quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Black Rock Shooter

Mais uma mini-resenha de Carnaval. [afinal, algo de bom eu tinha que fazer nesse período... pelo menos não tem a Simone cantando "Então é Natal..."]

Nome original: ブラック★ロックシューター (com estrelinha)
Duração: 52min  --  Ano: 2010  --  País: Japão
De: Huke (idéia original), Nagaru Tanigawa (o mesmo da Haruhi) e Shinobu Yoshioka / Ordet
Site oficial e Trailer (clique em Movie para o trailer) [que na verdade não é o trailer, mas eu gostei mais deste do que dos oficiais, o desenho não tem nem um poster! esse que eu peguei é de uma edição especial do DVD]

Bem, o Planzet da postagem anterior eu resolvi ver só porque tinha mecha no trailer. Esse eu resolvi ver depois de ver um clipe com a personagem e gostado da música.

O que temos? O desenho começa com uma luta amalucada entre duas garotas, com a aparente morte de uma delas. Corta a cena e estamos num típico subúrbio japonês, primeiro dia de aula (aquela coisa bem bucólica, tipo A Garota Que Conquistou o Tempo ou A Melancolia de Haruhi Suzumiya [que resenharei em breve]), e aí a garota vê uma aluna nova, que acabou de se mudar, e puxa assunto... Troca a cena e vemos a garota que parecia ter morrido na primeira cena andando no que parece um mundo pós-apolíptico-místico. Troca a cena, acompanhamos o crescimento da amizade entre as duas, a mais espevitada (a principal) e a mais retraída (a aluna nova). Troca a cena, e tem mais porrada amalucada com a garota que acende um dos olhos e outra com correntes e crânios voadores... E assim vai, o desenho inteiro. Sem você entender o que é aquilo.

É um futuro distópico? É uma espevitada-alternativa de um universo paralelo / reino espiritual? É uma outra encarnação dela? Ou aquilo tudo não passa de uma representação alucinada da psiquê da sujeita?

Bem, não vou dizer qual foi a conclusão ao final do OVA. E para quem gostar, saiba que acabou de virar anime. Lançou agora em fevereiro. Eu gostei, e vou ver o anime depois, mas sendo um pouco mais criterioso, daria para dizer até que o desenho foi uma fraude. Parece que resolveram juntar enredo colegial, com lutas malucas, correntes e armas gigantes, empurraram tudo junto, meio sem sentido, para agradar otakus babões e aí é só lucrar em cima. A propósito, o final é meio em aberto, mas de uma forma meio forçada do tipo"faz o seguinte... deixa assim, pára aí, que vai terminar em algo que vai gerar discussão". Novamente, eu gostei, mas eu queria mesmo diversão ligeira, assumo minha falta de critério e de exigências elaboradas.

E lembram quando eu disse que resolvi assistir do nada, porque vi um clip? O pior é que os criadores do desenho fizeram algo parecido.

Como ele surgiu? Um cara, de uma banda, antes de fazer parte dela, tinha feito uns desenhos de uma menina de preto com chamas azuis em um dos olhos (exemplo 1, exemplo 2), aí, algum tempo depois, um membro da banda viu, gostou, e resolveram transformar aquilo num clipe. A banda (supercell) já era especializada em usar a Miku Hatsune do Vocaloid (e acredito que o MikuMikuDance), então... de usarem a mocinha de cabelos verdes [já teve até uma mini-matéria no Fantástico sobre ela] para criarem um novo modelo de uma garota de aparência quase-gótica, um pulo!
[cacete, tá complicando essa explicação, nunca botei tanto link de nome estranho de uma vez só... o pior é que faz 1 semana atrás, isso tudo era grego para mim]
Vamos tentar de novo como se vocês fossem criança: um cara de uma banda fez desenhos de uma garota. Um amigo da banda gostou e eles fizeram um clipe com ela. Mas para o clip não ser paradão (e mudo) eles usaram um programa feito só para isso: que faz desenho dançar E cantar.

No final saiu isto: clipe original, e depois surgiu outro, de um fã, que também ajudou no sucesso inicial: clipe do Anomaro-P (OBS: a história neste clipe não tem relação com a história no desenho).
Sinceramente, se eu tivesse visto esses 2 clipes primeiro talvez não tivesse ficado curioso. O que eu vi foi ESSE!: "No Scared", da banda One Ok Rock (responsável pela trilha sonora do video-game pelo que entendi). [e olhando direito agora, acho que o clipe original foi desenhado mesmo, e não "mikudançado"]

Aproveitando tanta recomendação de clipe, o que começou tudo comigo, que me fez saber que isso existia, na verdade foi este: "Matryoshka",  GLaDOS and Chell.
Eu fui no Youtube seguindo algum link sobre easter-eggs do Portal 2, um link leva a outro e parei em algo que pareciam personagens de algum anime baseado no jogo. Fora ter adorado a musiquinha, fui pesquisar para saber se Portal tinha mesmo virado anime [Não!], e link vai, link vem, aprendi sobre Vocaloid, MikuMiku e todo o diabo acima.
E fui parar no No Scared por algum resultado de busca do Google.
Se bem que ainda estou curioso para saber de onde surgiram as versões anime da GlaDOS e da Chell. [ok, algum fã que deve ter criado e largou o mesh pro mundo, mas eu gosto de saber a origem das coisas]

E para terminar a postagem: cosplay!
[o pior é que eu nem estava procurando... pois é... Regra 34]

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Planzet

Nome original: プランゼット (Puranzetto, se eu confiar na transliteração do IMDb)
Duração: 53min  --  Ano: 2010  --  País: Japão
De: Jun Awazu / CoMix Wave Films
Trailer 1  --  Trailer 2  --  Site oficial: planzet.jp
[quem foi o bebum que aprovou um trailer em que a voz do narrador fica por cima de cenas com garotas mexendo a boca? Por um breve instante parecem que são ELAS falando... bizarro]

53 minutos, aí você desconta 5 dos créditos... o treco tem o tamanho de um episódio de Friends. Dá para ver tranqüilo mesmo não esperando grande coisa. Pô, eu decidi ver o filme só porque tinham mechas no trailer. Então dane-se.

OBS para os leigos: "mechas", tomando como base desenhos japoneses, são basicamente aquelas armaduras-robóticas-gigantes, como se fosse um Transformer mas com uma pessoa dentro, pilotando. Ex.: os Valquírias de Macross (e esses ainda viravam aviões para completar).

Mas vamos lá... Melodramas (sim, mais de 1) típicos de desenhos japoneses, as obrigatórias cenas de sacríficio, uma desculpa vagabunda para luta com os mechas (ahã! sei... nada pode impedir os ETs exceto a mais nova e moderna arma que são: metralhadoras de 15 metros e uma pistola gigante!), um baita deus ex machina no final, tudo isso em um enredo e cenas que pareciam a mistura de Macross (Robotech), Independence Day e filmes de invasão dos anos 50. Ah, e um 3D excelente mas ao mesmo tempo canastrão. Aquela coisa tipo o filme do Final Fantasy, em que todos tinham cabelos sedosos que não saíam do lugar; e quando as naves apareciam para dar um tiro... eu não sei o que faltava ali, mas faltava alguma coisa para eles parecerem mais 'vivas'... não sei explicar... mas elas pareciam de plástico em stop-motion nesses momentos. Mas... convenhamos, era exatamente como seria se os desenhos japoneses fossem filmes.

Canastrice e clichês sem limites, mas diversão quase garantida. E tudo em um tom quase sépia.

Ah, o enredo: a Terra foi atacada e quase destruída e, apesar do planeta estar agora protegido por um gigantesco escudo de energia, passam os anos e ninguém tem uma idéia de como acabar com o inimigo. Mas eis surge uma super-arma, a última chance de vencer os alienígenas, e cabe a um garoto salvar o mundo.

Eu até podia reclamar, porque queria ver mais cenas com mechas em 3D realista e eles apareceram bem pouco, mas em compensação... Filme americano sempre mostra a Estátua da Liberdade ou a Casa Branca se ferrando... Japonês faz isso com o Monte Fuji. E eu cresci vendo desenhos japoneses... Então ver o bom e velho Fujiyama revidando... Cena B-zaça de primeira qualidade!
No final das contas, foi uma hora bem gasta.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Mongrels

Tem algo de errado com o Google...Ou então é com vocês!!
Como assim eu não acho nenhuma página em português sobre Mongrels? Absurdo, absurdo... Muito melhor que ver Big Brother.

Tenho assistido o seriado nas últimas semanas e acabei de descobrir que não haverá uma terceira temporada. Uma pena. Basicamente, o seriado é um tipo de TV Colosso dos infernos! (só a parte dos bichos, eles não apresentam desenhos animados). Como se a Globo tivesse chamado os produtores de Absolutely Fabulous para escrever as falas. Um pouco menos "adulto", ok, Mongrels não é para crianças, mas tem seus momentos bem bobos. Vi hoje o episódio dos "zumbis" da 2ª temporada (1ª já disponível em DVD e Blu-ray, "garanta já o seu, eu já comprei o meu"). E enquanto os adultos podem rir com as menções à Simon Pegg, Os Bons Companheiros, ou cio, as crianças se divertiriam com cachorros andando de braços esticados.
E, claro, humor negríssimo. Lembro que no primeiro episódio, quando a dona do gato morre rolando a escada, o bichano descreve o fato como « Minha dona deu uma de Christopher Reeve escada abaixo ». Maligno. [mas eu ri!] Acho que foi neste mesmo episódio que a cachorra, cercada de cachorras virgens, manda « Só jogando um avião num prédio para ver tantas virgens assim... ». [ah, o seriado é britânico!]
Há também muitas piadas referenciais, as vezes citam gente que só ingleses devem saber quem são, mas ainda assim dá para se divertir com todo o resto sem problema.

Ah, e claro, esteja preparado para, em qualquer episódio, ter que se esquivar de perguntas que as criancitas são muito jovens para terem respostas sinceras. Mas se seus pequenos não souberem inglês, tudo bem, não tem legenda em português no DVD mesmo... elas podem ver em paz os bichinhos pulando, falando e cantando pra lá e pra cá... [se as crianças souberem inglês, expulse-as para longe, é mais fácil que explicar o que são virgens e sua relação com aviões ou ecstasy, por exemplo]

Deixemos as crianças de lado. O que é o seriado: são 5 bichos, amigos de longa data, que vivem num beco (ou um quintal dos fundos, não lembro agora, e na verdade, nem todos vivem lá) e só fazem e falam m*. São eles:
- o mocinho principal: uma raposa gente boa, culta e covarde, com alguns problemas psicológicos. (as descrições por aí o chamam de metrossexual, mas não achei)
- um gato castrado. Passou a morar no beco após a morte da dona.
- a mocinha principal: uma galga afegã. É ela que me faz lembrar do Fabulous na verdade, pelo jeito de falar e a personalidade esnobe e vulgar.
- uma pomba: de personalidade maníaca e com muitos problemas na caixola.
- outra raposa: este violento e desbocado, em alguns episódios parece que ele é irmão da outra, as vezes só parente, as vezes só amigo, se eu consegui entender em algum momento, já esqueci.

Eventualmente outros personagens aparecem. Alguns recorrentes (como o Texugo), outros não (o peixinho dourado, que era engraçado só de olhar). Importante: há humanos na série. Os personagens não vivem num mundo-animal, dirigindo carros e indo as compras. Há pessoas. A cachorra tem um dono, por exemplo. O que não impede os animais de manusearam equipamentos eletrônicos, organizarem discotecas, ou da pomba matar uma pessoa com explosivos.

Outra coisa: números musicais. Sempre há um. Voltando ao 'episódio de hoje', o número musical foi num estilo parecido Time Warp do Rocky Horror Picture Show [ótimo filme]. E pesquisando agora, não só a semelhança foi proposital, como também é cantado pelo menos sujeito. [o pior é que o que me deu a dica da semelhança foi o piano, e não música em si.]
A original, Time Warp: www.youtube.com/watch?v=9FZMKPURQVs
E Die Evil Zombies!: www.youtube.com/watch?v=fCIMYVOIokg
Há outras canções, sempre com o mesmo humor bizarro, que vão desde violência doméstica ou incentivo ao fumo, passando pelo assassinato de Justin Bieber.

Eu queria ficar escrevendo até convencer todos a verem, mas esse mísero post, com todas as paradas para fazer pesquisas correlatas (ou devaneios decorrentes), já me tomou quase 3 horas. Tá bom então.

Rápidos dados técnicos roubados do Wikipedia:
Episódios: 19 (17 + piloto + making off)  --  Duração média: 28min
Criado por: Adam Miller [sei lá quem é, mas nada mais justo que citá-lo], e escrito por: Jon Brown e Daniel Peak  --  País: Inglaterra  --  Ano: 2010 / 2011
Canal de origem: BBC 3 (site oficial do programa: link)

Se tiverem a chance, ou confiarem em mim o suficiente para importarem... Imperdível.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Azar do Personagem


Autor: Reginaldo Pujol Filho  --  2010  --  120 páginas
Editora: Não Editora  --  ISBN: 978-85-61249-01-4
Chamada oficial:
Azar do personagem é a certeza de que todo mundo ri do azar dos outros. São 14 contos cheios de humor, ironia e tentativas de brincar (e muito) com a linguagem. O autor, percebendo que é deus de seus personagens, resolveu assumir de vez esse papel e não poupar nenhum deles, nem a si mesmo. Para isso, joga com o destino de escritores, peças de xadrez, casais, críticos, psicólogos e também se diverte com palavras, letras e sinais gráficos nem tão usuais. Literalmente, azar dos personagens.

Com a descrição acima... o que você esperava? É, eu achei que seria uma espécie de Mais Estranho que a Ficção, só que mais escrachado, ou então simplesmente histórias engraçadas, em que o personagem só se ferrasse. Em suma: humor!

Li de uma sentada só, no ônibus, esperando me divertir após um dia chato de trabalho...

O que aconteceu: levei um choque logo na primeira, por não ter tido humor. E ao longo do livro, 2 histórias que não terminei, 3 regulares, e a última - que não foi necessariamente boa, mas foi bem criativa (eles quebraram a quarta parede e... sei lá... fizeram um crossover interno) e usaram de forma bem interessante a diagramação. Valeu pela novidade. As demais foram meio que na obrigação. Aquele esquema de "está chato... mas já li metade." [fora nas duas que nem isso consegui, algum dia eu tento de novo]

Sobre as três regulares, há 1 melhorzinha, não necessariamente engraçada, sobre um acidente de trânsito. Uma um tanto escatológica, envolvendo urina e sêmen, mas arrancou alguns sorrisos; e uma bem ligeira com a vilã de A Branca de Neve. Foram as que mais se aproximaram do que imaginei encontrar.

Digno de nota entre as restantes, há duas histórias de enredo bem diferentes (mulher reclamando com marido e um sujeito no bar puxando assunto), mas construídas quase da mesma forma, com o narrador "explicando" cada fala de cada personagem. Numa das histórias essa narração é externa, noutra é pensamento do próprio falante da fala imediatamente anterior. Ok, o escritor quis brincar com o estilo, com variações sobre o tema. E tiveram seu mérito. Mas num livro tão fino... o que era novidade 15 páginas antes virou repetição 10 minutos depois.

Recomendação: não leia o livro num golpe só.
Mas também não pode demorar muito, a última história perde peso se você não reconhecer mais os personagens.

E é isso. O post será curto mesmo. Pô, achei a capa tão legal, que foi um choque o conteúdo não ter feito jus. Fiquei chateado com o livro. Uma pena.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Imaginários - Volume 1

Organizado por: Tibor Moricz, Saint-Clair Stockler e
Eric Novello  --  Com contos de: Gerson Lodi-Ribeiro, Giulia Moon, Jorge Luiz Calife, Carlos Orsi, e outros.
Editora: Draco  --  umas 130 páginas  --  Ano: 2009
11 contos  --  ISBN: 978-85-62942-00-6

Depois de ter lido o Ficção de Polpa v.1 alguns posts atrás, resolvi tomar vergonha na cara e ler o Imaginários v.1, a anos aqui na estante. Como assim? Lendo a concorrência antes do "original"?! [na verdade, o Polpa foi lançado uns 2 anos antes, mas eu só fui conhecê-lo faz algumas semanas, via um Volume 2 perdido nas prateleiras de uma livraria... Aí eu levei aquele susto de "como eu nunca ouvi falar?" e fui atrás dos demais. Já o Imaginários eu acompanhei o surgimento através de algumas listas de emails, daí ter comprado assim que saiu]

Pois bem, tenho meus respeitos pelo Polpa v.1, como já disse várias vezes todo esforço no ramo é bem-vindo, mas agora sim... Nada como a experiência! Percentualmente falando, sim, o 1º volume do Imaginários até teve mais contos bons que o 1º do Polpa, mas enfia a estatística naquele lugar, que isso é idiotice [não a Estatísica, mas a comparação descabida entre as coleções]. É tudo questão de gosto. O fato é que lá eu até ficava curioso com o fim da história, mas principalmente pelo fato de já ter começado a lê-la. Aqui o que chamou a atenção por comparação involuntária, é que a galera soube prender a minha atenção logo de cara e bem melhor. O final do conto podia ser ruim. Até o conto podia ser ruim [obviamente, claro, meu site... MINHA opinião, não sou crítico nem especialista], mas ele me prendia, e eu começava a ler com aquela sensação de que estava lendo o início de um livro, que a história seguiria, que eu saberia tudo daquela gente; ou pelo menos eu realmente ficava curioso com o que iria acontecer.

A possível razão é que mesmo sendo só um curioso, que só foi ter contato com FC nacional ou portuguesa com o advento da internet, os autores dos contos são nomes que eu sempre li com uma certa reverência aqui e ali, ou mesmo com quem esbarrava em listas de discussões e fizeram por conquistar meu respeito. Há gente que eu nunca ouvira falar, mas no geral, um time de peso. Acho que se tivesse algo do Clinton e alguns nomes de Portugal ("Tio" Barreiros e sua trupe), teriam usado todos os escritores lusófonos que me lembro.

[Comentário do futuro: estava terminando o post e descobri... a trupe portuguesa está quase toda no Volume 2! Muito giro!] [e eu tenho que tomar vergonha na cara e ler o Terrarium...]

Novamente, claro, há aqueles contos que não gostei. O do cara cara que perdeu a esposa e se interessa pela irmã gêmea (universo interessante, final fraco)... O do pintor em SP... E há um que, na falta de explicação melhor, uns garotos vão parar no que me pareceu um mictório mágico gigante.

Mas há um, por exemplo, no final e que praticamente não tem história, que eu faço questão de citar nominalmente: Contingência, ou Tô Pouco Ligando, de Martha Argel. Super divertido e que ainda serviria como material didático em aula de biologia [ela é doutora em Ecologia, acabei de descobrir lendo a minibiografia ao final], ou para introduzir algum amigo não-iniciado nas histórias de universos paralelos. E a história nem é uma história de universo paralelos, vejam só! Muita boa.

Até resolvi olhar o site da moça e descobri que é dela um conto que li faz alguns anos, não tenho idéia de onde, sobre uma vampira num engarrafamento. É o O certo e o necessário. Ou seja: 2 contos, 2 recomendações... 100% de aproveitamento! Isso é um bom sinal. Depois vou atrás do que mais ela escreveu.

Notas especiais:
Alma, do Osíris Reis. Ainda não sei meus sentimentos quanto ao conto. O final achei fraco, é verdade, mas a história tem tanto conceitos novos, seres e culturas tão... alienígenas!!, que não consigo dizer que não gostei. Daria para ser chato e tratá-lo como mais um caso de "servos se voltam contra seus mestres e inocentes são pegos no tiroteio", mas a forma como isso foi colocado, eu gostei.
Eu, a Sogra, da Giulia Moon. Já esse é um pouco o inverso, achei que podia ter sido um pouco mais curto, mas é bem divertido e tem um final sacana. Eu gosto de finais sacanas.
Planeta Incorruptível, de Richard Diegues. Outro meio termo estranho. Não estava gostando... aí o conto acabou com o melhor final dos contos do livro (e que encaixou perfeitamente em ser o último da coletânea).

E terminando o post, depois dos meses (literalmente) que eu levei resenhando os contos do Leinster [se você chegou aqui e ao invés de link há apenas um sublinhado, é que não terminei ainda], não devo me atrever a resenhar conto a conto nunca mais, mas agora sempre que ler essas coleções, vou escolher o meu preferido. E nesta coleção foi o da Martha! Que não é bem fantasia, nem bem FC, e nem Terror... Mas é bom! Isso que importa. [vou até voltar no post do Polpa e nomear o conto de lá que eu gostei, porque eu não disse]

Mas não fiquem tristes por eu não detalhar o que está no livro, pois o legal de ser um retardatário no mundo dos blogs é que a internet já fez todo o serviço para mim:
http://www.leitoraviciada.com/2011/12/imaginarios-1-de-varios-autores.html
Com direito à arte completa da capa (antes de vê-la, achei que o sujeito da capa olhava para o corpo na contra-capa) e uma resposta de um dos autores sobre um dos contos ruins (e não é que eu quase acertei?) mas não leia os comentários de lá antes de ler o livro. O conto continuará ruim, mas ainda acho melhor ser lido sem uma "explicação".

Mais uma rápida geral conto a conto:
http://alemdasestrelas.wordpress.com/2010/04/16/imaginarios-volume-1-2

E desta vez posso terminar dizendo... Leitura obrigatória. Leiam!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Tartarugas Ninjas Para Sempre

Daqui a pouco terei que criar um marcador chamado "tartarugas ninjas", é a segunda vez que elas ganham um post exclusivo. Se bem que somando esse e o original é bem pouco texto ainda... Mas é que eu não era realmente um fã, era só algo divertido que eu via. [hoje em dia eu vejo Phineas & Ferb sempre que esbarro com eles na tv, por ex.]

O que importa é que o filme (Turtles Forever, no original) é muito legal. Achei que merecia a recomendação.

O enredo: devido a uma explosão no Técnodromo, as Tartarugas Ninjas do desenho antigo (1987) vão parar num universo paralelo, que nada mais é o universo do desenho "atual" (2003). Depois de alguma confusão o Destruidor-antigo se une ao Destruidor-atual para derrotá-las. Desenho vai, desenho vem, decidem conquistar o multiverso - mas descobrem que têm tartarugas ninjas em tudo que é mundo paralelo. [Nota: o desenho foi feito para comemorar os 25 anos da série, nesta cena há várias homenagens à versões diferentes das Tartarugas.] Solução arranjada: destruir a fonte de todas as tartarugas ninjas do universo, porque há uma origem em comum para todas. "Simples" assim. Mais não conto. Assistir as tartarugas-badass sacaneando as tartarugas-gordinhas já vale o desenho.

Achei que eles iriam parar no universo daquela tartaruga gigante, que aparece em várias mitologias (a do link na verdade é a dos livros do Terry Pratchett), mas achei que seria uma solução "séria" demais. [e essa tartaruga nem é ninja...] O vilão ia levar um choque, mocinhos iam arregalar os olhos e fazer piada, mas ainda assim, uma solução muito "intelectual". Conjecturei-a e descartei em seguida.
A solução bolada eu não esperava. Eu ouvi falar do filme ontem e assisti hoje. Nem deu tempo de saber nada por acidente, nem vi Wikipedia antes, nem nada. Adorei a solução. [claro, conhecer um pouco da história da criação das Tartarugas no mundo real ajuda a diversão] Surpresa e homenagem bem divertidas. E no final ainda há outra homenagem rápida. Foi um fim bem digno para os desenhos.
Importante: não vejam o trailer. Eu nem tinha pensado em ver, mas li a resenha do Melhores do Mundo, fiquei curioso... e não é que a porcaria teria estragado a tal surpresa? Não dou nem o link para ninguém cair em tentação.

Se vocês gostavam do desenho, assistam. Mas vejam sem procurar nada a respeito. Tem cerca de 1h15min apenas, dá para ver no tempo em que você ficaria pesquisando sobre ele. Vai na fé.


PS: se algum professor de português passar por aqui... por favor, são tartarugas NINJA ou NINJAS? O que mais vejo é o primeiro, mas não faz sentido... Seria como dizer "humanos boxeador". Ninja é palavra brasileira e é um adjetivo, logo... concorda.
Concordam?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Literatura Nerd - #1 - Space Opera

Mensagem tirada de uma das listas que lurkeio:
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Amigos, para me obrigar a ler mais rápido e fazer um pouco de bagunça, criei esse Literatura Nerd. Acho uma boa oportunidade também para divulgar o CLFC – Clube de Leitores de Ficção Científica.
Esse primeiro “piloto” é sobre a Coletânea Space Opera, com nove contos e por isso ficou tão grande (13min). Mas os outros não passarão de 7 min.
Tá bem engraçado, minha cara, peço que, se puder e se gostar, me ajudem a divulgar. http://www.youtube.com/watch?v=-gz6cGrZ3c4

Clinton Davisson - jornalista e escritor
www.hegemonia.com.br
no twitter: @clintondavisson

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O Clinton é um cara das antigas (bem nem tanto, ele nasceu em 71), mas desde que entrei em listas de FC pela internet, sempre o vi por lá e sempre participando de forma útil, e ele ainda é um escritor do ramo. Então se ele pede para divulgar... ainda que aqui só apareça gente atrás de uma palavra estranha do Kung Fu Panda e uma frase de efeito nos Predadores... Divulgo.
Já assisti e está bem legal, você nem sente os mais de 10 minutos.
O livro eu comprei assim que lançou, mas não li ainda. E como é o primeiro vídeo, vou facilitar e embutir abaixo. Os próximos vocês vão no YouTube por si mesmos [que eu também não quero ficar ganhando visita a custa do esforço dos outros. rs!]

domingo, 22 de janeiro de 2012

As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne

Nome original: The Adventures of Tintin
Duração: 1h47min  --  Trailer 1  --  Trailer 2  --  Ano: 2011
De: Steven Spielberg e Hergé, com Steven Moffat (de Doctor Who) entre os roteiristas.
Com vozes de: Jamie Bell (o saltador coadjuvante no Jumper), Andy Serkis (Gollum), Daniel Craig (o 007 da vez) e outros.

Hummm... Fora saber que existia, nunca soube nada sobre o Tintim. Lembro da polêmica quando ficaram reclamando que uma das histórias do personagem devia ser banida ou modificada por ser racista... Algo parecido com a celeuma recente com o Monteiro Lobato por aqui. Babaquices de gente ignorante. Ignoremo-los. O desenho animado então, descobri só agora que existia e passava na TV Cultura nos anos 90. [mas já era velho nessa época e acho que no Rio ainda não existia esse canal]

O filme é bom. Divertido. 3D excelente. Correção... CGI excelente. Falar 3D como sinônimo caiu em desuso... As imagens feitas em 3d [aha!] estão excepcionais. A pele dos personagens está quase humana. Muito bom. Mas aproveitando o embalo... o 3D-de-colocação-de-óculozinhos... Tá muito bem feito, claro, mas não sei se vale a pena fazer questão de vê-lo desta forma. Havia cenas, principalmente as no mar, durante o dia, com um incrível céu azul, que eu preferia tirá-los da cara por alguns momentos e curtir a paisagem. Projeção de filmes em 3D precisam seriamente bolar um jeito da imagem com óculos ter as cores originais. Não sei se bastaria projetar de forma mais iluminado (forçar que a imagem seja mais brilhante), ajudaria, mas você continuaria estando de óculos escuros, então o céu azul continuaria não sendo muito bem azul... E em cenas escuras (o que não foi o caso deste filme) estar de óculos escuros não ajuda nem diverte mais em nada (na batalha final do último Harry Potter tinham horas que eu não entendia nada do que estava acontecendo, só via as explosões).

Voltemos ao filme. O humor é meio antiquado. Diverte, mas possivelmente agradará mais aos miúdos. Não que o filme seja de humor, então não posso reclamar, mas já que eles resolveram fazer piadas aqui e ali, eu esperava ter rido um pouco mais. A história é simples e interessante, boa para uma aventura que parece uma mistura de de Lois Lane com Jack Sparrow. Vamos a ela resumidamente: ... sabem duma coisa? acabei de apagar o resumo que eu estava escrevendo. Além de não estar muito resumido, você fica sabendo bastante coisa pelo trailer já. E é o tipo de filme que não vale contar a história. Não deixa de ser uma aventura investigativa, não posso sair dizendo que o mordomo é o assassino.

O filme merece uma nota 9. Podem ver sem medo. As locações (ainda que fabricadas no computador) são belíssimas, há ótimas cenas de ação e a história não é exatamente complexa, mas consegue ter suas surpresas. Interessante que há morte no filme. Ok, não tem uma gota de sangue no corpo (só no chão depois), mas a gente deixa passar. Assim como o fato do Tintim usar arma mas não atirar em ninguém. Já deve ter sido uma decisão difícil (nesses tempos de walkie-talkies em E.T. O Extraterrestre) permanecer fiel aos quadrinho antigo. Então tá tudo bem. E sobre as cenas de ação, destaque para a batalha naval. Extremamente divertida; sem respeitar algumas leis da física, mas eu nunca fiz questão disso. E destaque menor, mas ainda destaque, a briga dos guindastes. Estranhamente, acho que nunca pensaram nisso antes. Não lembro de ter visto.

Algo que incomoda na versão legendada é que o filme é americano, e os nomes foram adaptados para lá. Incomoda bastante ver o Dupont sendo chamado de Thompson. Dá uma certa confusão. Mas gostei de não terem "acertado" isso. O nome original e o nome usado no Brasil foram esse, então tem mesmo que manter. Até mesmo o bizarríssimo "Licorne" do título. Licorne é unicórnio em francês. Simples assim. [eles também tem a palavra unicorne, mas é menos usada]  Mas na época do quadrinho não traduziram... Então, tarde demais! Estão certos de não fazerem isso agora. E isso não afeta em nada a história, verdade seja dita.

Mudando do filme para a sessão em si, se você não quiser impressionar (ou abraçar melhor) a namorada, não imagino motivo para quererem ver no tal UCI Delux. Resolvi testar. De cara... bancos de couro no verão não são uma boa idéia. A sala devia estar bem mais fria no começo da sesssão, e não ir melhorando as poucos. Ter uma entrada bonitinha, com cara de sala vip... Agradar o cliente é obrigação, é não um serviço - então não me cobrem a mais por isso. E a cadeira é mesmo confortável, dá pra se esticar ou cruzar as pernas sem medo de chutar ninguém. E tem um treco para apoiar as pernas, mas não usei. Ah, mas ela é tão fofa que afunda um pouco demais, então baixinhos correm o risco de terem que sentar com a coluna mais ereta que o normal para o banco da frente não tapar o fundo da tela [é sério, eu fiquei na raspa. devia sentar com uma postura melhor, eu sei, mas sentei da forma 'normal' que se senta num cinema]. Mas daí a cobrarem o *dobro* por uma cadeira melhorzinha? Não!
Fiquei com a impressão que como cortaram metade dos lugares, resolveram cobrar o dobro e pronto. Para darem uma de chiques sem perder dinheiro. Que é o que interessa eu sei, mas mesmo assim... Em suma: é uma sala de cinema para quem tem dinheiro para gastar (e aí, gastar R$ 9 ou R$ 50 tanto faz) mas ainda prefere ir ao cinema ao invés de assistir no telão da sua cobertura [no dia que eu for rico, serei assim, eu não abro mão de cinemas!], não é uma sala em que você paga um pouco a mais para ter algo mais - você paga MUITO mais só para esticar as pernas e não disputar apoio de braço (e ter uma mesinha na sua frente, mas o banco afunda tanto, que apoiar uma Coca ali corre o risco de ficar na frente do filme. acho que ainda prefiro o esquema de um buraco na frente do apoio de braço).

E é isso. Postagem fazendo jus ao título do blog, porque falei muito sem falar nada.

Resenhas decentes: Judão e Cinema com Rapadura
Críticas curtas variadas: também no CCR
E para não ficar só no elogio: Screen Rant (em inglês)

Ah, e para os que ficaram curiosos como eu, o cachorro é um Fox Terrier e não Schnauzer branco - que foi minha teoria durante o filme, sem nem saber que eles existiam de verdade.