sábado, 31 de agosto de 2013

Imperdoável e Incorruptível

Título original: Irredeemable
/* Deixa eu já cortar aqui os dados técnicos e dizer, Irredimível seria uma tradução muito melhor. Imperdoável quer dizer que você não terá perdão. Mas você não precisa fazer nada depois do que você fez para ser perdoado.
[rezar algumas Ave-Marias talvez, se você for cristão]
Irredimível
quer dizer que você não se redimirá. Para se redimir você precisa fazer algo. Por mais que ninguém vá perdoar o personagem pelo que ele fez também, a troca de títulos muda completamente a mensagem. */
Autor: Mark Waid (de Reino do Amanhã e Miss Hemoglobina)
Editora original: Boom! Studios (dos quadrinhos de Farscape)
Editora no Brasil: Devir (de Sin City e dos livros do Ender)
Edições/páginas: 37+1 / aprox. 840  --  Ano: 2009-2012

Podem ler, é sem spoilers. Pelo menos não descarado. Sei lá.

Pois então, vi outro dia a notícia que isso seria finalmente publicado no Brasil [achei que tinha sido ouvindo o MRG ou no Omelete, mas acabei de achar a notícia no JN, dever ter sido lá então] e resolvi checar a quantas andava o quadrinho.

Esbarrei nele muito tempo atrás, lendo algum outro do Mark Waid, achei a idéia interessante, li os primeiros, e como era uma minissérie, resolvi acompanhar. Na verdade, depois eu fiquei com a impressão de que em lugar nenhum eu li que isso era uma minissérie. Eu acho que concluí isso só porque a capa da primeira revista era "I", a da segunda tinha um "R", depois outro "R", e assim por diante, e meu cérebro racionalizou que a história acabaria quando completasse a palavra. Que tem 12 letras, uma quantidade normal de edições de minisséries, que assim duram 1 ano bonitinho.

Bem, não foi. Eu lembro que parei de ler quando vi que a história estava só se complicando e a "última" edição estava muito perto. Resolvi esperar... Chegou a 12... chegou a 13... a 14... Aí parei de prestar atenção, e de tempos em tempos eu checava se tinha acabado, para ler tudo de uma vez - ou se descobrisse que era mensal e nunca ia terminar, eu também nunca ia ler. Nem notei que não checava isso faz tempo, a revista acabou em MAIO... de 2012!!!

Ok, eu acabo perdendo tempo falando essas inutilidades [mas agora que já digitei... ah, não apago!, digitar é muito chato] Falemos da história.

Se vai mesmo sair em português, daqui a pouco tem gente pesquisando para saber se vale a pena. Resumindo: vale! Mas com ressalvas.

A história, como originalmente vendida, é: e se o Super-Homem ficasse mau.
[Superman é o cacete!]

O que temos é um sujeito, que nada mais é que o Super-Homem com uma roupa diferente e loiro, chamado Plutoniano (lá perto das últimas edições o nome é explicado).

Um certo dia, o cara surta, destrói Metrópolis Sky City, sua cidade "natal", e ninguém é páreo para ele. A primeira coisa que ele fez até foi matar um companheiro de equipe. E a esposa. E as duas crianças. Uma delas bebê. Com raio de calor.

Pois é.

A história segue daí, com os amigos tentando descobrir o que diabos aconteceu, como reverter, ou, se tudo o mais falhar, como pará-lo. Na verdade, nessa hora eles até percebem que o cara nunca foi muito de contar coisas pessoais.

E aí nessa parte, logo na primeira edição, já começa um problema da história. Ela não durou as 12 edições que imaginei, mas com tanto personagem, sub-enredos, etc, acho que 40 edições [já explico essa qtd] foi pouco.

Acho que 60 teria ficado um pouco melhor. Não para esticar o fim, mas para fazer tudo com mais calma desde o começo. Ou doze edições mesmo, estaria de bom tamanho se a história tivesse sido extremamente focada. Todas as 5 ou 6 revistas passadas na "prisão espacial" poderiam ser cortadas, por exemplo.

O que aconteceu é que temos tantos personagens, com várias linhas, rixas, histórias pessoais, planos, até brigas de casal e etc, que muita coisa acabou sendo largada no meio. Ou ficamos curiosos e pronto, nada saiu dali.

Há coisas interessantes. Perto do final um grupo de super-heróis está buscando uma solução alternativa para o problema... Que não dá em nada. Outro herói simplesmente chega e diz "Opa, peraí, vocês não sabiam, mas eu estava bolando outra idéia". E pronto. Páginas e páginas de história "jogadas fora". O leitor acompanhou a outra idéia, estava nas outras páginas. Mas os outros personagens não. Eles não estavam acompanhando a história em forma de gibi.

Achei isso legal, aceitei na boa porque acontece no mundo real. Planos mudam e surpresas acontecem. Eu não quero explicações para tudo. Vi gente reclamando que o passado do "Lex Luthor" deles não foi explicado. Grandes coisa. Tem dois personagens, por exemplo, que usam uma máscara em parte do rosto, estilo Fantasma da Ópera, mas em todos os flashbacks eles não usam. Ó meu deus... Por que será?!?!
Dane-se! Foram anos combatendo o crime, isso deve machucar de vez em quando.
[ATUALIZAÇÃO: parece que na história foi, sim, mostrado a razão das máscaras - ou eu esqueci ou na hora não notei que aquilo era a causa. Mas tudo bem, o exemplo foi para o cacete, mas o princípio da coisa está valendo.]

Pô, imagina o tempo perdido se fossem explicar tudo... Eu lembro que Astro City resumiu toda a Crise nas Infitas Terras em 1 página dupla. E 70% da arte era uma só cena. Isso é coisa de profissional!
No link acima não tem a imagem que eu falei, que era o que eu estava procurando, mas explica +/- a história. Para quem não sabe o que é Astro City, não sabe o que é um quadrinho bom. Eu não lacrimejei como o cara do texto, mas senti um arrepio de emoção bem afeminado, isso eu senti. Putz, dois quadros, um cara de capuz que nem vemos o rosto. E duas frases. Cacete, muito foda. [e a boa notícia é que Astro City voltou!]

Nem preciso ir muito longe, com gibis que vocês não devem ter lido, o próprio Reino do Amanhã, clássico absurdo da DC e do mesmo sujeito, a gente não fica sabendo a origem de cada vilão ou herói do futuro. Estão lá e pronto.
...

Voltando... Mas sim, achei muito mal explicado as transformações que uma vilã mágica sofreu, por exemplo, e nem sei se ela terminou a história viva. Novamente, não temos que saber tudo, mas senti que daquele mato sairia mais cachorro... E foi apenas deixado de lado. O autor disse que a história estava planejada para terminar como terminou, mas que o miolo até lá, não. E muita coisa deu a impressão de que mudou mesmo.

Ex.: 1ª revista; eles estão tentando juntar as peças do passado do Plutoniano; e uma das heroínas diz: "Ele mencionou uma vez uma namorada... uma tal de Ana... Alana..."
Algumas revistas depois vemos que o namoro do cara não era algo para ser lembrando do tipo "uma vez", "uma tal de". O namoro dele saiu em todas as TVs! A mulher virou sensação mundial! "A Lady Di da América" nas palavras do noticiário local e o cacete!
Ela até podia não lembrar o nome da sujeita, mas não ter uma vaga sensação de que ele namorou uma vez e falar isso para os outros como se eles não soubessem.

Ou o cara mudou de idéia sobre como tratar a namorada ""secreta"" no meio do caminho, ou ficou mal explicado. Seria como a Mulher-Maravilha (pré-Novos 52, não sei como está isso hoje) virar pro Batman e perguntar "Acho que o Super namorou uma tal de Lois Lane. Já ouviu falar dela?" e ele responder "Não."

Mais coisas estranhas: os poderes de um outro personagem sofreram DUAS reviravoltas... Na verdade, não sofreram, e aí que ficou duplamente mal explicado. A propósito, o que foi que o telepata leu na mente dele que o assustou tanto, e ainda assustou um dos mocinhos também?

Mas claro, há várias reviravoltas interessantes e muitas idéias legais aqui e ali. Não é algo muito cerebral - o termo reviravolta soa meio dramático demais e parece algo mais grandioso do que é - mas divertiu. Sentei o rabo e li todas as 68 revistas [já explico essa qtd] em 3 dias. [e entre elas eu joguei Civilization V, ô joguinho maldito para te fazer perder a noção do tempo.]

No geral, mesmo não tendo tido grande estima por nenhum personagem, e vários possíveis "furos", a história ficou bem construída. Com vários clichês aqui e ali para ninguém esquecer que ainda é um universo estilo DC/Marvel, com direito a gente empurrando coisas que não deveriam poder ser empurradas e tudo. Ah, mas a revista de quebra "explica" como é que o Super-homem consegue segurar um avião pelo nariz e ele simplesmente não quebrar, já que nenhum avião é construído para ser segurado por ali.

Então... Se você esta lendo isso porque a Devir lançou, em sei lá quantos encadernados, possivelmente custando 49,99 e quer saber se vale a pena? Por esse preço, lembrando que provavelmente serão 4 ou 5 encadernados... Eu não compraria. Estou até hoje no dilema moral de comprar todos os Sin City, por causa do valor. [e ou eu compro todos, ou nenhum]. Mas a história prendeu a atenção, mesmo tendo ficado menos séria do que eu esperava e mesmo sendo muito mais longa do que deveria e, em sendo, ser mais curta do que deveria também.

Ah, e o final? Para quem já leu... Vamos dizer que seja arrogantemente poético por parte do escritor. O personagem imperdoável consegue o seu perdão, mas não das pessoas que ele esperava, e realmente estava complicado imaginar como terminaria a história sem foder com o sujeito ou sem ele ganhar uma estátua e uma tia levando um suco de limão enquanto ele ajudava com a reconstrução do mundo. "Toma aqui meu filho... Matar aquelas 15 milhões de pessoas foi feio, mas está muito calor hoje e pelo menos você está ajudando agora." Não. Qualquer final genérico para o sujeito seria um final ruim. Mas ao mesmo tempo... Mesmo gostando... A minha reação na hora foi "Ah, fala sério!"

Agora, explicando como é que eu li 40 edições de uma revista que durou 37, e não satisfeito, ainda disse que todas juntas somam 68.

A Irredeemable durou 37 edições mas teve também edição especial, com 3 histórias soltas de origens. Duas de personagens da série e uma terceira de outra revista. E há uma história em 4 partes, que 2 delas são na tal outra.
E aí entram as demais 30 das 68: a Incorruptível


Título original: Incorruptible
Edições/páginas: 30 / aprox. 670

No mundo do Plutoniano existe um vilão chamado Dano Máximo (Max Damage, e imagino que não vão traduzir os nomes no Brasil, mas se alguma coisa eu aprendi com Tom Cruise, foi dizer "Dane-se") [nã... mentira, não foi com ele não, mas lembrei disso agora e foi divertido fazer a referência], que, inicialmente, é talvez o único sujeito que consegue ir mano-a-mano com o ex-mocinho (ainda que não tão perigoso quanto o Modeus, o Lex Luthor deles).

Contudo, ele não chega a ser um supervilão, no sentido de que ele não tenta dominar o mundo. Ele é só um ladrão superforte e invulnerável. Mas também não é só um mocinho incompreendido, com amigos ruins, ele é um vilão filho-da-puta mesmo. Que mata inocentes e pronto, e também não vê problema em ajudar outros que o farão em escala ainda maior. E anda por aí com sua peituda parceira menor de idade que usa um colante preto, a Chave-de-Cadeia (Jailbait no original), que não tem poderes. E sim, ele comeu. Mas, talvez, para não ofender a sensibilidade dos leitores, em nada ela parece menor de idade. A única parte em que eu tive um leve "putz" foi na capa alternativa da primeira edição, em que o cara parece muito mais velho (quase 60) e ela parece muito menos (uns 13). A capa é essa. Em todo o resto ele parece ter uns 35 e ela uns 25.

E aí começa nossa história... O Plutoniano surta, destrói uma cidade inteira matando todo mundo... E o Max fica tão bolado, que "surta" no sentido oposto e resolve virar mocinho. Não mata mais, joga fora o dinheiro dos crimes (nem o usa para fazer o bem nem nada, porque aquele dinheiro estava sujo) e até para de comer sua parceira (que reclama repetidas vezes com ele por causa disso) por ela não ter 18 anos ainda.

E aí temos mais 30 revistas no mesmo universo, focando no Max tentando fazer o bem no microcosmos dele, a cidade Coalville, metendo a porrada em alguns antigos companheiros, ajudando pessoas que ele quase matou (umas das personagens do Irredeemable acaba realmente ficando útil nessa revista, ao invés de na outra), contando com a ajuda de um dos poucos policiais que restaram e fazendo alianças estranhas. Mas sempre pensando no bem da cidade e seguindo à risca (tentando pelo menos) seu recém adquirido código moral, até exagerando as vezes.

Algo que me incomodou um pouco foi a troca dos desenhistas. Foram 4 ou 5 ao todo, e isso ia aos poucos tirando o clima. Até a revista 4, por exemplo, parece um quadrinho normal, uma Marvel qualquer, a 5 parece tirado de um episódio de Três Espiãs Demais, e a 6 muda o estilo novamente para algo estilo o antigo desenho do Batman. Você acostuma rápido (exceto pela revista 5, que graças a deus só foi desenhada daquele jeito um vez), mas na Imperdoável os artistas mudavam de forma muito mais suave.

A quantidade de absurda de artistas fica legal nas capas. Muitas capas alternativas. Deu um baita trabalho escolher as das postagem. E de duas, passou para 4, depois para 7. Não resisti. E nem são as melhores, mas queria também variar, para não ficar Plutoniano demais. Se bem que as duas do Incorruptível ficaram parecidas, mas tinha que ter a primeira, claro, e a outra é uma das minhas preferias. Há outras muito boas, mas que na hora de reduzir a imagem ficavam ruim de entender.

Essa revista começou melhor e depois ficou mais confusa, com jeitão de revista mensal, só que sem muito tempo para as histórias serem trabalhadas. Algumas partes beiraram o incompreensível de tão corridas perto do final. E os vilões são mais galhofados também. Mas não é ruim, se você for ler a original, leia essa também. Na pior hipótese, estica a história. E os personagens fazem um rápido crossover mais para frente (ainda que não seja obrigatório ler as partes da história das duas revistas, melhora assim).

É divertida também, principalmente pela relação entre o sujeito e suas parceiras. Podem ler. Eu não vou recomprar traduzida nem encadernada, mas para quem não achar caro e não conhecer, está valendo e recomendo.

ATUALIZAÇÃO: resolvi ver se tinha algum podcast por aí falando da revista. Achei esse abaixo. Já terminei de ouvir e é bem legal. Eles leram a revista na época do lançamento pelo jeito, mas o podcast é de agora, de 2013, então muita coisa eles estão lembrando errado e não é exatamente como eles dizem, mas são detalhes bobos aqui e ali, outras coisas eles notaram que eu nem tinha percebido [foi lá que acabei de ouvir a explicação das máscaras que atualizei mais acima].
ComicPod #110 – Irredeemable
Mas atenção: o programa é spoiler do começo ao fim.
Para quem ficou curioso com as revistas, mas quer spoilers para decidir se lê ou não, fica a sugestão. Parece estranho, mas muito quadrinho, livro ou filme eu só fui ter vontade de ler ou ver depois de saber como a história terminava e, aí sim, eu dava algum crédito para ela e resolvia descobrir como ela chegou até ali. [e digitar isso deu espaço para mais uma capa. rs!! que não é das mais artísticas, mas eu gostei dela - tem o clima da revista e tem a Jailbait]

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Elisabeth Schwarzkopf

Depois de musas de TV, cinema, e video-game, estava na hora de uma musa musical.

E quem é a sujeita? Elisabeth Schwarzkopf foi uma soprano de sucesso entre os anos 40 e 70. Nascida na Prússia, começou a fazer seu nome na Alemanha em plena 2ª Guerra Mundial e logo em seguida na Áustria, onde morreu em 2006. Ela é famosa, vão no Google para mais do que isso.

Bem, ela não é bem uma musa do site porque não sabia nada sobre ela, fora o rosto em 1 única foto (a ao lado) [clique para ver a original] até alguns instantes atrás. Mas está valendo, ela pareceu ser uma mulher interessante até onde li. [e na dúvida sobre se ela era nazista mesmo ou não, eu sempre primeiro confio no que a dama disser, e como ela morreu, eu não vou poder perguntar nada a ela... assunto encerrado]. E eu também não queria criar uma tag nova.

Contudo... Não foi por isso que resolvi que era hora de postar foto de mulher novamente. Falei muitas postagens atrás sobre uma viagem que eu fiz. Estava revendo as fotos [isto é, finalmente arrumando] e passei por uma foto que eu bati de uma outra foto num teatro de Viena (novamente, essa acima; que diga-se de passagem, encontra-se a venda, provavelmente bem menor, claro, a do museu tinha quase 1 metro). Também bati uma foto da plaquinha, dando o nome das duas cantoras e no que elas estavam participando (As Bodas de Fígaro, clique para a gravação da época). A outra é a Christa Ludwig, caso interesse. Tem uma foto melhor dela com a Elisabeth aqui.

Eu bati a foto pelo meu interesse em óperas? Queria dizer que sim, mas não foi não. [apesar de sim, eu apreciar um bom canto lírico] Eu bati só porque achei ela bem bonita. E quando joguei o nome dela no Google agora, mais de 1 ano depois de feita a fotografia, eu descobri o porquê! [e vi que sou um sujeito muito previsível mesmo...]

Então, unindo várias postagens minhas num gigantesco ciclo de falta do que fazer...
Temos a postagem sobre a viagem, a postagem onde elogio a beleza de uma atriz atual, a postagem onde eu digo que vou postar mais musas em P&B das antigas, e a postagem onde eu descubro algo parecido (e uma possível razão subliminar de achar uma outra atriz muito bonita).

Pois então... Descobri que a Elisabeth é a cara da Kirsten Dunst!



E não estou sozinho, porque achei pelo menos 2 sites (esse e esse) com outros achando a mesma coisa. Ok, dois sites em toda a Internet é uma amostragem de merda. E um deles fala isso baseado na mesma foto acima. [além das duas fotos nos links, ela parece também a Dunst na capa deste disco] [adendo: se você for atrás deste disco, de 1965, saiba que ele tem um tom mais dramático do que a gravação de 1953, recomendo esta segunda] Mas pouco me importa os poucos sites. A razão da postagem foi só porque foi divertido perceber a semelhança entre elas.
E foto de mulher bonita sempre enfeita o blog.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Europa Report

Nome original: Europa Report
Duração: 1h29min  --  Ano: 2013  --  Trailer  --  Site Oficial
De: Sebastián Cordero (de Ratos e Rueiros)
Com: Anamaria Marinca (o mais próximo que cheguei de notá-la foi numa ponta de Doctor Who), Michael Nyqvist (de Arn: O Cavaleiro Templário) [bom filme], Daniel Wu (de Tai Chi 0) [putz! vi o trailer desse filme faz muito tempo e depois esqueci de checar se já tinha sido lançado! cliquem no link e vejam o trailer, show de bola!], Embeth Davidtz (de O Homem Bicentenário) [adoro esse filme!], Karolina Wydra (de Rebobine, Por Favor) [gatinha], Sharlto Copley (o ator principal do Distrito 9 e o piloto aloprado do Esquadrão Classe A), Dan Fogler (o gordinho de Fanboys) e Christian Camargo (de algum dos Crepúsculos, mas esse cara entra mudo e sai calado do filme).

Para quem estava sem um filme no estilo para ver desde Lunar... Finalmente um hard SF (uma ficção científica dura, se preferirem) decente. Se vocês gostam do estilo, parem tudo e vejam. Eu espero.
Estava eu no iO9 vendo um link, cliquei em outro parecido, do mesmo autor (acho que autora... não consegui reencontrar a página - droga! - porque agora eu queria finalmente lê-la). Estava lendo o texto e a pessoa falou algo do tipo "... isso posto, deixem-me usar Europa Report como exemplo. Se você não viu o filme, melhor voltar depois." E pronto, como o assunto estava interessante, isso foi o suficiente para me deixar curioso. Vi o trailer que não mostrava nada realmente (isso é bom!) [na verdade, o trailer até te induz numa direção meio errada, que me fez pensar em O Enigma do Horizonte] e cá estou.

Não ia esperar passar no cinema porque...Ah, não vai passar por aqui mesmo. Ainda mais que o filme estreou na internet, oficialmente, e antes! - está no iTunes e num tal de Magnolia On Demand.
Mas é isso, já vi. E vi sem saber nada sobre o filme. Excelente. Algum dia vou radicalizar e só ver filme sem saber nada.

Não tinha noção se o filme seria "todo" zen estilo Lunar, se iria degringolar num estilo Apollo 18, ou se iria mesmo dar uma de Event Horizon.
E não... nada disso. O filme não sofreu do Complexo Sunshine. O filme inteiro é como se fosse 2001 antes do HAL enlouquecer, o Lunar antes da descoberta (e como se ambos não tivessem robôs falantes) ou até mesmo o Alerta Solar antes do "zumbi espacial".

Explicando logo melhor, o filme é totalmente (na medida do possível), realista. Seis astronautas, numa nave, indo visitar Europa, o satélite de Júpiter.
No meio do caminho eles perdem a comunicação e um dos tripulantes, ficam com a séria decisão de continuar com a missão ou voltar - já que dali em diante eles estariam totalmente sós - e resolvem ir em frente. Não teriam como comunicar nada que eventualmente descobrissem, mas tudo bem, eles contam na volta.

A missão: procurar vida nos mares subterrâneos [subgelâneos?] de Europa.

E é isso. Ia escrever que o filme segue o estilo Bruxa de Blair, mas é mentira. Está mais para o Chronicle/Poder sem Limites. Em quase nenhuma cena alguém está falando para a câmera propositalmente. O filme é no esquema "gravações encontradas", mas porque tudo na nave é gravado mesmo. Claro, para não nos perturbar com ângulos esquisitos, a tal nave tem câmeras para tudo que é lado. Então você nem percebe que não tem nenhum cameraman andando ou se mexendo em momento algum - todas as cenas são gravadas de um ponto fixo; exceto quando é a visão da roupa de alguém.
E temos algumas cenas (poucas) com a equipe da Terra, pois o filme é vagamente como se fosse um documentário sobre os rolos que a missão enfrentou. Assumindo, claro, que nada ali fosse classificado como super-secreto e que nunca viria ao público.

O filme segue aquele esquema clássico de já começar no "Deu merda!", aí voltamos no tempo, vemos o princípio de tudo e como era quando tudo era bolinho, aí chegamos no estrume propriamente dito, e continua, mostrando o que aconteceu depois. Com alguns rápidos flashbacks aqui e ali.

Temos bons personagens. Nada muito caricato, mas sim, é a "tripulação ONU", temos um chinês, uma russa, sobrenomes europeus com ar de países diferentes, e uma mulher que tem nome latino e francês de um golpe só; mas, curiosamente, nenhum negro. O politicamente correto deles só foi até um certo ponto. Nada contra, claro, mas irrita quando você tem aquela sensação de que forçaram a barra para agradar a todos (ou não-ofender ninguém, nesse mundo de gente super sensível). [o que me faz lembrar da tripulação da Voyager! ô coisa ridícula tentando ter todas as variedades possíveis e imagináveis de clichês, todos ao mesmo tempo; melhor nem entrar nesse assunto.]

Mas... no mundo real provavelmente seria tanto dinheiro gasto mesmo, que todos os países participantes iriam tentar ter um astronauta deles lá.

Voltando ao assunto. Bem... Voltando ao assunto descubro que não tenho mais nada para dizer. É um filme paradão, mas que te deixa com um bom suspense. Você sabe que dará problema (ou até mesmo, sabe que já deu) e fica esperando para ver como eles acontecerão. Não só isso faz o filme passar rápido, como ele é rápido mesmo, tem 89 minutos - e nem parece que é tão curto.

A história é simples mesmo, é uma missão que teve problemas. Não dá para falar muito. Mas é bom. Bom mesmo! Ignorem o trailer se vocês viram e acharam que seria algum tipo de filme de terror. Até o Omelete chama o filme de 'horror espacial'.

E pensando agora, só consigo pensar em duas reclamações. E só uma delas posso dizer sem dar spoiler.

Eles perderam a comunicação com a Terra. Ok. Mas seria isso mesmo possível?
As Voyagers estão até hoje transmitindo e o rádio delas tem tecnologia de várias décadas. Será que numa nave inteira, peças de alta tecnologia para todos os lados, não teria NADA que alguém pudesse dizer "Ei... se a gente pegar isso, mudar aqui, falar ali e virar na direção da Terra, alguém vai captar!" E o problema nem era tempo: eles ficaram quase 1 ano sem comunicação. [importante: acabei de checar e não é tão simples assim recebermos o sinal da Voyager não. Mas dane-se! eles estão no futuro!]

Agora... Só uma dica. Quem não é nerd não vai entender. E quem é, eu não vou querer estragar o filme justo para meus "colegas de vocação". Mas não posso deixar de citar. Na hora que deu o estalo eu queria ter me virado para uma eventual namorada nerd ao meu lado, sacudido ela pelo ombros e gritado: AHA! Arthur Clarke. 2010. Chineses! [daí ela arregalaria os olhos em reconhecimento, abriria um belo sorriso e diria "Tem razão!"] [e depois ela brigaria comigo, pois depois de terminar o filme já estou aqui faz três horas blogando e lendo sobre ele] Não explica nada para quem não leu o livro, mas a inspiração pareceu bem clara.
Todavia, em nada tira o mérito do filme.

Terminando... Algumas resenhas.
A maioria em inglês, que em bom portuga não achei quase nenhuma ainda.

Europa Report... 
io9... is a space opera that gets it right. [* comentário nerd mais abaixo]
Momentum Saga... é um prato cheio para quem curte uma ficção científica plausível.
Space
: ... is a beautiful and terrifying movie.
Screen Rant: ... does manage to present a pretty good indie movie experience.
(mas foi a resenha que menos gostou. Pô, compara o filme ao Sunshine, justamente o oposto do que eu disse, rs!)
Variety: ... is a reasonably plausible and impressively controlled achievement.

[* = eles estão usando o termo Space Opera de forma errada, hein!]

E agora é torcer para ser lançado em cinema por aqui. Mas se Yamato não foi [estou devendo essa resenha até hoje], Firefly só passou em Mostras e até Scott Pilgrim penou... Todos com muito mais apelo... Um pseudo-documentário científico não deve ter lá grande chance. Com sorte algum distribuidor é enganado pelo trailer e lança achando que é um Atividade Paranormal no Espaço.


ATUALIZAÇÃO EM JUNHO/2014: acabei de descobrir que o filme ganhou um título nacional depois. Putz... É muita ofensa à inteligência alheia (ou preguiça de bolar algo diferente legal). Custava apenas ser "O Relatório Europa"? Mas nããããoooo.... O filme ganhou o detestável nome de "Viagem à Lua de Júpiter". [eu nunca o chamarei assim outra vez, está aqui só para quem procurar por este título no Google]
Putz, seria como chamar o Lunar de "Trabalhando no espaço", Alien, o 8º Passageiro de "Bicho solto na nave espacial" ou, porque não?, 2001, Uma Odisséia no Espaço de "Viagem à Órbita de Júpiter". Muito, muito ruim!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Guerra Mundial Z (o filme)

Nome original: World War Z
Duração: 1h56min  --  Ano: 2013  --  Trailer
Baseado em um livro de: Max Brooks
De: Marc Forster (de vários filmes bons e de Quantum of Solace, porque errar é humano)
Com: William Bradley Pitt [fiquei curioso de como era o nome dele] (de Happy Feet 2 e Lendas da Paixão), Mireille Enos (de C.S.I., Lei e Ordem, e mais um monte de seriados - só faltou ter estado também no Plantão Médico), Fana Mokoena (que eu achei que conhecia, mas acabei de descobrir que não), Daniella Kertesz (de séries de TV em Israel e que me lembrou muito a garotinha careca do Eclipse Mortal) [Rhiana Griffith, que ficou bem gatinha mais velha e com cabelo - no link, vejam Headshot e Chrysalis] [e gostei dos quadros dela]

A história: Zumbis! Zumbis correndo! Zumbis pulando! Zumbis escalando! E o Brad Pitt correndo deles. E salvando o mundo só porque foi forçado.

Eu diria, de cara, que esse filme teve 2 grandes problemas. Iguais a problemas que tiveram Eu, Robô e Os Outros.

O primeiro foi uma porcaria [me divertiu, claro, mas o filme poderia ter tido outro nome] porque tentou adaptar um livro com vários contos bem lentos sobre psicologia robótica e soluções criativas que os humanos precisavam arranjar, transformando tudo isso numa... correria sobre robôs assassinos.

E o problema do Os Outros foi que existiu O Sexto Sentido antes. Ambos são excelentes filmes, mas depois de ter visto O Sexto Sentido, eu passei Os Outros inteiro tentando adivinhar quem é que estava morto ali. Talvez não tivesse tido essa idéia antes.

E qual a ligação disso com o Guerra Mundial Z? Eles tentaram adaptar um livro com várias dezenas de personagens, política, dramas humanos e soluções sobre como viver num mundo infestado por zumbis em uma... correria sobre zumbis assassinos.
[ok, isso é meio redundante. e me deu uma dúvida agora: será Fido o único filme com zumbis que não são assassinos?] [na verdade, acabei de rever o trailer, eles têm zumbis assassinos lá também, esqueci do colar]

Exagerando um pouco, vale mostrar o gráfico feito pelo site The Oatmeal:

(clique na figura para a página original)

OBS: durante as filmagens, o próprio autor, que não opinou no filme, dizia que eles provavelmente só compartilhariam o título "e só!" (aqui ou aqui). Então mesmo exagerado, o gráfico acima não é só loucura de fanboy. [lendo o 2º link, fiquei muito curioso em saber como seria a versão original do JMS]

[ATUALIZAÇÃO: acabou que o filme ficou tão diferente do livro, que o próprio autor abstraiu, assistiu como se fosse alguma outra coisa qualquer e, no final, se divertiu.]

O outro problema... A "solução" que arranjaram no filme não tem nada a ver com o livro [até aí tudo bem], mas por causa de várias dicas na história, achei que a tal solução seria a mesma do Depois da Terra: o não-medo [alguma não-liberação de feromônios ou algo assim]. O que seria uma solução MUITO ruim, mas o filme deu todas as dicas que me apontaram para isso: "A principal arma da doença pode ser sua fraqueza" (não lembro bem como era a frase, mas disseram algo assim). Bem, ver aquele monte de gente correndo sem rumo me permitiria dizer que o maior problema dela seria o pânico que causa. E os 3 "imunes" à doença: um soldado corajoso, um velhinho que estava com mais cara de alzheimer de "Para onde eu vou?" do que "Zumbis! Socorro!" [ok, estou exagerando um pouco] e um moleque que 2 segundos antes estava dando porrado nos zumbis com um bastão! Três pessoas, cada uma a seu modo, destemidas.

Os Outros ainda tinha a vantagem de que o filme que o "estragou" foi um filmaço. Já o filme do Will Smith... Meh!

De qualquer forma, mesmo a solução final não sendo a coragem, a solução ficou muito parecida, o que além de não ser a melhor das soluções, tirou a surpresa que poderia ter sido. Eu não vi a conclusão deles e pensei "Puxa, que criativo!, até este momento nem tinha pensando em nada assim!", o que eu pensei foi na linha do "Ah, já esperava por isso... é igual aquele filme nota 6 que eu vi mal tem 2 semanas...". Pena.
Por falar nisso, deviam guardar alguns zumbis para uso em hospitais. A velocidade com que eles, que passavam correndo em velocidade de maratona, conseguiam identificar os indesejados, seria de grande uso médico:
"Doutor, eu vou morrer?"   "Hummm.... Venha comigo. Temos um zumbi no laboratório para esses casos."   "AAHH! Doutor! Ele tentou me morder!!"   "EXCELENTE! Pode ir para casa, Dona Maria, que você ainda vai enterrar todos nós!"

Isso posto, o filme é bem legal. Tem seus altos e baixos, tem horas que ele dá umas paradas que deviam existir, para o filme não ficar só na gritaria, mas pareciam muito bruscas. O jeito que deram para fazer o cara "contar" histórias de vários locais do globo foi interessante pelo menos: ao invés de ser como no livro, que é um documento sobre o pós-guerra, aqui o sujeito precisa dar uma de Jack Bauer através do globo, atrás de pessoas que podem ter uma dica de como resolver o problema dos zumbis; porque se ele nem tentar, perde apoio dos militares americanos que protegem sua família. Um pouco menos verossímil, mas valeu.

Até esperava que a solução, para adaptarem a 'globalização' que é o livro, seria num esquema Highlander: muitos flashbacks! Mostrando o que aconteceu durante toda a duração da guerra, de muitos e muitos anos.
Taí, outro problema do filme. Que eles quase evitaram* (já falo nisso), mas não rolou. A história no filme é muito rápida! Deu merda, mocinho foge por uns 3 dias, viaja de avião pelo globo sem nem parar pra jantar, dorme 2 dias, tem uma idéia, e espalham a idéia pelo mundo. Ok, como a idéia não é nenhum tipo de 'supervírus anti-zumbi', ainda dará muito trabalho se livrar de todos eles, serão anos e anos do planeta saindo da merda. Mas no livro... Foram anos e anos do planeta afundando na areia movediça de bosta.

Algo que lembrei e que achei legal também foi que eles, como no livro, deram uma zoada na Coréia do Norte; inventaram uma outra maluquice até mais "crível", mas ainda assim ridícula o suficiente para ficar óbvio que estão só sacaneando e pronto, sem estarem preocupados em manter o clima sério. Algo rápido e bobinho, de zona, mas gostei.

Ah, o asterisco. Aqui em inglês: Movies.com ou numa tradução (bem estranha) do Omelete. No final original a história daria um pulo de vários anos, descobriríamos que o cara, numa ida à Rússia, teria sido forçado a trabalhar no exército de lá e passaria muito tempo até ele conseguir voltar para a casa.
O pior é que eu não sabia disso quando fui ver o filme, e realmente achei estranho o fato do cara NÃO ir para a Rússia, porque num dos trailers eu tinha a impressão de que ele não só iria para lá, como seria lá a solução do problema.

E aí você até pensa: pô, ele podia ter fugido antes... E aí eu te relembro: zumbis maratonistas! Zumbi normal, de repente, até eu encarava de fugir deles. Seria só uma questão de manter o fôlego [ha!] e evitá-los. Esses não...
Nessa opção de final teríamos uma sensação de merda mais duradoura. Já como acabou o filme na sua versão exibida, por mais que já estejam falando em trilogia [sempre trilogia! ô mania...], eu acho que parando ali, seria um fim bem melhor. [e em algum site que eu não localizei mais - de repente era mentira então - parece que já estão pensando até numa série de TV... Mas no IMDB já consta o ator em The Zombie Survival Guide...]

Eu sei, eu sei... Estou doido para ver mais zumbis correndo feito loucos! Ainda mais que esse filme teve censura infantil e mal teve sangue. E por mais que estejam abusando, eu gostei dessa moda do TUUUMM! nas trilhas sonoras.
Mas mesmo assim, numa visão puramente "artística" da coisa, a história, por mim, fechou. De forma piegas e com a porcaria da frase pronta que eu detesto, mas fechou. [putz! fazem 2 anos desde Padre e ainda detesto a tal frase. ainda não deu tempo suficiente para ela descansar.]

E algo bom, que geralmente eu reclamo, mas para tudo há exceção... Como sempre, agora o livro foi relançado... com o cartaz do filme como capa! A notícia não é ruim desta vez porque a capa anterior parecia de livro infantil [leiam a mais nova aventura: Ursinho Puf e os Mortos Assustadores!] e, além dos vários cartazes do filme terem sido bons, usaram um que é uma foto distante, onde predomina o bege, meio verde musgo, que lembra carne podre... gostei. Claro, há cartazes ruins. Escapamos de não só ter o Brad Pitt na capa (cartaz no alto), como toda a família. [comentário nada a ver: esqueci essa postagem em rascunho, aguardando uma revisão, e nesse meio tempo eu fui na Bienal. Lá eu quase comprei a versão antiga do Campo de Batalha Terra SÓ para não ter mais o livro com a cara do John Travolta na capa... Mas repensei por 3 segundos e eu sabia que não jogaria fora nem daria o que eu já tenho, e não é um livro bom a ponto de ter dois... Mas foi uma tentação.] Também escapamos de algum ufanista da editora querer usar o cartaz "localizado" e termos zumbis escalando o Cristo, o prédio da Coca-Cola e mais alguns na enseada de Botafogo.

Bem... Agora é torcer que algum outro estúdio resolva filmar Day by Day Armageddon, mas respeitando o livro dessa vez, com todas as suas reviravoltas. Pô, são 3 livros na verdade, já têm até a trilogia pronta.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

I shall play you the song of my people

via: SpaceBattles.com / Cool Picture Thread 6

Não quero saber se a piada é velha (descobri que começou em 2007 tentando achar a fonte da imagem acima). O fato é que eu olho para isso e rio. E é melhor do que ficar olhando o cartaz do Depois da Terra como última postagem. [fui parar no link procurando imagens para a postagem do Into Darkness, e virou missão olhar o tópico inteiro]

sábado, 8 de junho de 2013

Depois da Terra

Nome original: After Earth
Duração: 1h40min  --  Ano: 2013  --  Trailers: 0, 1 e 2
[os trailers têm várias cenas que foram cortadas]
De: M. Night Shyamalan (de O Sexto Sentido e A Vila)
Com: Will Smith (Um Maluco no Pedaço), Jaden Smith (o Karate Kid 2010), Zoë Kravitz (a garota-borboleta do X-Men: Primeira Classe) [sim, é parente do Lenny] e Sophie Okonedo (de Æon Flux).

A história: nave cai no planeta, papai quebra as pernas, e filho precisa achar o sinalizador para pedir ajuda - que por sua vez está em outra parte dos destroços, à 100 km de distância. E ele precisa fazer isso logo, porque só tem 4 dias de oxigênio reserva e a floresta está cheia de bichos homicidas.

Detalhe, o conceito originalmente concebido era o mesmo, mas sem ser no espaço. Seria só uma floresta normal, um acidente normal e, sei lá, o garoto provavelmente ia buscar o rádio. Todo o resto do filme é puro enfeite high-tech.

Então... Eu quase não fiz essa postagem procurando o que dizer. É um filme legal, mas... É só um garoto correndo pela floresta, vencendo alguns medos, belos cenários, aí inventam toda uma sub-história sobre uns monstros alienígenas só porque provavelmente não teria nenhum bicho terrestre divertido o suficiente para usar. E porque ao invés de só mostrar o garoto ficando corajoso, é muito mais óbvio para o telespectador tapado mostrar que, quando ele finalmente queima o seu cosmo, o monstro fica até burro, olhando para os lados... "Cadê você? hein?" [porra de ETs burros, que não souberam criar um assassino mutante mega poderoso... com olhos!]
E claro, você começa o filme sabendo exatamente que essa será a cena final. O moleque matando o bicho fazendo pose de "Sou foda! Estou na sua cara e você nem me vê!" É um filme com absolutamente nada de surpresa. Talvez a águia, mas nem tanto. Eu estava com a impressão de que ela surgiria no final, ajudando o garoto contra o monstro. Pelo menos teve uma piadinha no fim, ao invés de só ficar no abraço.

Outra coisa ruim é que o Will Smith estava estranho no papel. Ok, ele é um pai que ficou meio endurecido e fora de prática. Mas exageraram. Quando o garoto anuncia no começo do filme que "Ele foi o primeiro fantasma", a primeira coisa que eu pensei foi "Ah! Ele é um clone então! Explica não saber sobre emoções.", a impressão errada durou poucos instantes e aí voltei a achar ele só ranzinza até demais.
Sobre isso, o próprio Smith declara que o personagem não era um bom exemplo paternal.
Ah, e a "mensagem ecológica" também ficou meio forçada.

Algo legal sobre o filme é o visual da tecnologia humana - tudo parece feito de ossos ou de bambu, com muito pano para todos os lados. A "espada retrátil que não é de luz" também é um conceito interessante, mas não é novidade deste filme (nem do Sulu no novo Jornada nas Estrelas), acho que a primeira vez que vi isso foi num filme vagabundo, destes pós-apocalípticos, acho que com Patrick Swayze, e alguém no filme tinha uma espada ninja retrátil. Mas acabou que no filme, toda aquela conversa de "essa espada tem 22 configurações" não foi usada realmente... Imagino se isso não foi dito lá já pensando nos usos que ela terá num eventual desenho animado ou nos livros (que já existem até em português). No filme ela foi usada como espada, como foice (uma espada torta) e como... uma espada maior. Ok. Eu não teria perdido meu tempo fazendo a espada do garoto ter vários formatos.
Por falar nisso, qual o problema deles com revólveres? Por mais que o monstro fosse imenso, se o moleque matou ele com duas estocadas a queima roupa, imagina o que não faria com uma Uzi! Eles estão no futuro! Devem ter inventado alguma arma melhor do que um facão!

Pelo menos no futuro a humanidade passou a usar Quilômetros ao invés de Milhas. Com sorte, esse tipo de mensagem "subliminar" convence os americanos a largarem as unidades imperiais algum dia.

Mudando de assunto, ainda estou tentando entender o que é que reclamam tanto desse filme associando ele à cientologia. Bem da verdade, nem no A Reconquista eu vi nada de propaganda cientóloga (?) no meio. Ok, foi um filme horroroso baseado num livro ruim escrito por um idiota (vulgo: o fundador da seita). Mas... e daí? Nada no filme estava me dando "lições de moral cientologistas" nem tentando me convencer de nada, ou sutilmente passar as ridículas doutrinas deles para mim. E mesmo que fizesse... Grandes merdas também! As Crônicas de Nárnia joga metade da Bíblia na nossa cara e ninguém reclama. A Viagem é uma baita viagem kardecista e também não ligo. Eu não ligo para nada!... Desde que o resultado final seja bom. (ou aceitável pelo menos)
Pô, um dos argumentos que eu li associando o filme a Cientologia é porque tem uma cena num vulcão! Porra, meu filho! Sabe o que também tem vulcão? O Havaí! [malditos tocadores de ukulelê... eu sabia que estavam tramando algo!]

Tem gente reclamando (e dizendo que é coisa de cientologia) até do slogan do filme, que achei tão legal. Parece saído de uma revista do Lanterna Verde: "O perigo é real. O medo é uma escolha.". Como se isso não fosse bem parecido com a famosa frase de "Nada a temer, exceto o próprio medo", que é de ninguém menos que o Roosevelt! Quero ver americano falar mal dele...

Não vi ainda ninguém reclamando que o nome do personagem do garoto (Kitai) é "China" em vários idiomas. Deve dar para criar alguma teoria conspiratória com isso também...

Bem, foram duas horas divertidinhas, passatempo interessante. Não é um grande filme, é todo esburacado, mas não merece todas as críticas ruins que estou vendo. Podem ver desde que vocês estejam tranqüilos sabendo que o filme são 90 minutos do filho do Will Smith fazendo cara de choro, correndo pela floresta, e o pai agindo de forma babaca. E aí no final eles se abraçam na tradicional cena de "Estou orgulhoso de você, filhão!".
Era só isso mesmo que eu esperava pelo trailer. Então tudo bem.

E se você já viu, por favor, o FAQ sobre o filme, do iO9 é imperdível.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Jornada nas Estrelas: Além da Escuridão

Nome original: Star Trek Into Darkness
Duração: 2h12min  --  Ano: 2013
Trailers: 0, 1 e 2
De: J.J. Abrams e amigos (de Lost e Fringe: Roberto Orci, Alex Kurtzman e Damon Lindelof).
Com personagens de: Gene Roddenberry
Com: Chris Pine (de O Diário da Princesa 2), Zachary Quinto (de Heroes), Zoë Saldana (de Piratas do Caribe) [e com trema, por favor], Karl Urban (de Doom e Dredd), Simon Pegg (de Chumbo Grosso), John Cho (de Harold & Kumar), Anton Yelchin (de O Exterminador do Futuro: A Salvação), Benedict Cumberbatch (de A História de Stephen Hawking), Bruce Greenwood (de Rambo e Treze Dias Que Abalaram o Mundo), Peter Weller (o Robocop), Alice Eve (de Homens de Preto 3), Jason Matthew Smith (é bizarro, parece que todos os nomes que eu jogo no IMDB estiveram em Plantão Médico, CSI, ou ambos), Noel Clarke (de Doctor Who) [na hora do filme eu não conseguia lembrar de onde o conhecia], Nazneen Contractor (a esposa do personagem do cara anterior) [sim, ela está aqui na lista só porque é bonita, as seguintes também], Jodi Johnson (a loirinha sem nome que aparece em close no final do filme e que está no cantinho desta foto) [pior que essa não é a mesma loirinha de cabelo curto do 1º filme...depois vou descobrir o nome da outra também] e Katie Cockrell e Kellie Cockrell (as duas mulheres-gato) [elas são irmãs gêmeas e dançarinas... fiquei então curioso em vê-las sem maquiagem e dançando, mas não achei nada realmente linkável, contudo...  fui parar nesse vídeo que elas participam:  Thanks, Smokey! [bizarramente divertido!] que me levou à isso: Zoochosis. Com mais vídeos bem divertidos. Não vi todos, mas acabei de perder uma boa meia hora no site]

[e pronto! Essa foi a busca por nomes e referências mais longa da história do blog - mesmo estando tudo à mão no IMDb, eu acabo perdendo um bom tempo pesquisando por diversão. Acho que levou mais tempo que o texto abaixo]

-- A propósito, podem ler tranqüilos, texto SEM spoilers.

Ok, não consegui pensar numa tradução muito sonora para "Into". "Adentro"? Éééé... Não. Muito ruim. Então vou aceitar o "Além". Mas Star Trek em português é o cacete! Tínhamos que fazer igual os russos, que quase conseguiram mudar o nome do filme no país. Lá, ao invés de continuarem usando Звёздный Путь (Caminho Estelar, que é uma tradução até mais correta que a nossa), passaram a usar Стартрек, que seria como, aqui no Brasil, o filme ser chamado Estartrequi. Quase deu briga.
Mas a vida continua... Só queria, novamente, reclamar disso. [e aproveitando a deixa, do Super-Homem agora ser Superman também, e até o Ursinho Puf não é mais Puf!!!]

Mas vamos começar os trabalhos...

A história: atentado terrorista, matam um amigo do Kirk, e ele se oferece para partir para a porrada. E aí temos algumas reviravoltas, alguns personagens conhecidos aparecem, uma garota aparece em roupas íntimas por nenhum motivo [não que eu não tenha gostado, mas a cena poderia ser igual sem mostrar a garota, bastava mostrar a cara de safado dele virando e algo o atingindo], algumas falas são reaproveitadas dos filmes clássicos, e termina todo mundo feliz apesar das centenas de mortes.
Ok, eu sei que parece que eu estou de má vontade com essa introdução, mas isso é basicamente o que está no trailer. Se eu começar a explicar muito, deixa de ser sinopse e vira resumo.

Acho que não posso ser considerado um "fanboy". Não compro uniforme, não tenho maquete, não sei como funciona os motores da nave, nem quantos andares ela tem, e nem onde fica o banheiro. E justo eu, que adoro ler, os únicos livros que tenho que "abordam" vagamente o universo de Jornada, são todos paródias de alguma forma. Exemplo: link.
E mesmo levando em conta livros que eu li mas não tenho, só li 2 deles até hoje. "Crime em Vulcano", que pareceu um bom episódio da série clássica e outro, que li na mesma época (uns 15 ou 20 anos atrás), e pelo jeito não causou boa impressão, porque não lembro nada (acho que era da Nova Geração). E fui atrás também de ler um conto, sobre uma versão da Enterprise 1 milhão de ano no futuro (sim, o conto realmente se passa nessa época, por isso que fiquei curioso): o Our Million-Year Mission.
Pensando bem, agora em retrospecto, eu li os dois quadrinhos com encontros dos X-Men com Jornada nas Estrelas. E li os 2 prólogos em quadrinhos dos filmes novos.
Mas pronto! Pára aí.

Mas mesmo não sendo um fanático, sou um grande fã. E eu gosto do reboot. Já li muita coisa de fã das antigas revoltados, mas eu não consigo. Eu noto tudo que eles dizem também... Mas eu me divirto com os filmes, então está bom. Sendo assim, não iria conseguir resenhar o filme direito. Meu lado fanboy ia deixar a resenha toda de "E aí... Ele faz isso... E... Êêêêêê!... muito legal a cena. E aí, o cara fala aquilo... igual ao filme antigo... Êêêêê!... muito maneiro!"
Pois é, seria ridículo. Comprometedor mesmo.

E esse filme deve ter 2 trilhões de resenhas que vocês encontraram antes de chegar aqui. Não terei muito a acrescentar.

Então... Só me resta fazer rápidos comentários sobre rápidas coisas que não gostei. Que, todavia, não diminuem em nada o filme, pipocão de primeira qualidade.

Lensflare! Depois do primeiro filme eu ouvi muita gente reclamando disso. Mas fora eu ter achado a ponte muito brilhante, deixei passar. Bem da verdade, nem conhecia o termo antes de ver gente reclamando depois de já ter visto. Aula rápida do que é lens flare: esse vídeo. Se o vídeo tiver saído do ar, fiquem com essa imagem. Notaram algo de diferente nas cenas do vídeo ou da imagem? Pois é... É o dito cujo. O reflexo na lente, numa tradução que nem sei se está correta.
Pois bem... Desta vez eu não consegui não parar de notar tudo brilhando. Tudo brilhava! Brilhos de todos os lugares! Brilhos fortes! O sujeito podia estar coberto de piche, rolando sobre farofa, numa caverna, no lado escuro da Lua... E teria algo brilhando em cena.

Segunda vez que tem cena de mergulho no espaço. Pô, nem passou um filme e já estão fazendo referências ao primeiro! Pelo menos teve piadinha. Quase qualquer cena é perdoável se tiver piadinha ou ela se auto-sacanear. Mas cacete... Esse é o segundo e já estão "repetindo" cena!

Segunda vez que tem a nave saindo das nuvens. E a terceira também, se contarmos que no mesmo filme ela sai da água, que é bem parecido. Ok... Quem eu quero enganar? Eu quero cenas da Enterprise saindo de dentro de alguma coisa, subindo, ou aparecendo aos poucos em todos os filmes. É sempre uma cena muito bonita. Mas... come on!! É o segundo filme, e o cara não pára de roubar cenas do primeiro! Por falar nisso, porque a nave estava dentro da água mesmo?

Vai ser azarado e/ou bom de mira assim no inferno! Temos uma nave... Nos confins do espaço (ok, perto da Lua, mas é bem  longe), e aí ela começa a cair, de forma aleatória, na direção da Terra. Aí tem outra nave, toda ferrada, que resolve que não vai morrer sozinha e resolve se camicazear em cima da sede da Frota Estelar. Linha reta, eu presumo. Milhões e milhões de quilômetros... [mentira, 380 mil km daqui até a Lua] E adivinha quem a nave camicaze quase atropela?

Aproveitando essa cena... tem uma cena no filme que o cara diz que eles não detectaram nenhuma nave saindo do sistema solar. Note o negrito. Eles têm a capacidade de notar algo acontecendo em algum lugar do sistema solar, que é, assim... uma bolotinha no espaço... com só 18 TRILHÕES de quilômetros (o valor é esse mesmo!) de raio! RAIO! De diâmetro é o dobro! E aí tu faz a conta da área, que eu não lembro, e tenta conceber!! E eles não conseguem perceber (e nem mandar ajuda) 2 naves quebrando o pau em órbita! E não me venham com a desculpinha de que todas estava em missão! Planeta-Sede da Frota Estelar, a ONU do Espaço, tem que ter, no mínimo, uns guardinhas.

Explicação sobre o vilão. Achei muito corrida. Será que os não fãs entenderam o peso do personagem. Uma coisa é citarem o [spoiler]. Quem nunca ouviu falar, não viu TOS, ou nem leu a série em quadrinhos atual nem percebe. E nem faz diferença. É só um "Oi, fãs!" perdido lá no meio. Assim como a garota ser a Carol Marcus. [para quem não sabe, no universo pré-reboot, ela será a mãe do filho do Kirk]
Mas o vilão... Pedia uma cena um tiquinho mais longa ou mais dramática. Para dar o peso merecido. Não precisava entrar em detalhes... Mas sei lá... Achei corrida. É o máximo que posso dizer sem começar a entregar.

Por falar na série em quadrinhos, que foi feita para ser o prólogo do filme e ele, obviamente, deveria respeitá-la... O Kirk fala que não perdeu nenhum homem sob o comando dele. Hum... Lembro de 1 morrendo no quadrinho pelo menos. Eu vi, hein!

Muito fácil invadir uma nave espacial. A Carol Marcus ainda pode ter falsificado a documentação... Mas o Scotty? Chegou voando numa instalação secreta da "CIA" da Federação... E ninguém notou?! Que porcaria de segurança é essa? Depois ele simplesmente entra na fila indiana! E aí invade tudo, assim, mole mole? Imagino ele passando pela segurança da instalação super secreta! [que nem tem um radar!]:
"Ei, quem é você? E porque sua nave é diferente?"  "Eu sou o... John! E... minha esposa bateu a outra nave"  "Ah, claro, temos um John. E mulheres, né? hahahah"  "Hahahaha" "Próximo!" -- É, não rola. O pior é que eu sem querer acabei de "refilmar" uma cena de Jornada nas Estrelas VI. É... então de repente rolou.

Super-teletransporte. Ok, agora eu vou subir o nível de nerdice bem alto... Mas pô! Li por aí [Trekbrasilis] que isso é melhor explicado na novelização do filme, mas mesmo assim, putz!, abusaram! No primeiro filme uma das soluções de última hora é o Kirk se teletransportar para uma nave, voando no meio de espaço, acima da velocidade da luz...Soltaram o foda-se! E aí agora... nesse... o cara se teletransportou da Terra para... outro planeta... de OUTRO SISTEMA SOLAR! Putz... putz... Demais! Quero nem saber se no livro não foi bem assim... No filme, que é o que eles nos mostraram, foi! Eles podiam ter colocado o cara pousando uma nave, saindo de uma sala e olhando a paisagem... Mas nããããão... Façamos o cara se teletransportar e pimba! Está lá! Pra quê usar naves então? [a novelização não importa!]
No próximo filme qual será? Outro salto espacial, outra nuvem, e aí... teletransporte para outra galáxia!

A Engenharia. Sou só eu, ou mais alguém acha que a Seção de Engenharia da nave é absurdamente grande? Eu não consigo colocar, mentalmente, aquele cenário todo dentro da nave. E neste filme ainda descobri que a nave tem passarelas com abertura para você ver os andares de baixo, igual um shopping mall... É... depois terei que ir pro lado nerd da internet e procurar um mapa ou um corte lateral da nave (algo tipo isso ou isso). Acho que só não consegui ainda desapegar do tamanho da original, que essa chupinha, mas, oficialmente pelo menos, é muito maior. Ainda assim, ela não parece ter, por fora, a enormidade de espaço que os roteiristas dizem que ela tem por dentro. No próximo filme é capaz de ter um zoológico lá. Ou descobriremos que "It's bigger in the inside!" [não vou linkar essa referência não. se você não pegou, não merece!]

E é isso. Não vou nem linkar muitas resenhas, achei uma que eu concordei e pronto:
Vulture: Bombarded Into Happiness (OBS: tem spoilers!)
E ele chamou a atenção para um detalhe importante: realmente, no reboot, o Spock é tão emotivo, que o Dr. McCoy perdeu a utilidade. Só serve para soltar frases e mais nada.
Resumindo a resenha dele, o cara diz que o filme é desajeitado e não faz sentido, mas que ele foi "bombardeado até a felicidade". [ó a porcaria que é traduzir "Into" aí de novo...]
Pois então, o filme é isso mesmo.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Se Beber, Não Case! - Parte III

Nome original: The Hangover Part III
Duração: 1h40min  --  Ano: 2013  --  Trailer
De: Todd Phillips e Craig Mazin (ambos, sem nada de bom no currículo)  --  Com: Zach Galifianakis, Ken Jeong, Bradley Cooper, Ed Helms e John Goodman.

É nessas horas que eu penso "Devia usar o Twitter..." [mas nunca vou, porque tenho mais o que fazer da vida], é que essa postagem não deveria nem existir... Mereceria, se muito, uma tuítada.
No dia seguinte à ter visto o filme, conversando com minha mãe (que é mais chegada em filmes franceses, iranianos e esse tipo de coisa), ela perguntou o que foi que eu fora ver, eu disse, e ela comentou que não faz o estilo dela. Concordando, neste momento eu soltei a frase que servirá como toda a minha resenha sobre essa absoluta perda de tempo: "Eu não esperava que fosse bom, mas não esperava que fosse tão ruim." [podem contar, isso cabe em bem menos que 140 caracteres]

E é isso que achei do filme. Ficou só antes do Super Heróis - A Liga da Injustiça (Disaster Movie), sendo agora a 2ª pior comédia que já vi na vida. [e eu vi As Branquelas e a quase todos os filmes do Eddie Murphy depois que ele deixou de ser engraçado] Vejam bem... Existem comédias ruins, são aquelas em que você ri pouco. Mas precisa ser uma colossal porcaria para eu passar a duração do filme inteira SEM SORRIR! Rir mostrando os dentes já seria até demais... Mas nem sorrir eu consegui. Sabe... Aquele ligeiro espasmo pros lados da boca, que não salvaria o filme, mas pelo menos teria melhorado meu humor pela duração de 3 segundos... NADA! Nem isso. O filme tem apenas duas coisas boas: Heather Graham e Jamie Chung. É sempre bom revê-las. Mas é só! Dois minutos do Google Imagens também resolveria.

O pior é que na sessão em que eu estava teve até aplausos! O que essa gente têm na cabeça? Sei lá... o errado deve ser eu. O jeito é dar uma de Sheldon e torcer para algum dia aparecer uma Nave-mãe e eu descobrir que cresci neste mundo por acidente. [mas eu continuaria por aqui, tem coisas boas]

Eu não consegui achar o 1º filme a melhor coisa do mundo depois da invenção do pão francês, como meia internet (e praticamente todos que conheço) acharam. Mas tinha lá seu mérito. Achei o segundo bem fraco, só repetindo o 1º em outro cenário (e dessa vez pelo menos a humanidade concorda comigo, apesar de ainda terem achado engraçado), mas eu tinha alguma esperança que o terceiro acertasse. Mudasse o tom. Sei lá. Dessa vez nem tinha ressaca (o que meio que invalida o nome o original do filme...), então pelo menos tentaram inovar. Mas não deu certo. Muito ruim. São R$ 15 e 2 horas da minha vida que não tiveram propósito. Eu não consigo achar o personagem do gordo engraçado. E o Mr. Chang do Community até fica melhor nesse filme, quase sério e com um humor menos histriônico, mas eu também não sou grande fã dos papéis dele.

O pior é que eu tinha a opção de ter visto Faroeste Caboclo. Eram os dois únicos filmes (teoricamente) interessantes passando. Ainda bem que não freqüento o hipódromo, sou péssimo com apostas. Tinha também o Jornada nas Estrelas 2 (o "lindamente" traduzido como Além da Escuridão - Star Trek), mas só tinha ingresso bom para dois dias depois.

Esse filme é tão ruim, que perdeu até uma pequena chance de se redimir... O filme começa a girar com os amigos normais do gordo barbudo querendo que ele se comporte e aja como o quarentão que é, e não como uma criança mimada. No meio do filme eles conhecem uma gordinha mal-educada que não trata bem a própria mãe (beirando o desleixo criminoso contra o idoso) a ponto de ser banida dos cassinos; e rola um certo clima dela com o barbudo.
O filme anda e, no final, depois dele tomar um certo choque de realidade e aparentemente adquirir uma certa maturidade, ele resolve voltar à loja. Achei que nessa hora, quando a gordinha fosse toda feliz na direção dele, ele esticaria o braço e diria algo naquele estilo de "Não! Você é mal-educada e mal-agradecida! Você precisa começar a tratar a sua mãe como um ser humano! E precisa parar de comer esses pirulitos!" E aí sairia de lá com a cabeça erguida. Finalmente, agindo como um adulto.
Não. Ele a pede em casamento.

O que tivemos então foi um filme de humor onde nada é engraçado. E um filme sobre crescimento pessoal onde o personagem não cresce. Só me resta pedir desculpas ao Faroeste Caboclo por ele ter ficado em segundo lugar na hora da escolha. Desculpe.