domingo, 22 de janeiro de 2012

As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne

Nome original: The Adventures of Tintin
Duração: 1h47min  --  Trailer 1  --  Trailer 2  --  Ano: 2011
De: Steven Spielberg e Hergé, com Steven Moffat (de Doctor Who) entre os roteiristas.
Com vozes de: Jamie Bell (o saltador coadjuvante no Jumper), Andy Serkis (Gollum), Daniel Craig (o 007 da vez) e outros.

Hummm... Fora saber que existia, nunca soube nada sobre o Tintim. Lembro da polêmica quando ficaram reclamando que uma das histórias do personagem devia ser banida ou modificada por ser racista... Algo parecido com a celeuma recente com o Monteiro Lobato por aqui. Babaquices de gente ignorante. Ignoremo-los. O desenho animado então, descobri só agora que existia e passava na TV Cultura nos anos 90. [mas já era velho nessa época e acho que no Rio ainda não existia esse canal]

O filme é bom. Divertido. 3D excelente. Correção... CGI excelente. Falar 3D como sinônimo caiu em desuso... As imagens feitas em 3d [aha!] estão excepcionais. A pele dos personagens está quase humana. Muito bom. Mas aproveitando o embalo... o 3D-de-colocação-de-óculozinhos... Tá muito bem feito, claro, mas não sei se vale a pena fazer questão de vê-lo desta forma. Havia cenas, principalmente as no mar, durante o dia, com um incrível céu azul, que eu preferia tirá-los da cara por alguns momentos e curtir a paisagem. Projeção de filmes em 3D precisam seriamente bolar um jeito da imagem com óculos ter as cores originais. Não sei se bastaria projetar de forma mais iluminado (forçar que a imagem seja mais brilhante), ajudaria, mas você continuaria estando de óculos escuros, então o céu azul continuaria não sendo muito bem azul... E em cenas escuras (o que não foi o caso deste filme) estar de óculos escuros não ajuda nem diverte mais em nada (na batalha final do último Harry Potter tinham horas que eu não entendia nada do que estava acontecendo, só via as explosões).

Voltemos ao filme. O humor é meio antiquado. Diverte, mas possivelmente agradará mais aos miúdos. Não que o filme seja de humor, então não posso reclamar, mas já que eles resolveram fazer piadas aqui e ali, eu esperava ter rido um pouco mais. A história é simples e interessante, boa para uma aventura que parece uma mistura de de Lois Lane com Jack Sparrow. Vamos a ela resumidamente: ... sabem duma coisa? acabei de apagar o resumo que eu estava escrevendo. Além de não estar muito resumido, você fica sabendo bastante coisa pelo trailer já. E é o tipo de filme que não vale contar a história. Não deixa de ser uma aventura investigativa, não posso sair dizendo que o mordomo é o assassino.

O filme merece uma nota 9. Podem ver sem medo. As locações (ainda que fabricadas no computador) são belíssimas, há ótimas cenas de ação e a história não é exatamente complexa, mas consegue ter suas surpresas. Interessante que há morte no filme. Ok, não tem uma gota de sangue no corpo (só no chão depois), mas a gente deixa passar. Assim como o fato do Tintim usar arma mas não atirar em ninguém. Já deve ter sido uma decisão difícil (nesses tempos de walkie-talkies em E.T. O Extraterrestre) permanecer fiel aos quadrinho antigo. Então tá tudo bem. E sobre as cenas de ação, destaque para a batalha naval. Extremamente divertida; sem respeitar algumas leis da física, mas eu nunca fiz questão disso. E destaque menor, mas ainda destaque, a briga dos guindastes. Estranhamente, acho que nunca pensaram nisso antes. Não lembro de ter visto.

Algo que incomoda na versão legendada é que o filme é americano, e os nomes foram adaptados para lá. Incomoda bastante ver o Dupont sendo chamado de Thompson. Dá uma certa confusão. Mas gostei de não terem "acertado" isso. O nome original e o nome usado no Brasil foram esse, então tem mesmo que manter. Até mesmo o bizarríssimo "Licorne" do título. Licorne é unicórnio em francês. Simples assim. [eles também tem a palavra unicorne, mas é menos usada]  Mas na época do quadrinho não traduziram... Então, tarde demais! Estão certos de não fazerem isso agora. E isso não afeta em nada a história, verdade seja dita.

Mudando do filme para a sessão em si, se você não quiser impressionar (ou abraçar melhor) a namorada, não imagino motivo para quererem ver no tal UCI Delux. Resolvi testar. De cara... bancos de couro no verão não são uma boa idéia. A sala devia estar bem mais fria no começo da sesssão, e não ir melhorando as poucos. Ter uma entrada bonitinha, com cara de sala vip... Agradar o cliente é obrigação, é não um serviço - então não me cobrem a mais por isso. E a cadeira é mesmo confortável, dá pra se esticar ou cruzar as pernas sem medo de chutar ninguém. E tem um treco para apoiar as pernas, mas não usei. Ah, mas ela é tão fofa que afunda um pouco demais, então baixinhos correm o risco de terem que sentar com a coluna mais ereta que o normal para o banco da frente não tapar o fundo da tela [é sério, eu fiquei na raspa. devia sentar com uma postura melhor, eu sei, mas sentei da forma 'normal' que se senta num cinema]. Mas daí a cobrarem o *dobro* por uma cadeira melhorzinha? Não!
Fiquei com a impressão que como cortaram metade dos lugares, resolveram cobrar o dobro e pronto. Para darem uma de chiques sem perder dinheiro. Que é o que interessa eu sei, mas mesmo assim... Em suma: é uma sala de cinema para quem tem dinheiro para gastar (e aí, gastar R$ 9 ou R$ 50 tanto faz) mas ainda prefere ir ao cinema ao invés de assistir no telão da sua cobertura [no dia que eu for rico, serei assim, eu não abro mão de cinemas!], não é uma sala em que você paga um pouco a mais para ter algo mais - você paga MUITO mais só para esticar as pernas e não disputar apoio de braço (e ter uma mesinha na sua frente, mas o banco afunda tanto, que apoiar uma Coca ali corre o risco de ficar na frente do filme. acho que ainda prefiro o esquema de um buraco na frente do apoio de braço).

E é isso. Postagem fazendo jus ao título do blog, porque falei muito sem falar nada.

Resenhas decentes: Judão e Cinema com Rapadura
Críticas curtas variadas: também no CCR
E para não ficar só no elogio: Screen Rant (em inglês)

Ah, e para os que ficaram curiosos como eu, o cachorro é um Fox Terrier e não Schnauzer branco - que foi minha teoria durante o filme, sem nem saber que eles existiam de verdade.

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