autor do clássico Three Little Pigs).
Com personagens de: L. Frank Baum
Artista da capa: Samuel Deats [o mesmo do Shatnerquake]
Editora: Eraserhead Press [idem] 
Ano livro / história: 2012 / 2000  --  Páginas: 264
ISBN: 978-1-936383-12-2
Acabamento: a capa é um pouco mais molenga do que devia, mas fora isso, muito bem feito; com páginas amareladas, mais agradáveis. Tamanho padrão (14x22 cm).

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Ok, depois de ver o Oz, Mágico e Poderoso, achei que era uma boa deixa para ler esse livro logo. Nem ficou muito tempo na espera não, comprei-o no começo do ano.

Contexto: O Mundo Mágico de Oz é real. Dorothy realmente foi lá e conheceu toda aquela galera que conhecemos. [e aí devem ter permitido que o filme fosse feito para disfarçar, aquela coisa meio Arquivo-X. Putz... Isso me faz lembrar da "Trilogia Martin" do Stargete SG-1. Muito bom!!] Mas depois de algum tempo, fazendeiros do Kansas começam a notar que algo de estranho acontecia por ali. O FBI foi chamado, mas, com Guerra Fria no auge e esse tipo de coisa, o governo fez segredo.

Por volta dos anos 80/90 a verdade foi contada para a população. Kennedy até pensara em fazer isso antes, e aí o mataram. [na verdade, parece ter algum problema com as datas, a garota principal parece ter uns 30 e poucos anos, e soube que Oz era real quando criança. Mas Michael Jackson criança já sabia disso também. E no livro eles estão em 2007. Sei lá, mas não é importante.]

Pois bem. Estamos em um mundo onde há turismo entre os dois lugares. Onde humanos podem ir para Oz e abrir negócios (bem, mais ou menos, pois em Oz não há dinheiro). E onde anões de Oz podem ir para a Terra e trabalhar em postos de gasolina.

E entre os 2 mundos há um portão mágico, com todo o aparato imigratório de se ir num aeroporto, burocracia, documentos, etc. Quer dizer, há isso no lado de cá. De lá para cá basta um "boa viagem!".

E claro, um novo mundo, com poderes loucos, recursos desconhecidos e leis da física bem diferentes das nossas...  Agentes da CIA, KGB e grandes corporações não iam deixar de visitar e ficar de olho. Sabe como é, segurança nacional e esse tipo de coisa. Você não pode deixar o inimigo levar vantagem.

Pulemos as introduções. Estamos agora em 2007.
A história: blogueiro conhece blogueira. Almas gêmeas. Ambos tem um caso. Mas ela vai morar em Oz. Algum tempo depois, ele vai visitá-la.

Mas sem que qualquer um deles soubesse, Oz está com problemas, um novo "ser" apareceu, já controla algumas partes, tem um exército decente, e não ficará parado até dominar todo o mundo mágico.

Daí que o blogueiro, assim que chega no outro lado, quase morre, salvam a vida dele e, sem que dêem a ele muita opção, acaba tendo que marchar contra o inimigo, recebendo ordens do Homem-de-Lata (o próprio!), que já é um tipo de veterano meio enlouquecido. E também é um monarca, que precisa defender suas terras.

Longe dali, no restaurante de comida mexicana O Burrito Esmeralda, na Cidade Esmeralda, a namorada dele está preocupada em servir boas refeições e contentíssima porque um outro amigo dela inventou caixas-de-som com "tecnologia" de Oz. (mais um pequeno contexto: aparelhos eletrônicos geralmente não sobrevivem à passagem para o mundo de Oz). Antes disso ela só podia ouvir suas músicas no discman (que sobreviveu), mas agora não só ela poderá ouvir em alto e bom som, mas também difundir seu gosto [que não é ruim não] para todos os seus convivas e clientes.

Mas ela já vive lá faz algum tempo, é bem safa, tem seus contatos, e não vai deixar barato quando souber onde o namorado foi parar. A propósito, é ela na capa do livro, literalmente, vestida para matar. [raramente isso acontece, mas achei essa nova capa do livro muito melhor que a original]

Isso posto... Queria contar mais, o livro é bem divertido, várias participações especiais, algumas reviravoltas, mas não posso entregar muito. E todo aquele papo que falei das conspirações do governo é importante para a história, mas não para o desenrolar dela em si; não se preocupem, não é um Dan Brown no mundo de Oz. E o livro é recente, não é como o Centúria 25, por exemplo, que eu entreguei inteiro. E o Centúria é o tipo de coisa que eu sei que vocês não irão atrás para ler. Este cá vocês deveriam.

Nem que seja para dar suporte. Novamente, esse é um daqueles casos de livros impressos sob demanda, de gente que as editoras nunca deram atenção. Muita coisa boa aparecendo desta forma.

Algo importante... Se você só viu o filme da Judy Garland, O Mágico de Oz, não leia esse livro ainda. Vá primeiro ler todos os 47 livros canônicos escritos no mundo de Oz! Não. Sacanagem. Nem eu fiz isso. Na verdade, eu não li nenhum deles e nem pretendo.
Mas eu li, sim, o resumo inteiro dos primeiros 14 livros (os escritos pelo autor original) no Wikipedia.

Demorou um pouco, mesmo porque não vale só ler o resumo. Quando surge um personagem importante é bom dar uma clicada no hiperlink e dar lida sobre eles também. Nem que seja só para ver a cara do personagem. Uma coisa é ler que Tik-Tok é um robô movido a vapor. Outra é ver que ele é redondo e parece um mexicano gordo. Mas o importante é que se você pegar o Burrito para ler e NÃO souber quem é Tik-Tok, quando ele fizer uma ponta você não entenderá a referência e nem imaginará corretamente o pelotão que o acompanha. Será só um personagem qualquer que apareceu ali e conversou rapidamente.

Então faça o dever de casa e reveja o filme [na verdade, isso eu não fiz. não gosto dele e acho o visual horrendo] ou pesquise um pouco antes, para ficar mais interessante a leitura. Se bobear, até assistir o atual Oz, Mágico e Poderoso já é alguma coisa, porque o filme pode até ter suas críticas, mas a direção de arte é espetacular, pelo menos você consegue ótimas referências visuais [na minha cabeça, eu fiz uma misturada entre aquilo, o estilo antiquado dos livros, e dei umas surtadas timburtonianas aqui e ali - mas do filme de 39, não usei nada, só o rosto da Dorothy]

Outro exemplo, em que a pesquisa ajudou: num certo momento do livro um cara acha um tipo de saleiro, escrito "Vida", e guarda no bolso. E esquecem disso por quase o livro inteiro. Mas eu sabia o que era que ele tinha achado naquela 'cena'. E fiquei no suspense de quando aquilo teria uso. Também consegui imaginar corretamente a cena quando Ozma (que vocês que só viram o filme, também não conhecem) resolve emprestar seu veloz (e bizarro) cavalo. [a Ozma eu sabia quem era, mas o cavalo eu também só conheci nessa sessão de leitura]

Esse é o tipo de livro que não basta ler, você tem que entender as piadas e referências para ficar ainda melhor. Pô, se eu vou ler os 2 livros de Alice no País das Maravilhas, só para aproveitar melhor o jogo Alice 2, vocês podem perder 1 ou 2 horas antes de ler o livro e se inteirar sobre o assunto, para curti-lo melhor.

Até o gordinho desse video aqui concorda comigo:
Just a Suggestion: The Emerald Burrito of Oz (fonte)

Aproveitando logo, mais duas resenhas:
David Barbee: "Emerald Burrito might be the tastiest (per)version of Oz you’ve ever seen."
Dangerous Dan's Book Blog: "I could go for two or three more Emerald Burritos of Oz."

Em suma, é um ótimo livro. Não é exatamente profundo, nem filosófico, não é um marco e nem vai mudar a sua vida... Mas é muito bem escrito, diversão de ponta a ponta, história muito bem amarrada, personagens interessantes, cada um com suas motivações, e capítulos que você termina com aquela vontade "ah, peraí... só mais um, que agora fiquei curioso". [ahã... sei... "agora", né? você pensou a mesma coisa 3 capítulos atrás].

O final tem alguns pequenos problemas, mas se você parar para lembrar como terminou o 1º livro (o filme), em que vencem a bruxa por acidente devido à um detalhe (a "alergia" a água) que ninguém sabia, então o livro até mantém o espírito original. Não é um deus ex machina tão chocante, mas... tem lá seu pezinho no conceito. E o livro tem algo que já está me irritando faz muito tempo, que é a existência de um "O Escolhido"... Mas ok, no livro eles fizeram isso para depois deixarem para lá. Então serviu só para fazer alguma graça num momento e pronto.

A propósito, comentário rápido sobre os capítulos: eles mudam o foco o tempo todo. Como se fosse o estilo do Guerra dos Tronos, mas só com 2 personagens. Toda hora mudamos de visão: as coisas do ponto de vista da moça do restaurante; e depois a visão (da mesma parte ou não) do amigo. Existem, as vezes, uma terceira "visão" das coisas: do computador do cara. Que infelizmente aparece bem menos e depois de um certo ponto pára de vez. E sim, você leu direito! O notebook do cara escreve alguns breves capítulos. E não vou explicar isso não.

Terminando o texto, na falta de frase de efeito melhor, vou citar o gordinho do link acima. "É um livro fantástico, um tipo de Oz para adultos.". E é isso. Talvez "fantástico" seja exagero, mas "muito bom" dá para dizer tranqüilamente.
E livro não paga imposto. Deixem de ser mãos-de-vaca e comprem! Há o digital dele na Amazon BR por R$ 16, [e converter arquivos do Kindle para outros formatos é simples, caso vocês tenham algum leitor decente (eu não gosto do Kindle)] mas eu prefiro pagar R$ 40 e ter o livro real, em papel (Book Depository, com envio gratuito).

terça-feira, 16 de abril de 2013

Oblivion

Nome original: Oblivion [detalhe curioso, "oblívio" existe em português]  --  Trailer [mas prefiro que não vejam]
Duração: 2h06min  --  Ano: 2013
De: Joseph Kosinski (de Tron 2: O Legado)
Com: Tom Cruise (de Negócio Arriscado e muitos outros), Morgan Freeman (de Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões), Olga Kurylenko (de 007: Quantum of Solace e Sete Psicopatas e um Shih Tzu) [e parecendo muito com a Zeta Jones nesse filme], Andrea Riseborough (de, e a própria, The Devil's Whore) [eu vi esse seriado, muito bom], Nikolaj Coster-Waldau (o Jaime Lannister e de Virtuality) e Melissa Leo (de Verônica Decide Morrer).

Sinopse: a Terra foi atacada por ETs faz uns 60 anos, os humanos venceram, mas o lugar ficou tão acabado que todo mundo que sobrou precisa se mudar para uma lua de Júpiter. Na Terra ficaram alguns técnicos e suas esposas, responsáveis por fazer a manutenção de robôs sentinelas, que protegem grandes geradores de energia (?) necessários para a colonização do satélite. Geradores que por sua vez precisam ser protegidos de alguns dos ETs que acabaram sobrando no planeta. Até que... o mocinho descobre que tem coisa mal contado. E o trailer já te estraga uma das principais.

OBS: daqui para baixo dou poucos spoilers, mas dou. Estejam avisados.

Opinião: vou logo assumir: eu queria não ter gostado.
Putz, é Tom Cruise [o retardado mór da Cientologia], metido numa FC bem pretensiosa, e onde metade do filme é o rosto dele em close. [obs: achei que ele estaria mais acabado até] Mas... Gostei. De repente estou virando um velho babão e sentimental, ou de repente foi só porque fui com expectativas tão baixas, que qualquer coisa era lucro, sei lá.

O filme é uma chupinhação tremenda de várias idéias antigas e recentes... Contudo... as referências ficaram naquele nível de forçada que você não sente sutileza, mas não sentia que eles estava sacudindo na sua cara "Vejam, estou fazendo uma referência! Referência! Lálálá!". Então tudo bem.
A propósito, aquele papo de que "Baseado numa graphic-novel" até onde vi, é balela. Primeiro, se nunca publicaram, nunca passou de uma idéia. E "Baseado numa idéia" é... digamos... tudo. [exceto documentários?] E ao que tudo indica, nem tinham mesmo a intenção de publicar. Mas nesse link dá para ler o texto e artes conceituais. Interessantes.

Mas voltando ao papo de chupinhação... Para quem já é fã de ficção-científica muitas coisas devem ter ficado óbvias, ou foram ficando em seqüência durante o filme, antes deles próprios fazerem cada revelação.
Poxa, na hora que ouvi alguém dizer pela 1ª vez "zona proibida", a primeira coisa que eu pensei foi "ho, ho, ho... tem coisa escondida lá". Muito, muito, manjado. Só faltou um orangotango dizendo "Você pode não gostar do que encontrará."

Mas o filme fez tudo isso tão calma e vagarosamente, que sei que depois de escrever a minha resenha e começar a ler a dos outros, verei gente reclamando da lentidão. Juventude alucinada, que não consegue desviar os olhos do celular por 15 minutos! Pô, vocês podem ter detestado o filme, mas não reclamem dele ser lento! Vão ver "2001", cacete! [vi pelo menos meia-dúzia de vezes e certamente muitos nerds viram mais]

Mas além de Planeta dos Macacos, senti ali - não posso afirmar que foram referencias diretas, porque é tanta gente se inspirando em tanta coisa, ou até fazendo igual de forma independente, que a inspiração deles pode ter sido algo mais antigo, ou mais recente, ou terem criado parecido por coincidência mesmo - mas senti no filme referencias à Jornada nas Estrelas: O Filme (a seqüência da entrada na V'Ger), Lunar (clones em estações diferentes), 2001 (as naves bolotas e o olho do Hal) e lembrei muito de algo que, na verdade, não é de filme nenhum, e sim uma zuação com vários - e a tal zuação ficou mais parecida com este filme que os zuados especificamente... Vou colocar no final da postagem. Ah, e claro, muito vagamente lembrei de Stargate. Coisas em forma de triângulo não são exclusividade humana, mas ter logo um nome (Tet) que parece egípcio (Set, Djet, Tausret, Sejemjet...)?! [mas ok, pode ter sido o ET escolhendo um nome marketeiro melhor do que, sei lá, Mxyplyzyk.]
Aproveitando, gostei muito da buzina de alerta dos drones. Lembrou-me bastante o som que faziam os marcianos no Guerra dos Mundos, quando queriam colocar todo mundo para correr só por diversão.

Acho que no futuro este filme terá mais reconhecimento do que ele deve estar tendo agora. Novamente, ainda não li opinião alguma a respeito, mas esse filme tem muita cara de que a maioria dos críticos vai reclamar. E boa parte das pessoas também. Até eu queria estar esculhambando... Mas... é, né? Cheio de buraco, mas gostei. Igual queijo suíço. [na verdade, eu não gosto de queijo suíço, mas não quis perder a piadinha ruim]

Na pior hipótese, o filme deve ser apreciado por um detalhe horrível... Nossa memória curta e o fato que é impossível saber tudo sobre tudo. Muitos marcos da minha infância foram filmes dentre os anos 50 e 70. Mas muitos desses filmes são inspirados em outros mais antigos, ou livros, ou as mesmas idéias foram aproveitadas antes em outros filmes. Mas eu não conheço esses. Eu mesmo sacaneei as versões anteriores de O Mágico de Oz algumas postagens atrás, dizendo que ninguém lembra ou liga para elas.

Para muitos, de hoje em dia, a TET foi a primeira vez que viram um computador maligno com um único olho vermelho. Alguns deles descobrirão, muito depois de agora, um tal de HAL, que apareceu num outro filme, um aí, pré-histórico, com uma nave em forma de cotonete. Acontece. Nem posso culpá-los.
Kurosawas me mordam!, eu vi Mercenários das Galáxias muito antes de Os Sete Samurais. Adivinhem qual deles é um marco para mim?

MUITO
(mas muito!) longe de mim querer induzir minimamente que esse filme seja o 2001 da geração atual. [mesmo porque a história está mais para A Ilha ou, até, Matrix, do que 2001] Mas já sei de pelo menos um sujeitinho de uns 13 anos que achou esse filme um dos melhores filmes que já viu (se não o melhor). Pobres diabos ignorantes... Mas novamente, acontece com todos nós.
Eu conheci primeiro A Hazy Shade of Winter pela versão das The Bangles, e não a original de Simon & Garfunkel. Adivinhem qual é minha preferida? Pois é... Acontece!

Agora, voltando ao filme, uma dúvida importante (um dos muitos buracos, mas esse foi o que me incomodou realmente): qual a necessidade de humanos nas estações de controle? Essa pirâmide espacial dos infernos não sobreviveria muito tempo sem outras naves que pudessem fazer sua manutenção. A porcaria sabe criar clones, mas não sabe criar um braço mecânico? Que consertasse ou rebocasse as naves para desmanche?
E com tantos drones no espaço, não poderia mandar mais alguns para Terra? Ou fabricar mais, já que tem, literalmente, um planeta inteiro de recursos à disposição?

Eu gostei do filme, mas esse é um daqueles "detalhezinhos" mal explicados que invalidam todo o enredo, mas você tem que aceitar, porque sem essa "pequena forçadinha" de barra... o filme nem existe.
E sejamos francos, a droga da nave devia estar se divertindo, porque para matar os humanos era só espalhar algum veneno na atmosfera. Ou ao invés de tirar água do mar logo ali, na praia, tirar no meio do Oceano Índico. Queria ver algum rebelde chegar lá remando...

Ah, e os outros (pelo menos, e sendo humilde) cinqüenta Jacks? Estão sendo avisados de tudo que aconteceu e sendo resgatados ou morrerão todos de fome em suas casinhas high-tech? E a Olga passará o resto da vida se escondendo deles?

E está aqui o que esse filme me lembrou:



E resenhas alheias:

Super Hero Hype: nota 7 (que lembra algo: o filme é bem bonito. Podendo, veja no IMAX)
The Verge: "Oblivion aspires to what sci-fi does best"
Cinema com Rapadura: "empolgante nos efeitos, mas maçante na história"
Omelete: "sem a capacidade de ir além dos filmes que o inspiraram."
Dimensão Cinema
: "uma declaração de amor à ficção científica. Contudo, isso não o isenta de falhas"

quarta-feira, 10 de abril de 2013

G.I. Joe: Retaliação

Nome original: G.I. Joe: Retaliation
Duração: 1h40min  --  Ano: 2013  -- Trailer
De: Jon M. Chu (de Justin Bieber: Never Say Never) e dos escritores de Zombieland.
Com: The Rock (também conhecido como Dwayne Johnson) (o Escorpião Rei), Adrianne Palicki (bonitinha, mas parecia uma versão genérica da Eva Mendes), um outro carinha entre os mocinhos, Byung-hun Lee (de Herói), Jonathan Pryce (de C&C:Red Alert 3 e Brazil, O Filme) e Bruce Willis (interpretando o mesmo papel já faz uns 10 filmes).

Se você estava numa sessão do Barra Shopping e de repente notou alguém puxando uma caneta do bolso e fazendo anotações num saquinho de pão-de-queijo... Prazer! Nerd Ranzinza a seu dispôr!
É que depois de alguns instantes de filme, cheguei a conclusão de que não teria absolutamente nada para falar dele. Então resolvi fazer igual fiz num dos filmes do Crepúsculo e anotar algumas maluquices que fui notando. Ignorando, claro, a maluquice mór: a existência do filme em si.

O filme é até bem divertido. Sem pé nem cabeça, mas passa-se o tempo sem traumas. Mas  também nunca brinquei de GI Joe [bonequinhos nunca foram meu forte. nem Thundercats, nem Falcon, nem nada disso. Os único bonecos que brinquei foram Playmobils] Então eles podem destruir toda a mitologia que não vou nem perceber ou saber o que mudou. Eu via o desenho e só.

Mas vamos lá...

Quer dizer, antes disso, um resumo da história desse Comandos em Ação 2 (o nome "verdadeiro" desse filme, odeio essa babaquice de que agora o Super-Homem é Superman...[como se alguém fosse confundi-lo com outro cara voador de azul com um pentágono nas cores do McDonald's no peito]). Mas bem... a história: o presidente dos EUA é um Cobra disfarçado, arma para cima dos "Joes", mata quase todos, e 3 sobreviventes, um ninja mudo, uma Elektra genérica, e o Bruce Willis, partem para cima para salvar o mundo no esquema de "É só sair atirando, que tudo se resolve." E não estou sendo maldoso. O filme é isso.

Agora comentemos besteiras aqui e ali...

1) Finalmente! O Comandante Cobra colocou uma máscara decente! Nunca entendi porque diabos no primeiro filme, na hora que ele resolve usar uma máscara, ele veste aquele treco que mais parecia uma Caveira de Cristal [Caveira de Cristal! Que me faz sonhar, Faz de mim estrela...] do que algo liso e prateado, que teria deixado a cena original muito mais interessante.

2) Mas não é Cobra sem a Baronesa! E a atriz do primeiro filme encaixou tão absurdamente bem, que foi pena não terem arranjado nada para ela fazer na seqüência. Ok, ela meio que virou mocinha no final do primeiro filme, mas eu teria aceitado ela numa boa no lugar do tal... sei lá, o cara era tão forçado que esqueci o nome do personagem... Estou tetando lembrar do cara que mete a porrada no The Rock e usa uma roupa estilo couro de cobra. Podiam ter colocado a Baronesa no lugar dele.

3) Começo do filme... 230 aviões chegando... turbinas gigantes... E aí um deles  pára no topo de um prediozinho xexelento de 3 andares... E ninguém na calçada ouve!!!! Não! Eu já falei isso outras vezes: eu aceito absurdos necessários à trama, como o Ciclope disparar raios "concussivos" pelos olhos (bibliografia recomendada), mas não aceito absurdos do nosso mundo real! Aquela porra de avião maldito faria um barulho dos infernos, e ia sacudir até a alma de toda aquela galera armada, doida para atirar em alguém! Eles nunca chegariam ali em silêncio daquele jeito!

4) Cadê todo mundo do 1º filme? Morreram todos na cena inicial? Estavam todos ali no acampamento na hora do massacre? (isso não é spoiler, o trailer já dizia) Morreu o negão piadista, a ruivinha fantástica, o cara do bigodinho? A própria produtora do filme já tinha dito que você não precisaria ver o 1º para entender esse. Acho que foi a forma disfarçada deles tentarem dizer "É até melhor vocês nem terem visto o 1º, porque não daremos nenhuma explicação na história para o corte de orçamento que foi a contratação dos atores no mundo real."

E se não morreram, as únicas pessoas que os 3 podiam confiar eram um general aposentado e seus 2 amigos geriátricos? Mesmo??

5) E quem é o programador idiota que o Cobra contratou? Imagine o seguinte: você manda copiar uns arquivos no computador. Aí você muda de idéia e cancela! E nessa hora seu HD inteiro é reformatado. Como se fosse o Windows dizendo "Ah, é? Já que você não me deixou copiar os arquivos dessa vez, nunca mais vai copiar nenhum!!! HAHAHAHAHA!"
Porque é isso que acontece no final, o cara resolve cancelar o disparo da super-arma do inimigo. E ao invés dela ficar lá... Esperando ser usada outra dia... Ela EXPLODE!

E tem algo divertido nisso... Eles destruíram Londres inteira numa cena bem legal [e sem nenhuma lógica física], porque uma das munições da super-arma simplesmente e, literalmente, caiu ali. Uma das munições. Ok... E o que vai acontecer com todas as outras, flutuando de forma balística no espaço? Eééé... se preparem que vem chuva aí!

6) Ah, e a tal prisão de segurança máxima? Era de segurança máxima só porque tinha... um elevador?!? Irrelevante se o elevador era para o subsolo. Eram meia dúzia de guardas mal-treinados protegendo uma cerquinha vagabunda e um... elevador!?!? É sério?
Beleza, você vai dizer que desde que ela continuasse em segredo, para prender só duas pessoas estava muito bom. Mas se eles estavam tão preocupados a ponto de esconderem os caras no centro da Terra, contratassem seguranças melhores e fizessem paredes mais grossas.

7) Para quem ficou curioso, a música do Jay-Z que eles citam é a "Don't Let Me Die" (mas não achei grande coisa não) e a que toca na cena da cozinha com as armas é a "Back In Business Again", do The Four Horsemen. Na verdade, depois de pesquisar baseado nas letras que ouvi, descobri que o IMDB listava tudo muito mais facilmente... Ok. Acontece. Esqueci que eles tinham isso lá.

8) Não vejam em 3D. Não há nada ali que justifique esse filme ser em 3D. Enfiaram duas cenas com estrelinhas ninjas voando na direção da platéia e pronto... acham que podem nos cobrar o dobro do preço! [eu não vi em 3D, que sou macaco velho já]

E é isso. É ruim, mas como eu disse: diverte. Vale para assistir jantando, quando passar na TV, sem grande compromisso em usar o cérebro. Num sábado, se estiver sozinho, sessão das 22hs no Telecine... Aquele horário que é cedo demais para ir dormir, mas tarde demais para começar algo complicado... Uma macarronada a bolonhesa com muito queijo ralado... Estas condições preenchidas, o filme encaixa bem.