quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Só sei que não vou por aí!

... ou "A AIDS no Futuro!"

Autor: Henrique Flory
Editora: GRD (este livro é o volume 2 da coleção "Ficção Científica GRD", +/- resenhei o vol.4 faz algum tempo) [OBS: mas a era de ouro da GRD parece ter sido a tal primeira onda, e os dois que li dela são da segunda... Isso explica muita coisa... Eu devia ter me informado melhor e visto que a GRD era mais velha do que eu lembrava, e ter comprado livros bem mais antigos. rs!]
Páginas: 146  --  Ano: 1989  --  ISBN: não tem

Eu não sei bem de onde eu tirei a expectativa por esse livro, talvez alguma recomendação pela internet (provavelmente a do Blog do Pai Nerd, ao final) ou de algo que tenha lido em algum grupo de discussões (acabei de achar o livro até mencionado numa Super Interessante de 1989, e essa é uma revista que vem caindo de qualidade, mas sempre li). Pena que eu anoto quando leio os livros, mas não quando os comprei, então não sei se já o tinha antes da postagem linkada. De repente foi só porque eu achei o nome do livro *muito* maneiro.
[descobri: olhei a minha relação de compras no Estante Virtual (porque era certo de ter comprado esse livro usado, em sebo físico ou não) e o encontrei lá. Foi até bem mais recente do que eu lembrava: Agosto de 2012. Eu já devia ter ouvido falar do livro bem antes, daí minha sensação de tê-lo faz muito tempo, mas não o comprei de fato até bem recentemente. Deve ter sido "culpa" do Pai Nerd mesmo então]

Mas... não deu certo comigo. E não foi como os Fifty da postagem anterior, que é algo que eu não gostei, mas reconheço o valor. [OBS: eu não li esse livro em apenas 1 dia, é que eu terminei os 3 +/- ao mesmo tempo, e esse eu acabei falando mais, então preferi deixar numa postagem em separado]. Algo como não gostar de Alceu Valença, mas saber que o cara é bom. Esse livro foi uma versão literária do Naldo ou da Anita [essas referências provavelmente já estarão datadas em 1 mês e incompreensíveis em 1 ano, mas dane-se], que é algo que você acaba ouvindo, mas não gosta e não tem nenhuma tipo de apreciação. As músicas pelo menos você ouve por acidente, o livro eu li por vontade... Porque eu não gostei do livro? Bem, gosto não se discute e seria impossível responder essa pergunta direito. Mas vou fazer [de forma rápida e zuada, sem preocupação alguma em ser imparcial ou contextual] algo que tinha decidido não fazer mais: vou resenhar o livro conto por conto.

O 1º conto tem uma surpresa sem graça. O seguinte tem uma surpresa idiota. E o 3º é uma discussão que não leva a nada e o conto termina, novamente, de forma tola. Neste momento eu comecei a reparar uma certa obsessão por assuntos sexuais pelo autor.
[e foi nessa hora que eu peguei um papel e comecei a anotar minha impressão conto a conto, estava começando a não esperar muita coisa e eu sabia que não leria o livro de uma vez só - então assim eu teria um resumo para o futuro e uma estatística de opiniões ao final - e é por isso também que nos contos seguintes eu falo mais, mas os 3 primeiros mal tiveram meia linha para cada um.]

Próximo conto, que surpresa... fala de sexo e AIDS. De novo! Este pelo menos o fim faz algum sentido, ainda que não tenha sido bom. Conto seguinte: mais sexo e mais menções a drogas pesadas serem liberadas no futuro (isso já fora abordado em 1 ou 2 dos anteriores).

O 6º conto (Abraxas) começou interessante, com um sujeito num traje espacial esperando a morte, depois alguns delírios e aí... O escritor sabe criar bons conceitos, mas não sabe criar bons finais. Final bobo.

O 7º conto eu pulei, pois é o que dá nome ao livro, resolvi lê-lo ao final apenas.

Conto seguinte é um homem descrevendo como uma mulher se sente. Não sei, soou falso. E, claro, novamente a AIDS é mencionada e outra conclusão é perdida. Mais um fim sem graça.

Nono conto... Finalmente! Sem AIDS! O problema: você não gosta do personagem principal. Uma reviravolta vazia e uma citação mitológica não salvam o conto (que se chama Ícaro) - que termina com o "herói" que você já não gostava morto por pura burrice.

Depois temos um conto com final fraco, de cunho sexual, que pareceu ser só um jeito que o autor arranjou para reclamar de dopping esportivo. O seguinte vai pelo mesmo caminho... Foram várias páginas só para reclamar que CDFs e valentões (nerds e bullies, se preferirem) não deveriam estudar juntos. Tudo isso contado em forma de entrevista para a autobiografia de um sujeito muito importante dentro da história. E o que acontece antes de entendermos direito o que foi que aconteceu naquele universo e porquê o cara era importante? O conto acaba. O que era para sabermos (sobre um possível futuro daquele mundo, mas não sobre onde ele estava) foi dito. Mas até isso ficou meio forçado, porque ficamos sabendo que o entrevistado resolveu tirar inspiração de um livro chamado X. Mas ao invés de assumir a inteligência do leitor (ou deixá-lo pesquisar, caso tivesse curiosidade), logo na sequencia ele completa e explica: o livro X escrito por YYYYYY! Essa é a mesma coisa que estraga as piadas [rarrãm!] "nerds" do seriado The Big Bang Theory, metade da cena costuma ser para a explicação da piada.

Mais um conto e... não sei se já é má vontade minha, mas agora pareceu que o cara fez o conto inteiro como indireta para reclamar de triângulos amorosos. O conto começou bem, os personagens foram apresentados, todo o circo se armou, mas no final, uma conclusão previsível e abrupta, gasta com a tal indireta.

O conto seguinte (Amigos!) eu também estava gostando. Novamente o cara "preparou" mal a surpresa, porque o final foi previsível. Mas isso não foi o ruim. O ruim é que a história parou no meio. O conto teria dado um bom 2/3 iniciais, mas pareceu que faltaram os parágrafos finais para concluir a história a contento. Ou até mesmo poderia ter sido a entrada de um conto mais longo. Mas só parar ali, na "surpresa", não teve nada demais.

E finalmente, deixei por último o conto que deu nome ao livro.
Acho que pela capa sempre esperei algo mais puxado para o terror neste conto. Mas não, foi um tipo de FC médica. Achei legal descobrir a origem do título, mas foi outro conto com uma boa ambientação e final fraco. Ah.... a AIDS e drogas legalizadas são citadas rapidamente.

E é isso. No geral, não gostei do livro. Se quiserem uma segunda opinião, segue o link do Pai Nerd, ele gostou bastante:
Blog do Pai Nerd: "Todos os contos são bons e alguns excelentes."

Mas se quiserem uma terceira... Bem, tem o link da Super. Mas na prática, acho que você se ferrou, acho que eu e o Pai fomos os únicos que resenharam este livro. Faz o seguinte, compra, lê, e bloga a respeito (ou comente aqui ou no acima). Pelo menos, depois de você, o próximo que pesquisar conseguirá fazer o desempate e saber para que lado cai a balança. Ou são contos chatos ou previsíveis que insistem em temas sexuais, ou são obras de qualidade carregadas em humor e ironia com finais surpreendentes.

[comentário rápido: no Skoob o livro tem 4 leitores: 1 não deu nota - vamos assumir que gostou; outro gostou, outro não, e uma menina desistiu. 2x2, deu empate de novo.]

Mas, de novo, o escritor é criativo. Ele criou vários mundos ou situações bem interessantes. Meu grande problema foi realmente os finais fracos e a insistência com alguns assuntos. Se o cara não tivesse desaparecido, adoraria ler algo atual dele. Na época ele era um rapazote de uns 20 anos. Agora é quase um cinqüentão. Trinta anos a mais de experiência e poderia sair coisa muito boa daí. E vi que tenho um outro conto dele (de 2 anos depois deste livro) num outro livro que tenho (Assembléia Estelar - histórias de ficção científica política). Mas não vou lê-lo agora para não chegar lá de má vontade. Vou primeiro esquecer o nome dele e, quando ler esse outro livro, se achar o conto bom eu comento na eventual postagem futura. Até lá então!

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