terça-feira, 20 de setembro de 2011

Conan, O Bárbaro (2011)

Nome original: Conan the Barbarian
Duração: 1h43min  --  Trailer  --  Ano: 2011
De: Marcus Nispel (diretor de clips musicas, tá explicado)
Com: Jason Momoa (o Cigano Igor da ficção-científica), Stephen Lang (o vilão de Avatar), Rachel Nichols (a ruiva de G.I. Joe) [ignorem os posters e rolem para 3ª foto... me faltam adjetivos!], Ron Perlman (Hellboy!!) e Rose McGowan (de Jovens Bruxas/Charmed).

Morgan Freeman? Ah, não... Pô, enfiaram a voz de deus na narração. Forçado. Deslocado pra cacete. [se bem que no dia que eu morrer, naquele papo de 'deus assume várias formas', o meu será o George Burns. Esse foi o meu primeiro deus cinematográfico. Morgam Freeman pode ser Jesus, como prêmio de consolação]. E a mudança no texto soou estranha, mudaram de repente de um tom meio epopéico para algo mais mundano. Mas isso é coisa de fã do original.

De cara, falemos da trilha sonora. Ela é impactante, mas não grandiosa. Marca bem as cenas, mas não marca a memória. Grande perda. Você sai do filme sem lembrar uma notinha sequer. Tyler Bates não fez nada de "Uau!" até agora, mas já vi coisa melhor dele. A trilha do primeiro filme (Basil Poledouris) é uma das melhores (se não for a melhor) trilha que já ouvi.
Ao ouvir o CD, cada faixa, cada tema, relembra uma parte do filme. A música praticamente reconta a história. [é o CD INTEIRO bom e com músicas bem diferentes entre si. ISSO é difícil. Há trilhas por aí que são boas por inteiro também, mas você mal nota quando trocou de faixa] Neste... Fiquei com a impressão que devem ter tido um grande esforço para preencher os 70 minutos de disco.
O maestro deve ter chegado na sala dizendo "Já sei! nessa cena tocaremos Tcha-rum-TUM-TUM e vai ficar maneiro" e aí o diretor diz "Perfeito. Agora estica isso por 3 minutos, para ser uma faixa do disco", e aí o músico faz cara de Macunaíma.

A história: bem... história? Ééé... parece que tem. Mas se formos chatos, o primeiro também não tinha muita. Podem considerar que é basicamente a mesma coisa, contada de forma diferente: Chefe de tribo maligna mata família do Conan criança. Conan cresce. No meio tempo o vilão vira um Imperador do Mal. E Conan adulto quer vingança.
Este filme pelo menos mostra o Kid Conan treinando. No primeiro temos a impressão de que ele virou um super-espadachim pelo simples fato de ficar rodando "A Roda do Conan" por 15 anos. O pai do Conan ser o Hellboy ficou excelente. Mas a Nadiuska era muito mais bonita. [se bem que morena ela fica muito parecida com a Sônia Braga, ainda mais fazendo filmes bem ao estilo brasileiro dos anos 70].

Quanto a história... Deixa eu ver se eu entendi... Todo mundo vive num lugar violento em que matar não causa grandes traumas. Queimar pessoas vivas em exibições públicas também não. Aí tem uma profecia que diz que um cara maligno vai remontar a Coisa Mágica Super Maligna... mas... para ela dar partida... precisará do sangue da última descendente de um antigo mago! Última! Putz! MATEM-NA. Resolvido.
E por Crom! Porque mantiveram viva a linhagem sabendo que ia dar merda no futuro?

E escrever "Por Crom" me lembrou do negão que solta um "Por Mitra!" no filme... Poxa, ele sumiu do nada! O cara foi unha e carne do Ronon Dex por anos, e aí, olha pro relógio e diz "Já amanheceu e a garota não veio... Ah, deve estar tudo bem. De repente, mesmo meu chapa Conan tendo dito para eu tomar conta dela, ele pode ter resolvido levá-la para o meio da batalha sangrenta. É, deve ter sido assim. <aí vira pra tripulação de guerreiros e fala> É isso aí, galera. Hora de zarpar." E some. Ele parecia um bom personagem. Podiam pelo menos tê-lo matado de forma honrosa, como um bom klingon.

E ainda na mesma cena... De onde veio aquela floresta??

Voltando a história... É um bom filme de ação. Quase não pára. Sempre tem alguma desculpa para ter alguma correria, porradaria, ou etc. Mas fica só nisso. Por 1 hora e meia. A seguinte frase é um tanto exagerada, mas acho que faltou neste filme um pouco da poesia do primeiro. Momentos calmos, com uma música bonita, talvez até uma rápida reflexão... Neste agora, a cena mais calma foi a de sexo. Um tanto gratuita, apesar de não mostrar nada demais.

Esbarrei agora num trailer de fã que é mais condizente com o produto final:
Sangue jorrará! E cabeças rolarão! Na sua maldita pipoca!  (via: io9)

O novo filme ficou meio Cavaleiros do Zodíaco: ele foi derrotando vários vilões-capanga em fila até chegar no vilão-chefe. Numa luta que pareceu tirada de Piratas do Caribe (aquele começo, deles lutando e se equilibrando). E o cara já tinha conseguido o Capacete Mágicos dos Internos... Ora, pipocas! Soltasse um raio da testa! Invocasse demônios! Conjurasse Dagon! Qualquer coisa, mas ele podia ter vencido a luta se quisesse. E nem me venham dizer que ele quis vencer de forma honrada, que nada na fita me fez considerá-lo desta forma.

Eu lembro que ia implicar com mais coisas do filme. Mas já não lembro mais quais foram. O matte painting de algumas cenas estava muito na cara. E ainda bem que eu não vi 3D - fora na abertura, acho que o efeito só chamaria a atenção na boba cena dos homens-de-areia. [o que foi aquilo? cena cortada do Príncipe da Pérsia?]

Ah, e alguém me explique eles andarem por aí carregando um navio de tijolos, nas costas de elefantes? Se a evolução do personagem tivesse mostrado que ele ficou louco, tudo bem, mas não foi o caso. Vou nem comentar mais sobre este assunto, daria um post inteiro dizendo tudo que isso tem de errado.

Falemos algo de bom: as mulheres. [fora a mãe do Conan, já comentada]. De cara algo bizarro. Eu estava achando a vilã uma gata também. Estava ficando preocupado comigo. Mas tudo bem, galera. Está tudo certo. Eu sou normal. Descobri agora que era a Cherry Darling. [estou escrevendo isso antes de colocar a lista de atores no alto, daí a surpresa]. Será que foi prêmio de consolação por não ter saído o filme dela da Sônia Vermelha?
E a mocinha eu adorei. Deu o toque de comédia que precisava. Tinha uma personalidade decente. E como diriam na minha época, um tesourinho. Linda. Mas eu tenho algo contra ela: isso! [eu sou fã de Jornada, mas não podia deixar passar...].

E só para acabar a resenha e o filme, peralá... No começo da história o pai reclama "Meu filho... Tu tá muito fogoso, tem que se acalmar, ser também como a água...". Aí o sujeito passa o filme todo tresloucado atrás de sangue e o diretor tem o desplante de terminar o filme com um flashback do pai?
Mas independentemente deste papo líqüido, não foi uma boa cena final. O cara vai andando, vê uma forja parecida com a do pai, faz pose e tem um flashback... Créditos. Sei lá. Não me convenceu como cena de encerramento, aquela última que você vê e guarda antes de acenderem as luzes... Não colou. [e nem fiquei com nenhuma impressão de que ele tenha aprendido 'o segredo do aço' (?)]

PS: fiz a resenha inteira sem falar nada dos contos do Robert E. Howard... Sou grande fã das histórias originais, acho que dá até medo entrar por esse caminho... Fazer o seguinte: versão oficial: "ih, esqueci.". Pronto.

PS.2: me toquei que não linkei resenha de ninguém... Peguemos logo pesado então:
Cinema com Rapadura: Nova versão é um tormento para os fãs tradicionais
Screen Rant: Difícil recomendar para quem procura mais que uma aventura violenta

[ATUALIZAÇÃO 30/SET]: Acabei de assistir ao NerdOffice S02E31.Vão lá e assistam aos primeiros 7 minutos. É a resenha deles do filme. Em uma palavra: filmeco. Perfeito. (mas assistam mesmo assim, que é sempre divertido).

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