terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Imaginários - Volume 1

Organizado por: Tibor Moricz, Saint-Clair Stockler e
Eric Novello  --  Com contos de: Gerson Lodi-Ribeiro, Giulia Moon, Jorge Luiz Calife, Carlos Orsi, e outros.
Editora: Draco  --  umas 130 páginas  --  Ano: 2009
11 contos  --  ISBN: 978-85-62942-00-6

Depois de ter lido o Ficção de Polpa v.1 alguns posts atrás, resolvi tomar vergonha na cara e ler o Imaginários v.1, a anos aqui na estante. Como assim? Lendo a concorrência antes do "original"?! [na verdade, o Polpa foi lançado uns 2 anos antes, mas eu só fui conhecê-lo faz algumas semanas, via um Volume 2 perdido nas prateleiras de uma livraria... Aí eu levei aquele susto de "como eu nunca ouvi falar?" e fui atrás dos demais. Já o Imaginários eu acompanhei o surgimento através de algumas listas de emails, daí ter comprado assim que saiu]

Pois bem, tenho meus respeitos pelo Polpa v.1, como já disse várias vezes todo esforço no ramo é bem-vindo, mas agora sim... Nada como a experiência! Percentualmente falando, sim, o 1º volume do Imaginários até teve mais contos bons que o 1º do Polpa, mas enfia a estatística naquele lugar, que isso é idiotice [não a Estatísica, mas a comparação descabida entre as coleções]. É tudo questão de gosto. O fato é que lá eu até ficava curioso com o fim da história, mas principalmente pelo fato de já ter começado a lê-la. Aqui o que chamou a atenção por comparação involuntária, é que a galera soube prender a minha atenção logo de cara e bem melhor. O final do conto podia ser ruim. Até o conto podia ser ruim [obviamente, claro, meu site... MINHA opinião, não sou crítico nem especialista], mas ele me prendia, e eu começava a ler com aquela sensação de que estava lendo o início de um livro, que a história seguiria, que eu saberia tudo daquela gente; ou pelo menos eu realmente ficava curioso com o que iria acontecer.

A possível razão é que mesmo sendo só um curioso, que só foi ter contato com FC nacional ou portuguesa com o advento da internet, os autores dos contos são nomes que eu sempre li com uma certa reverência aqui e ali, ou mesmo com quem esbarrava em listas de discussões e fizeram por conquistar meu respeito. Há gente que eu nunca ouvira falar, mas no geral, um time de peso. Acho que se tivesse algo do Clinton e alguns nomes de Portugal ("Tio" Barreiros e sua trupe), teriam usado todos os escritores lusófonos que me lembro.

[Comentário do futuro: estava terminando o post e descobri... a trupe portuguesa está quase toda no Volume 2! Muito giro!] [e eu tenho que tomar vergonha na cara e ler o Terrarium...]

Novamente, claro, há aqueles contos que não gostei. O do cara cara que perdeu a esposa e se interessa pela irmã gêmea (universo interessante, final fraco)... O do pintor em SP... E há um que, na falta de explicação melhor, uns garotos vão parar no que me pareceu um mictório mágico gigante.

Mas há um, por exemplo, no final e que praticamente não tem história, que eu faço questão de citar nominalmente: Contingência, ou Tô Pouco Ligando, de Martha Argel. Super divertido e que ainda serviria como material didático em aula de biologia [ela é doutora em Ecologia, acabei de descobrir lendo a minibiografia ao final], ou para introduzir algum amigo não-iniciado nas histórias de universos paralelos. E a história nem é uma história de universo paralelos, vejam só! Muita boa.

Até resolvi olhar o site da moça e descobri que é dela um conto que li faz alguns anos, não tenho idéia de onde, sobre uma vampira num engarrafamento. É o O certo e o necessário. Ou seja: 2 contos, 2 recomendações... 100% de aproveitamento! Isso é um bom sinal. Depois vou atrás do que mais ela escreveu.

Notas especiais:
Alma, do Osíris Reis. Ainda não sei meus sentimentos quanto ao conto. O final achei fraco, é verdade, mas a história tem tanto conceitos novos, seres e culturas tão... alienígenas!!, que não consigo dizer que não gostei. Daria para ser chato e tratá-lo como mais um caso de "servos se voltam contra seus mestres e inocentes são pegos no tiroteio", mas a forma como isso foi colocado, eu gostei.
Eu, a Sogra, da Giulia Moon. Já esse é um pouco o inverso, achei que podia ter sido um pouco mais curto, mas é bem divertido e tem um final sacana. Eu gosto de finais sacanas.
Planeta Incorruptível, de Richard Diegues. Outro meio termo estranho. Não estava gostando... aí o conto acabou com o melhor final dos contos do livro (e que encaixou perfeitamente em ser o último da coletânea).

E terminando o post, depois dos meses (literalmente) que eu levei resenhando os contos do Leinster [se você chegou aqui e ao invés de link há apenas um sublinhado, é que não terminei ainda], não devo me atrever a resenhar conto a conto nunca mais, mas agora sempre que ler essas coleções, vou escolher o meu preferido. E nesta coleção foi o da Martha! Que não é bem fantasia, nem bem FC, e nem Terror... Mas é bom! Isso que importa. [vou até voltar no post do Polpa e nomear o conto de lá que eu gostei, porque eu não disse]

Mas não fiquem tristes por eu não detalhar o que está no livro, pois o legal de ser um retardatário no mundo dos blogs é que a internet já fez todo o serviço para mim:
http://www.leitoraviciada.com/2011/12/imaginarios-1-de-varios-autores.html
Com direito à arte completa da capa (antes de vê-la, achei que o sujeito da capa olhava para o corpo na contra-capa) e uma resposta de um dos autores sobre um dos contos ruins (e não é que eu quase acertei?) mas não leia os comentários de lá antes de ler o livro. O conto continuará ruim, mas ainda acho melhor ser lido sem uma "explicação".

Mais uma rápida geral conto a conto:
http://alemdasestrelas.wordpress.com/2010/04/16/imaginarios-volume-1-2

E desta vez posso terminar dizendo... Leitura obrigatória. Leiam!

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