terça-feira, 8 de março de 2011

F.E.A.R. 2

Depois de terminar o Bioshock 2, F.E.A.R. 2: Project Origin foi a bola da vez. Eeee.... não achei grande coisa.

Diverte e serve de passatempo, mas é só isso. Eu jovaga meia horinha quando estava com sono, pra dar aquela acordada, e depois ia fazer algo mais interessante. Sei lá, eu gosto da história da Alma, é praticamente uma Akira ocidental, mas há algo de assustador em garotinhas de cabelo liso, longo e desgranhado que olham para cima com o rosto inclinado para baixo que simplesmente não existe em adolescentes nuas desgrenhadas. Sempre que a Alma aparecia eu pensava numa jovem cocainômana (e que acabou de vender o corpo por mais uma dose, para estar andando por aí nua) e não num ser maléfico.

Claro, uns sustinhos aqui e ali, mas bem menos do que eu gostaria. E ficar atirando em gente em corredor de um prédio já foi a graça do primeiro, que eu gostei porque na época achei a IA do jogo melhor que a média de então (ou seja, os bonequinhos eram mais espertos), mas agora... nem tanto. A IA talvez seja melhor do que a média ainda, mas não a ponto de chamar a atenção. E matar gente nos corredores de novo, é só mais do mesmo. Eu posso até ter querido jogar mais do mesmo nas continuações do Bioshock, Fallout 3, Stalker, Far Cry, mas é que eles foram bem diferentes do normal, jogar o "mesmo" jogo seria bem vindo. Matar gente em corredores é algo que estamos fazendo desde o Wolfenstein 3D.

E nem adianta falar que tiveram partes a céu aberto ou momentos MechaWarrior... 90% foi matar gente em corredor. E depois que eu lembrei que existia o recurso de câmera lenta e matar o pessoal antes deles reagirem a contento, facilitou bastante a vida (já passei da época de jogar no Médio, tem que ser Difícil, senão não tem graça).

Foi um jogo legal para jogar como eu fiz, meia-horinha aqui ou ali quando queria matar tempo, mas não prende a atenção querendo continuar a história, como foi o caso do Fallout 3, novamente por exemplo, que foi praticamente um livro jogável. Abria cada gaveta ou cada micro de cada casa em ruína para saber um pouco mais da História naquele universo ou dos que morreram ali. Já no FEAR 2... os tais relatórios de inteligência jogados aqui e ali não tinham nada de interessante.

Fazendo com cuidado, F.E.A.R. talvez desse um bom filme (ou minissérie), mas teriam que partir mais pro lado do Silent Hill e não pro lado militar-machão-atirando-em-clones, se não correria o risco de parecer um filme do Sy-Fy (ô nominho ridículo).

As armas: são poucas mas o limite de munição força um pouco a variar aqui e ali - mas nem tanto, já que a arma mais eficaz é a que se pega munição mais facilmente dos corpos.
Decepção: num dado momento um persogem vira para mim e diz "Saca só essa arma, guardei pra você" é me dá algo super-poderoso que lembra a BFG do Doom. Míseros 5 tiros de munição... Achei que serviria para algum momento chave e crucial. Mas serviu só para usar na 'cena' seguinte (por diversão, não necessidade), e pronto... Usei mais 4 vezes em situações que até uma pistola serviria, só para ver o efeito especial da caveirinha descarnada... e joguei fora. Com o limite de só poder carregar 4 armas, aquela era um desperdício de carga. Claro, até jogar fora eu carreguei aquilo um tempão, achando que seria útil.

A arma de pregos também... Pô, eu pregava a cabeça das pessoas, e eles continuavam vivos, com o prego no meio da testa. Até matar alguém com aquilo era tanto trabalho, que foi outra arma interessante desperdiçada. Desisti de usar logo em seguida.

Armas boas foram as duas basiconas: metralhadora e escopeta. A laser, que acaba rápido mas diverte. E a Sniper, sempre bem vinda e sempre a mais poderosa. E acabando a munição da laser, uma boa para carregar é o lança misseis - tem pouca munição, mas é ótima para evitar muito papo.

Problema do jogo: Salvar e Carregar. Ele salva automaticamente, até aí tudo bem, isso é bom para evitar que o jogador que dando Quick Save antes de abrir cada porta, mas ele não permite você carregar alguma salvada anterior. Ou você recomeça a fase inteira, ou continua do mesmo jeito. Teve uma hora que eu me enganei e troquei o Sniper... Estava disposto a rejogar os últimos 5 minutos, carregando uma das salvadas anteriores, mas não os últimos 40. Ou de repente você só quer jogar uma parte de novo por ter achado divertida... Não tem como.

E algo que depois que descobri no Fallout 3, eu sinto falta em todos os jogos: uma tecla para 'continuar andando'. Tudo bem, Fallout era algo em que você podia resolver seguir uma linha reta e andar por vários minutos só apreciando a paisagem, o que não dá para fazer muito num edifício de escritórios. Mas ficar segurando W no teclado o tempo todo, direto, non stop, irrita. Mesmo no Fear, há varios momentos em que você só precisa andar de um lugar ao outro (ou porque não tem ninguém pra matar no caminho, ou porque vc guardou a sniper e matou todos a distância).

Concluindo, quem não joga tantos jogos de tiro-em-primeira-pessoa pode se divertir bem mais.Um jogo linear é legal, nem sempre tenho saco para ficar lendo papéis e conversando, tem hora que eu só quero mesmo matar tudo que se mexer (Doom 4 e Duke Nukem Forever serão bem-vindos!), mas quem joga isso desde que inventaram e começou a se acostumar mal com jogos sandbox, ou com enredos ricos, ou armas malucas, ou universos doidos, ou monstros grandes e babentos, ou correria desenfreada, ou grande realismo, ou clima assustador. Aí FEAR 2 não empolga.

Nenhum comentário:

Postar um comentário